História Semideuses de férias - O começo

No acampamento meio-sangue estava tudo bem, todos os campistas andavam felizes por lá, os campos de morango magnificamente cheios de morangos, as ondas batiam ao chegar a areia da praia. Estava tudo muito perfeito, tudo muito normal. Mas como vocês sabem semideuses não são normais, portanto, como poderiam gostar de coisas normais?

Toda aquela rotina tranquila estava entediando Leo, lógico que passar um tempo relaxando com Calipso era demais, mas já estava cansativo! O semideus buscava por algo a mais, ele sentia falta dos tempos em que navegava pelo mundo com seus amigos a bordo do Argo II, foi então que ele parou pra pensar e....

-Já sei! Preciso falar com Quíron. –Ele exclamou subitamente, assustando sua namorada.

-Sobre o que? –Calipso pergunta.

-Vou explicar tudo assim que chegarmos a Casa Grande, vamos! –Leo sai puxando a garota pelo pulso.

Na casa grande Quíron e Sr. D jogavam pinochlle e por isso Leo teve que pigarrear para chamar a atenção deles. Os dois olham para o semideus e o Sr. D. fala:

-Por favor, não me diga que você explodiu algo de novo.

-Por incrível que pareça, eu não explodi nada dessa vez. –Leo responde

-Nada de CABUM’s? –O deus do vinho pergunta e Leo confirma com a cabeça. –Então o assunto deve ser sério, fale mais enquanto eu escuto e finjo que me importo.

Dionísio volta a mexer no baralho e Leo o ignora se dirigindo diretamente a Quíron:

-Sem enrolações, eu vou ser direto, vou construir o Argo III, preciso do seu consentimento, por favor, Quíron, deixa vai, eu fui um bom garoto, nem ajudei os irmãos Stolls em nenhuma pegadinha, por favorzinho, se não por mim, pela Calipso, ela é uma boa pessoa, vai! Que me diz? Sim? Talvez? Claro Leo, semideus supremo e rei do fogo?

O centauro franze a testa, como se estivesse tentando absorver as informações. Quíron oferece uma cadeira para Leo e outra para Calipso, dizendo:

-Sentem-se e me expliquem direito essa proposta.

Os dois se sentam nas cadeiras que Quíron oferecera e Calipso fala:

-Eu na verdade não sei de nada, o Leo que apareceu com uma ideia do nada e veio aqui.

O centauro então olha para Leo esperando uma explicação.

- O que? Eu já disse o que eu planejo fazer, acho que ficou bem claro. –Leo diz

-Certo, então você quer reconstruir o Argo II, é isso?

-Bem, não exatamente. –Leo fala deixando Quíron confuso. –Eu pensei em construir um novo Argo, totalmente melhorado e com tecnologia de ponta.

Quíron coça sua barba com uma das mãos enquanto Leo o observa ansioso.

-Ok... Mas por que você quer fazer isso? –O centauro se intriga.

Leo explica para ele toda a situação e no final diz:

-... Vai ser tipo quando estávamos a bordo do Argo II, mas sem as batalhas épicas e a morte quase certa.

-Hunf, eu preferia do jeito antigo. –Dionísio se intromete.

-Achei que não estivesse prestando atenção. –Leo provoca

-Olha aqui, sem gracinhas comigo garoto! Eu sou o grande deus do vinho! –O Sr. D. fala se sentindo grandioso

-Só se for grande no sentido de ser gordo. –Leo murmura

-O que foi que você disse? – Dionísio pergunta com a sobrancelha arqueada

- “Deve ser um grande fechador de acordo”. –Leo responde e o Sr. D. o olha desconfiado, mas depois volta a brincar com as cartas. –Mas voltando, você consente que eu comece a construção Quíron? Por favor!

O conselheiro olha para o semideus com um olhar de rendimento e suspira, acabando por ceder:

-Tudo bem, você pode fazer, mas lem...

-Isso! Valeu mesmo! Pode deixar! Fica tranquilão! –Leo já saíra da casa grande e fora arrumar os preparativos para iniciar a construção.

Quíron sorri ao ver o semideus animado ir embora, ele adverte Calipso:

-Tome conta dele, para que não faça nada errado.

-Pode deixar que ele não vai fazer nenhuma besteira. –A garota ri.

[...]

Desde que conversara com Quíron, Leo passara a maior parte do tempo no Bunker 9 começando a planejar tudo.

-Leo, você deveria sair daqui um pouco, já faz uma semana quase que você está aqui sem sair e sem dormir. Tomar um pouco de sol não faz mal, você está até parecendo Nico! –Jason fala entrando no Bunker.

-Ah, que nada, eu estou bem. –Leo responde parando de mexer na máquina que estava concertando. –Trouxe o sanduiche que eu pedi?

Jason entrega para ele um saquinho do papel que continha seu lanche dentro. Leo pega o saco e já vai abrindo, ansioso pela comida.

-Mas afinal, o que é que você está fazendo? –Jason pergunta mexendo nas maquinas espalhadas pela oficina.

-Ei Grace, não mexa aí, essas coisas são delicadas e.... Ei! Eu pedi um sanduba de presunto, você trouxe o de atum. –Leo reclama ao morder seu sanduiche

-Fique feliz que eu pelo menos o trouxe. Piper não queria que eu trouxesse, segundo ela você tem que sair um pouco, nem que seja para pegar comida. – Jason devolve as peças de metal ao lugar

-É isso aí, bros before girls. –Leo fala erguendo a mão para um high five.

-Você não tem jeito, Leo! – Jason bate na mão de Leo. –Mas afinal, você não me respondeu, para que todas estas coisas de metal?

Leo limpa a boca suja de atum e fala:

-É uma surpresa, vou explicar tudo quando o pessoal tiver chegado.

O loiro inclina a cabeça com a testa franzida:

-Que pessoal?

-Os romanos, dãh! –diz Leo. –Ah, e Percy e Annabeth, não podia deixar o casal mais adorado de todos os tempos de fora, não é?

Ao ver o loiro revirar os olhos achando graça, Leo completa:

-Não que você e a Pips não sejam adoráveis, mas percabeth é percabeth, vamos admitir!

O Grace vai em direção a porta balançando a cabeça inconformado com as ideias do amigo.

-Tchau Leo, faça bom proveito de seu sanduiche. –Ele dá um sorriso e vai embora.

Leo volta a trabalhar em suas engenhocas, até que após seis horas de trabalho o garoto adormece.

-LEO VALDEZ! MAS QUE DROGA, PODE SAINDO DAÍ! ACABOU A PALHAÇADA!

O latino acorda exasperado e cai da cadeira em que estava sentado. A filha de Afrodite entra gritando pelo Bunker, sem se preocupar em parecer uma louca desgovernada. Jason e Calipso vinham logo atrás da morena, mas mantendo certa distância por precaução. Piper chega até onde Leo estava no chão e para com os braços na cintura, com uma cara de brava que chegou a dar medo no filho de Hefesto.

-Pipes, tudo bem? Quer um calmante? –Leo brinca

-UM CALMANTE? EU QUERO É SENTAR MINHA MÃO NA SUA CARA! –Piper berra cada vez mais brava

-Hun, Jason, que tal segurar sua namorada por alguns segundo enquanto eu reponho minhas forças? –Leo pede

-Você gerou o problema Leo, agora aguente. –Jason fala

-Ah cara, e aquele papo de bros before girls?

-Que papo? –Calipso fala cruzando os braços para Leo

-É Jason, que papo? –Piper também pergunta desconfiada para Jason.

O loiro coça a cabeça tentando pensar em algo:

-Então amor, esse papo, bem, hun... Ah, que merda Leo! Você tinha que mencionar esse papo, não é!?

E com essa cena linda de Leo completamente cercado por três pessoas raivosas com ele é que o semideus é salvo pelo gongo, quer dizer, por Will Solace. O loiro entra no Bunker com a expressão mais leviana do mundo, em seu rosto estampado o sorriso de tranquilidade que fazia as pessoas esquecerem o porquê de estarem brigando e quererem sorrir também, com seu andar rotineiro de surfista, isto é, sem preocupação alguma, ele chega até onde Leo estava ainda caído no chão.

-Ei gente, tudo bem aqui? –O filho de Apolo fala de bom humor como sempre. –O Sr. Pediu para eu chama-los, principalmente o Leo.

Coincidentemente os quatro se entreolham e Leo decide que já era hora de levantar do chão. O semideus passa entre Jason e Piper ligeiramente e dá um beijinho rápido e cuidadoso na bochecha de Calipso.

-Antes que vocês lembrem que queriam bater em mim... Hasta la vista! –Leo dá o fora do Bunker 9.

-O que será que o Sr. D quer com o Leo? –O Grace questiona

-Não sei, mas boa coisa não deve ser! –Piper palpita

-Você sabe do que se trata? –Cali se refere a Will

O loiro responde:

-Pelo que eu ouvi, não tenho certeza, mas me parece que os romanos chegarão mais cedo do que o esperado!