Clarke Pov
Chego em casa depois de um dia que pareceu interminável, vou até a cozinha e acho um prato de sobremesa cheio de cinzas e bitucas de cigarro, só pode ter sido aquela babá esquisita com quem deixei o Aden.
Vou checar Aden em seu quarto e ele não está na cama, vejo uma luz saindo de baixo de sua cama e escuto.
-Sei que estão assustados, mas está tudo bem, porque eu estou aqui. Mas se ficarem com muito medo, me acordem que eu segurarei a mão de vocês. Especialmente você, Monkey que é o menor.
Eu sorrio, e me abaixo para levantar o lençol que tampa embaixo da cama.
-Aden? Oi.
Ele me olha com uma carinha muito fofa.
-Quando Charlotte foi embora?
-Não sei, há pouco tempo.
Olho bem e sorrio, ele está deitado com vários cobertores e bichos a sua volta.
-Parece muito confortável ai embaixo. Eu tenho uma idéia. Que tal você ir no restaurante comigo amanha á noite?
Aden diz que sim com a cabeça e se deita de lado para me olhar, beijo a ponta dos meus dedos e coloco na sua testa e faço um carinho em seu cabelo.
-Boa noite.
-Boa noite tia Clarke.
Após sua escola levo Aden comigo ao restaurante como tinha prometido. Raven nos olha com uma cara de o que é isso?
-Por favor. Falamos depois.- digo a Raven.
Lexa Pov
Clarke Griffin uma das melhores chefs de cozinha de Arkadia, se não a melhor. Gosto de trabalhar com ela e gosto de irritá-la também, é muito fácil fazer ela cair na pilha. Vejo seu sobrinho sentado num balcão mais afastado, balançando suas pernas e escuto Clarke falando com Octavia.
-Eu já tentei de tudo. Não importa o que eu faço que ele não quer comer.
-Por que não tenta dar comida normal de criança?- Octavia fala.
-Você tem falado com o meu terapeuta?
Vou perto de onde Aden e está e sinto seu olhar me seguindo curioso. Pego um pote e um maço de manjericões e me sento ao seu lado. Cheiro as folhas.
-Hmmmm.- começo a tirar folha por folha e colocar no pote. –Sinta isso.
Falo oferecendo o maço a Aden que cheira e não diz nada, só fica me olhando.
-É manjericão. – ofereço um pouco a ele e o mostro como retirar as folhas.
Ele começa a me ajudar e observo Clarke nos olhando, ela vem em nossa direção, mas Raven a chama para ver um dos clientes.
Deixo e Aden com os manjericões e resolvo fazer uma macarronada que é minha especialidade, tenho certeza que ele não vai resistir, Clarke pensa que eu sou louca, mas ela é louca de ficar fazendo comida refinada para o sobrinho. Coloco o macarrão em um prato bem fundo.
-Octavia, termine o prato da mesa 5. Tenho que descansar.
-Sim, claro.
Me sento ao lado de Aden e coloco um pouco de manjericão no prato, Aden me olha e depois olha para o prato. Pego uma garfada e olho para ele.
-Hmmmmm, uhum. Bom.
Parece que tem alguém desejando esse prato de macarrão. Aden só tem olhos para ele.
-Mesa 12 está impaciente. Falta muito? –Fala Murphy preocupado me olhando.
Essa é a deixa que eu queria, dou o prato para Aden.
-Segura isto, por favor.
Vou ao meu fogão para terminar o prato da mesa 12 e fico de olho em Aden, quando ele acha que não tem ninguém o olhando, pega uma garfada e depois mais outra.
-Deixe um pouco para mim. – Falo rindo.
Aden sorri pra mim e continua a comer com muita vontade. Parece que Clarke não estava exagerando quando disse que ele não come nada que ela faça, porque parece que ele não come há semanas.
-Sabe, na antiga Roma, os garotos mastigavam manjericão para o mal hálito antes do baile de formatura. É verdade.
Clarke entra na cozinha e para quando vê Aden comendo, ela olha para Octavia com uma expressão surpresa e de dúvida, Octavia aponta pra mim com a cabeça.
Clarke me olha.
-Obrigada. – diz ela agradecida.
-De nada.
-Ei, não havia bailes na velha Roma. –Aden chama minha atenção.
-Não? Você tem certeza?
-Uhum.
-Pensei que houvesse.
Aden sorri e continua a comer.
Após o expediente faço uma xícara de chá e vejo Clarke indo embora com um Aden adormecido em seus braços.
- Boa noite. – Diz Clarke sorrindo pra mim.
-Boa noite.
Acho que estou amolecendo a mulher marrenta.
Clarke Pov
Lexa pode até ser louca, mas é uma boa pessoa, ela ouviu minha conversar com Octavia e fez uma comida que Aden comeu e, além disso, fez ele sorrir verdadeiramente pela primeira vez depois que Anya faleceu.
Carrego Aden por toda a escada e não sei como consigo chegar até a cama, o coloco e tiro seus sapatos, quando coloco Monkey a seu lado, ele inconsciente abraça o bichinho. Me deito e durmo rapidamente sorrindo ao pensar no que Lexa fez hoje.
Ás cinco e meia da manhã meu relógio desperta, hora de ir a feira de frutos do mar, quando estou saindo escuto uma voz sonolenta.
-Onde você vai? – Fala Aden na porta de seu quarto.
Vejo em seu rosto o medo de ficar sozinho, então o agasalho bem e levo-o comigo.
-Oi Jasper.
-Oi, Clarke. Como está?
-Bem. O que você tem?
-Eu tenho peixes frescos, chegaram há 5 minutos. Ali tem mexilhões bebês.
Olho onde Aden está parado tampando o nariz por causa do cheiro, sorrio com essa visão. Termino de fazer as compras para o restaurante e voltamos para a casa e dá tempo de um cochilo antes do horário da escola.
Acordo assustada e olho o relógio, acho que um cochilo não foi boa idéia, porque agora Aden está atrasado.
-Aden. Aden.Aden acorda. – Balanço ele e nada.
-Acorde! Vamos chegar tarde na escola. Aqui estão suas botas. Vamos, vamos!
Vamos correndo até a escola.
-Só diga que foi minha culpa. Ok? – Beijo a bochecha de Aden e ele corre para a sala.
Vou ao restaurante onde eu e Octavia teremos um encontro com o vendedor de trufas.
-Senhoritas, vocês tiveram muita sorte, chegou novas remessas hoje. Vem de todas as partes, Modena, Montferrato, Bologna. Cheire-a, é uma trufa negra de Parma.
Eu pego a trufa e cheiro e passo para que Octavia faça o mesmo.
-Nada mal. Você tem as brancas?
-Meu melhor produto. Muito difícil de encontrar nesta época do ano.
-Onde as conseguiu?
-Sabe que nunca revelo minhas fontes. – diz o vendedor sorrindo.
-Então, quanto pelas brancas?
-2,200 meio quilo.
-Oh Meu Deus!- escuto Octavia falar.
-É que vem de Alba.- se explica o vendedor.
-Não, não. Acho que minha bolsa rompeu.
-O que? Você tá brincando? – digo chocada.
-Não, eu não estou brincando.
-Meu Deus. Você está bem?
-Eu não sei.- Octavia fala com uma expressão de choque no rosto.
-Você pode chamar a emergência? –Falo ao vendedor que usa um daqueles telefones fixos a orelha.
-Não, não, não. Polícia não.
-Não para a polícia, precisamos de uma ambulância. Ela está tendo um bebê.
Escuto o vendedor falando ao telefone pedindo uma ambulância.
-Mantenha-se calma Octavia, já volto.
Octavia tenta me segurar, mas corro para avisar a Raven. Logo a ambulância chega e eu a acompanho. O parto demorou um pouco, mas pude ver uma linda menina no colo de Octavia com cara de boba.
Vou para o meu apartamento e me sinto feliz, leve. Tiro o casaco, quando me dou conta que tá faltando alguém comigo, ai me lembro que me esqueci de buscar Aden na escola e saio correndo. Ele vai ficar furioso comigo.
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