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História Sempre Fui Sua - Chapter 27


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 28 - Chapter 27


– Ei, recebeu minha mensagem? – Ben descansou a mão no meu ombro ao chegar mais perto para me ver.

– Sim. – Lembrava-me vagamente de algumas coisas meigas que ele tinha me dito sobre não ver a hora de me ver novamente. – Mas só muito tarde. Fui dormir cedo.

Consegui finalmente voltar a dormir ontem à noite perto das duas da manhã, e acordei às quatro com o estômago embrulhado. Depois da maneira repugnante como me comportei ontem na aula, e da forma como me desviei dos meus objetivos, decidi parar de agir como a garota durona. O jogo dele era muito pesado e eu estava me tornando alguém que não gostava.

Precisava conversar com K.C., mas não tinha muita certeza de como lidar com ela. Ainda ficava nervosa ao pensar nos dois saindo juntos, mas uma coisa que ela me disse fazia sentido: essa raiva não estava me levando a lugar algum, e eu queria seguir em frente, e não sabia se conseguiria sem guardar rancor.

– Então, quer sair no final de semana? Vai ter uma reunião em volta da fogueira lá na casa do Tyler Hitchen, na noite de sexta-feira depois da corrida.

– Adoraria, mas estou atolada neste momento. Tenho que ver como será minha semana. – Fechei a porta do armário e comecei a andar devagar.

– Posso te ajudar com algo? – Ben franziu as sobrancelhas, preocupado. Foi meigo e me fez sorrir.

– Bom, você não pode correr para mim ou fazer minhas lições de Matemática ou Ciências ou fazer minhas provas, então você é bem inútil.

– É, é, eu sou. Pelo visto você falou com a minha mãe. – Seus olhos brilhavam entusiasmados, e ele sorria com provocação. – Tente ficar livre. Será legal.

Hannah, a Vaca, passou por nós com sua turma, e elas olharam para Ben como se estivessem se insinuando para ele. Seus comportamentos grotescos eram tão evidentes. Jogar o cabelo e morder o lábio inferior? Sério? Quem faz isso? Ela apontou para mim fazendo um “L” de loser, e mostrei o dedo do meio para ela por trás das costas de Ben enquanto elas passavam.

Acho que devia me sentir privilegiada por ter um cara como Ben querendo sair comigo.

Hannah e provavelmente quase todas as outras meninas da escola adorariam que ele as notasse. Ele era atencioso e se comportava como um cavalheiro. Gostava de passar tempo com ele. Só que estava demorando um pouco mais do que eu pensava para sentir alguma atração.

– Beleza – respondi. – Vou tentar.

Ele pegou a minha bolsa e foi comigo até a sala de Física.

– Te vejo no almoço? – Ele olhou para mim esperançoso.

– Claro que sim. Vou sentar lá fora hoje. – Ele era bem-vindo. Talvez eu precisasse de uma apaziguador entre K.C. e eu, caso perdesse a paciência de novo.

– Te vejo lá – ele falou baixinho e carinhosamente. Ao chegarmos na sala, ele devolveu a minha bolsa e se afastou, desaparecendo pelo corredor.

Queria estar mais a fim do Ben. Talvez, eu só precisasse conhecê-lo melhor.

A prova surpresa de Física me fez entrar em pânico. O bom é que isso me ajudaria a parar de pensar na minha vida pessoal. Tinha lido tudo e completado os exercícios meio atordoada de manhã cedo, mas ainda me sentia despreparada.

A corrida que fizemos em seguida, na aula de Educação Física, liberou a energia da manhã.

Apesar de a treinadora estar testando nosso tempo de corrida por quilômetro, que completei em exatos seis minutos, ela me deixou continuar correndo. A queimação em meus músculos chamuscou a frustração e a dor pelas palavras que Zayn dissera ontem à noite, que ficaram flutuando na minha cabeça a manhã inteira.

Não me importo se você esteja viva ou morta. Meus calcanhares enterram-se na terra enquanto eu me imaginava escavando seu túmulo.

– Oi, pessoal. – K.C. chegou por trás da mesa de piquenique do lado externo, onde eu e Bem estávamos sentados almoçando.

– Oi – disse com a boca cheia de salada de massa, sem conseguir olhar para ela.

– Como está, Ben? Pronto para o jogo na sexta-feira?

– Não estou tão preocupado com o jogo como estou com a corrida mais tarde. Estou apostando uma graninha no Garoto Maravilha. – Ele apontou o dedo na direção do refeitório, provavelmente se referindo a Zayn.

– Ah, ele é uma aposta certa. – Ela sorriu e acenou com a mão. – Também estarei na corrida. Vai levar a Sel? – Ela olhou na minha direção.

– Acho que ela não vai curtir a corrida, mas estou tentando levá-la para a reunião em volta da fogueira depois.

K.C. estreitou seus olhos para mim enquanto misturava um refresco em pó dentro da água.

– Selena entende muito de carros. Acho que ela ia amar – disse ela.

– Gente, estou sentada bem aqui. Falem comigo, seus bestas – falei sarcasticamente para os dois, já que pareciam pais conversando sobre o que fazer com o filho deles.

Ben ajeitou meu cabelo atrás da orelha e me afastei um pouco em reação a esse gesto íntimo.

– Desculpa, Sel. Como eu estava dizendo, você ama carros. Sabia disso, Ben?

– Não sabia. Então ela tem que vir comigo. – Ele sorriu, colocando um salgadinho na boca, e me senti espremida como recheio de biscoito. Eles estavam me pressionando.

No passado, todas as vezes que estivemos em um ambiente social, Zayn fez algo para arruinar. Então, por que me incomodaria agora?

Olhando para K.C., engatei a primeira marcha para um confronto verbal.

– Você espera que eu vá até o Loop e torça para o Zayn?

– Não, mas adoraria que você fosse comigo já que não conheço ninguém. Você pode ver a corrida, dar uma olhada nos carros e me explicar a diferença entre bateria e motor. Nunca entendi isso. Se você tem uma bateria, então por que precisa de um motor?

Ben e eu caímos na risada. Ela estava fingindo ser lesada para conseguir que eu concordasse. Eu queria ir, mas sabia que K.C. ficaria babando por Zayn. Se eu quisesse passar um tempo com ela, então teria que ficar perto dele. Não podia ficar ao lado de Ben, pateticamente, a noite toda.

– Falei para o Ben que ia ver como seriam as coisas durante a semana. Tenho muita coisa pra fazer.

Apesar de já ter feito toda a lição de casa, queria adiantar algumas leituras e ir até a biblioteca para pesquisar alguns tópicos para a Feira de Ciências, a fim de tomar uma decisão final. Sem falar que, no sábado de manhã, tinha que estar na escola às sete para pegar o ônibus da competição de cross-country em Farley. Não era como eu estivesse tentando evitar Zayn.

– E sei o que isso significa. – K.C. pegou o celular e começou a mexer nele, claramente nervosa.

Ela está brava comigo? Foda-se.

– K.C.! – Meu humor ficou do mesmo tom negro do meu esmalte. – Falei que ia tentar. Caramba.

– Só estou dizendo que – ela não parava de olhar o celular – acho que se não fosse pelo Zayn, você iria. Você tem que tentar, Sel. Ele me disse que não teria problema algum se você for.

Fiquei corada de vergonha, então olhei para Ben. Nunca lavei minha roupa suja na frente de outras pessoas.

– Ah, ele não teria problema algum comigo lá? Já que agora tenho a permissão do idiota, então acho que devo agradecer de joelhos.

– Bom, o Zayn não é o dono da corrida, ele não decide quem entra ou sai. Posso convidar quem eu quiser – Ben garantiu ao se levantar. – Preciso tomar um Gatorade. Vocês querem algo? – perguntou ele, provavelmente tentando achar uma saída, enquanto eu e K.C. discutíamos.

– Aceito água. – Coloquei a mão no bolso para pegar o dinheiro.

– Não, não. Eu tenho. – Ele andou até o refeitório. Acompanhei-o com os olhos e apreciei como ele ficava bem naquele jeans. Bom, pelo menos isso.

A voz de K.C. interrompeu meu transe.

– Se o Zayn é um idiota, isso faz de mim o que, já que estou saindo com ele? – ela falou, tranquila, mas podia notar por seu olhar direto e lábios apertados que ela estava fervendo de raiva por dentro.

Zayn era um idiota. Não era uma suposição, mas sim um fato comprovado. Minha frustração por ela passar um tempo com aquele babaca começou a escapar de mim. Tentei conter minha raiva antes que ela fugisse do controle, mas aquela porcaria continuava fluindo.

– Me diz você. Ele é um imbecil. Você sabe disso, e eu sei disso. – O que estava fazendo? – Mas o que você não percebe é que ele está te usando. Ele está te usando para me atingir. Ele se importa com você tanto quanto o Liam se importava quando te traiu.

Merda! Passei dos limites.

Fiquei desolada. O olhar em seu rosto tirou o ar do meu peito. Tinha magoado-a e esperava que ela se acalmasse e entendesse o que eu estava dizendo. Mas seu olhar me deixou apenas com dúvidas.

Depois de alguns momentos de hesitação, ela começou a juntar as coisas e pegou sua bandeja.

– Sabe, Zayn pediu para eu me sentar com ele hoje, e agora quero muito mais a companhia dele do que a sua – ela falou antes de sair. E eu a deixei ir, porque entendia sua decepção.

Neste momento, nem eu gostava de mim mesma.

 



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