História Segundas Chances - Shirlipe - Capítulo 10 - Reconciliação e Incertezas.

No Capítulo Anterior...

Se antes Lorenzo tinha mágoa de Shirley, agora ele tinha culpa por ter tratado ela da forma que vinha tratando desde ontem.

Por fim, pegou as chave do carro e saiu do escritório, pretendia ir ao parque refrescar a mente.

~*~

Horas Mais Tarde

Pov Narradora

 

Após toda aquela confusão em sua sala com Felipe, oque Lorenzo mais queria era sair daquela sala e fugir para um lugar em que pudesse pensar. Logo de cara pensou no parque, mas o trabalho acumulado o prendeu em sua sala, que agora ja estava novamente arrumada  e sem algumas pequenas manchas de sangue no chão.

Quando caiu em si, ja passava das 20:00 horas.

O italiano suspirou, passou a mão no rosto e por fim decidiu que deveria mesmo ir para casa.

E imediatamente lembrou que Shirley ainda deveria estar o esperando.

Deveria resolver logo a situação incômoda que se instalou entre eles, afinal, Shirley não teve culpa de nada. E ele ja estava com muitas saudades de sua namorada.

Lorenzo reuniu suas coisas e foi em direção a garagem, pegou seu carro e seguiu até sua casa

                       ~*~

 

Quando Lorenzo chegou em casa deu de cara com Shirley sentada no sofá da sala, ela parecia ansiosa e estava esperando-o aparentemente.

Ela estava com uma camisola fininha e branca apenas, nela seus seios estavam levemente apertados e os cabelos soltos dela moldando o rosto livre de maquiagens fechavam o pacote da linda visão que Shirley se mostrava para ele.

E o mais interessante era que estava mais que na cara ela não estava tentando seduzi-lo. Ela estava natural de corpo, alma e intenções, e aquilo o desarmou naquele momento.

Ali, o italiano adimitiu que não conseguia mais fugir dela, ou tratá-la com indiferença.

- Oi... - Ele disse.

- Oi, você demorou. Fiquei preocupada. - Shirley disse o olhando.

- Agora estou aqui, não estou? - Sorriu.

O casal se encarou por alguns segundos em silêncio.

- Lorenzo... Sobre ontem, eu queria que soubesse que não procurei aquilo, o Felipe simplesmente me beijou e...

- Não precisa falar nada, minha bela. Eu ja sei oque houve. - Ele a interrompeu, e um sorriso brotou nos lábios de Shirley.

- Você jura? Tive tanto medo que tivesse com raiva de mim. - A morena foi de encontro a ele, abraçando-o apertado.

- Não pense isso. Eu seria incapaz de sentir algo por você que não seja amor, desejo... - Lorenzo disse segurando o rosto dela e beijando-a em seguida.

O beijo foi delicado, cheio de afeto e saudades. Logo eles ja estavam sentados no sofá, ela por cima dele.

- Desculpe por eu ter falado aquelas coisas a você. Eu estava de cabeça quente... - Lorenzo disse após o beijo.

- Tudo bem, estamos bem agora. - Ela disse, dando um selinho nele. - Gosto tanto de você...

- Eu também. - Lorenzo beijou-a novamente, porém mais intenso que antes. - Estou com saudades de você minha bela.

- Também estou... - Shirley respondeu retribuindo a mesma intensidade que ele.

E então Lorenzo a beijou novamente, encostando-a no sofá até estar totalmente em cima dela.

O casal fez amor ali mesmo no sofá, com intensidade. Com vontade. Com saudade.

Algum tempo depois, Lorenzo e Shirley continuavam deitados no sofá, completamente nus, satisfeitos e em silêncio.

Lorenzo estava feliz, aquele momento de amenidade ao lado de Shirley lhe dava coragem para tomar uma atitude que havia pensado muito antes de decidir.

E Lorenzo esperava ardentemente que a resposta para a sua pergunta fosse um sonoro sim.

Endireitou-se no sofa e acabou acordando Shirley de seu cochilo.

- Hum...

- Desculpe ter te acordado, amor... - Lorenzo disse acariciando o rosto dela.

- Não tem problema... - Ela disse baixinho. - Oque foi?

Shirley perguntou notando o namorado observa-la com intensidade.

- Eu queria te pedir uma coisa... talvez você possa achar que é cedo demais, mas eu te gosto o suficiente para afirmar que é o que eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo... - Ele disse.

- Mas você ja me faz feliz, Lorenzo. Não estou entendendo onde quer chegar.

Shirley disse sem entender, apesar de ter achado muito fofa a declaração.

- Estou dizendo que eu quero te fazer ainda mais feliz, te fazendo minha esposa. Shirley Rigoni Di Marino, quer ser minha esposa e de quebra me fazer o cara mais feliz do mundo?

Ele perguntou, colocando uma caixinha vermelha na mão dela.

- Aceito, claro que aceito! - Ela respondeu após alguns segundos de silêncio, colocando o anel no dedo.

Eles voltaram a fazer amor no sofá, só que agora era algo mais carinhoso. Eles estavam felizes e nada melhor do que fazer sexo com carinho para completar o momento.

Eles fizeram amor por mais algumas horas até que o cansaço os abateram, obrigando eles a dormirem nos braços um do outro ainda no sofá da sala.

~*~

Pov Narradora.

Shirley Rigoni Di Marino

Dois Meses Depois

 

Havia se passado dois meses desde a reconciliação entre Lorenzo e Shirley, onde o italiano tomado pela vontade que o abatia naquele momento havia pedido a morena em casamento.

Shirley ponderou um pouco, pois so havia cogitado a possibilidade de casar quando ainda namorava Felipe e, por mais que gostasse da boa relação que havia construído com Lorenzo, Shirley achava que aquele momento não era o melhor para dar um passo tão importante.

Mas ela se sentiu incapaz de magoa-lo ainda mais naquele momento e disse sim ao pedido de casamento de seu então namorado.

E agora estava ela numa loja de roupas, rodeada por vestidos vestidos de noiva dos mais variados modelos e tons de branco. A morena so conseguia se sentir ainda mais cansada enquanto tentava escolher algum vestido que lhe agradasse.

- Ah filha, este é lindo. Por que não experimenta? - A voz de dona Francesca tirou-a de seus pensamentos.

- Claro mãe. - Ela concordou sem muito ânimo, pegando o vestido e entrando no provador.

Alguns minutos depois ela saiu do provador usando o tal vestido. Ele era justo na cintura, tinha um decote que valorizava os seios dela e a sala era rodada, além de ter um tecido transparente por cima da saia que dava um ar de delicadeza ao vestido.

- E então? -Shirley perguntou

A vendedora juntamente a Dona Francesca e Giovanni, que até então observava a afobação de sua mãe para com os vestidos, abriram um sorriso largo.

- Ah, você está linda nesse vestido, minha filha. Está uma boneca! - Disse Francesca.

- Está lindo mesmo. - A vendedora concordou.

- Nossa baixinha, como você está linda. O Lorenzo é um cara de sorte. - Giovanni disse .

- Obrigado. - Shirley respondeu.

- E então, é esse? - A vendedora perguntou com um bloquinho de notas na mão.

Shirley ponderou em responder, olhou-se no espelho, e não se sentiu feliz como a maioria das futuras noivas ficam nessa fase. Mais uma vez pensou em desistir, mas algo sempre removia esta ideia de sua mente.

- Sra Shirley? - A vendedora chamou.

- Sim, é esse mesmo. - Respondeu.

- Ah, que ótimo! - Disse a vendedora. - Você ja pode se trocar para voltarmos a recepção, ok?

A moça disse e Shirley concordou, entrando novamente no provador e saindo de lá minutos depois com o vestido nas mãos.

Caminhou até a recepção acompanhando a vendedora, pagou pelo vestido e deixou agendado um dia para fazer alguns ajustes necessários para que enfim pudesse buscá-lo um dia antes do casamento.

Shirley saiu da loja e se sentiu automaticamente mais leve, sem a pressão que o assunto de seu casamento lhe causava.

A verdade é que não queria casar Não naquele momento, mas também não queria decepcionar sua família, que ja estavam todos felizes com a notícia e também não queria magoar Lorenzo.

Estava na cara o quanto ele estava feliz com isso tudo, e Shirley se sentia incapaz de magoa-lo assim.

Shirley estava perdida. Literalmente.

 ~*~

Lorenzo Di Angeli

Pov Narradora

 

Havia se passado dois meses desde que tinha se reconciliado com Shirley e pedido-a em casamento.

Na hora Lorenzo se sentiu satisfeito, pleno, feliz. Mas durou pouco. Conforme os dias se passavam e a rotina se acomodava-se novamente ao seu lugar de costume na vida deles, Lorenzo notava que sua relação com Shirley não estava mais a mesma coisa. Não havia mais aquele carinho ao acordar, não havia mais o mesmo fogo quando faziam amor.

Aos poucos deixaram de sentir falta um do outro, e o casamento que outrora o deixou tão feliz agora era o motivo da maioria de suas preocupações.

Como acabar sem magoar Shirley? Como fazer a razão aceitar oque seu coração gritava a todo instante, como?

Esses pensamentos e angústias sempre o levava ao parque em que conheceu Cris, aquele lugar a beira do lago  junto a companhia dela tinha o dom de fazê-lo esquecer de todas as suas preocupações, e so ter Cris em seus pensamentos.

Era incrível como em dois meses, Lorenzo se sentia estranho em relação a Cris. So conseguia se sentir mais atraído pelo seu jeito doce e meigo, no quando ela era amiga e prestativa, e em certas sensações que a garota lhe causava.

Mas Lorenzo tinha uma certeza, seja lá oque estivesse sentindo por Cris, ele podia afirmar que não era apenas tesão ou qualquer outra coisa superficial.

E então a vontade de vê-la lhe abateu,  fazendo com que Lorenzo largasse os vários papéis em sua mesa para ir ao parque.

Quando estava entrando em seu carro no estacionamento do escritório pensou em lugar para Cris, para encontra-lá. Mas seu celular tocou antes que o fizesse, sorriu quando a única foto que tinha tirado da garota era exibida na tela de seu IPhone.

- Oi Cris. - Ele disse

- Lorenzo, pode falar? - A voz dela estava embargada.

- Sim, mas oque houve? Esteve chorando? - Perguntou.

- Não. - Ela fungou no outro lado da linha. - Pode me encontrar no parque?

- Posso sim, chego ai num instante. Até mais. - Ele disse e logo a linha ficou muda.

Então Lorenzo não perdeu tempo e logo pôs-se a dirigir o mais rápido que a prudência permitia e conseguiu chegar ao parque.

Estacionou o carro e caminhou até encontrar o lugar em frente ao lago em que costumava ficar.

A medida em que foi se aproximando,  uma silhueta tomava forma.  Uma silhueta feminina. Corpo magro, cabelos longos.

Quando se aproximou, um sorriso brotou em seus lábios involuntariamente, Cris estava de encostada no tronco da árvore concentrada de cabeça baixa.

 

Lorenzo aproximou-se dela silenciosamente e tocou-lhe os ombos e ela assim que percebeu quem era, abraçou Lorenzo apertado enquanto derramava algumas lágrimas.

- Ei, por que está chorando? - Lorenzo perguntou. - É algo com sua mãe?

Cris afirmou com a cabeça.

- Ela quer me obrigar a casar com o meu ex namorado, apenas porque ele é rico. - Ela respondeu triste.

- Ela não pode fazer isso! - Lorenzo disse perplexo.

- É, mas ela não entende que eu me apaixonei por outro cara... - Cris disse, abaixando a cabeça em seguida.

Lorenzo sentiu algo estranho quando ouviu Cris dizer aquilo, como se estivesse perdendo algo e aquilo o incomodou.

- Ah é,  e quem é o sortudo? Ele sabe? - Ele perguntou, um pouco incomodado.

- Ah, não. Acho que ele não me ve de outra forma além de amiga. - Ela lamentou.

- E quem é? - Lorenzo perguntou.

Cris ponderou um pouco em responder, e Lorenzo quase se arrependeu em ter tocado naquele assunto.

- Acharia loucura se eu falasse que estou apaixonada por você? - Ela perguntou depois de um tempo em silêncio.

- Acharia loucura se eu falasse a mesma coisa? - Ele rebateu.

Os dois se encararam e aproximavam os rostos um do outro lentamente até seus lábios se encontrassem num beijo lento.

A sensação de ter um frio na barriga abateu Lorenzo com força, deixando-o surpreso. Afinal, so havia sentido isso ha muito tempo quando se viu apaixonado por Shirley. E sentir aquilo com Cris era uma grande surpresa.

Ja Cris aproveitava daquele momento sem acreditar que ele estava realmente acontecendo. Ela custou a acreditar que havia se apaixonado por um estranho comprometido em tão pouco tempo de forma tão arrebatadora.

Beijaram-se por algum tempo até findarem o beijo com alguns selinhos e encontrarem a testas uma na outra.

- Isso realmente está acontecendo? - Cris perguntou de olhos fechados.

- Está. - Lorenzo respondeu.

- Lorenzo isso é errado, você tem namorada, e eu não quero acabar com seu compromisso, e..

- Shiiu. Você não vai acabar com nada, meu namoro ja não vai bem. E você me fez sentir algo que eu não sentia ha tempos. - Lorenzo interrompeu-a, dando-lhe um selinho.

- Eu estou disposto a viver isso com você, se quiser...

- É sério isso? - Cris perguntou sorrindo.

Lorenzo afirmou com a cabeça e ela sorriu mais ainda, beijando-o em seguida.

Passaram a tarde juntos naquele parque, deitados na grama e aproveitando a sombra da árvore enquanto assistiam ao lindo pôr-do-sol daquela tarde.

Ali Lorenzo percebeu que realmente ja não sentia mais nada por Shirley, e que este casamento não teria como dar certo, sendo que ele so conseguiria fazê-la infeliz.

Decidiu que iria escutar os berros que seu coração dava, e so esperava conseguir isso sem fazer Cris ou Shirley sofrer.