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História Sempre Fui Sua - Chapter 9


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 10 - Chapter 9


Os murmurinhos diminuíram nos dias seguintes.

Algumas pessoas ficaram sabendo que Zayn e eu estávamos no vestiário, transando. Outras acreditavam que eu o tinha convidado, tentando seduzi-lo. Algumas pensavam que ele tinha entrado para me ameaçar depois do que houve com Madoc. Não importava em qual história as pessoas acreditavam, eu estava recebendo mais olhares e escutando mais sussurros pelas costas.

– Ei, Selena. Você apenas transa no vestiário ou também faz sexo oral? – gritou Hannah Forrest, a abelha-rainha das meninas malvadas, pelas minhas costas a caminho da aula de Cálculo. Suas lacaias riram junto.

Virei-me para encará-las e levei a mão ao coração.

– E roubar todo o seu negócio? – Aproveitei para curtir as expressões chocadas antes de dar meia-volta e seguir em frente.

Conforme desaparecia ao me virar, o barulho dos xingamentos dela e de sua equipe trouxeram um sorriso ao meu rosto. Já tinha sido chamada de vaca antes, mas não me ofendia tanto quanto ser chamada de vagabunda. Ser uma vaca podia ser uma técnica de sobrevivência. Elas são respeitadas. Não havia honra quando as pessoas achavam que você era uma vagabunda.

Acho que Zayn não recebeu uma punição muito severa por ter entrado no vestiário feminino, já que estava na escola todos os dias. Ele não me olhou ou me notou, apesar de estarmos na mesma turma. Fui dispensada das aulas de Informática à tarde, pois terminei a grade do último ano lá na França, por isso fui transferida para Cultura em Filmes e Literatura sem saber que ele estava na mesma sala. As matérias eletivas deviam ser aulas prazerosas, cheias de filmes e livros.

– Sel, você tem uma caneta sobrando pra me emprestar? – perguntou Ben Jamison assim que nos sentamos em nossos lugares. Ele, graças a Deus, continuou amigável e respeitoso na aula de Francês, apesar das fofocas recentes, e fiquei aliviada por ter uma distração de Zayn nesta classe.

– Hmm… – Coloquei a mão dentro da bolsa, procurando. – Acho que sim. Aqui está. – Ben me presenteou com um sorriso radiante que destacava seu cabelo louro-escuro e seus olhos verdes. Nossos dedos se tocaram e eu me afastei rapidamente, deixando a caneta cair antes de ele conseguir pegá-la.

Não sei porque me afastei, mas senti em minha nuca os olhos de Zayn me medindo.

– Não, deixa comigo. – Ele me interrompeu quando eu ia me abaixar para pegá-la. – Não esquece de me pedir de volta no fim da aula.

– Pode ficar com ela. – Acenei no ar. – Estou com um bom estoque. Uso mais lápis, mesmo. Preciso para as minhas aulas de Ciências e Matemática. Principalmente comigo… muita coisa pra apagar. – Estava tentando agir com humildade, mas acabei soltando uma diarreia verbal em vez disso.

– Ah, é verdade. Esqueci que você se liga nessas coisas. – Ele provavelmente não esqueceu. Com certeza, não estava entendendo nada. Minhas narinas dilataram ao me lembrar de todo o dano que Zayn já tinha causado. Ele era o responsável pela falta de interesse dos outros meninos em mim.

– Estou tentando entrar na Columbia, no cursinho preparatório para Medicina. E você? – perguntei. Esperava não ter soado arrogante, mas não me sentia insegura com Ben. A família dele tinha um jornal e seu avô era juiz. Ele, provavelmente, também se candidataria para as escolas mais prestigiadas.

– Estou tentando alguns lugares. Mas não vou seguir para a área de Matemática ou Ciências. Vou fazer Administração.

– Bom, espero que você goste um pouco de matemática. Administração está ligada a economia, sabia? – apontei. Seus olhos se ampliaram e percebi que ele não sabia.

– Ah, é. – Ele parecia confuso, mas se recuperou rapidamente. – Com certeza. Se não for muita coisa. – Ele sorriu, nervoso, enquanto eu registrava um risinho vindo por trás de mim.

– Então… – tentei mudar de assunto. – Você está no comitê do Baile de Retorno, certo?

– Sim. Você vai? – Ben parecia empolgado.

– Ainda estou vendo. Você contratou uma banda ou será um DJ? – Banda. Banda. Banda.

– Uma banda seria demais, mas eles costumam tocar só um tipo de música, então fica difícil conseguir agradar todo mundo. Teremos um DJ. Acho que foi o que todos decidiram. Ele vai manter a festa agitada misturando pop, country… – Ele deu um sorriso, diminuindo o tom de voz, enquanto eu lutava para continuar com uma expressão feliz.

– Ah… pop e country? Não tem como errar. – Murchei por dentro ao perceber outro risinho pelas costas, só que dessa vez mais alto. Sem vontade alguma de deixar passar despercebido como da última vez, observei novamente Zayn, que estava olhando para baixo, mexendo no celular. Mas vi seus lábios se levantarem e sabia que sua diversão foi provocada pela minha conversa com Ben.

Idiota.

Zayn sabia que eu odiava country e não tinha muita paciência com pop. Igual a ele.

– Então você gosta de pop e country? – Voltei minha atenção para Ben. Por favor, diga que não. Por favor, diga que não.

– Gosto mais de country.

Eita, pior ainda.

Matemática e Ciências? Negativo. Gostos musicais? Negativo. Ok, último esforço desesperado para encontrar algo em comum com o cara que sentaria ao meu lado durante duas aulas neste semestre. A professora chegaria em breve.

– Sabe, fiquei sabendo que vamos assistir O sexto sentido neste semestre. Já assistiu? – Meu telefone tocou notificando uma mensagem, mas eu o silenciei e joguei dentro da bolsa.

– Ah, claro que sim. Mas já faz um tempão. Não entendi. Não sou muito fã desses filmes que misturam suspense e terror. Gosto de comédias. Quem sabe a professora nos deixe assistir Borat. – Ele arqueou as sobrancelhas como provocação.

– Ei, Jamison? – Zayn falou de repente atrás de nós, com um tom excessivamente educado. – Se você gosta do Bruce Willis, uma boa dica é Corpo fechado. Você devia assistir… sabe, se quiser mudar sua opinião sobre filmes de suspense.

Minha carteira passou a ter a vista mais interessante. Não quis me virar para dar de cara com Zayn. Fiquei sem palavras ao perceber que ele se lembrou do meu gosto por filmes.

Ben se virou na carteira e respondeu:

– Claro, vou tentar me lembrar disso. Obrigado. – Ele se virou novamente e abriu um sorriso para mim.

Zayn era muito cara de pa/u. Queria que eu soubesse que ele lembrava que o Bruce Willis era meu ator favorito. Assistimos a Duro de matar um dia quando meu pai não estava em casa, já que ele não me deixava ver por causa dos palavrões. Zayn sabia muita coisa sobre mim, e isso me magoava. Ele não tinha direito algum de usar isso contra mim.

– Ok, turma – a Sra. Penley falou alto, segurando uma pilha de papéis. – Além da apostila que vou distribuir, Trevor vai lhes dar o modelo de uma bússola. Escrevam o nome de vocês na parte de cima, mas deixem as áreas ao redor do Norte, Leste, Sul e Oeste em branco.

Pegamos os papéis e deixamos a lista da Sra. Penley de lado para seguir as instruções da bússola. Começar a aula com uma atividade me deixou aliviada. A angustiante pressão do olhar que sentia por cima da minha nuca me distraía, para dizer o mínimo.

– Muito bem. – A Professora Penley bateu palmas. – As apostilas que dei para vocês contêm listas de filmes com monólogos importantes. Como já havíamos começado a debater sobre monólogos e a importância deles na aula de Filmes e Literatura, quero que comecem a fazer uma pesquisa sobre alguns desses. Na aula de amanhã, vamos conversar sobre o primeiro projeto que farão para apresentar um monólogo à turma.

Apresentação individual. Droga! Recitar um monólogo. Droga, droga!

– Além disso – continuou a Sra. Penley –, vocês terão que formar duplas com pessoas diferentes em diversos debates este ano. E vão descobrir com quem farão a dupla com base nesta bússola. Terão cinco minutos para circular pela sala de aula à procura de parceiros para seu Norte, Sul, Leste e Oeste. Quem for escolhido para preencher o seu Norte, por exemplo, também colocará você como o Norte dele, e assim por diante. É meio infantil, mas vai ajudar a misturar um pouco a turma.

De vez em quando era legal fazer trabalho em grupo, mas eu preferia trabalhar sozinha. Torcia constantemente o nariz ao pensar no comando “Formem duplas!” este ano. Palavras horríveis.

– Comecem! – gritou a professora. O chiado de carteiras se arrastando no chão preencheu a sala. Ao pegar meu papel e lápis, comecei a procurar por alguém que ainda não estivesse com um par. Eu via ao redor os outros anotando rapidamente os nomes, enquanto eu ainda não tinha nem começado.

Ben sorriu e acenou para mim, então fui até ele e trocamos nomes no Leste. Observando os locais em branco nos papéis dos outros alunos, pude garantir Oeste e Sul com outras duas meninas.

Preciso de um Norte, cantei mentalmente enquanto procurava por outro parceiro. Quase todos correram para seus lugares quando os cinco minutos finais se aproximavam. Olhei para Zayn, que acho que nem ousou sair de seu lugar. Provavelmente, todos correram até ele.

Esta era a parte do colégio que eu odiava. A sensação de vazio na barriga me lembrou de todos os momentos constrangedores, antes da França, em que fui deixada de lado. O primário tinha sido fácil. Tinha amigos e nunca me senti sozinha nessas situações. O ensino médio me deixou menos confiante e mais introvertida.

Ainda faltava um parceiro para mim e, mais uma vez, eu seria a aluna sem par. Cansada dessa sensação, depois de ter sido acolhida na França durante um ano, resolvi tomar uma atitude.

– Sra. Penley, estou sem um Norte. Tem algum problema se eu fizer a três com outras duas pessoas?

Risos desdenhosos soaram pela sala, e ouvi alguns alunos sussurrando baixinho. Sabia que tinha caído numa armadilha.

– Ei, Sel. Eu faço a três com você. Minha bússola sempre aponta para o Norte. – Nate Dietrich deu um soquinho em seu parceiro enquanto os outros riam de novo.

Surpreendendo a mim mesma, revidei:

– Obrigada, mas acho que sua mão direita vai ficar com ciúmes. – A classe toda começou a gritar olé e a vaiar.

Foi muito fácil. Usando alguns gracejos infantis hoje, consegui ganhar novamente algum tipo de respeito dos meus colegas de classe. Quem adivinharia? Um orgulho bateu em mim e tive que refreá-lo com um sorriso.

– Alguém precisa de um Norte? – A Sra. Penley interrompeu os comentários antes que Nate pudesse revidar com outra coisa.

O restante da classe estava sentado, o que significava que já tinham conseguido seus parceiros. Continuei prestando atenção na Sra. Penley, esperando que ela me dissesse para encontrar um grupo para fazer a três.

– Ela pode ser meu Norte. – A formidável voz de Zayn me atingiu por trás, fazendo com que os pelos das minhas costas se arrepiassem.

A professora olhou com expectativa para mim. Isso não podia estar acontecendo. Por que ele não levantou a bun/da da carteira e procurou por outro Norte como todo mundo?

– Bom, Sel. Vá em frente, então – a Sra. Penley me encorajou.

Ao me virar, voltei ao meu lugar praticamente bufando, sem poupar o meu Norte de uma olhada, e entalhei ZAYN na minha folha… e acho que, acidentalmente, na minha carteira também.



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