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História Sempre Fui Sua - Chapter 53


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 56 - Chapter 53


Saí de lá antes que alguém tivesse a oportunidade de me atormentar ainda mais. Assim que pulei dentro do carro e dirigi correndo, meu celular começou a se iluminar com ligações e mensagens. K.C. ligava a cada trinta segundos, e não recebi nada de Zayn.

Que bom. Ele sabia que tudo tinha acabado. Ele conseguiu o que queria. Eu estava envergonhada e humilhada, seu trabalho tinha sido concluído.

Por outro lado, as mensagens eram de várias pessoas, a maioria eu nem conhecia.

Vc parece uma boa foda. Tá ocupada hoje à noite?

Dizia uma das mensagens e apertei o telefone tão forte que escutei-o rachar.

Vc faz a três?

Esta mensagem veio de Nate Dietrich, e senti meu estômago se revirar.

Todo mundo estava rindo da minha cara e espalhando aquele vídeo nojento, sem dúvida alguma já tacando na internet para o mundo todo assistir. Pensar em homens mais velhos nojentos que iriam se masturbar assistindo-o, ou em todas as pessoas na escola que olhariam para mim e saberiam exatamente como eu sou sem roupa fez meu cérebro doer e meus olhos arderem.

Após mais duas mensagens nojentas, conduzi a caminhonete até o acostamento da estrada e abri a porta para vomitar. Meu corpo estava se retorcendo, mandei tudo o que tinha comido hoje para fora. Ao tossir, vomitei e cuspi o último conteúdo do meu estômago e fechei a porta.

Tirando lenços do porta-luvas, sequei as lágrimas do rosto e olhei além do para-brisa, sem vontade alguma de ir para casa.

Qualquer um que quisesse me encontrar começaria por lá. E não conseguia me encontrar com ninguém agora. Só queria entrar na*******de um avião e ir ao encontro do meu pai.

Meu pai.

Expirei e encostei a cabeça dolorida no volante, forçando respirações profundas.

Filho da pu/ta.

Não tinha como meu pai não ficar sabendo disso. O vídeo provavelmente já devia ter chegado em todos os lugares. A escola e outros pais descobririam e alguém ia ligar para ele.

Como pude ter sido tão burra?! Esqueci por um instante de como era ridículo da minha parte acreditar em Zayn e confiar nele, só que transei com ele numa festa, na casa de outra pessoa!

Aquela porcaria de celular dele. Ele tinha colocado na cômoda para tocar música, mas o que na verdade ele fez foi ajustá-lo para nos gravar fazendo sexo. Ele provavelmente pensou que teria que me seduzir para eu dar pra ele na casa dos Beckman, quando na verdade fui eu quem o persuadi. Ou foi assim que pensei.

Foi tudo uma mentira. O modo como ele me manteve tão próxima dele nesta última semana, me tocando e me abraçando. Toda vez que seus lábios esfregavam meu pescoço ao me abraçar e todas as vezes em que ele beijou meu cabelo quando pensou que eu estava dormindo.

Tudo. A. Por/ra. De. Uma. Mentira.

Assoei o nariz e saí do acostamento da estrada. Só tinha uma pessoa de quem eu podia ficar próxima agora. A única pessoa que me amava e não conseguia olhar para mim com pena ou vergonha.

Minha mãe.

As estradas estreitas, quase atalhos, para o Cemitério Concord Hill eram largas o bastante para apenas uma pista. Felizmente, eu estava aqui na tarde da segunda-feira, então o local estava vazio e quieto. Dei um suspiro cansado de alívio ao ver o túmulo dela da estrada. Não tinha ninguém por perto. Ficaria sozinha, pelo menos por um tempo, para fugir do mundo e do que aconteceu esta manhã.

Saí do carro e coloquei a jaqueta de lã pela cabeça, protegendo-me do frio de outubro. No entanto, a brisa fria estava agradável em meu rosto, que ainda ardia por causa das lágrimas secas. Não precisava me ver para saber que eu provavelmente estava manchada e com olhos inchados.

Pisando no gramado bem conservado, tive que passar por apenas alguns outros túmulos antes de chegar ao de minha mãe. A lápide brilhante de mármore preto tinha três rosas tridimensionais feitas à mão que pairavam ao lado do entalhe. Eu e meu pai as tínhamos escolhido juntos, imaginando que as três rosas representavam a nossa família. Mesmo há oito anos, eu amava preto e as flores também nos lembravam dela. Ela adorava trazer a natureza para dentro de casa.

Li a lápide.

SRA GOMEZ

I DE FEVEREIRO DE 1972 – 14 DE ABRIL DE 2005

“ONTEM É PASSADO. O AMANHÃ AINDA NÃO CHEGOU.

TEMOS APENAS O PRESENTE. VAMOS COMEÇAR.” – MADRE TERESA

Ontem é passado. A citação favorita da minha mãe. Ela me diria que erros acontecem na vida. São inevitáveis. Mas que precisaria respirar fundo, erguer os ombros e seguir em frente.

O passado dura para sempre. A tatuagem de Zayn veio à minha mente e rapidamente empurrei-a para longe igual a um prato quente demais.

Não queria pensar nele agora. Ou talvez nunca mais.

Ajoelhei-me no chão úmido e tentei me lembrar de tudo que conseguia da minha mãe.

Pedacinhos dos nossos momentos juntas surgiram na minha mente, mas com o tempo minhas lembranças tinham definhado. Cada vez menos memórias dela permaneceram e quis chorar novamente.

Seu cabelo. Concentrei-me na imagem do seu cabelo. Era ruivo-claro e ondulado. Seus olhos eram azuis e ela tinha uma pequena cicatriz na sobrancelha de quando caiu patinando no gelo na infância. Ela amava sorvete de manteiga de amendoim com chocolate e jogar tênis.

Seu filme favorito era Depois do vendaval e ela fazia os melhores biscoitos de amendoim.

Engasguei com um soluço ao me lembrar daqueles biscoitos. O cheiro da nossa cozinha durante os preparativos para o Natal me acertou em cheio e, de repente, estava com dores.

Apertei a barriga e me inclinei para frente, encostando a testa no chão.

– Mãe – sussurrei, com a garganta apertada cheia de tristeza. – Que saudade de você.

Desmoronando no chão, deitei de lado e deixei as lágrimas tristes caírem na terra. Fiquei lá por um bom tempo, quieta, e tentei não pensar em nada do que aconteceu comigo hoje.

Mas era impossível. O impacto foi muito grande.

Não significava nada para Zayn. Mais uma vez, ele tinha me descartado como lixo e tudo que disse e fez para me atrair, para me fazer amá-lo, tinha sido uma mentira.

Como sobreviveria às provocações maldosas todo santo dia? Como conseguiria andar pelos corredores da escola ou olhar para o meu pai nos olhos depois de todo mundo ter assistido àquele vídeo?

– Você está vendo, Sel?

– O quê?

– A bexiga. – Zayn pegou na minha mão e me puxou pelo cemitério. Tentei não pensar no que estava por baixo dos meus pés enquanto passeávamos pelo cemitério, mas tudo que conseguia imaginar eram zumbis medonhos saindo pela terra.

– Zazi, não quero ficar aqui – choraminguei.

– Vai ficar tudo bem. Você está segura comigo. – Ele sorriu e olhou para o prado de lápides.

– Mas… – Olhei ao redor, morrendo de medo.

– Estou segurando sua mão. O que quer que eu faça? Troque sua fralda também? – disse ele, sarcástico, mas não interpretei isso como uma ofensa.

– Não estou assustada. – Minha voz soava defensiva. – É que… sei lá.

– Olhe para este lugar, Sel. É verde e tranquilo. – Zayn olhou pelos campos com um olhar melancólico no rosto, e fiquei com inveja por ele conseguir ver algo aqui que eu não via.

– Tem flores e estátuas de anjos. Olhe aquele epitáfio – apontou ele. – “Alfred McIntyre nasceu em 1922 e morreu em 1942.” Ele tinha apenas vinte anos. Lembra que a Sra. Sullivan disse que a Segunda Guerra Mundial aconteceu entre 1939 e 1945? Talvez ele tenha morrido na guerra. Todas essas pessoas tinham vidas, Sel. Tinham famílias e sonhos. Elas não querem que você tenha medo delas. Apenas querem ser lembradas.

Tremia enquanto ele me levava cada vez mais para dentro do cemitério. Subimos em um epitáfio brilhante e preto, decorado com uma bexiga rosa. Sabia que meu pai sempre vinha aqui para visitar, mas ele sempre colocava flores no túmulo.

Quem deixou uma bexiga?

– Ontem trouxe a bexiga pra sua mãe – admitiu Zayn, como se estivesse lendo minha mente.

– Por quê? – Minha voz tremeu. Era legal da parte dele fazer algo assim.

– Porque as mulheres gostam de coisas cor-de-rosa. – Ele deu de ombros e agiu como se seu gesto não tivesse sido nada importante. Ele não queria atenção. Ele nunca quis.

– Zayn – repreendi-o, esperando por uma resposta verdadeira.

Ele sorriu.

– Porque ela te fez. – E colocou seu braço magrelo em volta do meu pescoço e me puxou para seu lado. – Você é a melhor amiga que já tive e queria dizer obrigado pra ela.

Senti um calor percorrer meu corpo todo, apesar da geada de abril que estava no solo. Zayn preenchia o vazio e diminuía a dor de um modo que meu pai não conseguia. Eu precisava dele, e pensei por um instante que gostaria que ele me beijasse. Mas a ideia desapareceu rapidamente. Nunca quis que um garoto me beijasse antes, e isso provavelmente não devia ser feito pelo meu melhor amigo.

– Pegue isso. – Zayn tirou o moletom cinza pela cabeça e jogou para mim. – Você está gelada.

Vesti o moletom, deixando o calor que tinha sobrado de seu corpo me cobrir com uma proteção quente.

– Obrigada – disse, olhando para ele.

Ele puxou o cabelo que estava por baixo do colarinho e ficou com os dedos parados lá ao me olhar. Minha pele estava completamente arrepiada, mas não era por causa do frio. O que estava acontecendo com meu estômago neste momento?

Nós dois desviamos o olhar rapidamente, com um pouco de vergonha.

Sentei-me e sequei o nariz com a manga da jaqueta.

Apesar de tudo, podia ver um ponto positivo nisso tudo. Pelo menos perdi minha virgindade com alguém que eu amava. Apesar de terminarmos tudo, eu o amava quando me entreguei para ele. O que ele tirou de mim foi honesto e puro, mesmo ele tendo achado tudo uma piada.

– Sel? – uma voz abalada sussurrou por trás de mim e parei de respirar. Sem nem mesmo me virar, sabia quem era, então fiquei partindo a grama congelada do solo ao fechar as mãos.

Não ia me virar. E Deus me livre se continuasse escutando mais besteiras dele.

– Você já ganhou, né, Zayn? Por que você apenas não me deixa em paz? – falei, calma, mas meu corpo gritava por violência. Queria extravasar. Bater nele. Fazer qualquer coisa que pudesse machucá-lo.

– Sel, isso é tudo tão fodido. Eu… – ele começou a cuspir coisas sem sentido, mas eu o interrompi.

– Não! Não quero saber de mais nada! – Movimentei-me depressa para olhá-lo, sem conseguir pensar direito. Disse que não ia entrar nessa com ele, mas não consegui me controlar. – Você está me ouvindo? Minha vida aqui está arruinada. Ninguém vai me deixar viver em paz. Você venceu. Não percebeu isso? Você. Ganhou! Agora me deixa em paz!

Ele esbugalhou os olhos, provavelmente porque eu estava gritando, mais brava do que nunca. Quando ele pararia? Será que ele já não estava satisfeito?

Ele enterrou as mãos no cabelo, parecendo que no meio do caminho decidiu penteá-lo com as mãos. Seu peito subiu e desceu como se ele estivesse nervoso.

– Será que você pode parar por um instante?

– Já escutei suas histórias. Suas desculpas. – E fui em direção ao meu carro, sentindo meu coração se partir. Ele estava perto e meus braços ainda morriam de vontade de abraçá-lo.

– Eu sei – gritou ele atrás de mim. – Minhas palavras não são o bastante. Não tenho como explicar isso. Não sei de onde saiu aquele vídeo!

Sabia que ele estava me seguindo, então não me virei.

– Ele veio do seu celular, seu idiota! Não, esquece. Parei de falar contigo. – Continuei andando, sentindo minhas pernas como se elas pesassem duas toneladas.

 Liguei pro seu pai! – ele deixou escapar, e eu parei.

Fechei os olhos, apertando-os.

– É claro que você ligou – murmurei, mais para mim mesma do que para ele ouvir.

Logo quando achei que as coisas não podiam piorar. Pensei que teria alguns dias a mais para colocar minha cabeça de volta no lugar antes de ter que lidar com meu pai. Mas o bicho ia pegar muito antes do que imaginava.

– Sel, não enviei aquele vídeo para ninguém. Eu nem mesmo gravei um vídeo nosso. – Ele parecia desesperado, mas ainda não conseguia me virar para encará-lo.

Ele continuou:

– Faz dois dias que não vejo meu celular. Deixei lá em cima na festa da Tori enquanto escutávamos música. Quando me lembrei, mais tarde, voltei para pegá-lo, mas ele tinha desaparecido. Não se lembra?

Lembro de ele comentar algo sobre ter perdido o celular naquela noite, mas estávamos dançando, e tudo estava tão alto. Acho que me esqueci.

Apertei o maxilar e balancei a cabeça. Não. Ele não ia escapar dessa. Seu celular estava apontado para a cama naquela noite, na posição exata que precisava ficar para gravar o vídeo.

– Você é um mentiroso – contestei.

Enquanto não conseguia ver seu rosto, senti-o se aproximando e não consegui me mexer. Por que eu não podia apenas sair daqui?

– Liguei para o seu pai porque ele ia descobrir de qualquer jeito. Aquela porcaria de vídeo do cara/lho está por aí, e queria que ele soubesse por mim antes. Ele está voltando pra casa.

Meus ombros desabaram. Meu pai ia chegar em casa amanhã a qualquer hora. Pensar nisso me deixou tanto entusiasmada quanto apavorada. As consequências dessa pegadinha – odiava chamá-la disso, porque era algo muito mais sério – seriam vergonha para o meu pai.

Mas precisava dele neste momento. Não importava o que fosse, sei que ele me amava.

– Eu te amo mais do que amo a mim mesmo, mais do que amo minha própria família, pelo amor de Deus. Não quero dar outro passo neste mundo sem você ao meu lado – disse ele, gentilmente.

Suas doces palavras me pegaram com tudo, mas elas eram como uma mão que estava fora de alcance. Conseguia vê-la. Queria pegá-la. Mas não podia.

– Sel. – O peso de sua mão caiu em meu ombro e me movi depressa, tirando-o de perto de mim. Meus olhos queimavam de lágrimas, raiva e cansaço constantes, enquanto escaldava-o com meu olhar.

Ele passou a mão novamente no cabelo e pude notar as marcas de preocupação em sua testa.

– Sel, você tem todo o direito de não confiar em mim. Eu sei disso. A droga do meu coração está se abrindo e se rasgando com força agora. Não consigo aguentar o modo como você me olha. Nunca vou te machucar de novo. Por favor… vamos tentar consertar isso juntos – ele falava com a voz estalando e seus olhos estavam vermelhos.

Disse a mim mesma umas mil vezes hoje que não podia confiar nele. Ele era um mentiroso.

Um bully. Mas o que ele estava dizendo estava me afetando. Ele parecia chateado. Ou ele era um ótimo ator ou… estava dizendo a verdade.

– Beleza. Vou entrar no seu jogo. – Peguei o meu celular e liguei-o novamente.

Ele piscou, provavelmente confuso pela minha repentina mudança de atitude.

– O que está fazendo?

– Estou ligando para a sua mãe. – Não expliquei mais nada e telefonei para Trisha.

– Por quê? – falou arrastado, ainda confuso.

– Porque ela instalou um aplicativo de rastreamento por GPS no seu celular quando o comprou. Você disse que perdeu ele, né? Vamos descobrir.


Notas Finais


EAIIII GALERAAAAAAAA Volto amanhã com os últimos capítulos da fanfic, pois é... Amanhã é o grande final, mas não fiquem tristes, eu estarei com Until You na versão do Zayn logo logo, vocês não vão se livrar de mim kkkkk, beijinhos, talvez eu poste um mais tarde, só que está certo o resto para amanhã mesmo, beijos meninas


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