1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre foi Você >
  3. Fim

História Sempre foi Você - Fim


Escrita por: freetofly

Notas do Autor


Obrigada mais uma vez! Espero que gostem, boa leitura! <3

Capítulo 37 - Fim


 

Já tive muitas emoções na minha vida, mas nada se compara ao momento em que aquela menina virou seu rostinho para mim. Ninguém precisava me falar, eu soube na mesma hora, ela era minha filha, minha. Tentei segurar a emoção para não assustá-la, ergui meus braços em sua direção e ela se jogou neles. Não consigo mais, um soluço escapa dos meus lábios, eu estava com minha filha nos braços. Fecho meus olhos e abraço aquele corpinho delicado. Ela tinha um cheirinho doce. Deus, eu tinha uma filha!

Olho para Luisa e ela está chorando também com a mão em seu peito. Limpo meus olhos e me afasto para olhar mais uma vez para aquele rostinho lindo.

- Oi, qual o seu nome? – olho para Luisa – Ela entende coreano? – ela balança a cabeça negando. Repito a pergunta em português.

- Sure – ela diz me olhando nos olhos, assim como a mãe gosta de fazer. Deus, ela é linda.

- Sure é um nome bonito, eu gosto. Você é linda, Sure – apesar dela não ter nada da Luisa, ela é linda como a mãe. Ela começa a ficar inquieta e pede o colo da mãe.

- Eu queria ter te contado antes...- Luisa começa a falar e o encanto do momento acaba. Ela não poderia ter escondido de mim por tanto tempo minha filha.

- Mas não contou. Durante quanto tempo você a esconderia de mim? Ou talvez eu nunca soubesse se não tivesse vindo atrás de você. - Estou puto, Luisa jamais poderia ter a escondido de mim. Tento me controlar, não quero discutir com ela na frente da menina.

Nesse momento uma mulher se aproxima de nós, é a mãe de Luisa, a reconheci pelas fotos que já tinha visto.

- Boa tarde – ela fala e percebo que também esteve chorando. – sou a mãe de Luisa.- apenas me curvo em cumprimento – Vou levá-la para lanchar, ela deve estar com fome – nesse momento dou um passo a frente, não queria que a tirassem de mim. – Vocês precisam conversar. Vou estar lá dentro com ela – ela fala como se adivinhasse meus pensamentos e se afasta com minha pequena me dando tchau. Dou uma corrida e beijo sua mão gordinha. Ela sorrir para mim, e puta que pariu, eu já era capaz de matar por ela.

- Vamos conversar – Luisa fala receosa. Não queria ter que falar com ela agora. Estou muito puto por ela ter escondido durante todo esse tempo minha filha. Ela não tinha esse direito. Por mais que tivesse magoada, ela não fez a filha sozinha, porra. Ela era minha também.

- Você não tinha esse direito! – grito – Como você teve coragem de ser tão egoísta assim? Você não sabe o que eu passei durante esses dois anos, não sabe como eu te procurei, você fugiu sem nem ao menos me escutar – estou fora de mim – E agora eu descubro que tenho uma filha que nem ao menos eu vi nascer.

- Calma- ela chora descontroladamente – Não pense que para mim foi fácil, porque não foi.

- Mas você tinha ela, e eu? E eu só tinha lembranças e dor – coloco as mãos na cabeça.

- Por favor, eu ouvi tudo que você tinha a me dizer. Agora me escuta, Yong, por favor – ela segura meu braço me implorando.

- Eu vim aqui para isso – é o que sai da minha boca. Ela respira fundo tentando se acalmar e se senta na espreguiçadeira, me indicando a outra ao lado. – Estou bem de pé. - Porra, eu tinha acabado de descobrir que tinha uma filha e ela quer que eu me sente?

- Eu não sabia que estava grávida até chegar no Brasil. No início achei que meu mal estar era por conta da minha saúde e tristeza, mas depois que minha mãe me levou ao médico, descobri que estava esperando um filho seu. – ela coloca as mãos na barriga - Minha primeira reação não foi das melhores, eu não queria nada mais na minha vida que me lembrasse você, mas depois comecei a pensar que isso poderia ser um presente de Deus, talvez ele quisesse me confortar, aliviar a minha dor, me dando um pedacinho seu. E foi aí que comecei a aceitá-la. – ela para, respira passa as mãos no rosto. –No início, eu decidi que você nunca saberia sobre ela. Ela não precisaria de um pai, eu e minha família não deixaríamos faltar nada a ela. Quando ela estava com um ano, apareceu a oportunidade de comprar essa pousada e com a ajuda dos meus pais, conseguimos fazer o negócio prosperar. Sure adora isso aqui. – Ela olha ao redor como se tivesse vivenciando suas lembranças.-  Com o tempo, fui mudando de ideia e achando que talvez você precisasse saber da existência dela.

- Talvez? Eu sou o pai, eu tinha o direito!- falo exasperado.

- Mas eu tinha medo de que você pudesse tirá-la de mim! – ela se levanta – Eu tinha certeza de que não voltaria mais para Coréia, minha vida aqui já estava estabilizada e você talvez já tivesse com outra pessoa... E então como faríamos com a nossa filha? Ela ficaria seis meses lá, e seis meses aqui? Não! Eu não suportaria ficar longe dela – ela começa a chorar – Yong, não houve um único dia que eu olhasse para Sure e não pensasse em você. Não só por ela ser sua cara, mas também pensando nas coisas que você estava perdendo, seu nascimento, seu primeiro choro, riso, primeira papinha, você não teria nunca isso. E era isso que estava me matando, eu sei que você não merecia, que Sure não merecia, mas ela é tão minha...Meu medo de perdê-la foi tão grande. Ela é tudo que me restou de você. Sim, eu fui egoísta, Sure foi minha força, minha luz. Quando ouvi a música que você gravou, eu soube que era pra mim. Eu já estava começando a planejar minha ida para Coréia. Você ia conhecer a nossa filha.  – ela abaixa a cabeça e se senta chorando inconsolavelmente.

De repente fico imaginando tudo que ela passou, de como deve ter sido difícil para ela eu não estar ao seu lado. Será que eu em seu lugar também não teria feito a mesma coisa? Uma coisa é certa, não consigo odiar Luisa. Por mais que ela tenha me escondido nossa filha, não consigo. Não posso julgá-la, assim como ela me julgou um dia. 

Sento na outra espreguiçadeira e coloco a mão em sua perna.

-Ela tem seu sorriso – falo. Ela levanta os olhos.

- Alguma coisa minha ela tinha que ter – dá um sorriso fraco.

- Ela é linda, Luisa. Nossa filha é linda. – falo emocionado.

- Ela é. – ele se levanta e se ajoelha perto de mim segurando meu rosto com as duas mãos. – Você me perdoa?

- Eu te amo, talvez eu tenha perdido muita coisa da minha filha, mas não vou perder mais nada à partir de agora. – ela me dá aquele sorriso que me deixa louco. – Eu vim a sua procura para acertamos as coisas, não quero mais mal entendidos entre nós. Não posso te prometer que nunca mais vamos brigar, mas te prometo que vou tentar te fazer feliz todos os dias. – ela se levanta lentamente e me beija com paixão. 

– Eu senti tanto sua falta – ela fala ofegante.

- Me mostre o quanto.

- Vou te mostrar todos os dias. – ela me abraça.

- Você ia mesmo para Coréia?

- Ia, eu sabia que aquela música era pra mim. Então, decidi que mesmo dois anos atrasada, eu iria escutar o que você tinha a falar e iria levar Sure para conhecê-lo.

- Eu pensei que fosse enlouquecer.

- Eu só não enlouqueci porque tinha a Sure.

- Promete que nunca mais faz isso?

-Prometo, e você promete que nunca mais vai me esconder nada?

- Prometo, eu ia te contar tudo no domingo quando fosse te buscar em Haesbich.

- E eu resolvi te fazer uma surpresa... – dou um beijo calando-a. Não quero falar agora disso, é muita dor.

- Teremos todo o tempo para falarmos sobre isso. Não vou deixar vocês nunca mais. Vamos entrar? Fui rude com sua mãe e quero me desculpar. E também quero ficar mais um pouco com minha filha.- caralho, falar minha filha era bom demais.

- Já vi que perdi para aquela miniatura de GDragon – ela fala rindo.

Levantamos e fomos em direção a pousada. Havia um anexo nos fundos, era uma enorme casa de dois andares. Entramos e dou de cara com minha filha dançando em frente a TV. Ela era uma graça. Me aproximo e cumprimento mais uma vez sua mãe.

- Peço desculpas por mais cedo. Prazer em conhecê-la – falo em coreano, pego sua mão e a beijo. Luisa traduz o que eu disse a ela.

- Sem problemas – ela diz em português e consigo entender mesmo com Luisa traduzindo. Esses quase dois anos que fiquei no quartel, aproveitei para estudar o português. Ainda não domino a língua, mas muita coisa já aprendi. Queria fazer uma surpresa para Luisa quando a encontrasse.

Nesse momento entra um senhor de meia idade na sala.

- Esse é meu pai. -ela diz sorridente. Percebo o orgulho e satisfação que ele olha para ela.

- Prazer, senhor – me curvo.

Ele me dá apenas um sorriso.

Minha filha vê o avô e corre em sua direção agarrando suas pernas. Fico com uma pontada de inveja dele, será que um dia ela fará isso comigo também?

Ele a pega no colo e pede para que ela cante uma música que não conheço. Ela começa a cantar e a bater palminhas me olhando, não resisto e vou até eles batendo palmas. E então ela quase me faz ajoelhar e chorar, se joga nos meus braços e aperta meu pescoço com seus bracinhos fofos e me dá um beijo.

- Não caia nos truques dela, essa aí sabe como conseguir as coisas. – Luisa fala sorrindo. Eu faria qualquer coisa por essa menina.

- Vou terminar o jantar, fiquem à vontade. – minha querida sogra fala e se retira. Caralho, não acredito que estou passando por isso. Somos uma família agora. Eu não poderia estar mais feliz.

Conversamos e nos divertimos com Sure, ela era uma menina encantadora, era esperta, inteligente e não ficava quieta um só segundo. Eu estava babando pela minha filha. Após jantarmos, conversamos mais um pouco e Luisa começa a se despedir dos seus pais, fico sem entender, será que ela quer passar a noite fora comigo? Claro, não ficaria bem dormimos juntos na casa dos seus pais.

Me despeço também com Sure em meu colo já sonolenta.

- Essa hora ela já costuma estar dormindo – Luisa diz já no lado de fora – Onde estão suas coisas?

- No carro, vamos dormir na pousada?

- Não, eu moro aqui – ela aponta uma escada na lateral da casa. Por isso não vi escadas do lado de dentro da casa dos seus pais. – Me dá ela aqui e vá pegar suas coisas.

Faço o que ela pede com muita dificuldade, me separar da minha filha já estava se tornando uma tarefa difícil.

Pego minha mala e subo as escadas correndo. Empurro a porta e entro. Era uma sala pequena mais muito bem decorada. Coloco a mala no chão e vou procurar minhas meninas. Luisa está colocando Sure na caminha dela. O quarto da minha filha era todo azul e rosa, com detalhes de fundo do mar. Ela já está dormindo. Luisa liga um aparelho que acredito ser uma babá eletrônica, acende um abajur e apaga a luz. Para na porta de frente a mim.

- Eu seria capaz de ficar a noite toda olhando para minha filha – falo sussurrando.

- Eu sei que seria, mas agora, tem alguém precisando muito mais do pai dela. – ela fala também sussurrando.

E depois de um longo tempo, muito choro e muita dor, eu estava no meu lugar preferido. Dentro da minha deusa.

*

 

Estou no aeroporto quatro dias depois da minha chegada. Tenho que ir embora porque havia um show importante marcando o meu retorno e do Top. Foi muito difícil ter que largar as mulheres da minha vida, mas Luisa não poderia ir embora sem antes resolver todas as pendências. Ela me prometeu que em menos de quinze dias elas estariam lá na Coréia comigo. Combinamos que viríamos ao Brasil duas vezes ao ano. Seus pais vão continuar cuidando dos seus negócios, mas ela quer continuar gerenciando. Por diversas vezes pensei em desistir do show, não queria me separar delas nunca mais, mas pensei nos meninos e de quão importante era para eles também esse show.

A cada dia eu estava mais apaixonado pela minha filha, ela era uma menina muito especial. Enviei fotos dela para os meninos e para minha família. Foi difícil segurar minha mãe na Coréia, ela queria pegar o primeiro voo para o Brasil para conhecer a neta.

Luisa fez um bom trabalho, a pousada fica em um lugar privilegiado, com muito verde e uma linda praia. Um ótimo lugar para criar Sure. Aliás, foi através dessa pousada que a pessoa que contratei para localizar Luisa a encontrou.

Anunciam meu voo e já estou com vontade de chorar. Estou ficando a porra de um frouxo.

Me despeço da Luisa e da minha Sure segurando as lágrimas. Quando me viro, escuto a voz da minha pequena.

- Papai - ela grita vindo correndo na minha direção. Era a primeira vez que ela me chamava de papai. Volto correndo e a agarro novamente. Foda-se que estou chorando. Era minha filha me chamando de papai, porra!

 

Todos já conheciam Sure, não cansava de mostrar fotos e vídeos dela fazendo gracinhas. Ela era uma terrorista ligada no 220vlts. E eu era simplesmente um pai orgulhoso e babão.

Já estava cinco dias sem minhas meninas e parecia uma eternidade. Por mais que nos falássemos todos os dias, não era a mesma coisa. Luisa viria só na próxima semana, até lá eu teria que sobreviver. Hoje era o show de retorno. Eu estava nervoso, fiquei um tempo longe dos palcos, e apesar de termos ensaiado incansavelmente, eu não sabia como seria.

O show começa e o público corresponde com entusiasmo. Piso no palco e é como se eu nunca tivesse saído dele. Em um determinado momento do show, abaixam o volume do som. Fico sem entender olhando para os meninos. Eles se afastam me deixando sozinho no meio do palco. Olho para todos confuso, a plateia também parece não entender o que está acontecendo. De repente ouço uma vozinha cantando.

- Bang, bang, bang .Ppangya, ppangya, ppangya…

Olho a direita e vejo minha miniatura em versão feminina entrando no palco dançando cheia de marra. O palco era dela. Minha filha! Puta que pariu, acho que vou morrer. Sure vem cantando em minha direção e os meninos se aproximam cantando com ela. Me ajoelho e ergo os braços para minha Sure sem conter as lágrimas. Luisa estava no canto do palco chorando. A plateia, apesar de confusa, canta junto também. Pego minha menina, vou até o canto, e pego na mão da Luisa a puxando para o meio do palco. Paro a música e o silêncio toma conta do estádio.

- Hoje esse show não está só marcando minha volta aos palcos, hoje esse show também está marcando minha volta a vida. Quero que todos vocês conheçam e recebam de braços abertos, minha mulher e minha filha. – O estádio vem abaixo entre aplausos e assobios. Olho para Luisa – Luisa, você quer se casar comigo? – de novo o silêncio. Ela coloca a mão na boca e afirma com a cabeça emocionada. Dou um beijo nela e outro na minha filha. Eu era a porra do homem mais feliz do mundo.

Minha vida estava sobre esse palco. Eu fiz muita burrada, mas acho que acertei mais do que errei. Por que hoje tenho tudo e sou feliz. A vida me deu uma segunda chance e jamais vou desperdiçá-la.


Notas Finais


Até a próxima fic, aguardem! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...