1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Fui Sua >
  3. Chapter 52

História Sempre Fui Sua - Chapter 52


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 55 - Chapter 52


Conhece a expressão às mil maravilhas? Bom, estava assim quando eu passeava pelos corredores na segunda-feira. Tudo estava indo tão bem – a K.C. e o Liam, o Zayn e eu, a escola – que eu parecia estar sob o efeito de uma droga da felicidade e nunca mais queria voltar ao normal.

Zayn tinha me dado um beijo de despedida na manhã do domingo depois do baile, já que precisava fazer um bate-volta até Weston para visitar o irmão. Dei a entender que adoraria acompanhar ele em algum fim de semana para conhecer o Chris, mas não quis forçar a barra.

Tive a impressão de que Zayn realmente curtia passar um tempo sozinho com seu irmão, então ia esperar até que chegasse o momento certo.

Ele não ligou ou mandou mensagem ontem, então comecei a ficar preocupada por não ter notícias dele. Mas, perto das dez da noite passada, ele finalmente apareceu na minha janela e escorregou na minha cama ao meu lado. Ele me acariciou e caímos num delicioso sono profundo.

Em meio à tortura de cócegas com a qual ele me acordou e a correria para a aula, quase nem conversei sobre a visita ao seu irmão.

– Então, venha para o estacionamento logo depois da aula de hoje. – Madoc ficou me cercando enquanto ia para a aula de Francês. Ele estava com um sorriso de orelha a orelha. – Vamos treinar corrida lá na Rota 5. Muitas estradas de terra e colinas.

Levantei as mangas do meu cardigã fino preto que estava por cima da camiseta do Avenged Sevenfold. Estava morrendo de calor enquanto lutava contra a galera no corredor.

– Por que eu iria querer treinar corrida? E ainda por cima com você?

– Porque o Zayndisse que você está procurando um G8 para comprar. Podíamos passar o inverno preparando-o para correr na primavera. Zayn disse que tem que trabalhar depois da aula, o que significa que você está livre, e podemos nos encontrar. – Ele gesticulou com sua cabeça suja de galanteador, como se eu devesse ficar empolgada com isso.

Não conseguia mentir e dizer que não estava interessada em comprar um carro. Zayn tinha visto as coisas que imprimi da internet. Um cara em Chicago estava vendendo um Pontiac G8 que me deixou babando, mas ainda não tinha decidido se compraria.

Madoc arqueou as sobrancelhas. Sua camisa oxford azul-clara estava aberta por cima de uma camiseta cinza-escura e, com sua atitude de criança, era difícil ficar inquieta com ele. No fim das contas, ele estava tentando ser amigável.

Mas forcei uma voz inflexível.

– Tenho que ir ao laboratório duas vezes por semana, inclusive hoje. Tenho cross-country. Sem falar dos trabalhos que tenho que entregar para as aulas de Cultura e de Francês no começo da semana que vem, e provas de Matemática e Química logo antes do Halloween, na próxima sexta-feira. Quem sabe outro dia… – expirei a última parte, enquanto abria a porta para a aula de Francês.

– Não seja estraga-prazeres! – Madoc me seguiu e gritou alto o bastante para que a sala inteira ouvisse. – Aquelas nossas fotos nadando pelados eram apenas para mim.

Parei e fechei os olhos ao sentir que cada aluno na sala se virou para me encarar. Ele estava mesmo fazendo isso comigo de novo?!

Risos e gargalhadas soaram pela sala, enquanto aproveitei para endireitar os ombros e seguir até a minha carteira. Vi Ben de relance, ele estava sentado de pernas cruzadas e com uma mão batendo uma caneta no caderno. Estava cabisbaixo, mas claramente tentando conter uma risada.

– Sr. Caruthers. – Madame Lyon levantou da mesa e falou com Madoc em inglês, cruzando os braços sobre o peito. – Presumo que você tenha que ir a algum lugar agora.

Madoc colocou uma mão sobre o peito, enquanto a outra gesticulava para mim.

– Não tenho que ir a lugar algum que não seja ao lado dela até o fim dos tempos – respondeu ele.

Limpei a garganta ao me sentar.

– Suma daqui – falei, articulando com a boca para ele.

Fingindo estar nervoso mexendo os lábios, Madoc deu um passo para trás da porta e desapareceu.

Assim que a porta fechou, escutei alguns celulares tocarem perto de mim, e alguns vibraram, inclusive o meu. Que estranho. Por que todo mundo estaria recebendo mensagens ao mesmo tempo?

– Mettez vos telephones off, s’il vous plaît! – a Madame nos mandou desligar nossos celulares. Era uma regra da escola mantê-los no modo silencioso durante o horário de aula, mas todo mundo os deixava com toque mesmo assim.

Rapidamente fui até a minha bolsa para silenciar o meu, enquanto algumas pessoas tinham a cara de*****de verificar as mensagens escondido.

Quando fui abaixar o volume, vi que era uma mensagem de Zayn. Uma dose de calor subiu para o meu peito, e escondi meu celular embaixo da carteira para que pudesse verificar a mensagem.

Quando abri o vídeo que ele me mandou, quase engasguei com minha própria respiração.

Não conseguia me mexer. Não conseguia respirar. Minhas mãos tremiam enquanto assistia ao vídeo no meu celular, com Christopher e eu transando na noite de sábado. Sabia que era na noite de sábado por causa do meu penteado para o baile de Boas-vindas.

Que merda…?

Meu estômago embrulhou e um gosto podre de bile cresceu no canto da boca. Acho que teria vomitado se minha garganta não tivesse impedido o oxigênio que estava tentando entrar.

Nós. Transando. Fomos filmados.

E lá estava eu, perfeitamente visível e extremamente nua, sentada em cima de Zayn.

Caramba. Queria gritar. Isso não podia ser real!

O que estava acontecendo?

Sorrisinhos, risos de desdém e sussurros surgiram perto de mim e virei a cabeça quando a garota sentada ao meu lado deu uma gargalhada. Ela deu um sorriso malicioso, segurando o celular, e apenas consegui encará-la horrorizada enquanto ela me mostrava a tela. Não, não, não. O mesmo vídeo sórdido estava passando no telefone dela.

Ao dar uma olhada na sala toda, com os olhos arregalados, percebi que todos os outros alunos estavam vendo o mesmo vídeo.

Isso não pode estar acontecendo! Lutei para respirar enquanto meu cérebro tentava registrar o que estava acontecendo. Meus olhos ardiam pelas lágrimas que não caíam, e me sentia como se estivesse em outro planeta.

Não, isso não é verdade. Não é… Balancei a cabeça, tentando acordar deste pesadelo.

Não conseguia controlar o tremor nos meus dedos. Olhei de volta para o celular e fechei o vídeo. O texto que acompanhava a mensagem dizia: “Ela foi uma ótima foda. Quem quer ser o próximo?”.

Meu peito estremeceu com soluços secos.

Zayn.

A mensagem estava vindo de seu celular. Foi enviada para todos.

A Madame gritou, tentando fazer com que a classe prestasse atenção.

– Écoutez, s’il vous plaît.

Levantei, trêmula, coloquei a bolsa pela cabeça e corri para fora da sala. As risadas e provocações atrás de mim formavam um ruído de fundo indiscernível. Estavam lá. Sempre estiveram lá, por/ra. Me fodi por ter ficado confortável.

Por que não escutei meus instintos? Sabia que não podia confiar nele. Por que fui tão fraca?

Segurei a barriga, tentando conter as lágrimas, os lamentos e os gritos que queria soltar.

Parecia que meus pulmões estavam sendo esticados por causa das respirações profundas e rápidas.

Aquele vídeo estava em todos os lugares! Até a noite, não haveria uma pessoa em Shelburne Falls que não teria assistido ou ouvido falar nele.

Zayn.  Estava quebrando a cabeça tentando entender a traição que ele tinha cometido. Ele tinha sido paciente e esperto e esperado pela sua vingança. Ele tinha me arruinado. Não apenas no ensino médio, mas para sempre. A partir de agora ficaria sempre de olho em todos, pensando em quem iria descobrir aquele vídeo em algum site nojento e quando isso aconteceria.

E eu amava ele. Como ele pôde fazer algo assim? Parecia que meu coração estava sendo partido em dois.

Ah, caramba. Havia um buraco em meu estômago e eu não conseguia mais controlar os soluços.

– Sel – uma voz ofegou.

Parei e olhei para cima, com os olhos cheios de lágrimas, encontrando os de Madoc. Ele tinha acabado de subir as escadas e vi que estava segurando o celular.

– Sel, Deus do céu. – Ele estendeu o braço para mim.

– Fique longe de mim! – insultei-o, nervosa. Devia ter pensado nisso. Madoc era igual a Zayn. Ele também tinha me feito de boba. E não conseguia mais confiar em nenhum dos dois.

Sabia disso agora.

– Sel. – Ele se aproximou de mim novamente, devagar, como se estivesse chegando perto de um animal.

Queria que ele se afastasse de mim. Não conseguia escutar mais nenhum insulto doloroso ou insinuações degradantes. Não, apague isso, não iria mais escutar nada disso.

– Deixa eu te levar para longe daqui, ok? – Madoc chegou mais perto de mim.

– Não! – gritei, com lágrimas tornando a minha visão embaçada. Tirei as mãos dele de perto de mim e dei um tapa em seu rosto.

Ele rapidamente veio à minha frente e colocou os braços em volta do meu corpo, segurando-me forte enquanto eu lutava e chorava.

– Para com isso. – Ele me puxou algumas vezes. – Apenas relaxe. – Sua voz era profunda e sincera. – Não vou te machucar.

E eu queria acreditar nele.

– Eles viram tudo – solucei, com o peito pesando por causa das respirações fortes. – Por que ele fez isso comigo?

– Não sei. Pela primeira vez, não estou entendendo por/ra nenhuma. Precisamos conversar com ele.

Conversar. Cansei de conversar. Nada que tentei fazer com Zayn me ajudou neste ano.

Nada fez minha vida melhorar. No final das contas, seu  bullying tinha acabado com quaisquer esperanças que eu tinha de ser feliz.

De algum modo cometi um erro ao pensar que ele realmente se importava. Quando pensei que ele realmente me amava. Acreditei em cada mentira idiota que ele inventou. Talvez ele nunca tivesse sido agredido. Ele provavelmente nem mesmo devia ter um irmão.

Ele tinha me jogado bem no fundo do poço, me fazendo querer fugir somente agora. Fugir para algo diferente da esperança, do amor e de todas aquelas porcarias.

Minha raiva e dor estavam se transformando em outra coisa, algo pior.

Torpor.

Indiferença.

Frieza.

O que quer que fosse, parecia melhor do que o que estava sentindo há um minuto.

Dei uma profunda respiração e funguei.

– Deixe-me ir. Vou pra casa. – Estava com a voz rouca, mas estável, ao me afastar de Madoc.

Ele me soltou e fui embora devagar.

– Acho que você não devia dirigir – Madoc gritou atrás de mim.

Apenas sequei os olhos e continuei andando. Desci as escadas, passei pelos corredores vazios e para fora das portas da frente.

Tinha estacionado perto de Zayn naquela manhã e, ao ver seu carro, soltei uma risada forte.

Não de alegria, mas da expressão em seu rosto quando ele saísse para ver o que tinha feito.

Tirei o pé de cabra do porta-malas do meu carro e passei a extremidade pontuda por toda a lateral de seu carro enquanto andava até a frente de seu veículo. O chiado estridente de metal contra metal liberou um barato quente nas minhas veias, e eu sorri.

E tasquei o pé de cabra bem no meio de seu para-brisa.

O impacto lascou o vidro em centenas de rachaduras. Parecia que um grande rolo de papel-bolha tinha sido estourado de uma vez.

Depois disso, fiquei louca. Bati e amassei seu capô, suas portas e porta-malas. Minhas mãos estavam quentes por causa das vibrações dos golpes, mas não parei. Não podia. Piorava a cada pancada. Bater nele onde doía me deixava segura. Ninguém poderia me machucar se eu os machucasse, certo?

É disso que são feitos os valentões, uma voz na minha cabeça sussurrou. Afastei-a.

Não estava me tornando uma valentona, disse a mim mesma. Uma valentona tem poder. Eu não detinha nenhum poder aqui.

Golpeei com o pé de cabra a janela do lado do motorista, estilhaçando-a. Cacos de vidro voaram por todo o assento.

Antes de conseguir levantar o pé de cabra para arrebentar uma das janelas traseiras, fui pega por trás e empurrada para longe do carro.

– Selena, para com isso!

Zayn.

Saí do domínio dele e virei para encará-lo. Ele levantou as mãos como se fosse me acalmar, mas eu já estava calma. Será que ele não percebia isso? Eu estava no controle e não me importava com o que essas pessoas pensavam.

Madoc ficou parado atrás de Zayn com as mãos na cabeça, examinando o dano que tinha sido feito ao carro de Zayn. Ele estava com os olhos tão abertos que parecia que fossem saltar da cabeça. As janelas da escola estavam quase transbordando de tantos corpos ansiosos tentando conseguir dar uma olhada na cena.

Fodam-se eles.

– Sel… – Zayn disse, tímido, olhando para a arma na minha mão.

– Fique longe de mim, ou da próxima vez não será apenas o seu carro que será danificado – alertei-o.

Não sei se foi o que eu disse ou meu tom de voz sério que o surpreendeu, mas ele hesitou.

Ele olhou para mim como se eu fosse alguém que ele não conhecia.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...