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História Sempre Fui Sua - Chapter 15 (BÔNUS)


Escrita por: selenandzayn

Notas do Autor


Bom meninas, esse cap é um bônus se eu não conseguir postar na sexta. Até logo.

Capítulo 15 - Chapter 15 (BÔNUS)


K.C. ficou mais um tempo em casa. Ficamos deitadas sob o sol, tentando nos animar. Ela obviamente precisava aceitar o fato de que perdeu a virgindade e dois anos com aquele canalha, e a minha primeira semana na escola tinha sido péssima.

Ainda não conseguia acreditar que Liam traiu K.C. Se tinha um caso de romance colegial que durou, este seria o de Liam com K.C. Então, por que estava preocupada com o papel de Zayn nisso tudo? Estava na cara que K.C. realmente acreditava na honestidade dele, mas eu sabia que ele estava planejando algo. Será que ela daria ouvidos a mim se eu tentasse afastá-la dele?

Depois que K.C. foi embora, voltei para o terraço para limpá-lo e regar as plantas. Adornada com meu biquíni vermelho pequeno que comprei na Europa, mas que só tive coragem de usar dentro de casa, peguei a mangueira e aumentei o volume no dock do meu iPod. “Chalk Outline” começou a tocar bem alto e passei a borrifar as flores e os arbustos.

Meus quadris e ombros balançavam enquanto a minha mente se perdia na música.

Algumas árvores frutíferas decoravam o nosso pequeno terraço dos fundos junto com arbustos e diversas plantas e flores. O chão de pedras e o cheiro das rosas tornavam nosso oásis um grande refúgio. Quando o clima está agradável, meu pai e eu fazemos quase todas as refeições aqui fora e eu costumo ler na rede. Fazer lição de casa não rolava, porque os pássaros, o vento ou cachorros latindo criam uma distração esporádica.

Falando em cachorros…

Latidos de empolgação começaram a soar em cima da música, capturando minha atenção.

Estavam próximos, próximos como se viessem do vizinho.

Madman!

Eu e Zayn encontramos esse Boston Terrier maluco quando tínhamos doze anos. Meu pai nunca estava em casa e minha avó tinha alergia a ele, então Zayn o levou para sua casa. O cachorro era doido, mas muito adorável. Demos o nome de Madman. Juro que, de propósito, ele esperava os carros se aproximarem para tentar atravessar a rua. Entrar em briga com cachorros maiores era batata, e ele adorava pular de alturas extraordinárias quando estava empolgado… o que acontecia com frequência.

Fechei a água e andei até a cerca que separava o meu quintal dos fundos da casa de Zayn.

Apertando os olhos no buraquinho entre os painéis de madeira, senti como se brilhasse por dentro. Ao ver Madman novamente, meu coração encheu-se de afeto.

Ele fazia aquela coisa que todo cachorro faz de “pular enquanto late” e estava correndo pelo quintal enquanto pulava pra cima e pra baixo. Apesar de ele tecnicamente ser o cachorro de Zayn agora, no meu coração este mocinho ainda era metade meu.

Achei um buraquinho para olhar – ok, xeretar. Zayn entrou no meu campo de visão e me encolhi ao lembrar de nosso último encontro. Ele começou a jogar pedacinhos de carne para o Madman pegar. O cão engolia tudo e balançava o rabo, esperando ansiosamente por outro pedaço. O bichinho parecia risonho e bem cuidado.

Zayn se ajoelhou e ofereceu o último pedaço de carne que estava na mão. Madman se aproximou e lambeu sua mão depois de engolir o agrado. Zayn riu e fechou os olhos quando Madman ficou em pé para lamber seu rosto. Zayn abriu um sorriso, e percebi que fazia muito tempo desde a última vez que o vi feliz de verdade. Seu sorriso deixava um vazio em meu estômago, mas não conseguia parar de olhar.

Enquanto meu coração ficava apertado ao testemunhar essa cena rara de Zayn realmente parecendo um ser humano, meus olhos seguiram até suas costas nuas e as cicatrizes desbotadas que marcavam sua pele. Engraçado que eu não as tinha notado na noite em que ele esteve sem camisa dentro do meu quarto, talvez porque estava meio escuro.

Havia vermelhões sem um padrão específico espalhados, mais ou menos uns cinco, cobrindo suas costas musculosas, senão macias. Ele não tinha isso quando éramos crianças.

Tentei me lembrar se já tínhamos falado sobre algum machucado dele. Mas não me recordei de nada.

Naquele momento, os violoncelos pesados do Apocalyptica começaram a vibrar pelos meus alto-falantes e Madman virou a cabeça na minha direção. Congelei por um instante antes de decidir me afastar. Ele começou a latir de novo e o som de suas unhas arranhando a cerca fizeram meu coração bater mais rápido. Madman adorava esse tipo de música que misturava violoncelo com heavy metal, escutou isso por anos. Era como se ele lembrasse.

Tirei a mangueira do chão e deixei ela cair de novo quando escutei os painéis da cerca se mexerem. Ao me virar, dei risada vendo o Madman pular por uma das tábuas soltas e vir com tudo para cima de mim.

– Oi, amigão! – Ajoelhei-me e peguei-o no colo enquanto ele se contorcia, empolgado. Sua respiração ofegante aqueceu meu rosto, e a baba era bem nojenta. Mas ele estava feliz em me ver e sorri aliviada. Ele não tinha se esquecido de mim.

Parei ao escutar o som da voz de Zayn.

– Ah, só podia ser a desmancha-prazeres atrapalhando a vizinhança toda com seu barulho.

Explodi de raiva. Ele não tinha nada contra a minha música, apenas contra mim.

Olhei para cima e vi o olhar sarcástico de Zayn. Ele inclinou a sobrancelha para parecer irritado, mas sabia que não ia conversar comigo sem tirar algum proveito disso. Ele se pendurou no topo da cerca, com o corpo em cima de alguma coisa que o deixava mais alto.

Filho da pu/ta. Por que sempre demorava um ou dois segundos para eu lembrar a razão deodiá-lo?

Seu cabelo lustroso castanho estava bagunçado.

Seu cabelo lustroso castanho estava bagunçado.

Eu amava isso.

Seus olhos cor de chocolate brilhavam com confiança e maldade.

Eu amava isso.

Seus braços e peito torneados me faziam pensar como devia ser sua pele.

Eu amava isso.

Ele me fazia esquecer quão ruim ele era.

Eu odiava isso.

Após piscar, foquei novamente em Madman e afaguei seu pelo preto e branco com movimentos longos e suaves.

– A lei municipal contra barulho só começa a valer depois das dez da noite – esclareci e olhei para o meu relógio invisível. – Viu? Ainda tem muito tempo.

Madman começou a mastigar meus dedos e balancei a cabeça, sem conseguir acreditar em como podíamos apenas continuar de onde tínhamos parado depois de tanto tempo. Desde a briga com Zayn, não o pressionei para ver o cachorro. O único contato que o Madman teve comigo nos últimos anos era por acaso, como o de hoje. Mas eu ainda não tinha encontrado com ele desde que voltara e, mesmo após um ano, ele reagia a mim como se tivéssemos nos visto ontem.

Zayn continuava do outro lado da cerca, nos observando em silêncio. Não sabia o que ele estava pensando, mas metade de mim tentava entender a razão de ele ainda não ter tirado o cachorro de mim. Parecia quase legal da parte dele deixar a gente se ver.

Não consegui deixar de abrir um grande sorriso. Que diabos estava acontecendo? O cachorro parecia tão feliz em me ver que me comovi em uma risada silenciosa. Nunca tive outro animal de estimação e, depois de ficar sozinha nestas últimas semanas, acho que estava precisando de um amorzinho. Se a atenção de um cachorro podia me deixar desse jeito, não conseguia imaginar como ficaria feliz quando meu pai voltasse para casa.

– Venha, Madman – Zayn gritou, tirando-me da minha pequena utopia. – O horário de visita acabou. – Ele assobiou e arrastou a tábua para Madman poder atravessar a cerca.

– Escutou? – engasguei, com os lábios tremendo. – Volte para sua cela, garotinho. – Deixei o cachorro lamber meu rosto e depois bati nas suas costas antes de gentilmente empurrá-lo para longe. Zayn assobiou novamente e Madman entrou correndo pela cerca.

– Zayn, está aí fora? – uma mulher gritou. Zayn se virou ao escutar a voz, mas não acenou ou respondeu.

– Sel, é você, querida? – Trisha, a mãe de Zayn, subiu em cima de onde ele estava para ver pela cerca.

– Oi, Sra. Malik – acenei vagarosamente. – Bom te ver. – Ela estava bem bonita, com o cabelo castanho na altura do ombro e uma blusa estilosa. Muito melhor do que a última vez que a vi. Deve ter parado de beber no último ano.

Enquanto crescia, costumava vê-la com rabos-de-cavalo bagunçados porque ela sempre estava muito bêbada para se preocupar em tomar um banho, e sua pele tinha sempre uma aparência debilitada pela falta de uma alimentação saudável.

– Digo o mesmo. – Seus olhos cintilantes estavam cheios de uma doçura sincera. – E é muito bom ver vocês dois conversando novamente.

É claro que ela nem imaginava que a gente ainda não se suportava. Parece que eu e Zayn tínhamos isso em comum. Sempre mantínhamos nossos pais longe de nossos problemas.

– Por que não vem ficar um pouco aqui? Adoraria conversar e saber como você passou seu ano fora.

– Fala sério, agora não. – O rosto de Zayn distorceu-se com o desgosto, para minha felicidade.

– Adoraria isso, Sra. Malik. Só vou colocar uma roupa. – Zayn me encarou, ao notar que eu estava apenas de biquíni. Ele ficou me olhando por um tempo, mas não tanto, deixando-me envergonhada.

– Beleza – Zayn suspirou e olhou para o outro lado. – Vou sair mesmo. – Com isso, ele pulou de onde estava e desapareceu dentro da casa. Antes de chegar ao meu quarto para me trocar, escutei o barulho do carro dele e os pneus cantando.



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