História Sei Que És Meu Amor - Episódio 24. Parte 3

Nathaniel: Ah... - suspirou aliviado e sorriu. - Que bom. Achei que nunca fosse conseguir a sua amizade de volta.

Lua: ......... Quê?

Nathaniel: Sua amizade. Ou... eu a perdi? - franziu o cenho.

Pensei em uma resposta.

Lua: Com o seu pedido de desculpas, mostrou que se arrependeu. Então por isso, ainda podemos ser amigos.

Nathaniel: Sério? - abriu um sorriso. - Muito obrigada, Lua! - vinha me abraçar. - Ah! - mas recuou. - Me desculpe. - sorriu. - Respeitarei o seu relaciomento, não a tratarei com muita intimidade.

Lua: Obriagada, Nathaniel! - sorri. - Então... como você está?

Nathaniel: Muita coisa mudou. Já sei, está em horário vago, certo?

Lua: Uhum! - assenti.

Nathaniel: Eu também. Podemos conversar no pátio?

Lua: Pode ser.

(Pátio...)

Andávamos pelo pátio.

Lua: Seu pai te deu um soco no rosto? - fiquei perplexa.

Nathaniel: Sim. E a Eleonor me ajudou bastante nessa questão. Meu pai acabou sendo preso, minha mãe ficou envergonhada pela situação e minha irmã tentou aceitar a mudança, mas ainda está chocada. Eu acabei me mudando de prédio, e estou trabalhando em meio período.

Lua: E você e a Eleonor estão noivos? Minha mãe me disse do convite, mas como não estávamos nos falando, nem quis ir.

Nathaniel: A festa de casamento foi cancelada. Eu e ela decidimos fazer as coisas com calma, com o tempo e do nosso jeito.

Lua: Hummm! - dei leves cotoveladas no braço dele. - Acabou se apaixonando, né? - paramos.

Nathaniel: Ela é uma boa garota. -- sorriu. -- Acho que... estou começando a gostar dela muito mais. - passou a mão na nuca.

Lua: Dessa vez eu apareço no noivado. - sorri.

Nathaniel: Cara de pau. - arqueou uma das sobrancelhas.

Ambre: Aí está você! - se aproximou, o cabelo está curto.

Lua: O que aconteceu com sua peruca? - sorri de provocação.

Ambre: Gh?! O que te diz respeito? Não posso mudar não?

Lua: Continua cavala. Afinal, o ano ainda nem acabou, né?

Ambre: Eu vou te mostrar quem é a cavala, sua...

Nathaniel: Ambre! Por que estava me procurando?

Ambre: Porque eu estou preocupada. Você não atende minhas ligações e nem lê os meus e-mails ou mensagens.

Nathaniel: Porque você só faz drama. Quando parar com isso, eu atendo e te respondo.

Ambre: Mas...

Lua: Vou deixar vocês sozinhos. - sorri e me afastei. - Que bom que tudo se acertou para ele, espero que ele e a Eleonor sejam felizes juntos. - sorri.

- Lua! - Melody colocou as mãos em meus ombros.

Lua: Melody, o que foi? 

Melody: Venha comigo! - me puxou pela mão.

Lua: O-Ok!!

Melody me levou para o terraço, onde lá havia um garoto sentado no banco tentando acender um isqueiro para o cigarro.

Melody: Aposto que conhece. - cruzou os braços.

Lua: Paolo...! - franzi as sobrancelhas e fui até ele, tomando o isqueiro.

Paolo: Ei! - se levantou. - Ah! É você? - abriu um sorriso. - Quanto tempo! Como você est...

Lua: O que pensa que está fazendo?

Paolo: Tentando acender o meu cigarro. - tentou pegar o isqueiro, mas sem sucesso quando dei passos para trás. - Hã?

Lua: Fumar é proibido no colégio! Sem contar que faz mal para a saúde.  

Paolo: Quem você é? A inspetora? - tentou pegar mais uma vez sem sucesso.

Lua: O seu amigo parou. Quem disse que você não pode parar também?

Paolo: Acontece que o "meu amigo" não sou eu.

Lua: Parar de fumar não é tão difícil, depende do seu jeito de pensar. Não estou te obrigando em nada, só aconselhando.

Melody: Ela tem razão.

Paolo: Gh! -- olhou para Melody e em seguida para mim. - Olha aqui, mocinha! Só porque o Zack conseguiu se livrar do vício do cigarros e está parando com a bebida, não significa que ele está sozinho, está se tratando. E a família dele está muito feliz por sinal.

Lua: Não estou falando apenas do Zack, mas do Frederick também. -- sorri. -- O meu amorzinho!

Paolo: Frederick? - piscou os olhos repetidamente. - Quem disse que o Frederick parou de fumar?

Lua: Como? - abaixei a mão e desfiz o sorriso.

Melody: Hm? - arqueou as sobrancelhas.

Paolo: Ele pode ter parado de beber, mas de fumar não, oras.

Lua: E-Espera! Do que você está falando? Claro que o Frederick parou de fumar. Ele me disse! Eu tenho percebido!

Paolo: Então percebeu errado. Eu encontrei com ele ontem saindo da faculdade, e estava fumando em uma praça.

Lua: Quê...? - larguei o isqueiro no chão.

(Sala de aula... Fim de tarde...)

Eu estou conversando com Rosalya, Iris e Melody na sala de aula, só tem a gente. Eu estou com as costas encostadas na cadeira e os olhos baixos, as meninas estão em volta da minha carteira.

Melody: Olha, Lua, só porque o Paolo disse aquilo, não quer dizer que foi o Frederick mesmo. Ele deve ter se enganado.

Lua: Não lembra que ele o comprimentou...?

Melody: Ah! - franziu o cenho. - É mesmo...!

Rosalya: Que absurdo! Como o Frederick esconde uma coisa dessas de você? E mais, ele mentiu!

Iris: Ele pode ter tido uma recaída apenas ontem, não temos como saber. A menos que você converse com ele, Lua.

Lua: Estou tão triste por saber disso... que nem sei com que cara olharei para ele quando aparecer. - meu tom de voz mostra como estou deprimida.

Rosalya: Mande a real! Vai ficar escondendo o que sente?

Melody: Eu concordo com a Rosa e com a Iris. Se você não conversar com ele, não saberá realmente o que houve.

Lua: Talvez tenham razão. - meu celular apitou, peguei ele da mochila. - Uma mensagem dele. - fiquei perplexa, e abri a mensagem.

Rosalya: O que diz?

Lua: Quê? - arregalei os olhos.

Iris: O que foi?

(Na Mensagem On)

*Lua, não poderei te buscar hoje no colégio. Depois te explico.*

(Na Mensagem Off)

Lua: Ele disse... "que não vai poder vim"...!

Rosalya: Aahn? - deixei que ela pegasse o celular, as três olharam. - Que mensagem sem sal foi essa?

Iris: Nem "beijos", "te amo"... Ele parece bem sério.

Melody: Nã-não deve ser nada, né? - franziu o cenho e sorriu de canto.

Me levantei, pegando a mochila e o celular.

Rosalya: Lua?

Lua: Eu já vou. -- saí correndo para fora da sala.

Rosalya: LUA! - se viraram na direção em que ela havia ido.

Saí correndo pelos corredores, segurando a alça e o celular com força, minhas lágrimas escorriam.

Frederick, o que está acontecendo com você? Por que não me conta? O que está escondendo?


Frederick estava arrumado para ir à faculdade, mas estava no orfanato, parou perto da sala de artes, do outro lado estava Gabi desenhando com vários amiguinhos e sorria com eles. Frederick estava com as mãos nos bolsos, e estava sério.

Frederick: Me perdoe, Gabi. Mas você não merece ter um fraco como pai. - - se afastou da porta.

(...)

Gabi: Hm? - olhou para a janela da porta que antes Frederick estava.

Amiguinha: O que foi, Gabi?

Gabi: Achei que o papai estivesse ali.

Amiguinho: Ah! Já está com saudades dele? - sorriu.

Gabi: Muito! - assentiu e sorriu. - E da Lua também! Ela vai ser minha mamãe.

Os amiguinhos trocaram sorrisos.

A diretora do orfanato, uma mulher com aparentemente 38 anos de idade estava segurando um papel.

Professora: Diretora? - beteu três vezes na porta e à abriu. - Pediu para quê me chamasse?

Diretora: Sim. Pode entrar.

A professora entrou e se aproximou da mesa dela depois de ter fechado a porta.

Diretora: Você é uma das professoras da Gabriela, a pequena que chama o Frederick de 'papai'. Ela precisará de mais atenção depois de amanhã.

Professora: Algum problema?

A diretora colocou o papel na mesa com a assinatura do Frederick.

Professora: Isso é... -  arregalou os olhos.

Diretora: É para depois da Exposição de Artes, o Frederick assinou esse termo. Ele desistiu de adotar a Gabriela.

Professora: Mas... por que?

Diretora: Ele apenas disse 'com alguns problemas em minha vida pessoal, não acredito que a Gabi será feliz comigo'.

Professora: Que pena...! - franziu o cenho. - Tadinha da Gabi.

Diretora: Sim. - assentiu, fechando os olhos.


Eu estava esperando o metrô, enquanto tentava ligar para Frederick, mas dava 'esse número está fora de área ou desligado'. Guardei o celular na mochila.

Eu estou preocupada. Ele nem estava em casa. Será que alguma coisa aconteceu? - fechei as mãos em punho e minhas lágrimas escorriam.

Jade: Lua! Oi! - sorriu, parando atrás de mim um pouco para o lado. - Parece que nos encontramos hoje, né? Eu estava comprando umas sementes naquela lojinha da estação para plantar algumas flores no jardim de casa.

Lua: Q- Que bom, Jade...! - enxuguei as lágrimas e me virei para ele, sorrindo forçado.

Jade: Lua... você estava chorando...?

Lua: Hã? Não! Por que? - balancei as mãos ainda sorrindo.

Jade: Não minta para mim. É claro que estava! O que aconteceu?

Lua: Na-nada demais! - dei passos para trás, mas acabei tropeçando. - Ah!

Jade: Lua!

Mas antes que eu caísse, Jade avançou para frente e me puxou pela cintura contra si.

Lua: Ah! - fechei os olhos com força.

Jade: Essa foi por pouco.

Lua: Quê? -- abri os olhos e notei que estava muito próxima dele.

Jade: Você está bem? Ah! - quando ele olhou para mim, nossos rostos estavam próximos. Ele corou.

Lua: Me desculpe! -- me afastei no mesmo instante.

Jade: Tudo... bem...! - sorriu de canto. - Pelo menos não se machuco...

Frederick: Lua!

Lua: Frederick? -- arregalei os olhos e me virei para ele que estava parado um pouco distante.

Jade: Hm...? - sério, se virou para Frederick também.

Frederick olhava para Jade e Jade para ele.

Eu olhava para Frederick que em seguida olhou para mim.

Seus olhos... - arregalei os olhos, em segundos, triste em notar, franzi o cenho. - Não parecem como os de antes. Mas distantes. Frederick... o que houve com você?