1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Fui Sua >
  3. Chapter 48

História Sempre Fui Sua - Chapter 48


Escrita por: selenandzayn

Notas do Autor


FELIZ ANO NOVO MENINAAAAAAS mt paz pra vocês e tudo mais, agradeço por acompanharem a história e sempre me motivarem a continuar. OBRIGADA!!!!

Capítulo 51 - Chapter 48


Conseguia ver a agonia em seus olhos. O que aconteceu com o irmão dele? Zayn pensava que a vida com a Trisha era ruim, mas o pai dele acabou sendo um tremendo horror. E ele teve que tomar a decisão de abandonar o barco sem seu irmão.

– Você foi até a polícia? – perguntei.

Ele balançou a cabeça.

– No começo, não. Não queria lidar com aquilo de forma nenhuma. Eu só queria me esquecer de tudo. Mas quando a minha mãe viu o que aconteceu comigo, ela me levou à força.

Nunca disse o que aconteceu comigo, mas relatei o que se passou com o meu irmão. No entanto, ela insistiu em tirar fotos minhas. A justiça acabou separando meu irmão do meu pai e colocou ele em um abrigo para menores. Eu o queria comigo, mas a bebedeira da minha mãe não inspirava nenhum tipo de segurança para o Estado.

– Você já viu seu pai de novo? – A palavra “pai” ficou atravessada na minha garganta para definir um homem como aquele.

– Eu o vi hoje. – Zayn me deixou chocada. – Eu encontro ele todo fim de semana.

– O quê? Por quê? – Então é para lá que ele vai, mas como consegue ficar no mesmo lugar que um monstro daquele?

– Porque a vida é uma bosta, por isso. – Ele me deu um sorriso amargo e desviou o olhar. – No ano passado, depois que você foi embora para a França, fiquei um pouco maluco. Bebi e me meti em várias encrencas. Eu e o Madoc nos divertimos bastante durante um tempo. Eu odiava o fato de você ter ido embora, e também descobri que o Chris tinha sido transferido para outro lar adotivo depois que a última família bateu nele. Foi uma época difícil.

Ele se levantou para ficar perto da janela, e percebi que estava fechando os punhos. Mas ele não estava mais choroso. Ele estava furioso.

– Então descobri onde seu último pai adotivo morava e acabei com ele. Tipo assim, acabei mesmo. – Ele levantou as sobrancelhas, mas não demonstrou nenhum tipo de arrependimento.

– Ele ficou no hospital por uma semana. O juiz decidiu que, apesar de meus sentimentos serem compreensíveis, minha reação não era. Ele achou que seria poético me sentenciar a visitas forçadas ao meu pai na prisão, já que ele ainda continuava na prisão por ter agredido meu irmão e pelas drogas que os policiais encontraram na casa dele. Parecia que eu estava indo para o mesmo caminho, então o juiz me mandou visitá-lo uma vez por semana, durante um ano.

– Então é para lá que você vai. Para a Penitenciária de Stateville, em Crest Hill. – Não era uma pergunta, apenas um esclarecimento. Lembrei dos recibos no quarto dele.

– Isso mesmo, todo domingo. No entanto, hoje foi a minha última visita.

Assenti, agradecida.

– Onde está seu irmão agora?

A primeira indicação de um sorriso brincava nos lábios de Zayn.

– Ele está em Weston. São e salvo, com uma boa família. Tenho saído com ele aos domingos. Mas minha mãe e eu estamos tentando convencer o Estado a deixá-lo morar conosco. Ela já está sóbria há algum tempo. Ele tem quase dezessete anos, então não é mais uma criança.

Era muita coisa para absorver. Estava animada por ele ter finalmente confiado em mim. Ele foi ferido, o que provavelmente fez com que se sentisse abandonado pelas pessoas que deveriam tê-lo protegido. Mas ainda estava confusa a respeito de uma coisa.

Levantei da cama e fui até ele.

– Por que você não me contou isso anos atrás? Eu poderia ter te dado uma força.

Ele passou uma mão no cabelo e se afastou de mim para se encostar no gradil.

– Quando finalmente voltei pra casa naquele verão, você foi meu primeiro pensamento. Bem, além de fazer o possível para ajudar o Chris. Eu tinha que te ver. Minha mãe podia ir pro inferno. Tudo o que eu queria era você. Eu te amava. – Ele segurou o gradil com as laterais e seu corpo ficou rígido. – Fui até a sua casa, mas sua avó disse que você tinha saído. Ela tentou me fazer ficar. Acho que viu que eu não estava bem. Mas acabei saindo correndo para te encontrar. Depois de um tempo, cheguei ao lago de peixes no parque. – Ele ergueu seus olhos para encontrar os meus. – E lá estava você… com seu pai e minha mãe, brincando de casinha.

De casinha?

– Zayn … – comecei.

– Sel, você não fez nada errado. Eu sei disso agora. Você precisa entender como estava minha cabeça. Passei por muita coisa ruim. Estava fraco e ferido por causa da agressão. Estava com fome. Tinha sido traído pelas pessoas que deveriam me apoiar sempre: minha mãe, que não me ajudou quando eu precisava dela; meu pai, que me machucou; e meu irmão indefeso. E aí vi você com nossos pais, parecendo uma família doce e feliz. Enquanto eu e o Christian estávamos sofrendo e lutando para conseguir viver um dia após o outro, você estava com a mãe que nunca tive. Seu pai fazia piqueniques e te levava pra tomar sorvete, enquanto o meu me chicoteava. Eu me sentia como se ninguém me quisesse, e que a vida continuava sem mim. Ninguém se importava.

A mãe de Zayn tinha saído algumas vezes conosco naquele verão. Meu pai estava sempre tentando ajudá-la a ficar bem. Ele amava o Zayn e sabia que Trisha tinha um bom coração.

Ele estava apenas tentando tirá-la de casa e mostrar, de um jeito humilde, o que ela estava perdendo com seu próprio filho.

– Você se tornou um alvo, Sel. Eu odiava meus pais, estava preocupado com meu irmão e não conseguia confiar em mais ninguém, a não ser em mim mesmo. Quando te odiava, me sentia melhor. Muito melhor. Mesmo depois de perceber que não era sua culpa, não conseguia parar de te odiar. Eu me sentia bem, porque não conseguia machucar quem eu queria.

Lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto e Zayn veio até mim e segurou meu rosto com as mãos.

– Me desculpe – sussurrou ele. – Eu sei que posso compensar tudo isso. Não me odeie.

Balancei a cabeça.

– Eu não te odeio. Estou meio brava, sim, mas em grande parte por causa do tempo perdido.

Ele colocou os braços ao redor da minha cintura e me puxou para mais perto.

– Você disse que me amava. Odeio que a gente tenha perdido isso – eu disse, triste.

Abaixando-se, ele segurou a parte de trás das minhas coxas e me levantou do chão. Parei de respirar e me segurei no pescoço dele. Seu corpo quente apenas me dava vontade de me enroscar nele. Prendi-o entre minhas pernas, enquanto ele nos levava para a cama e sentava.

Ele colocou uma mão no meu rosto e guiou meus olhos para ele.

– Nunca perdemos isso. Por mais que eu tenha tentado, nunca consegui te apagar do meu coração. É por isso que agi como um idiota e mantive um monte de garotos afastados de você. Você sempre foi minha.

– Você é meu? – perguntei, secando as lágrimas.

Ele beijou os cantos da minha boca levemente e senti um calor subir pelo meu pescoço.

– Sempre fui – sussurrou na minha boca.

Coloquei os braços ao seu redor e ele me abraçou forte enquanto escondia meu rosto em seu pescoço. Meu corpo relaxou no dele, sabendo, sem dúvida alguma, que tínhamos quebrado aquela barreira. Ele não ia me machucar novamente e sabia que precisava dele tanto quanto precisava de água.

– Você está bem? – perguntei. Parecia meio tarde para essa pergunta besta, mas queria saber.

– Você tá? – respondeu ele.

E eu amava isso nele. Ele tinha sido agredido, abandonado e incapaz de proteger seu irmão.

Meu constrangimento nas mãos dele parecia fichinha comparado àquilo. Mas também sabia que seu trauma não era desculpa para ele ter me tratado tão mal durante todos aqueles anos.

– Ficarei – prometi. Se ele conseguiu dar um passo e confiar em mim com tudo isso, então acho que poderia seguir em frente também.

– Eu te amo, Sel.

Ele se deitou na cama e eu caí com ele, agarrando-o bem forte. Ficamos lá, apenas nos abraçando, até eu sentir o constante ritmo de seu peito descendo e subindo que me dizia que ele tinha adormecido.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...