História Selfie - Capitulo 20: O início do ano! Parte 1

Hinata P.O.V

A cada passo eu dava, sentia a neve congelando minhas pernas. Naruto me convidou para ir no deposito. Minha curiosidade fez esquecer da tempestade de neve, um grande erro meu. Havia alguns funcionários limpando a passagem, porém foi em vão. A neve caia com mais intensidade.

-Ai... –Senti meu pé preso com acumulo de neve.

-O que foi? –Ele se virou. –Precisa de ajuda?

-Não... eu acho. –Usei minhas mãos para puxar a perna. –Não deveria ter vindo com essa bota.

-Deixa eu te ajudar. –Ele estendeu suas mãos em minha direção.

-Obrigada. –Ele me puxou com força, fazendo o pé sair da neve. –Funcionou. Mas quase perdi um braço.

-Desculpe. –Levou uma de suas mãos atrás da cabeça.

-Tudo bem. Estamos quase chegando, certo?

-Sim. Me siga.

Passamos mais algum tempo naquela neve. Quando chegamos no deposito, minhas pernas estavam duras, ele pegou umas cobertas, pediu para ficar sentada num sofá ao lado da entrada. Sem pensas duas vezes, enrolei as pernas nas cobertas, esfreguei minhas mãos nela para esquentar mais rápido.

Ele se aproximou de mim, com uma caixa em suas mãos. Sentou no meu lado se enrolando com a outra coberta.

-Suas pernas estão melhores agora? –Ele abria a caixa.

-Sim, bem melhor. –Olhei para caixa. –O que tem ai?

-Gostaria que avaliasse esses vestimentas. Uma personagem que me inspirei em você vai usar.

-Você se inspirou numa personagem em mim? -Estava espantada, ninguém tinha feito nada igual como antes.

-Sim, mas na verdade como você era no colegial... –Suas bochechas foram cobertas por um tom rosado.

-Posso ver a roupa?

-Claro. –Ele tirou um uniforme escolar simples da caixa, era idêntico a que eu usava na escola.

-Ele é fofinho. –Ergui o uniforme para o alto. –Gostei muito. Já escolheu a atriz que vai representar tua personagem?

-Ainda não. Ontem teve uma seção de audições. Quero escolher a garota certa para esse papel.

-“A garota certa para esse papel seria eu, né? Que horror!” –Enquanto imaginava, encostei minha mão em minha boca cobrindo o sorriso.

-Está rindo de que? –Ele ficou um pouco confuso comigo.

-N-nada não. –Tentei disfarçar.

-Bem, vamos voltar para meu escritório? –Ele pegou o uniforme de minhas mãos, guardando na caixa.

-Er... Eu gostaria de ficar um pouco aqui. A neve quase congelou minhas pernas.

-Oh, podemos passar na área dos faxineiros. Deve estar aberta agora. –Ele tentava espiar o fundo do local.

-Tinha outra entrada e não me falou. –Senti um ódio subir pela cabeça.

-Desculpe, normalmente ela fica aberta por pouco tempo. Vamos lá conferir. –Ele colocou a caixa de baixo de seu braço.

-Ok.

Foi um sacrifício sai de baixo das cobertas, era quentinho e confortável. Acompanhei o Naruto até a entrada dos faxineiros, fiquei impressionada, era um corredor estreito com várias ligações. Em pouco tempo saímos atrás do palco onde ocorria as gravações. Ele me levou até o refeitório, com a promessa de me dá um copo grande de chocolate quente, não pude recusar.

No local, havia poucos funcionários. Alguns autores conversando com seus empresários, Tsunade sentada no canto enquanto tomava o café e lia as notícias no jornal.

-Pode se sentar, vou levar essa caixa até meu escritório. Já volto, não vou demorar tanto.

-Tudo bem. –Sentei em uma das cadeiras.

Quando ele se afastou de mim, reparei que Guren estava na porta. Novamente me fitando com aquele olhar afiado. No início, tentei ignorar o máximo possível, porém começou a me incomodar quando ela foi pegar um copo de café e não desviou o olhar nem por um segundo.

Ela se sentou perto de mim, procurou disfarçar tentando ler um catalogo, minha paciência estava se esgotando.

Fechei meu olhos, procurei respirar profundamente contando os segundos. Quando ergui as pálpebras, ela estava ali me encarando.

-Pelo amor, o que eu te fiz? –Soquei a mesa sem pensar.

-O que? –Ela ficou surpresa com a minha reação.

-Aquele dia no camarim, quando me ajudou com o vestido, parecia outra pessoa. Mas agora fica me cercando com essa olhar!

-Estou apenas vigiando o Naruto-san. Ele precisa de orientação. –Ela voltou a tomar seu café.

-Então o que foi aquilo no escritório dele? Me pareceu outra coisa!

-Está enganada.

Trocamos olhares por algum tempo, aqueles segundos se tornaram longos demais. Novamente respirei fundo, levantei da cadeira.

-Sei que gosta dele, não vai me enganar com essa atuação de baixo nível. Estou indo, preciso me arrumar para virada.

Era visível sua expressão de susto em seu rosto, quando me ouviu falando aquilo. Apenas ignorei e evitei continuar falando.

Olhei em meu celular as horas, já estava ficando tarde. Apressei meu passo, precisava chegar rápido em meu carro. No corredor que ligava a saída, trombei com o Naruto. Fiquei sem jeito, ia embora sem me despedir.

-Onde vai com tanta pressa? Pensei que íamos conversar mais um pouco.

-Desculpe, preciso voltar para casa.

-Entendo. –Ele parecia desanimado. –Talvez num outro dia...

-S-sim. –Apoiei meus dedos próximo dos olhos, senti meu rosto queimar, mas não era febre e sim de vergonha. –O-outro dia a gente conversa. Até mais...

Sem perceber, corri em direção a saída da emissora. Pude perceber que a rua estava sendo limpada, não havia neve em volta de meu carro.

[...]

Mikasa P.O.V

Cheguei na casa de Hinata-sama por volta das 3 da tarde, Asuna estava passando o kimono dela, ajudei com os acessórios e fazer o café da tarde.

-Será que ela vai chegar logo? –Olhei para meu relógio de pulso.

-Espero que sim. Hinata-sama tinha um assunto muito importante para resolver. –Asuna prendia seu cabelo longo e alaranjado, assim não ia ficar incomodada enquanto preparava o bolo.

-Assunto? Que tipo de assunto? –Estava curiosa.

-Parece que ela e o Uzukami-sama tem um caso. –Asuna cobria sua boca com as duas mãos.

-Sério? Pensei que estava tendo algo com o amigo dele, o Inuzuka.

-Também pensei, sinto até um alivio quando soube que ela gosta do Uzumaki.

-Como assim um “alivio”, Asuna? –olhei para ela de uma maneira maliciosa.

Ela largou a colher em cima da mesa, pegando a cadeira para se sentar no meu lado.

-Não conte pra ninguém, nem mesmo para Hinata-sama. Prometa, Mikasa! –Ela segurou minhas mãos, me fitando como se fosse me engoli com os olhos.

-P-prometo.

-Na verdade, faz um tempo que estou gostando do Kiba-san. –Sua feição demostrava um desanimo.

-Por que não comentou isso com a Hinata-sama. Eles parentam ser grandes amigos, talvez ela te ajude a conquista-lo.

-N-não. –Ela saltou da cadeira. –Não quero que ninguém saiba. Por favor, Mikasa! Você é a única que sabe, não vai abri essa boca!

-Não, seu segredo está guardado comigo.

-Obrigada. –Ela voltou a fazer bolo.

Ouvimos o som de um carro parando na frente da casa, a porta se abre e fecha instantaneamente. Hinata-sama passou na frente da cozinha, parando um pouco para recuperar o folego, voltou a correr em direção ao seu quarto. Asuna e eu trocamos olhares, sabíamos que algo deu errado.

-Ela não conversou com ele. –Asuna estava desapontada.

-Parece que sim. Deixou as coisas dela em cima da cama?

-Sim. Vamos esperar, daqui a pouco ela me chama. Preciso dá uns pontos no kimono dela.

-Ok.

Permaneci na cozinha junto com a Asuna, conversamos mais um pouco sobre a empresa e a família dela. Passados alguns minutos, quando ela ia fazer a cobertura do bolo, Hinata-sama grita de seu quarto, era a hora de ajudarmos com sua roupa.

Corremos em direção do quarto dela, Asuna abriu a porta. Hinata-sama se encontrava sentada no chão, seus olhos estava lacrimejando, sua feição demostrava uma vontade de chorar.

-Hinata-sama, estamos desapontadas. Não conseguiu falar com ele, não é mesmo? –Asuna apoiou suas mãos na cintura.

-Eu ia tocar no assunto, mas alguém me atrapalhou. –Ela erguia o kimono.

-Quem? –Me aproximei dela, a ajudando se levantar do chão.

-A Guren. Ela pensa que me engana com aquele papo que está mais preocupada com o emocional de Naruto.

-Quem é a Guren?

-Não se lembra daquela mulher com olhar afiado na minha festa, Asuna? –Hinata-sama ficou de costa para mim parar arrumar sua roupa.

-Oh, sim. Aquela que a Mikasa estava disputando quem conseguia fuzilar mais. –Asuna caminhou em direção da penteadeira pegando o conjunto de agulhas.

-Estava disputando. Ela me olhava e apenas retribui. Voltando o assunto, não se sinta ameaçada, Hinata-sama. Asuna me contou tudo, e concordo com ela, precisa conversar com ele, antes que a Guren declare seus sentimentos para ele.

-Será mesmo que ele ia aceitar os sentimentos dela? –Ela parecia confusa.

-Nunca se sabe, Hinata-sama. –Asuna se aproximou dela. –Talvez um outro dia converse com ele com calma. Mas até lá, precisa está pronta para virada de ano.

-Sim, todos os funcionários estarão esperando na empresa.

-Devo convidar meus parentes? –Ela olhou em minha direção.

-Já os convidei antes, Hinata-sama.

-Obrigada, Mikasa. É tão bom ter você por per ... Ai! –Ela parou sua fala quando a Asuna espetou a agulha. –Cuidado, Asuna.

-Desculpe, Hinata-sama. Estou um pouco perturbada. –Novamente ela crava a agulha.

-Asuna! Sei que ficou brava por ter conversado com ele. Você mesma disse que tenho tempo.

-Sim, me perdoe. Só não quero que se arrependa.

-Claro que não, aliás faz um tempo que estou esperando essa oportunidade e... AI!

-Hehe, essa foi a última vez, Hinata-sama.

Terminamos arrumar a roupa dela, logo em seguida ajudamos com o penteado. Asuna cuidava da maquiagem dela enquanto conversamos da ida dela até a emissora.

[...]

Hinata P.O.V

Consegui ficar pronta antes das 7 da noite, com a ajuda de Asuna e Mikasa.

Estava na sala esperando elas se arrumarem. Com celular em minhas mãos, confirmei a presencia do Neji junto com a Tenten, Hanabi e de meu pai. Levantei do sofá, me dirigindo até a estante, porém fui interrompida com o som de minha campainha.

-Quem será que é? Só pode ser a Tenten. –Me aproximei da porta abrindo-a. –O que você quer agora?

-Desculpe, se quiser eu vou embora!

Gelei no momento que percebi que não era a Tenten, e sim o Naruto. Senti que minha audição havia sumido, minha boca se movimentava apenas para expelir o ar.

-Hinata? Tudo bem com você? –Colocou sua mão sob minha testa.

-Ah, d-desculpe! –Despertei. –O q-que te trouxe aqui? –Abri mais a porta dando passagem para ele.

-É na verdade, tenho algo muito importante para conversar com você.

-Eu também. –Fechei a porta. –Desculpe ter saído naquela maneira, eu precisava resolver umas coisas.

-E conseguiu? –Ele se sentou no meu sofá.

-Sim. Quer algo para beber?

-Precisa não.

-Eu sim, já volto.

Tomei cuidado para não pisar na bainha do Kimono, e me dirigi até a cozinha. Peguei uma garrafa de agua de dentro da geladeira, ali mesmo bebi pelo menos até a metade da garrafa sem perceber.

Inspirei o ar, segurando por alguns segundos, e em seguida expirei. Assim consegui obter a coragem que me faltava.

Voltando para sala, sentei no sofá na frente. Abria e fechava a tampa da garrafa sem motivos, procurei olhar qualquer objeto da casa, evitando fitar ele.

-Hinata? –Ele chamou minha atenção.

-Diga? –Me mantive na mesma ação. –Desculpe, estou agindo que nem uma boba. –Passei a mão em meu rosto.

-Tudo bem... Nem sei como iniciar essa conversa.

-Eu também... Você quer comentar sobre o beijo, não é mesmo?

-Sim. –Ficamos fitando o chão por algum tempo.

-Não sei como agir, sabe? –Dei uma pausa para respirar. –Podemos ser apenas amigos se quiser...

-Não! –Ele parecia não gostar da sugestão. –Claro, só se você quiser...

-Creio que já sabe minha resposta. –Ri um pouco. –Podemos explorar um pouco esse outro lado, que tal?

-Pode ser. –Ele parecia feliz com a decisão.

-Er... –Senti meu rosto queimar. –Então, o devemos fazer agora?

-N-não sei muito bem...

-Vamos passar o ano novo na minha empresa, quer vir junto?

-Sim.