1. Spirit Fanfics >
  2. Seguir em frente >
  3. Aquele dos olhares

História Seguir em frente - Aquele dos olhares


Escrita por: malu_15

Notas do Autor


OIIII, AMORES!!!!
Primeiro quero agradecer o apoio e aos comentários do capítulo anterior!!! :) <3
Alcançamos nossa meta, então, como prometido, aqui vai o capítulo novinho pra vocês.
Tô adorando essa fase da fanfic e espero que vocês também estejam!!!

Um beijo e é isso, boa leitura! XX

Capítulo 31 - Aquele dos olhares


Fanfic / Fanfiction Seguir em frente - Aquele dos olhares


(...)

Acordei com um clarão vindo da janela. Abri os olhos com certa dificuldade e uma dor forte na cabeça me perturbou, certamente eu tinha esquecido como era estar de ressaca. Os flashes da noite passada iam martelando minha cabeça aos poucos e tudo vinha em ordem cronológica. Tudo bem, vamos lá. Eu estava na festa aqui no jardim, depois eu estava bebendo e não sei como diabos eu vim parar aqui na cama e o Thomas estava tentando colocar a língua em mim. Ok, podemos esquecer essa parte. Ele falou que me amava mas que eu devia procurar minha felicidade, mesmo que fosse com David. E a partir daí não vinha mais nada. Levantei o lençol que me cobria e felizmente constatei ainda estar com o vestido da festa, menos mal. Provavelmente eu adormeci logo depois. Depois de tomar um banho, fazer a higiene na medida do possível, tive vestir a mesma roupa de ontem quando fui ao jogo, porque era a única que eu tinha. Peguei meu celular e vi que tinha uma ligação perdida de Ludimila. Tudo bem, eu ligaria para ela mais tarde. Peguei minhas coisas e saí logo do quarto em busca de algum rumo para dar a minha vida. Por mais que eu já soubesse qual deveria ser.

— A bela adormecida acordou bem? —Thomas falou assim que o encontrei tomando café da manhã sob a imensa mesa da sala

— Aham. Acordei bem, fora a ressaca, é claro. Obrigada pela preocupação —rolei os olhos em tom de brincadeira— aliás, eu não me lembro de nada da noite passada, acredita?

— Nada? —ele pareceu preocupado— branco total? —perguntou e eu confirmei com a cabeça— Qual a última coisa que você se lembra? 

— Acho que... —tentei me segurar para não rir— só me lembro até a hora que conheci os meninos...

— Porra! —ele exclamou— não é possível, eu já tava pensando em mil coisas aqui e...

— Calma, Thom —finalmente me permiti rir— eu tô brincando com você. Lembro de tudo, quer dizer, quase tudo. Como foi que eu fui dormir? 

— Eu sabia, você não sabe mentir... —ele riu e continuou— não perdeu muita coisa, então. Conversamos algumas besteiras e você foi fechando os olhos devagar, sabe? Só peguei um lençol e te deitei na cama. Mais fácil que roubar doce de criança. 

— Engraçadinho —rolei os olhos novamente— pra onde você vai assim todo arrumado? Pensei que o voo pra Inglaterra só era a noite.

— Vou na concentração. —ele respondeu de imediato— o professor quer dar umas últimas palavrinhas com a gente e também quero me despedir dos meninos.

— Uhum —murmurei— eu posso ir com você?

— Pra que? —ele deixou os olhos semi-cerrados o que me deu algum tipo de incerteza sobre qual seria o rumo dessa conversa

— Para tentar resolver alguma coisa daquele assunto, Thomas. Facilita, por favor. —falei impaciente

— Tudo bem. —ele disse simplesmente

E os homens ainda dizem que as mulheres que são complicadas. O cara fala tudo aquilo pra mim ontem a noite e agora age de forma totalmente estranha, vai entender...
(...)

 

Ao chegarmos no hotel que fora destinado a concentração, decidi ficar no carro enquanto a tal reunião rolava. Foi aí que tive tempo para repensar todos os meus últimos dias e assim não cometer qualquer atitude por impulso. Estava tentando sinalizar alguma música no rádio quando meu celular tocou. Era Ludimila.

— Oi, Ludy. —atendi no segundo toque

— Oi amiga, tô tentando falar com você desde cedo e não consigo... Tá ocupada? 

— Não, não. Na verdade eu tô aqui esperando... Quer dizer, é uma longa história, depois te conto. Me fala você, aconteceu algo por aí?

— Não, por aqui tá tudo bem, graças a Deus. Eu tô te ligando para fazer um convite e não aceito recusas. É que você sabe que mês que vem é meu aniversário, e claro que não podemos deixar passar em branco, né? Eu pensei em fazer um churrasco aqui em casa mesmo, com direito a banda de pagode e feijoada. Não vai ser uma festa pra muita gente, só as minhas amigas e alguns amigos do Oscar, e claro que você precisa estar presente, não só como amiga minha, mas amiga do Oscar também. É um dever duplo. Posso confirmar, né?

— Ai Ludy, ir pra Londres não estava nos meus planos nem tão cedo... E tem a mamãe também, ela está bem melhor mas ela pode piorar aqui sozinha e...

— Maitê —ela me interrompeu— acho que não fui clara o suficiente. Você tem que estar aqui, ok? É a nossa amizade que está em jogo! 

Eu poderia pensar em alguma desculpa para dar a ela, mas naquele momento um segurança abriu a porta que dava acesso ao estacionamento e logo em seguida alguns jogadores foram saindo. Era hora de agir.

— Tudo bem, Ludy. Depois a gente se fala, preciso resolver uma coisa agora. Tchau, amo você. —falei simplesmente antes de desligar

Dei uma rápida olhada no vidro retrovisor para ver como estava minha cara digna de ressaca e só aí constatei que não tinha colocado um pingo de maquiagem. Não tinha muito o que fazer agora, então só joguei o cabelo para o outro lado e desci, me acomodando em pé quase encostada no capô do carro. Vi alguns rostos conhecidos e que volta e meia davam um oi seguido de um sorriso, mas nada que chamasse minha atenção. Coisa de dois minutos depois, aquela coisa de quase dois metros de altura e bastante cabelo passava pela porta. Pensei em ir até lá, mas o caminho era estreito e ele teria que passar por mim de qualquer jeito. Fiquei esperando ele me notar, até que quando aconteceu, seus olhos ficaram grudados nos meus, igual a ontem. Nos filmes românticos a gente sempre vê aquela troca de olhares, em que a menina dá um sorrisinho e desvia o olhar enquanto o menino faz o mesmo, mas em tempos diferentes. Comigo e David tem sido totalmente do contrário. Olhos grudados. Frenesi total.

— Oi, David. Tu...tudo bem? —eu disse quando ele já estava próximo o suficiente

— Oi, Maitê. —ele me olhou de cima a baixo. Será que iria fazer isso todas as vezes que nos encontrássemos agora?— tá com a mesma roupa de ontem. A noite deve ter sido boa. —ele disse simplesmente

Oi? Eu vim aqui esperando somente respostas monossilábicas e ele vem com uma dessa. Esse David Luiz é realmente uma caixinha de surpresas.

— É... É que... bem, eu não tive tempo porque... —pigarreei— desde quando você nota esse tipo de coisa?

— Eu sempre noto tudo, minha flor. Eu tô meio atrasado agora, preciso ir. —ele já fazia menção de ir embora quando segurei seu braço

— Espera, David. Eu queria falar com você. —falei pela primeira vez sem gaguejar.

Ele hesitou por um momento.

— Ah, é? Sobre o que você quer falar comigo, Maitê? —ele falou um pouco mais alto que o necessário

— Ei, ei, ei! —Thomas se aproximou de nós e agora era a vez dele segurar o braço do David— vai com calma, Luiz. Ela só está tentando falar com você.

— Não se mete, Fuller. —ele sacudiu o braço para que ele o soltasse— E eu não tenho assunto nem tempo para conversar com ela ou com qualquer  pessoa. —ele terminou sua fala já dando as costas para nós, como se eu fosse a pessoa mais insignificante do mundo. Meus olhos quiseram fraquejar. Segurei as lágrimas.

— Mas, David... —fiz a menção de ir atrás dele, mas Thomas me deteve

— Não é a hora, Maitê. Entra no carro. —ele praticamente ordenou

— Eu preciso falar com ele, Thomas! —falei com a voz embargada pela tentativa de segurar as lágrimas

— Eu sei. Mas essa não é a hora. Me escuta uma vez na vida e entra no carro, por favor. 

— Thomas! Você não está me ajudando agora! —eu falava isso enquanto olhava de soslaio o motorista dando partida no carro que David estava

— Caramba, Maitê! Entra no carro agora! E eu tô falando sério! 

Ele disse com a foz firme, mas sem gritar. Olhando nos meus olhos. Acho nunca tinha visto Thomas falando comigo ou com qualquer outra pessoa daquela maneira e isso de certa forma de intimidou. Como se já soubesse que eu iria obedecer, ele deu as costas e entrou no carro. Respirei fundo tentando trazer alguma espécie de ar para os meus pulmões e entrei no carro também. Não olhei para ele e depois de me acomodar no banco, continuei olhando para a frente esperando qualquer tipo de explicação da parte dele.

— Eu fiz isso pro seu bem. —começou— não daria para resolver a situação de vocês agora e ele realmente estava atrasado para pegar o voo, ouvi ele dizendo aos meninos antes de sair da sala de reuniões. —ele começou a dizer

— E daí, Thomas? Eu não queria juras de amor eterno nesse momento, só queria conversar e tentar entender tudo isso. Custa você perceber isso isso? E eu também não estou entendendo essa sua atitude, ontem mesmo você me falou todas aquelas coisas e no café da manhã você agiu estranho, agora também e...

— Ele acha que nós estamos juntos. Você não percebe que ele estava puto de ciúme e que de cabeça quente não daria pra resolver nada? —ele me cortou

— Juntos? —olhei para ele pela primeira vez desde que entramos no carro— como assim juntos?

— É, juntos. Ele acha que eu estou te pegando, quer dizer, ele tem quase certeza disso. E talvez eu que tenha criado essa situação, sabe? Porque meio que eu quis dar a entender que era verdade —ele abaixou a cabeça, respirou fundo e voltou a me encarar— eu te chamei pra ir no vestiário após o jogo mesmo sabendo que lá só iam as mulheres dos outros caras porque eu queria que você sentisse realmente que era a minha mulher, queria também que ele te visse lá, que ele achasse que realmente te perdeu dessa vez e que você estava feliz comigo e...

— Então é por isso que ele me chamou de minha flor agora a pouco, não é? Foi a legenda que você colocou na foto que postou comigo ontem! —levantei o dedo como se tivesse tido uma grande ideia

— Provavelmente —ele continuou— mas eu fiz isso tudo antes de ter aquela conversa com você, eu tô arrependido e...

— Mas —o cortei— porque então ele fez essa cena se ontem ele mesmo estava com mulher aqui na concentração?

— Ele não estava —ele me respondeu e eu arregalei os olhos— eu soube disso nesse instante também. Ele foi dormir na casa do Marcelo, que é casado, e não ia estar nas farras com os caras solteiros.

— Não acredito nisso —falei enquanto me lamentava— então eu fiz aquilo tudo em vão? Me embebedei a toa, porque eu estava indo muito bem obrigada até achar que ele estava com prostituta aqui. AAAAH! Por que tudo tem que dar errado, Thom? Poxa! Será que não vamos conseguir ficar juntos nunca? 

— Vai dar tudo certo. Você confia em mim? —perguntou enquanto olhava fixamente pra mim

— Confio. —eu disse sem qualquer dúvida. É verdade que o Thomas andou vacilando comigo, mas eu sabia que ele estava arrependindo e estava sendo sincero e realmente queria cuidar de mim.

— Ótimo. —ele disse enquanto dava partida no carro— porque eu já estava ficando sem argumentos. —ele disse tentando amenizar o clima que se instalou ali. Limpei alguma lágrima que ocasionalmente percorreu meu rosto e me permiti rir. Thomas era uma das poucas pessoas que me conheciam tão bem.
(...)

 

Como é bom ver que, contrariando o que eu pensava, realmente o tempo tratou de arrumar as coisas. Um mês atrás, quando eu fui conversar com a minha mãe sobre passar um fim de semana em Londres por conta do aniversário da Ludy, ela deu um super apoio e até me contou sobre uma ideia que ela teve de passar uns meses de férias na casa de uma prima que mora nos Estados Unidos e eu não poderia ficar mais feliz naquele momento. Finalmente minha mãe estava recuperando a vida dela. Começou a trabalhar com moda, coisa que ela sempre sonhou e não tinha como exercer por ter que administrar a empresa junto com o papai.

A temporada na Adidas Brasil tinha sido maravilhosa, me serviu de muito aprendizado além de ter me dado tempo para pensar e repensar no que eu vou fazer da minha vida daqui a um mês, quando acabar o contrato de verdade. Conheci um pessoal bacana que trabalhava por lá e confesso que até me aventurei em alguns happy hours nas sextas. Percebi que minha mãe tinha razão sobre eu estar passando tempo demais na ponte trabalho -> casa quando fiquei um pouco sem graça na primeira vez que saí com o pessoal. Em instantes toda aquela minha insegurança de ser uma pessoa mais introvertida e fechada veio a tona. Mas bastou umas doses de tequila para que eu aflorasse meus dotes de anfitriã da melhor maneira possível. As saídas foram boas para me ajudar a relaxar um pouco enquanto bolava bem o plano.

Você deve estar se perguntando que plano é esse. É por esse motivo que eu estou indo para o shopping fazer as últimas compras antes de embarcar rumo a Londres. Desde quando aconteceu o jogo e em seguida a rápida confusão com David no estacionamento, eu comecei a pensar bem no que eu precisava fazer. A verdade era que eu amava David e nada e nem ninguém poderia mudar isso. Havia momentos em que eu almejava somente uma conversa simples e franca com ele, somente para saber se ele está bem ou como está o clima lá na Europa. Por vezes eu queria conversar sobre nós dois, sobre os motivos que nos fizeram separar e torcia para que ele dissesse que sentia também a minha falta e que me queria de novo na vida dele. E, por fim, tinha horas em que eu nem conseguia mais pensar em nada. A saudade que eu estava de sentir o calor do corpo dele próximo ao meu me fazia perder qualquer noção de sentido e perigo. Só que ao mesmo tempo eu sabia que David estava magoado comigo e com razão, além de achar que eu estava ficando com o Thomas, tinham todas as confusões e desencontros. Eu teria que ter paciência e fazer tudo do jeito certo.

Decidi seguir meu coração. 

Precisei comprar uns casacos para levar, porque apesar de Ludimila já ter avisado que segundo a previsão faria sol em Londres, o que na Europa se entende por "vai fazer sol" ainda acompanha rajadas de ventos fortes que necessitam de roupas mais apropriadas. Passei na livraria e comprei um romance novo, porque pra enfrentar mais de dez horas dentro de um avião eu precisaria de distração, e o que seria melhor que um bom romance água com açúcar? 

Comprei um tênis, esse não estava na lista de compras, mas sabe como é, tem coisa que a gente bate o olho e sabe que ela só estava esperando por nós. Por fim, entrei na minha loja mais importante e minha preferida de roupa íntima. Estava vendo algumas peças quando meu celular tocou. Era Thomas.

— Oi, Thom! —falei animada

— Oi, Mai. Liguei pra saber se tá tudo bem... já arrumou tudo?

— Quase tudo. Daqui a pouco já tô indo pra casa, só to comprando uma última coisinha aqui. —falei enquanto via a atendente me mostrar alguns modelos de lingerie.

— Ah, é? O que? —ele perguntou e eu hesitei por um momento. Acho que Thomas não ia gostar muito de saber que eu estava me prevenindo para algum acontecimento, sabe como é. Vai que acontece alguma coisa e você está com aquela calcinha larga e bege, não é?!

— Ahn... Nada não, Thom. Besteira. —falei tentando desconversar

— Ué, Maitê. Fala o que é, talvez eu possa te ajudar. Eu sou ou não sou o seu melhor amigo? 

Oh! SHIT.

— Só que dessa vez acho que você não pode me ajudar... —comecei— quer dizer, acho que você pode ajudar sim. Quer mesmo saber? —me afastei um pouco da atendente e me segurei para não rir. Por brincadeira ou por nervoso, não sei.

— Claro, fala logo o que é... —ele disse impaciente

— Assim... quando você tá com uma menina, naqueeeeela hora... é.... você prefere lingerie branca ou preta

Falei rapidamente e tampei minha boca com a mão livre para não rir. Eu não estava vendo, mas sabia que Thomas tinha ficado vermelho feito um tomate. Ele não respondeu, então resolvi falar de novo.

— Thom? Não vai responder? —brinquei mais uma vez com ele

— Branca. E de renda. —ele disse simplesmente

— Valeu, Thom! Sabia que podia contar com você. —falei e caí na gargalhada

— Ok. Isso foi bem constrangedor. —ele riu também, por fim— só você mesmo...
(...) 
***

 

O voo foi longo e cansativo. Antes de mais nada, saiba que eu gosto de crianças, não me entenda mal, mas tinha um bebê no voo que parou de chorar poucas vezes nas incessantes horas que passamos dentro da aeronave e que me impediu de dormir bem durante o trajeto. Depois que desci do avião, não me atrevi nem a ir ao banheiro do aeroporto para não ver a cara deplorável que eu estava. Coloquei um óculos escuros, apesar de que já era quase noite em Londres, mas não me importei. Pior seria assustar alguém com as minhas olheiras. Para minha surpresa, depois de pegar minha bagagem, encontrei Ludy e Oscar me esperando com uma plaquinha com meu nome em mãos. Que saudade senti dos meus amigos! 

— Não acredito que vocês vieram! —comentei antes de agarrar os dois em um abraço só— que saudade!

— É claro que nós não íamos te deixar sozinha, né, dona encrenca? —Oscar se pronunciou

— Amiga, você tá tão magrinha! Emagrecer é bom, mas você não precisa! Tá se alimentando direito? —Ludy comentou e eu virei os olhos em reclamação

— Estou, mamãe —brinquei— cadê a Ludy? 

— Engraçadinha —ela disse enquanto Oscar pegava minhas malas e nós íamos para o estacionamento— que bom que deu para você vir hoje, se deixasse para vir amanhã talvez atrasasse para a festa e outra, eu não teria mais uma mão de obra disponível...

— Ihhh! —Oscar murmurou

— Ah, não, Ludy! Eu acabei de chegar e você já quer me fazer de escrava? 

— Escrava exatamente não, mas você acha que vai comer e dormir na minha casa de graça? —ela disse e eu arqueei uma sobrancelha

— Eu vou ficar na minha casa —me apressei dizendo— faz cinco meses que não vou lá, preciso organizar as coisas... 

— Nada disso —ela me contrariou— eu já preparei o quarto de hóspedes pra você. E além do mais, lá deve estar cheio de poeira, primeiro você tem que mandar fazer uma faxina, organizar as contas de água, luz, essas coisas... 

— É, acho que você tem razão. —concordei por fim— e eu estou desacostumada a dormir sozinha, acreditam?
(...)

Fiquei o caminho inteiro admirando Londres pela janela do carro. Eu ainda não tinha percebido, mas aquilo tudo fazia muita falta no meu dia-a-dia. Não sei se eram os prédios característicos, os pontos turísticos ou o ar da cidade mesmo. Era como se tudo aquilo ali fizesse parte de mim e que esteve me esperando todo esse tempo da mesma maneira, sem tirar nem por. Passamos pelo café que eu costumava comprar o cappucino todos os dias antes de ir para empresa. Meu Deus! A SDOX! Preciso visitar o pessoal lá, além disso tem a Kate, minha amiga fiel que esteve comigo nos melhores e nos piores momentos. Tem a Carol também... e o Hazard, por tabela. Todos os malucos de Londres. Os meus malucos.

Chegamos na casa do Oscar e da Ludy e eu fui logo desfazer as malas. Em seguida, tomei um longo banho quente que de alguma forma revitalizou os meus sentidos. Vesti um camisão que cobria até a metade das minhas coxas e um shortinho curto de moletom por baixo. Essa noite só seríamos eu, Oscar e Ludy então não precisava de muita cerimônia: roupa surrada estava de bom tamanho. Pedimos pizza. O friozinho proporcionou um clima super agradável e nos acomodamos na sala. Apesar do enorme sofá, sentamos todos no carpete encostando apenas as costas no sofá. Enquanto Oscar rolava as novidades da Netflix para escolher o que nós iríamos assistir, Ludimila me deixava a par das coisas que aconteceram por lá desde que eu fui embora. Por um momento me peguei pensando no quanto seria doloroso eu ter que ir embora no domingo. Dois dias e meio seriam suficientes para relembrar todo o amor, toda a amizade que tenho aqui e com certeza faria a partida bem mais difícil.

Para nossa indignação, Oscar escolheu um filme de guerra com muita ação. Eu e Ludy preferíamos uma comédia romântica, mas acabamos cedendo. A campainha tocou e eu logo me prontifiquei a ir atender, finalmente a pizza tinha chegado para matar minha fome de três leões. No entanto, ao abrir a porta, não vi o entregador de pizza. Vi aquele homem que me faz perder qualquer noção de sentido quando me olha da cabeça aos pés, exatamente como está fazendo agora. Eu meio que congelei na hora, ver David naquele momento era o que eu menos esperava. Acho que ele percebeu meu estado de choque e foi o primeiro a falar algo ali.

— Ahn... —coçou a cabeça— o Oscar tá aí?

(...)
CONTINUAAAAA


Notas Finais


E AÍ, GOSTARAM???? Digam que sim, por favor <3 rs
Qual será a atitude do David agora? HAHAHAH COMENTEM, TÁ??! Preciso saber o que vocês estão achando e quem sabe alguém acerta a cena para os próximos capítulos... :)

BEIJOOOOO


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...