1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Fui Sua >
  3. Chapter 42

História Sempre Fui Sua - Chapter 42


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 45 - Chapter 42


– Oi, pai – eu disse, depois de ter clicado no botão de Aceitar a ligação no meu notebook. – O que está fazendo acordado tão tarde… ou cedo? – O fuso horário da Alemanha estava três horas à nossa frente. Tinha acabado de chegar de uma corrida onde tentei tirar Zayn, Madoc e todo mundo da minha cabeça. Já passava das seis e tinha esquentado um sanduíche de presunto e queijo no micro-ondas para jantar.

– Ei, batatinha, acabei de chegar de um voo de Munique e estou indo dormir agora. Pensei em ver se estava tudo bem contigo sem a vovó.

Ele parecia cansado e desarrumado. Seu cabelo grisalho estava jogado em meia dúzia de diferentes direções, como se tivesse passado as mãos nele nas últimas vinte e quatro horas, e ele estava cheio de olheiras debaixo de seus olhos azuis. Sua camisa estava desabotoada na parte de cima com sua gravata azul e canela listrada solta.

– Munique? Não sabia que ia para lá – disse, com a boca cheia.

– Apenas uma viagem não planejada de um dia para uma reunião. Peguei um voo rápido de volta para Berlim. Tenho o dia livre hoje, então vou dormir tarde.

A ideia do meu pai de “dormir até mais tarde” era acordar às sete da manhã. Se ele não saísse do quarto dele até esse horário, então havia algo errado.

– Tudo bem, então me garanta que vai mesmo dormir. Você trabalha muito e está dando pra ver. Como você vai conseguir sair com alguém com essa aparência?

Ele riu alto, mas havia tristeza no sorriso. Senti-me imediatamente culpada em trazer o assunto de encontros à tona. Desde que a minha mãe faleceu, meu pai se mantinha o mais ocupado possível. Ele trabalhava muito e quando não estava trabalhando, nós dois estávamos na correria. Nunca ficávamos em casa nas férias, e ele raramente passava seu tempo livre dentro de casa. 

Sempre saíamos para algum evento ou algo do gênero: jogos de basquete, jantares, viagens de acampamento e shows. Meu pai nunca queria ter muito tempo para pensar. Ele com certeza teve algumas “namoradas” casuais durante os anos em que esteve viajando, mas nunca levou ninguém muito a sério.

– Oi, Sr. Gomez – K.C. gritou, ao sair do meu banheiro e pular na cadeira perto das portas duplas.

Ela tinha vindo para cá logo que cheguei em casa, implorando para saber mais detalhes sobre o pedido de Madoc para ir ao baile com ele hoje, mas fui salva pela ligação do meu pai.

– É a K.C.? – papai me perguntou, já que ele não conseguia vê-la.

– Isso mesmo – disse, mordendo outro pedaço do meu jantar. Ainda estava usando meu short preto de lycra, com uma regata branca e jaqueta azul. O cheiro que estava saindo de mim sem dúvida alguma afastaria qualquer garoto. Eu deveria visitar Madoc agora e me jogar em cima dele, mas não era tão má assim. Porém, a fadiga de meus músculos me deixava cheia de alívio. Não conseguia pensar ou me preocupar com nada neste momento, mesmo se quisesse.

– Selena Gomez, isso não é a sua janta. – O choque nos olhos do meu pai me fez virar os meus.

– É comida. Agora fique quieto – mandei, de maneira cômica. K.C. sorriu e mexeu a cabeça.

– Volto pra casa daqui a dois meses e meio. Você acha que consegue se manter viva até lá? – disse papai, sarcasticamente.

– As pessoas conseguem sobreviver apenas de água durante semanas. – Tentei me manter séria, mas comecei a rir quando os olhos dele se abriram ainda mais.

Conversamos por mais alguns minutos. Contei sobre meu experimento, mas não falei o quanto estava preocupada ultimamente. Ele escutava enquanto eu lhe dava um resumo das minhas próximas reuniões e me lembrou de estar com todas as minhas inscrições para a faculdade prontas até o dia de Ação de Graças. Apesar de eu não gostar da ideia de não entrar na Columbia, nós dois concordamos que era melhor que eu me inscrevesse em outras faculdades também. Sugeri alguns lugares e ele propôs Tulane, a faculdade onde minha mãe estudou. Concordei em adicioná-la à lista.

– Então – provocou K.C., assim que desliguei a ligação com meu pai --, Madoc, é? – Sabia que ela estava morrendo de vontade de perguntar isso desde o minuto em que tocou a campainha. Ela me encheu o saco me encarando, enquanto prendia o cabelo longo e castanho escuro em um rabo de cavalo.

Saí da cama e tirei a jaqueta.

– Ah, não é o que você está pensando, e você sabe disso. Você tinha que ter visto como ele me encurralou no refeitório.

Andei até meu banheiro que recentemente tinha ganhado uma nova decoração. Vovó tinha feito para mim na semana anterior. As paredes que antes eram amarelas agora se gabavam com um cinza-escuro tranquilizante. Uma cortina preta para o chuveiro ganhava destaque com acessórios combinando por todo o ambiente. Imagens em preto e branco de árvores secas decoravam a parede oposta ao espelho e um rádio com dock para iPod estava posicionado no balcão da pia. Meu aquecedor aromático exalava “My Dear Watson”, meu aroma favorito.

Este era meu oásis. Por mais besta que parecesse, o banheiro deveria ser mais reverenciado. É o único lugar onde a privacidade absoluta é respeitada.

Na maioria das vezes.

– Você disse sim? – K.C. gritou do quarto.

– Acho que disse beleza, na verdade. Acredite em mim, não quero ir a lugar algum com o Madoc. Vou sair dessa.

Mas talvez não. Agora que sabia que seu pedido não tinha sido orquestrado por Zayn e que Zayn estava chateado com isso, pensei em dar uma cartada diabólica indo com ele.

– Você podia apenas ter dado um chute no saco dele. – K.C. olhou pelo canto do banheiro.

– Talvez sim, talvez não. – Arqueei as sobrancelhas, e K.C. desencanou e veio ficar ao meu lado na pia.

Pegando um dos meus batons no balcão, ela começou a passá-lo e a falar enquanto me olhava pelo espelho.

– Podemos sair para comprar vestidos – sugeriu ela.

– Então você vai com o Liam? – perguntei, soltando meu cabelo do rabo de cavalo.

– Ele pediu, mas ainda não aceitei. – Ela gesticulou com a mão ao ver meu olhar de questionamento. – Ah, uma hora eu vou aceitar, mas quero que ele sofra um pouco.

– Tem certeza de que, na verdade, você não está querendo um pouco de espaço longe dele? Tipo assim, ele te traiu.

K.C. era esperta e mesmo que eu gostasse de Liam, não queria que ela se machucasse novamente. Se ele traiu uma vez, podia muito bem fazer isso de novo.

– Não se preocupe, Sel. Você não está me falando algo que já não tenha me dito mil vezes – suspirou ela e me encarou com uma expressão pensativa. – Eu o amo. E acho que ele está arrependido. Mas confiar nele? Não confio não. E ele sabe disso. – Ela voltou para o quarto e me encostei no batente da porta do banheiro.

Ela e Zayn tinham realmente terminado. Quão longe será que eles tinham ido?

– E o Zayn? – Não consegui me aguentar. – Vocês dois… – Não terminei a frase, não sabia como perguntar o que queria.

Ela me deu um olhar que me deixou com vergonha, mas respondeu:

– Não fizemos nada. Ele apenas conseguiu me distrair do Liam, só isso.

– Então vocês dois não… – Olhei para o piso de madeira escuro, sentindo-me incrivelmente estranha.

– Não! O que você acha que eu sou? – Ela ficou chocada. Isso era um bom sinal.

Expirei e meu corpo, de repente, ficou mais relaxado até que o próximo pensamento veio à mente.

– Mas você teve a oportunidade? – Talvez ela e Zayn não tivessem chegado às vias de fato, mas talvez só porque ela resistiu. Se ele quisesse, seria como se eles tivessem feito de qualquer jeito, no meu entendimento.

– Você quer saber se ele estava interessado em transar comigo? – Ela sorriu, tentando lidar com isso e brincar comigo. – Taaalvez… Por que você quer saber?

– Não quero. É claro. – Olhei em volta do quarto, para qualquer lugar, menos pra ela. Por que queria saber?

– Então você tinha uma queda pelo Ben, agora tem pelo Madoc e, secretamente, pelo Zayn? – Podia notar pelos lábios fechados que ela estava tentando esconder uma risada.

– Você está me provocando. Para com isso – adverti, na brincadeira e mudei de assunto. – Beleza, vamos comprar vestidos neste fim de semana. De preferência no sábado depois da competição.

Sorrindo e me olhando de relance, ela andou até a porta e pegou sua jaqueta na cama.

– Te vejo mais tarde, gostosona.

Peguei meu sapato de corrida do chão e arremessei na porta enquanto ela saía. Ela chiou enquanto descia as escadas, correndo e dando risada.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...