Nathaniel: Você ficou me encarando estranho, fiquei até com medo. - sorriu. - Quer me contar alguma coisa?
Lua: Eu... na verdade... - segurei firme a chave.
Deixei quieto, fiquei na ponta do pé e dei-lhe um beijo no rosto.
Nathaniel: L-L-Lua? O-O que... - notei que havia ficado muito vermelho.
Lua: Não é nada, Nathaniel! Um beijo de boa sorte! - sorri. - Te vejo mais tarde! - saí correndo do grêmio.
Nathaniel ainda vermelho, piscou repetidamente sem entender nada.
Nathaniel: Ela me deu um beijo no... rosto? - colocou a mão no lugar do beijo.
Na cabeça dele veio o momento em que ela lhe deu um beijo no rosto.
Nathaniel: E ficou na ponta do pé...? - puxou a cadeira para se sentar, cruzou os braços na mesa e deitou a cabeça nos mesmos. - Que fofa...! - parecia que de tanto ficar vermelho, fumaça saía pela sua cabeça.
Eu andava pelo corredor, segurando as chaves com as duas mãos.
Lua: Eu dei um beijo no rosto de Nathaniel por impulso. - suspirei e abaixei os olhos. - Tomara que ele não fique chateado comigo.
Não tive coragem para contar, embora ele seja o meu melhor amigo agora, mesmo assim ele é o representante. Se soubesse e não contasse para a diretora iria ser pior, sem contar que se ele mentisse quando ela perguntasse iria ser duas vezes pior.
Quando levantei a cabeça dei de cara com Castiel vindo na mesma direção que eu.
Não acredito!
Paramos um na frente do outro. Trocamos olhares, franzi as sobrancelhas.
Lua: O que está fazendo aqu__
Castiel: Achei que iria sair da minha frente, mas me enganei. - desviou de mim e continuou andando.
Lua: Como? - me virei para ele perplexa.
Castiel: Apenas não me atrapalhe. - disse friamente.
Fiquei sem entender nada.
Lua: "Ashi"! O que foi isso de repente?
Entrei na sala dos professores, tudo estava na mesa de centro, peguei os aparelhos e quando virei, vi um molho de chave no balcão, ao lado da máquina de café.
Será que esse molho de chaves é o que estava na mão dos garotos?
Sorri ao pensar nisso.
Lua: Tomara que sim. - sorria.
Saí da sala, apoiando tudo em um braço consegui fechar à porta, então segurei os aprelhos com as duas mãos e continuei andando.
Deixei as coisas na sala.
Júlia: Obrigada, Lua! - sorriu.
Lua: De nada, Júlia! Aqui as chaves. - entreguei para ela.
Júlia: Você pode colocar esses avisos assustadores pela parede de fora da sala? - pegou pedaços de isopor pintados de preto com frases vermelhas e uma fita isolante da mesa, e me entregou.
Lua: Sim! - assenti e sorri.
Júlia: Gosto da sua animação! Curte coisas assustadoras, mistérios horripilantes e história macabras? - sorriu.
Lua: He he...! - franzi o cenho e ainda sorria.
Armin: Lua, vai colocar essas coisas na frente da sala, certo?
Lua: Sim...! - desfiz o sorriso.
Armin: Posso ir com você. - olhou por segundos para uma caixa pequena em suas mãos, com alguns frascos de sangue falso. - Tenho que melecar o forro que cobriram a parede.
Júlia: Boa sorte para você! - sorriu e se afastou.
Deixei alguns pedaços de isopor no chão para colocar um por um na parede. Dobrava a fita isolante, colocava atrás do isopor e depois no forro da parede. Armin melava o dedo do sangue falso e passava ao lado dos "avisos assustadores" ou um pouco distantes.
Eu estava em silêncio, não sabia o que dizer. Até que ele quebrou o silêncio.
Armin: Já escolheu sua fantasia horripilante? - olhou para mim por segundos e sorriu.
Lua: Não. Você já? - não olhei para ele e continuei a fazer o meu trabalho.
Armin: Já sim! Irei me fantasiar de zumbi. Escolhi essa fantasia porque é mais legal, principalmente porque o evento é perto do anoitecer.
Lua: Só estou fazendo isso por causa dos pontos. - sorri de canto. - Estou precisando.
Armin: Não gosta de coisas assustadoras?
Lua: Nem um pouco.
Armin: Ficaria legal a fantasia de vampira em você.
Lua: Como está você e a Iris? - quis mudar o assunto.
Ele desviou o olhar de mim, abaixou os olhos. Parecia pensativo.
Lua: Perguntei algo de errado?
Armin: Eu e a Iris... terminamos.
Arregalei os olhos.
Lua: Hã? Por que? Vocês pareciam tão bem.
Armin: Não estava dando muito certo. Tinhamos gostos muito diferentes, nunca chegávamos a um concensso.
Que estranho.
Lua: Sinto muito por vocês.
Armin: Não sinta. - olhou para mim e sorriu de canto. - Foi o melhor. - continuou pintando.
Continuei colocando os pedaços de isopor no forro.
Alexy estava no final do corredor, observando seriamente Armin e Lua.
(FLASH BACK ALEXY: ON)
Ele saía da loja de fantasias com uma sacola na mão, sorridente. O céu já estava escuro.
Alexy: Essa fantasia ficará ótima! - sorriu.
Quando viu Iris andando devagar em sua direção, segura do as alças da bolsa e a cabeça baixa.
Alexy: Hm? - levantou um pouco a mão direita. - Oi, Iris! - sorriu. - Por que não está com o Armin?
Ela parou ao lado esquerdo dele.
Iris: Não me diga esse nome agora.
Alexy: Quê?
Iris: Não mencione mais sobre ele para mim! - quando ela olhou para ele, seus olhos estavam encharcados de lágrimas.
Alexy: Iris? O que...
Iris: Tchau! - abaixou a cabeça e saiu correndo sem dizer mais nada.
Alexy apenas ficou olhando na direção dela.
(FLASH BACK ALEXY: OFF)
Alexy: Eles terminaram. Mas sinto que tem algo mais nisso. - franziu as sobrancelhas.
Alexy: E não deixarei ele se aproximar da__
Garoto 1: Achei você! Temos que acabar aquilo logo, cara! - segurou o braço esquerdo dele.
Garoto 2: Quanto mais cedo acabarmos, melhor! Já estou ficando com fome! - segurou o braço direito dele.
Alexy: E-Ei! - olhou para ambos, então o arrastaram enquanto corriam. - Luaaaa! - disse choroso.
Lua: Ué! - olhou para o final do corredor.
Armin: Algum problema?
Lua: Achei que alguém havia gritado o meu nome. - dei de ombros e peguei a fita isolante do chão. -- Vou entregar isso para a Júlia. -- entrei na sala.
Armin: E é assim que começo. Alexy não irá me atrapalhar. - olhou para a parede, e sorriu de canto.
(Diretoria...)
A diretora estava de pé, encostada em sua mesa com os braços cruzados. Eu e meus pais estávamos sentados em um sofá, e do outro lado da sala estava os pais da Melody e ela, no meio havia uma mesa de centro com uma bandeja com um bule de café e xícaras cheias.
Por que o meu pai foi envolvido nisso mesmo? E desde quando a diretora mudou essa sala? E de novo?!
Olhei em volta impressionada.
Diret. Shermansky: Essa reunião teve início agora.
Eshiley (mãe): Ótimo! Porque o que a filha deles fizeram foi um absurdo!
Mãe da Melody: Ahn? E que provas vocês têm contra ela? Está na cara que sua filha com inveja, a incriminou.
Melody estava de cabeça baixa.
Eshiley (mãe): Como... - franziu as sobrancelhas. - Como é que é? - as mães se levantaram.
Diret. Shermansky: Senhora Eshiley! Senhora Josefa! Por favor, sentem-se.
Sentaram de cara feia.
William: Diretora, quando vi minha mulher falando sozinha desse assunto, fiquei indignado.
Por ela está falando sozinha ou por isso ter acontecido?
Arqueie uma das sobrancelhas.
Henri: Temos que chegar a um concensso. Perguntar para as nossas filhas e não dizer o que achamos.
Eshiley (mãe) e Josefa: Hum! - cruzaram os braços e olharam para os lados opostos dos maridos.
Diret. Shermansky: Boa ideia! Meninas? Quem começa?
Como a Melody não dizia nada, eu comecei.
Lua: Diretora, é verdade, fiquei trancada no porão. E... - olhei para a Melody, segurando suas própras mãos e parecia nervosa.
Ela fez aquilo tudo porque gostava dele. E sobre o sentimento de amar alguém... eu não conheço.
Lua: E... - baixei os olhos.
O que eu faço? O que ela fez foi uma idiotice tremenda, uma infantilidade. Mas foi porque não queria ver o seu amado com outra mulher... sobre isso eu... sobre isso...
Melody: Hm? - senti seu olhar em mim.
Eshiley (mãe): Filha? O que foi?
Josefa: Hm? - ainda de braços cruzados, arqueou uma das sobrancelhas.
William: Querida, pode continuar. Não tenha medo de nada.
Lua: Não estou com medo, apenas pensando, pai. - sorri de canto para ele.
Josefa: "Pensando"? Hah! - sorriu de desdém. -- Pensando em inventar mais uma mentira?
Henri: Meu bem! - olhou para a esposa.
Josefa: Só estou dizendo a verdade!
Diret. Shermansky: Por favor, Lua, continue.
Lua: Hm! - assenti. - Eu estava dizendo que... - olhei nos olhos de Melody. - Que a culpa não foi dela, por eu ter ficado presa no porão.
Melody: Hã...? - ficou perplexa.
Eshiley (mãe): E-Espera! Como? - arregalou os olhos.
Josefa: Aha ha ha! - sorria. - Eu sabia! Eu sabiaa!
Henri suspirou aliviado e sorriu de canto, colocando a mão no peito esquerdo. Meu pai apenas olhava sério para mim, como se me analisasse.
Eshiley (mãe): F-Filha! Que raios está falando? Você disse que foi ela! Você me disse isso! - franziu o cenho.
Lua: Desculpa, mãe. - não olhei para ela, mas para a diretora. - Eu estive pensando e juntando as peças. A Melody não me trancou lá, ela estava querendo me ajudar a sair.
Diret. Shermansky: E por não conseguir te deixou lá?
Lua: Não. - balancei a cabeça. Ainda sentia o olhar de Melody em mim. - Ela tentou e tentou, então foi buscar as chaves na sala dos professores, porém estava trancada e ela não tinha a cópia em mãos. Quando ela voltou para me avisar isto... - fiquei pensativa. - Eu já havia saído. - completei. - Então... fui para casa. Demorei de chegar porque fiquei sentada no metrô para descansar e só depois pegar o trem.
Diret. Shermansky: Como se trancou e como saiu?
Lua: A fechadura está com defeito. Fiquei tão assustada, estava tão apavorada que não escutei mais nada. Apenas de início a voz da Melody, por isso deduzi errado. Eu peço desculpas a todos vocês! - abaixei a cabeça.
Josefa: Hum! Me pergunto se devemos perdoá-la?! Isso foi calúnia.
Eshiley (mãe): COMO É? SUA DESMIOLADA!
Josefa: Oopa!!
Diret. Shermansky: Por favor! - franziu as sobrancelhas. - Dêem exemplos para suas filhas!
Henri: Diretora, como as coisas vão ficar agora?
Lua: Irá me castigar...?
Diret. Shermansky: Não irei castigar nenhuma das duas. - sorriu de canto. - Tudo foi esclarecido. Você mostrou o arrependimento e o pedido de perdão. Só não quero que algo como isso aconteça novamente.
Lua: Certo! - sorri de canto. - Obrigada.
Na frente do colégio, eu me despedia dos meus pais.
Lua: Mãe, me perdoe. Mas... não fique brava comigo.
Eshiley (mãe): Como você pôde dizer aquelas coisas? Por que mentiu? - franziu as sobrancelhas.
Lua: Eu... precisava.
Eshiley (mãe): Não! Não precisava! Aaargh! Por causa de você aquela tal Josefa saiu com cara de vencedora! Vou pro carro! - foi para o carro revoltada.
Lua: M-Mãe! - franzi o cenho.
William: Deixe ela se acalmar. - passou a mão na minha cabeça. - Quando eu voltar do trabalho, vamos ter uma conversa.
Lua: Está bem.
Ele então se afastou e foi para o carro, ligou e foi embora.
Fiquei sentada em um banco do pátio ao lado do colégio. Segurando minhas próprias mãos, suspirei.
Lua: Ela ficou tão brava assim comigo?
Melody: Lua? - se aproximou.
Lua: Melody? - olhei para ela.
Melody: Podemos conversar um pouco? - franziu o cenho.
Lua: Sim. - ela sentou ao meu lado.
Melody: Obrigada. - sorriu de canto por segundos. - Lua, por que fez isso?
Lua: Porque tinha espaço no banco. - sorri.
Melody: Quê? - não entendeu. - N-Não isso! Me refiro ao que fez na diretoria. Não deixou eu ser castigada.
Lua: Aah! Isso. - sorri. - Porque apesar daquilo ter sido uma idiotice, você estava sendo sincera consigo mesma.
Melody: Do que está falando?
Lua: Dos sentimentos pelo Nathaniel.
Melody: A-Ah... - desviou o olhar e segurou as próprias mãos.
Lua: Você tem sorte.
Melody: Fui rejeitada! - olhou para mim, franzindo as sobrancelhas.
(FAÇA SUA ESCOLHA)
A) Eu sei. E sinto muito por isso.
B) Estou dizendo sobre saber verdadeiramente o que sente.
C) Não é nenhuma surpresa. Vamos concordar, você é muito... melancólica demais.
D) E eu com isso? Não estou dizendo sobre essa parte.
E) Por ser sincera, queria que seus sentimentos tivessem sido correspondidos.
F) Não estou surpresa do Nathaniel ter preferido a mim do que a você. Você é enjoadinha, vai.
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