História Sempre será você... - Festa

Estou sentado na cama olhando o “meu” quarto novo, amanhã começam as aulas e eu tinha que organizar as minhas coisas no dormitório, então cheguei hoje para poder ter mais tempo. Minha irmã veio comigo, ela conseguiu arrumar um emprego nas redondezas e assim vai poder “manter o olho” em mim, na verdade, nossos pais pensam que ela me orienta, mas isso é uma piada. A Mikasa sempre quis que eu “curtisse” mais a vida, só que eu prefiro ficar na minha.

Nós morávamos na cidade de Maria, mas como a universidade na qual fui aceito fica em Rose precisei mudar e como uma boa irmã, a Mikasa veio também, ela é mais velha cinco anos e isso é saco. Ser o mais novo é realmente uma merda.

Antes nós não ficávamos muito tempo juntos porque ela estudava fora, mas agora ela está de volta e fica o tempo todo se intrometendo na minha vida.

Deito na cama suspirando pesadamente e olho para a cama vazia do outro lado do quarto, o meu colega ainda não deu as caras por aqui, só espero que ele seja organizado, porque não quero viver temporariamente com um porco. Meus pensamentos são interrompidos pelo toque do meu celular, pego ele na cômoda e atendo.

   - Alô – Falo.                                                        

   - Ei maninho, meu amigo está dando uma festa na casa dele hoje, você precisa vir – A voz alegre de Mikasa soa pelo telefone.

   - Você sabe que eu não gosto de festas... – Falo cansado e suspiro.

   - Eren!!! Por favor, vem pra cá – Tenta me convencer – Amanhã vai começar as suas aulas, você precisa aproveitar a sua última noite sem precisar fazer trabalhos ou estudar...

   - Mikasa... – Tento convencê-la de que não vou, mas sou interrompido pela sua voz.

   - Por favor... Prometo que não vai se arrepender, não peço mais nada para você – Minha irmã fala em tom de súplica e eu olho para o teto do quarto.

   - Okay... – Concordo sem querer começar uma discussão – Onde fica essa casa?

Ela solta um gritinho vitorioso e me passa o endereço, percebo que não é muito longe do dormitório, desligo a ligação e vou tomar banho para me arrumar.

Essa vai ser uma noite longa.

.   .   .

Estou em frente a uma casa grande e em estilo moderno, a frente é decorada com vasos e tem um pequeno jardim na frente da casa, respiro fundo e vou em direção à porta, ela está aberta então entro na casa e noto que ela está cheia de pessoas e a música está muito alta. Como essas pessoas conseguem?

Olho ao redor tentando encontrar a Mikasa, mas foi uma tentativa em vão. Decido andar pela casa e ver se consigo achar a minha irmã maluca. Vou em direção ao corredor e a vejo, mas quando vou chamar pelo seu nome sinto algo molhado na minha camisa, dou um passo para trás assustado e vejo um homem me encarando culpado segurando um copo vazio.

   - Desculpe – Sua voz é grave e calma.

O encaro sem responder, apenas balanço a cabeça. Ele estreita os olhos para mim e vira de costas começando a se afastar, mas seguro o seu braço o fazendo deter o passo e voltar a me encarar.

   - Você sabe onde fica o banheiro? – Pergunto soltando o seu braço e ele como resposta acena positivamente com a cabeça, então faz um gesto para que eu o siga.

Começo a andar atrás dele e percebo que ele anda de um jeito confiante e cheio de superioridade. As suas roupas são casuais, mas mesmo assim são de um jeito elegante.

Quando percebo, estamos parados em frente de uma porta branca e ele vira para me encarar.

   - É aqui – Fala calmo.

Abro a porta e entro no banheiro, mas antes de fechar a porta viro para agradecer.

   - Obriga... – Paro de falar quando percebo que ele foi embora antes de eu poder agradecer. Dou de ombros e fecho a porta suspirando.

Está noite realmente começou boa, só espero que não piore.

.   .   .

Perdi a Mikasa de vista e depois de procurar a minha irmã por uma hora e meia eu desisto e vou ver se consigo alguma coisa para comer, procuro a cozinha e ao invés de encontrar um lugar cheio de gente pegando bebida, encontro o local calmo com apenas uma pessoa de costas para mim. Paro de andar e encaro as costas da pessoa.

   - Você sabe onde posso encontrar alguma coisa para comer? – Pergunto e o homem vira, percebo que é o mesmo que derramou bebida em mim – Eu não tomo bebida alcoólica.

Ele me encara e fala.

   - Parece que você pede muita coisa – Diz e pega um saco de pão de caixa no armário e vai em direção à geladeira.

   - Desculpe, mas eu não posso chegar abrindo as coisas dos outros e você parece saber muito sobre as coisas aqui – Falo o observando preparar dois sanduíches.

   - Não tem problema – Fala – Eu também estou com fome, então posso fazer um sanduíche a mais.

Eu dou um sorriso sem graça e falo.

  - Eu realmente não deveria estar aqui, mas minha irmã me convenceu a vir e ainda não consegui nem encontrar aquela vaca – Digo suspirando pesadamente.

O rapaz olha para mim curioso e percebo que ele não deve ser muito mais velho que eu. Ele parece estar bêbado porque os seus olhos estão vermelhos e vejo um copo vazio onde ele estava. 

Ficamos em silêncio até que ele limpa a mão e a estende para mim.

   - Levi – Diz abrindo um meio sorriso e o meu coração começa a bater mais rápido.

  - Eren – Falo apertando a sua mão, ela é quente na minha e sinto um arrepio atravessar todo o meu corpo, recolho a minha mão e sorrio sem jeito – Desculpe se estou incomodando você, eu realmente não deveria ter concordado em vir hoje.

  - Não precisa se desculpar, eu não me importo, pelo menos você parece ser gente boa e posso conversar tranquilamente, porque o resto do pessoal dessa casa não deve estar falando coisa com coisa.

Sorrio ao ver a sua cara de tédio e solto uma risadinha, o Levi me encara sério e pergunta.

  - Você está rindo de mim? – Seu tom é firme e tento fingir uma expressão culpada.

  - É claro que não – Digo em tom inocente – Eu nunca riria de você.

Levi levanta a sobrancelha e se aproxima de mim.

  - Você ainda não me convenceu com essa desculpa... – Ele se aproxima cada vez mais e eu começo a dar passos para trás, mas logo bato na mesa e fico entre ela e Levi.

   - E-eu... – Tento falar, mas os meus pensamentos somem quando ele aproxima o rosto do meu.

O que ele está fazendo?

Ele olha intensamente nos meus olhos e sorri preguiçosamente. Fecho os meus olhos e logo sinto a sua mão na minha cintura, e então sinto a sua boca pressionar na minha delicadamente. Eu solto um suspiro de incredulidade. Ele realmente me beijou? E por que eu estou beijando uma pessoa que acabei de conhecer?

Esses pensamentos evaporam quando ele enfia a língua na minha boca e eu seguro seus cabelos o puxando para mais perto retribuindo o beijo, sinto um leve gosto de bebida e aprofundo o beijo, nós nos afastamos sem fôlego e encaramos um ao outro intensamente, então ele segura as minhas pernas e me coloca sentado em cima da mesa ficando entre as minhas pernas, as coloco ao redor da sua cintura e ele me beija novamente, dessa vez ele ataca a minha boca ferozmente, morde o meu lábio inferior e eu solto um gemido baixo. Minhas mãos estão nos seus cabelos quando ele se afasta abruptamente e ri.

   - Eu não deveria estar beijando um pirralho como você desse jeito – Sua voz está fria e cheia de deboche – Você nunca deve ter transado na vida e mau cosegue conter um gemido, uma criança.

Fico pasmo e ao mesmo tempo com raiva.

  - Não deveria, mas estava – Falo rude.

 - Você tem razão, isso não vai se repetir.

Ele vira de costas e vai embora, fico encarando as suas costas e fecho os olhos com força pensando nas suas palavras.

Não deveria ter beijado um pirralho como você.