História Seis Coisas Impossíveis (hiatus) - Capítulo 10

27 de junho de 2016

ー Anda logo JooHeon, está com cara de que vai chover. ー KiHyun dizia preocupado, enquanto Lee tentava andar o mais rápido possível para nos alcançar.

ー Calma calma, não vai chover KiHyun, para de neura. ー o moreno dizia em meio a respirações sopradas fortemente.

ー Já estamos chegando, parem de gritar no meio da rua, ai meu deus. ー eu andava ao lado de Yoo enquanto ele envolvia meu braço com os seus e constantemente torcia sua cabeça para trás para certificar que JooHeon estava em segurança.

ー Se começar a chover e eu molhar meu cabelo retocado, vou te fazer pagar uma nova caixa de tinta para mim Lee JooHeon! ー o rosado provocava, mas ainda assim estava um pouco alterado. Apenas um pouco.

JooHeon bufou e nós continuamos andando no mesmo ritmo.

Após quinze minutos de caminhada sem descanso, chegamos á casa do mais velho que tinha a fachada de coloração amarela pastel e detalhes brancos como, as janelas e a porta 

ー Chegamos Minnie! ー ditou num tom alto ao abrir a porta e se pôr dentro do imóvel, logo nos dando espaço para que entrássemos também.

ー Já estou descendo KiHyun! Vá colocando o filme e fazendo a pipoca. ー pudemos ouvir a voz distante do mais velho entre nós vindo do segundo andar.

ー Aish que garoto preguiçoso... ー KiHyun resmungou baixinho ー Garotos, vou ir fazer algo para comermos. Podem ficar á vontade. Ah, e se possível, deixem o filme preparado. MinHyuk já descerá. ー dizia enquanto se afastava, caminhando em direção á outro cômodo, deixando eu e JooHeon na sala.

ー Vou colocar o filme. ー Lee andou até o raque da televisão e eu me permiti observar melhor o local.

A casa de KiHyun não era a mais cheia de cores como eu pensava que seria pela cor de seu cabelo; era inteiramente branca, passava a mesma impressão de um consultório médico. O chão era impecável, não havia nenhum tipo de bagunça, nem nos livros que haviam na mini-biblioteca improvisada embaixo da escada. 

Era tudo muito fofo e limpo; a cara de KiHyun e MinHyuk.

ー Olá meninos! ー eis que então, desce as escadas a tão esperada figura, MinHyuk. ー Estão bem? ー dizia enquanto sorria, mesmo que parecesse muito doente e abatido.

ー Olá Min, melhorou de sua doença? ー JooHeon parou de dar atenção ao que estava fazendo para fitar o rosto do mais velho, que por sinal estava vermelhinho por conta de suas alergias e gripe.

ー Estou melhor, obrigada Joo. ーabriu um sorriso brilhante e caminhou até o sofá para então, se sentar com as pernas cruzadas.

ー Deveríamos ir ajudar KiHyun na cozinha, ele está fazendo tudo sozinho. ー me manifestei ao perceber que ficaria de vela se continuasse calado.

ー KiHyunnie sabe muito bem o que faz, ele trabalhava em um restaurante muito popular, está acostumado a lidar com grandes pedidos. ー MinHyuk sorriu maroto.

ー Mas ele não trabalha para nós. Ah esquece, vou lá ajudá-lo. ー me direcionei até a porta da cozinha, diminuindo o passo quando cheguei no cômodo.

ー Ah, Chang. Está tudo bem? Precisa de algo? ー eu precisava apenas apertar aquele rostinho, ele estava mais fofo do que o normal com aquele avental de cores pastéis com ursinhos.

ー Não. Quer dizer, sim. Na verdade eu vim ajudar você. ー disse e vi KiHyun ficar sem resposta, o que me levou a pensar se ele realmente, fazia tudo sozinho na cozinha todos os dias.

ー Eu posso fazer isso Kyun, não se preocupe comigo. ー se permitiu dar um sorriso sem mostrar os dentes, o que me impulsionou á ir até ele.

ー Eu quero lhe ajudar, pare de recusar minha ajuda. ー pude ver sua orelha ficar rosadinha, talvez tivesse ficado um pouco hesitante com minha ação repetina.

ー Tudo bem. Me ajude com as bebidas e iremos terminar isso aqui rápido. ー voltou á olhar a panela de pipoca á sua frente e eu segui seus passos para achar os copos e o refrigerante.

Após uns minutos, voltamos á sala e JooHeon espalhava beijos na face de MinHyuk, que sorria bobo e apertava as bochechas do mais novo com os polegares e indicadores.

ー MinHyuk, nossa casa não virou ninho de reprodução não! ー KiHyun deu um grito, o qual os fizeram pular de susto e quase matar JooHeon do coração. ー Vamos assistir esse filme logo.

Puxamos a mesinha de centro para perto do sofá-cama agora aberto para dar espaço para nossas pernas se esticarem, e colocamos os copos cheios encima da mesma. 

No total, tínhamos três cobertas, seria uma minha, uma de KiHyun e uma para JooHeon dividir com MinHyuk. Mas como o Lee mais velho estava “doente”, ele insistiu para ficar com duas cobertas e fez com que eu e Yoo dividíssemos uma. Foi uma tarefa fácil, e pudemos entrelaçar nossas mãos embaixo do cobertor.

Passou-se duas horas de filme em que nós apenas assistimos sem muitos toques, no máximo, uma hora ou outra, KiHyun fazia carinho em meu braço usando sua mão livre, e chegou a deitar sua cabeça em meu peito; mas não passou disso.

Enquanto o filme rolava, JooHeon e MinHyuk cochichavam e riam baixinho para Yoo não brigar com eles, até que dormiram no estofado. Não fora nada fofo, até porque pareciam mais brigar por espaço do que um abraço.

ー Nem deu medo essa droga, francamente. ー KiHyun encheu as bochechas de ar indicando indignação e eu o observei, rindo de sua expressão. 

ー Não mesmo, mas JooHeon deu uma quantidade significativa de berros no começo. ー respondi e ele gargalhou, depois se virou para o lado em que os dois dormiam.

ー E no final eles nem assistiram mais do meio do filme, esses porcos. ー parevia ter sido ofensivo, mas ele disse cada palavra daquela frase com um sorriso no rosto. ー Vamos subir? ー meu corpo gelou.

ー S-Subir? Você diz, para o seu quarto? ー idiotamente eu cheguei a gaguejar, mas pareceu muito natural.

ー Sim, eu quero lhe mostrar uma coisa. ー disse enquanto descobria suas pernas e colocava os pés no chão.

ー O que exatamente? ー na minha cabeça passavam-se várias coisas, e todas consistiam em malícia. 

ー Venha logo, pare de fazer perguntas. ー seu corpo já estava de pé, e agora ele me puxava com suas duas mãozinhas.

E subimos.

Abrimos a porta com dificuldade, já que nossas bocas estavam ocupadas demais se beijando ferozmente. Entramos no quarto e Yoo me jogou em sua cama e subiu em meu colo rapidamente, voltando a colar nossos lábios.

ー KiHyunnie... você quer fazer? ー por um momento de coragem, levei minhas mãos á sua bunda, a apertando com força, tirando de si um suspiro.

ー ChangKyun... eu quero... ー aquela era a resposta que eu precisava para direcionar minhas mãos á sua barra da camiseta e tentar puxá-la. Porém, fui impedido.

ー ...Mas não agora ChangKyun. Você é virgem, eu tenho certeza disso. Não quero que você faça sexo por impulso meu. Vamos fazer quando você tiver a plena certeza de que é isso que quer. ー seus dedinhos agora faziam carinho em minhas bochechas e ele me fitava calorosamente.

ー Eu quero KiHyun. Eu quero, agora. ー tentei mais uma vez tirar a sua roupa, e de novo fui barrado.

ー Não Im, isso é o líbido tomando conta de seu corpo. Não tenha pressa, meu docinho. ー ele disse e saiu de meu colo, o que me fez fazer uma cara de desaprovação para si.

KiHyun sorriu fofamente e empurrou meu tronco para deitar completamente na cama, logo em seguida deitou-se do meu lado e pousou sua cabeça e mão direita em meu peito.

ー Vamos ficar aqui. ー as pontas de seus dedos acariciavam o local, me causando uma série de arrepios. ー ChangKyun, eu gosto muito de você, sério. ー abri um sorriso de canto e decidi ficar calado para deixar o pequeno continuar falando ー Você é diferente dos outros. Apesar de um nerd, virjão, antisocial, gamer e horrível em exatas, tem algo em você essencial para me deixar bem. É como se fosse... um vício, um vício em beijos, o beijo mais doce e calmo que existe.

ー Eu gosto muito de você KiHyun. ー resolvi me pronunciar ao ouvir aquela declaração melosa ー Você é muito diferente de todos que eu já conheci. Apesar de muito inteligente, pegador, transante, que mora com um colega e que têm uma cor de cabelo, um tanto quanto excêntrica... ー pude sentir o corpinho de Yoo balançar encima de meu peito, denunciando que ele ria ー É como se você fosse meu jogo favorito, um jogo fascinante e que eu nunca quero que acabe.

Vi sua cabeça levantar para me fitar, há uma hora dessas, eu deveria ter ficado vermelho de vergonha. Abriu seu sorriso brilhante e selou nossos lábios brevemente antes de se deitar sobre mim novamente.

Não falamos mais nada, apenas ficamos ali, por inúmeros minutos até que caímos no sono. Juntos.

Acordamos com um estrondo. Poderia ser tudo: uma bomba nuclear mandada pela Coreia do Norte, um terremoto sem previsão, ou a casa poderia estar em chamas e seus pedaços estarem caindo. Mas era apenas MinHyuk e JooHeon. Com panelas.

ー Viemos acordar o casal da nação!!! Bom dia flores do dia!! ー o loiro gritava. Não, melhor, ele berrava como se tivesse um microfone em sua garganta.

ー Porra MinHyuk, vai tomar no cu velho! ー KiHyin se encontrava roxo de raiva, eu estava vendo a hora daquele pitoco de pessoa fazer uma sopa canibal. ー Para com esse caralho, AGORA!! ー eu nunca havia visto Yoo alterado, e foi um susto pois a voz dele saiu como um grunido. De algum modo, eu achei sexy.

MinHyuk e Jooheon ー até agora sem ter dito uma palavra sequer ー correram para fora antes que a bota que o rosado jogara, acertasse eles. 

O maior se encontrava sentado na cama, dedilhando as laterais de sua cabeça como quem sente dores. Me aproximei dele e ele me afastou.

ー Calma meu bem, você sabe que eles fazem isso para te irritar. ー minha mão foi em encontro á sua coxa e acariciou o local.

ー Eu sei, eu não aguento isso, eu já disse para MinHyuk parar com essas coisas. ー sua guarda tinha sido abaixada e ele me olhava com seus olhos lacrimejantes.

ー Oh baby, não se sinta mal, eles estavam apenas brincando. Vem aqui, senta no meu colo. ー deu batidinhas em minha perna, o chamando.

KiHyun se encaixou em meu corpo, afundando seu rosto na curvatura do meu pescoço. Acariciei suas costas para acalmá-lo e ficamos ali por um tempo.

ー Tenho que ir para casa antes de anoitecer, meu pai quer conversar comigo ainda hoje. ー lembrei a mim mesmo mas em voz alta.

ー Ahh, por mim você viveria comigo. Você consegue me acalmar tão rapidamente. ー levantou seu rosto e seus olhos olhavam no fundo dos meus. ー Chang oppa... 

Ouvir aquilo me arrepiou inteiro. Não que eu sexualizasse a palavra, já que as garotas na escola me chamavam assim, minhas priminhas também e por aí vai. Mas o caso era que: foi KiHyun que me chamou desse jeito.

ー O que disse?

ーChang oppa. Gosta que eu te chame de oppa? ー um sorriso malicioso estampou seu rosto.

ーTe deixa sexy. Mais sexy do que naturalmente. ー sorri abobalhado.

ー Bom saber que o senhor me acha atraente. ー disse e saiu de meu colo ーAgora você precisa ir para sua casa, não quero que HyunWoo ache que sou uma má companhia.

ー Tem razão. Mas ele te adoraria, eu tenho certeza, irei te levar para almoçar lá em casa qualquer dia, para que conheca o velho Son. ー me levantava da cama lentamente e calçava meus sapatos.

ー Vou te cobrar isso. Agora vai lá, não vou te levar até a porta poque irei ter que olhar para Minnie. Vou ignorar ele por umas horas. ー fez um biquinho, o qual eu não resistir a beijar rapidamente.

ー Está tudo bem. Até amanhã. ー sai do quarto e me despedi de MinHyuk. Então eu e JooHeon fomos para casa.

Cheguei em casa e as luzes já estavam acesas, indicando que o senhor Son já estava em casa.

ー Tô entrando. ー disse enquanto fechava a porta com chave.

ー Ah, filho. Como foi seu dia? ー essa pergunta sempre te faz pensar em tudo quando você faz algo que não conta aos seus pais.

ー Foi normal. Você queria falar comigo? ー deixei minha mochila no canto da parede e fui até o cômodo qual a voz ecoava.

ー Sim. Sente-se aqui. ー agora que eu via o rosto resplandescente de HyunWoo, sentei-me na cadeira á sua frente e o fitei sério.

ー Pode dizer. É algo sério?

ー Na verdade, não algo que você já não tenha vivido, mas apenas é mais... como posso dizer? Mais tempo. ー ele estava escolhendo cada palavra certa para se expressar.

ー Manda bala pai, para de enrolar. 

ー Eu terei que viajar, ChangKyun, mais uma vez. ー eu vi, mais uma vez a tristeza de não ser um bom pai nas íris de seus olhos.

ー Pai, eu já disse que entendo. Não precisa ficar se condenando desse jeito. ー tentei aliviá-lo.

ー São três dias ChangKyun. Três dias fora. ー sua cabeça abaixou e eu me surpreendi.

ーTudo isso? Para onde você terá de ir?

ー Las Vegas. Mas teremos que ficar por lá para resolver problemas externos que surgiram de última hora com nossos patrocinadores. 

ー Está tudo bem. ーsua cabeça se levantou num salto.

ー Como? 

ー Eu sei que tudo que conquistou até hoje foi graças a esse emprego. Sempre foi um pai presente mesmo com esses imprevistos. Não irei mudar meu amor por ti, pai.

ー Você é um garoto de ouro, ChangKyun. ー os braços fortes do maior me envolveram, num carinho quente e acolhedor. ー Vou começar a me arrumar hoje para sair amanhã cedinho, então, já sabe. Pode chamar amigos, mas sem dar uma festa de arromba aqui, por favor.

ー Claro que não, pai. Eu sou responsável okay? ー sua risada de deboche tinha preenchido o cômodo

ー Então tudo bem, senhor Responsável. Agora vá para a cama que você acabou de voltar de férias e precisa estudar. ーapontou para a porta me indicando para sair.

ー Isso que eu ganho por ser um filho maravilhoso, uns belos chutes do pai. Vai ter volta, senhor HyunWoo. ー fiz drama enquanto sai do quarto e pude ouvir suas risadas abafadas.

Eu estava quase pronto para ir para cama. Tinha dado boa noite para KiHyun e conversado sobre o que meu pai tinha me dito com JooHeon, escovei meus dentes e vesti meu pijama vermelho de carrinhos azuis e fui para a cama.

Dando uma última olhada nos meus e-mails, vi um suspeito e que acabara e chegar. Abri o arquivo.

“Prezado Im ChangKyun,

Parabéns, eu perfil foi um dos escolhidos para a próxima etapa da seleção de Novos Talentos da Kim’s Entertainment.

Comparecer na empresa em até dois dias para fazer a audição.

Boa sorte.

Do dono da Kim’s Entertainment, CEO Kim SeokJin.”

E nessa noite eu não preguei o olho nem por um minuto.