1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Fui Sua >
  3. Chapter 8

História Sempre Fui Sua - Chapter 8


Escrita por: selenandzayn

Notas do Autor


Bom meninas, até sexta.

Capítulo 8 - Chapter 8


O resto do dia se desdobrou em uma sucessão de momentos surreais. Tinha que constantemente dizer a mim mesma que estava em um sonho e que este não era realmente o primeiro dia de aula. Recebi muitos elogios por causa da minha briga no almoço, então senti que essa não podia ser mesmo a minha vida.

Depois que minha raiva passou, me dei conta de que eu tinha batido em outro aluno em território escolar. Podia me meter em encrenca – muita encrenca – por causa disso. Cada anúncio ou batida na porta da sala de aula fazia com que as minhas mãos tremessem.

Mandei uma mensagem para K.C. depois que saí do refeitório e me desculpei por abandoná-la. Como fiquei escondida na biblioteca durante o restante do almoço, tive tempo para tentar entender que diabos estava acontecendo comigo. Por que eu apenas não saí de perto do Madoc? Foi divertido chutá-lo no saco? Sim. Mas ultimamente estava perdendo o controle e talvez estivesse levando o conselho de vingança de K.C. muito ao pé da letra.

– Oi, Jackie Chan! – Maci Feldman, uma colega da aula de Política do último ano, sentou-se ao meu lado. Ela imediatamente colocou a mão dentro da bolsa, pegou um gloss rosa cheio de purpurina e passou nos lábios, me olhando feliz.

– Jackie Chan? – Arqueando as sobrancelhas, tirei um caderno novo da bolsa.

– Esse é um de seus novos apelidos. Os outros são Supermina e Esmaga-bolas. Gosto de Jackie Chan. – Ela pressionou os lábios e jogou o gloss dentro da bolsa.

– Gosto de Supermina – murmurei, enquanto o Senhor Brimeyer entregava o programa junto a um questionário.

Maci sussurrou:

– Sabe, muitas garotas gostaram daquela cena lá no refeitório. O Madoc dormiu com metade da turma do último ano, sem falar das novatas, então ele mereceu o que recebeu.

Sem saber o que responder, apenas concordei. Não estava acostumada a ter pessoas me apoiando. Minhas reações aos comportamentos grotescos de Zayn e Madoc podem ter mudado, mas minha meta de continuar com a cabeça focada na escola continuava a mesma. O primeiro dia de aula já estava repleto de comoção. Se eu tivesse mantido minha cabeça baixa, teria conseguido passar a maior parte do tempo despercebida. Mas era quase como se eu não tivesse mais vontade de ficar em silêncio e minhas ações indicassem que eu procurava mais confusão. O que estava fazendo? E por que não estava parando?

Depois da escola, me atualizei com Madame Lyon e, com isso, consegui esquecer os eventos do dia por alguns momentos. Ela agora queria que eu falasse o tempo todo em francês e me irritava o fato de que o alemão que aprendera durante o verão me confundia. Eu ficava dizendo coisas como “Ich bin bien” ao invés de “Je suis très bien” e “Danke” ao invés de “Merci”. Mas rimos disso e não demorou muito até eu conseguir me acostumar de novo.

A treinadora Robinson queria que a gente chegasse na arquibancada às três horas, então corri para me trocar para o treino de cross-country. Depois de um ano longe, minha vaga na equipe não existia mais, e eu tinha o intuito de consegui-la de volta.

– Você já foi castigada pelo que aconteceu no almoço? – Jess Cullen, nossa atual capitã, me questionou enquanto íamos para o vestiário depois do treino.

– Ainda não. Mas tenho certeza de que amanhã serei. Espero que o diretor seja bonzinho comigo. Nunca me meti em confusão antes – respondi, com esperança.

– Não, perguntei pensando no Madoc. Não precisa se preocupar com o diretor. O Zayn cuidou disso. – Ela olhou para mim enquanto passávamos pelo corredor em direção aos nossos armários.

Congelei.

– Como assim?

Ela abriu a porta do armário e parou para sorrir para mim.

– O Sr. Sweeney chegou logo depois que você saiu do refeitório, perguntando o que tinha acontecido. Zayn foi até ele e falou que o Madoc tinha escorregado e caído em uma mesa ou em uma cadeira… ou em alguma coisa do tipo – riu Jess.

Não consegui me controlar também. Era muito ridículo.

– Escorregou e caiu em uma mesa? E o Sr. Sweeney acreditou nele?

– Bom, provavelmente não, mas todo mundo o acobertou, então o Sr. Sweeney não pode falar muita coisa sobre isso. – Ela começou a balançar a cabeça, sem acreditar. –E quando o Madoc finalmente se recuperou, ele também concordou com a história.

Não, não, não. Eles não me salvaram!

Desmoronando, sentei no banco do meio do corredor e coloquei a cabeça nas mãos.

– O que foi? Isso é bom. – Ela se sentou ao meu lado e começou a tirar os sapatos e as meias.

– Não, acho que eu preferia estar ferrada com o diretor do que ter uma dívida com esses idiotas. – Eles não teriam dado cobertura para mim se não quisessem me castigar.

– Mas você não vai se inscrever para a Columbia? Acho que eles não se interessam por mentes científicas, jovens e brilhantes que curtem agredir garotos. Eu acho que qualquer coisa é provavelmente melhor do que esse episódio no seu histórico.

Ela levantou depois que acabou de se despir, e seguiu até o chuveiro com a toalha. Fiquei ali por mais alguns minutos, pensando no que ela disse. Ela estava certa. Muita coisa podia acontecer comigo se eu continuasse no caminho certo. Minhas notas eram ótimas, era fluente em francês, já tinha bagagem de um ano no exterior e um monte de atividades extracurriculares dignas de nota. Podia aguentar qualquer truque que Zayn estivesse escondendo por baixo da manga.

Meu primeiro dia na Shelburne Falls High School foi mais tumultuado do que eu gostaria, mas fui vista de um modo positivo. Acho que vou conseguir sair no último ano com algumas boas recordações, como o meu retorno e o baile de formatura.

Peguei a toalha e fui até os chuveiros.

A água quente caía pelas minhas costas e me relaxava com uma sensação de conforto e de estar curtindo algo completamente prazeroso, depois do treino que nos foi passado. Acabei ficando debaixo da pressão revigorante do chuveiro um pouco mais do que as outras meninas.

Meus músculos estavam exaustos.

Depois de sair enrolada na toalha, juntei-me às outras meninas no vestiário, que já estavam indo secar o cabelo, quase prontas.

– Saiam. Selena fica.

Levantei a cabeça ao escutar a voz masculina e uma respiração ofegante. Vi Zayn… que estava dentro do vestiário feminino! Agarrei a toalha, que ainda estava enrolada no meu corpo, e a apertei ainda mais, freneticamente procurando pela treinadora.

Um frio percorreu meu corpo. Ele me encarava enquanto conversava com as outras meninas e fiquei enojada ao perceber como todas saíram correndo, deixando-me sozinha com um garoto que não tinha nenhum direito de estar ali.

– Está de brincadeira com a minha cara?! – lancei para ele, enquanto eu me afastava de seus passos, que se aproximavam de mim.

– Selena – ele não usava meu apelido Sedesde que éramos crianças. – Queria ter certeza de que teria sua atenção. Tenho? – Ele parecia tranquilo, seus lindos olhos me encaravam, me fazendo sentir como se não houvesse mais ninguém no mundo além de nós.

– Fale logo o que quer. Estou nua e prestes a berrar. Isso já foi muito longe, mesmo pra você! – Parei de me afastar, mas a frustração ficava evidente à medida que minha voz aumentava e minha respiração acelerava. Ponto para Zayn. Ele tinha me surpreendido e agora eu estava completamente vulnerável. Sem fuga… sem roupas.

Segurei firmemente a toalha na altura dos meus seios com uma mão e me abracei com a outra. Todas minhas partes íntimas estavam cobertas, mas a toalha levantava logo abaixo do meu bumbum, deixando minhas pernas expostas. Zayn estreitou o olhar para mim antes que seus olhos começassem a descer… e descer ainda mais. Minha cabeça girava e meu rosto corava conforme ele continuava me admirando. Suas táticas de intimidação eram excelentes.

Nenhum sorriso acompanhou sua violação. Ele não me olhou com desejo como Madoc. Seu olhar perambulante relutava, como se fosse involuntário. Seu peito arquejava levemente e sua respiração estava mais pesada. Meu corpo estava formigando e fiquei pu/ta por outra sensação se manifestar entre minhas pernas.

Depois de alguns minutos, seu olhar encontrou o meu. Os cantos de sua boca se levantaram.

– Você sabotou minha festa na semana passada. E agrediu meu amigo. Duas vezes. Você está realmente tentando impor seu espaço nesta escola, Selena?

– Já passou da hora, não acha? – Surpreendentemente, não pisquei.

– Acho o oposto – disse ele, apoiando o ombro no armário e cruzando os braços. – Já arranjei passatempos melhores do que ficar te zoando, pode acreditar. Foi um ano pacífico sem a sua cara convencida, uma cara de quem se acha muito superior a todas as outras pessoas nestes corredores.

Seu tom provocativo não era nada diferente, mas o que ele disse me doeu e eu acabei rangendo os dentes.

Zombei dele, fingindo preocupação.

– O grande Zayn fodão está se sentindo ameaçado? – Caramba, o que estou fazendo?

Tenho uma desculpa. Ele estava me confrontando. Eu devia estar tentando dialogar. Por que eu não tentei conversar com ele?

Em um instante, ele saiu de perto dos armários e invadiu meu espaço. Ao andar de encontro a mim, ele colocou as mãos nas portas dos armários em ambos os lados da minha cabeça e me encarou. De repente, me esqueci de respirar.

– Não me toque. – Era para ter sido um grito, mas saiu apenas um sussurro. Mesmo olhando para o chão, podia sentir o calor de seu olhar me atacando enquanto ele pairava. Cada nervo do meu corpo estava em alerta com sua aproximação, e cada pelinho no meu corpo estava em pé.

Zayn mexeu a cabeça de um lado para o outro tentando conseguir minha atenção, seus lábios a poucos centímetros do meu rosto.

– Se um dia eu encostar as mãos em você – disse, com uma voz baixa e rouca –, você vai querer. – Ele aproximou ainda mais os lábios. O calor de sua respiração cobriu meu rosto. – O que acha? Você quer?

Olhei em seus olhos e o cheirei. Ia dizer algo, mas esqueci completamente quando sua fragrância invadiu meu nariz. Adorava quando os homens usavam perfume, mas Zayn não usava nada. Bom. Maravilhoso. O idiota tinha um cheiro natural de sabonete. Gostoso, delicioso, almiscarado.

Merda, Sel! Toma jeito.

Seus olhos semicerrados vacilaram enquanto eu mantinha o contato visual.

– Estou entediada – finalmente disse. – Você vai me dizer logo o que quer ou vai ficar enrolando?

– Sabe de uma coisa? – olhou ele, curioso. – Sabe essa nova atitude que está tomando depois que voltou? Me surpreendeu. Você costumava ser um alvo bem fácil. Você só corria ou chorava. Agora está com um instinto de luta. Estava determinado a te deixar em paz este ano. Mas agora… – Ele diminuiu o tom de voz.

– O que vai fazer? Colocar o pé no meu caminho para que eu tropece e caia na sala de aula? Vai jogar suco de laranja na minha camiseta? Vai espalhar boatos sobre mim para que eu não consiga sair com nenhum garoto? Ou talvez você vá aprimorar o seu jogo fazendo bullying virtual. – Isso não era uma piada e imediatamente me arrependi de ter lhe dado a ideia. – Você realmente acha que isso tudo ainda me incomoda? Você não me assusta mais.

Eu devia parar de falar. Por que não conseguia parar de falar?

Ele me analisou enquanto eu tentava controlar meu temperamento. Por que ele sempre parecia tão calmo, tão indiferente? Ele nunca gritava ou perdia a paciência. Ele estava com o humor sob controle, enquanto meu sangue fervia a ponto de eu sentir que poderia ter outro round com Madoc.

Meus olhos ficaram na mesma altura de sua boca conforme ele se inclinou lentamente. Um de seus braços se esticava sobre minha cabeça, relaxando nos armários para trazer seu rosto a um centímetro do meu. Um sorriso sensual apareceu em seus lábios e eu estava tendo dificuldades para desviar o olhar de sua boca.

– Você acha que é forte o bastante para me confrontar? – Seu sussurro calmo e devagar acariciou meu rosto. Se não fosse por suas palavras desafiadoras, seu tom de voz poderia ter me acalmado… ou algo assim.

Eu devia ter me afastado, mas queria parecer confiante mantendo minha posição. Podia dar o troco na mesma moeda. Pelo menos achava que poderia.

– Tá valendo. – Meu olhar encontrou o dele e o difícil desafio foi lançado.

– Selena Gomez! – Abalada pelo transe estranho que Zayn criara, olhei para cima e vi a treinadora e metade da equipe no final da fileira nos encarando.

– Treinadora! – Sei que devia dizer algo, mas nenhuma palavra saiu. O horror se instalou em minha mente e me fez de refém, enquanto eu tentava procurar por uma explicação. Zayn estava inclinado sobre mim, falando intimamente. Não tinha como parecer algo bom. Algumas meninas pegaram o celular, e me encolhi ao escutar o som de fotos sendo tiradas. Não!

Droga!

– Vocês podem fazer isso em outro lugar – a treinadora falou comigo, mas depois olhou para Zayn. – Senhor Malik? Saia! – ela disse entre dentes, e as garotas ao seu redor ficaram em pé rindo por trás das mãos. Ninguém desgrudou os olhos.

Zayn me atacou com um sorriso de satisfação antes de sair do vestiário, piscando para algumas garotas que babavam na saída.

Voltando à realidade, meus olhos se ampliaram. Ele tinha planejado isso!

– Treinadora… – comecei e apertei a toalha mais forte.

– Meninas – interrompeu a treinadora –, vão para casa. Nos vemos na quarta-feira. Sel? Te vejo na minha sala antes de ir embora. Vista-se.

– Sim, senhora. – Minha pulsação martelava dentro dos ouvidos. Nunca estive em apuros, pelo menos não na escola. Vesti-me rapidamente, prendi meu cabelo em um coque e saí voando em direção à sala da treinadora.Apenas alguns minutos tinham se passado, mas presumi que aquelas fotos já estariam na internet. Sequei o suor da testa e engoli a bile que estava subindo pela garganta.

Zayn tinha jogado baixo – muito baixo – dessa vez. Voltei para a cidade preparada para outro ano de irritações e humilhações, mas meus ossos tremeram ao pensar no tom de nossa discussão. Antes eram somente boatos, mas agora havia testemunhas e evidências do nosso encontro.

Amanhã, metade da escola teria alguma versão para o que estava acontecendo naquelas fotos. Se eu tivesse sorte, diriam que eu tinha me jogado para cima dele. Se eu não tivesse sorte, o boato seria mais sórdido.

Zayn estava saindo da sala da treinadora quando eu ia naquela direção.

– Ei. – Ela me parou. – Falei com a treinadora. Ela sabe que o Zayn armou uma cilada para você lá… que ele não foi convidado. Desculpa ter te abandonado lá.

– Obrigada. – Um alívio me inundou. Pelo menos minha barra estava limpa com a treinadora.

– Não tem problema. Apenas não diga para ninguém, por favor, que eu te defendi. Se ficarem sabendo que eu meti o Zayn numa confusão, não vai terminar nada bem – explicou Jess.

– Você tem medo dele? – Zayn tinha muito poder naquela escola.

– Não. – Ela balançou a cabeça. – O Malik é legal. Quando provocado ele se torna um idiota, mas nunca foi uma preocupação minha. Honestamente, parece que você é a única pessoa que ele quer destruir, falando metaforicamente, é claro. – Os olhos estreitados de Jess me fizeram pensar que ela estava imaginando algo.

– É, bem. Que sorte a minha.

– O Zayn é importante aqui, então não quero que fiquem no meu pé por ter dedurado ele. – Suas sobrancelhas se levantaram enquanto esperava minha compreensão.

Concordei, pensando que diabos Zayn tinha feito para merecer a lealdade de alguém.

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...