Ah! Ah, ah, ah, ah-ah!!! Eu detesto aquele cara! O Wesker me odeia, só pode, porque ninguém faz isso com ninguém!
Com a minha expressão de furiosa tendo finalmente terminado tudo o que devia me jogo na cama ficando de cara fechada e mais irritada ainda por estar assim. Olho no relógio da cabeceira e já é meia-noite e comecei essa droga a tarde... Meu domingo em que eu queria passar suspirando e dormindo para essa semana que ele vai me escravizar também, com certeza, foi repleto de frustração e raiva.
Me cubro até o nariz e respiro fundo tentando arrancar de mim toda a lembrança dele e da papelada infinita que tive de fazer.
Então finjo que hoje ainda é ontem e apago todo o domingo da cabeça, menos a parte em que o Chris vem tomar café comigo amanhã... Finalmente abro um sorriso e fixo essa ideia em minha mente e me afundo em meu sono com aquela imagem perfeita dele em minha mente.
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Abro os olhos com meu despertador enfurecido tocando e o desligo já ficando sentada na cama e minha angústia pelo trabalho já me consome e faço cara feia.
Levanto e vou ao banheiro fazer o necessário e volto ao quarto para me arrumar, então paraliso... Chris! Ele vem mais cedo hoje! Saio correndo esquentar a água para o café (ainda tinha sobrado do qual ele comprou para sábado), preparando torradas, me vestindo, passando o café e meu chá, passando lápis nos olhos e tentando ajeitar meu cabelo no lugar.
Arrumo desesperadamente a mesa olhando no relógio sabendo que ele pode chegar a qualquer segundo. Corro ao quarto para me olhar no espelho e me apavoro com o meu cabelo, mesmo sendo bem liso, ele está todo amassado, então o prendo em um rabo alto, deixando uns fios soltos e passo mais lápis nos olhos para ajudar e então... Ouço a porta.
Corro até lá e paro diante dela respirando fundo e abrindo com um sorriso e me puno mentalmente por toda vez que olho aqueles olhos verdes brilhantes eu quase me desmanchar. Mas seu sorriso divino acompanhado com o ursão que ele carregava nos braços me fez rir e ele estendeu o urso, mas quando estendi meus braços para pegá-lo, Chris o afastou e tomou o lugar dele me abraçando fortemente sem cerimônias e antes de eu pensar eu passo os braços ao redor dele também.
-- Bom dia, Jill.
-- Bom dia...
Eu não queria mais me afastar, mas depois de alguns minutos abraçados na minha porta ele me solta com um sorriso estonteante e me entrega meu urso que abraço e levo até o sofá. Escuto o Chris fechar a porta e indico a mesa, onde ele se senta parecendo curioso e com seu sorriso fixo no rosto me olhando até eu sentar na frente dele.
-- Dormiu bem?
-- Mais ou menos e você?
-- Bem, mas... O que aconteceu?
Eu reviro os olhos e viro para encarar a montoeira de papel que deu os relatórios e ele acompanha meu olhar, parecendo assustado.
-- Quanto tempo demorou?
-- Fui dormir meia-noite.
-- Nossa, Jill... Acho que eu devia mesmo ter vindo te ajudar.
-- Ah... – Eu sorri sem alegria – O Wesker só pode me detestar, porque não é possível.
-- Ele não pode ficar te dando trabalho extra assim.
-- Diga isso para ele.
-- Acho que você devia bater o pé... Nenhum de nós está lá para ficar escrevendo um milhão de relatórios, ainda mais em casa. Estamos lá para ajudar a população da cidade quando a polícia comum não consegue fazer isso.
-- Pois é, mas a cidade está tão parada ultimamente que nem os policiais fazem alguma coisa.
-- Sempre tem alguém desaparecido... Antes nos mandasse procurar pistas de casos pequenos do que nos mandar ficar no escritório o dia inteiro.
-- Sim, você está certo...
-- Você é uma integrante incrível da nossa equipe e suas especialidades deviam ser praticadas e não gastadas para escrever um monte de baboseira que é responsabilidade dele.
Eu olhei para ele e levantei as sobrancelhas para seu jeito e quando me olhou ele riu e eu o acompanhei começando a tomar meu chá e empurrando uma caneca com café para ele que a puxou passando os dedos na minha mão.
-- Pois é, Chris... Mas ele é nosso chefe e tudo o que devemos dizer é “sim, senhor”. Um chefe atencioso e legal ele jamais vai ser, então...
-- É, isso com certeza. – Ele riu.
Tomamos nossas bebidas em silêncio e o vi distraído encarando a mesa, então virei para ele e fiquei aproveitando esse momento para estudar os traços de seu rosto, o esperando olhar para mim.
-- Você está bem?
-- Ah... – Ele sorriu sem jeito – Sim, tudo bem.
-- E como foi ontem?
-- Bacana... Demos umas voltas pela cidade, ficamos sentados na praça, pedimos pizza e porções de frango e fritas, assistimos filmes e colocamos todo o papo em dia.
-- Nossa... – Eu sorri – Eu queria um irmão assim.
-- Nos vemos uma vez por mês ou menos, então aproveitamos quando dá certo.
-- Ela deve admirar você.
-- É o que parece... Mas ela é meio pirada, porque que garota normal gosta de motocicletas grandes, facas e armas como se fossem as coisas mais incríveis da vida?
Eu ri e ele me acompanhou, então levantei de ombros.
-- As garotas não normais que são as que vocês mais gostam.
-- Pois é, mais uma razão.
-- Então você é um irmão ciumento...
-- Não sou ciumento... Só não quero saber de nenhum marmanjo perto dela.
-- Mas pirada por motocicletas, ela vai achar um facilmente.
-- Acho que não, ela é bem cabeça e graças aos céus ela não fica procurando namorado por aí.
Eu ri de novo do irmão ciumento que ele se revelava e ele sorriu sem jeito para mim, comendo e tomando seu café com calma.
-- Eu só não queria que ela seguisse a mesma carreira que eu... Morreria de preocupação com ela, já não gosto muito dela vindo de tão longe em cima de uma moto, então imagine indo atrás de algum criminoso.
-- Acho que você é protetor demais.
-- Pode ser... Mas isso é algo que nunca vou deixar de ser.
-- Não é ruim... Só cuide para não exagerar.
-- Eu ia trazer ela aqui ontem, para vocês se conhecerem.
-- E por que não trouxe?
-- Bom, você falou que ia focar nos relatórios e... Imagine se eu tivesse vindo, você estaria com isso até agora ou eu e ela te ajudaríamos.
-- Mesmo assim... – Eu sorri – Deviam ter vindo.
-- Na próxima nós viremos.
Continuamos nosso café e olhei ao relógio vendo que quase era hora de sair e pelo que dava para ver pela janela, a chuva de sábado queria voltar de vez porque as nuvens mais escuras impediam o sol de brilhar como ontem.
-- Tomara que não chova hoje.
-- Pois é... – Eu sorri.
-- Se der certo, posso te levar no lugar que falei sábado?
-- Sim, claro que sim.
-- Legal.
Ele abriu um sorriso enorme e eu o acompanhei, terminando de tomar meu chá e notei que ele havia terminado seu café, mas antes de eu oferecer, ele mesmo colocou um pouco mais na caneca e voltou as torradas com geleia.
Eu queria conversar, mas não sabia sobre o quê e pelo jeito dele encarando a mesa pensativo de novo, ele estava longe dali. Então desviei dele e voltei a comer minha torrada e fiquei por ali mesmo, esperando ele terminar a dele. Até que ouço seu sorriso e levanto os olhos com ele me olhando daquele jeito doce.
-- Onde vai deixar o urso?
-- No meu quarto, eu acho.
-- O Júnior está no meu também... Ele já está com saudades de você.
Eu reviro os olhos e ele ri me obrigando a acompanhá-lo.
-- Vamos?
-- Vamos.
Levantei dali e ele tirou os pratos e canecas as colocando na pia e eu só o observei fazendo aquilo e me lembrei dele cozinhando para mim no sábado.
-- Vai cozinhar para mim hoje à noite?
-- Ah, você não ia querer se arriscar a comer minha comida. – Ele sorriu.
-- As torradas e ovos de sábado estavam boas.
-- É porque eu tomo café, almoço e janto torradas e ovos.
Eu ri e ele me acompanhou. Eu peguei minha bolsa e saímos comigo trancando a porta e ele caminhando ao meu lado, já abrindo a porta. Assim que ele entrou, seguimos para delegacia.
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Ao estacionar na vaga que geralmente ele usava, saímos do carro e seguimos para a delegacia. Não falamos nada, mas ao entrarmos pela porta principal tive de rir em ver as garotas se derreterem por ele e me olharem feio... Algumas pessoas cumprimentaram, outras ficaram olhando para nós.
-- Jill?
Viramos para olhar e vi a Raquel vindo em nossa direção e parando para olhar para o Chris e se derreter por um momento.
-- Bom dia, Sr. Redfield.
-- Bom dia Raquel... E já disse que só Chris está bom.
Ela quase se desmanchou e eu desviei me perguntando por que ela chamou pelo meu nome se a intenção era se jogar para cima dele.
-- Oi, Jill, precisamos conversar sobre a festa de quinta-feira porque eu e as garotas estávamos combinando de vir todas de vestido longo dessa vez, sabe.
-- Ah... Longo, ok.
-- Você vem esse ano, certo?
-- Ah, acredito que sim.
-- Ótimo! É que ano passado viemos de vestido de noite, mas curto sabe, só que a mulherada dos patrões vieram todas de longo e foi a maior vergonheira, por isso esse ano vamos dar mais elegância a festa.
-- Certo... Obrigada por me avisar.
-- Já foi convidada?
Ela olhou para o Chris como se minha resposta fosse certa de que eu iria com ele e ao lembrar que ele continuou a não comentar nada, fico brava por isso.
-- Não, ninguém me convidou ainda.
-- Ah, isso é normal, acho que os homens comecem a se mexer só hoje mesmo, porque vou te contar, os homens dessa delegacia estão muito devagar. – Ela sorriu – Sem ofensas.
Ela riu para o Chris que tentou retribuir, mas tinha uma expressão diferente e meu lado rebelde não conseguiu ficar calado.
-- Pois é, todos eles são lerdos mesmo.
Ela riu mais e eu sorri, mas vi o Chris me encarando de canto e então ela se afastou acenando e sorrindo, voltando a recepção onde trabalhava.
Virei para continuar o caminho e ele me acompanhou calado a princípio então abriu a boca para falar, mas demorou um minuto até sair som, conosco já em nosso andar de trabalho.
-- Esse baile... Festa, sei lá. – Ele sorriu – Só eu que esqueço com facilidade de que ele existe?
Eu sorri forçadamente e levantei os ombros, então entramos em nossa sala que admiravelmente ainda estava vazia. Coloquei a papelada em cima da mesa e minhas coisas na mesma parte de sempre do chão e notei que ele ficou parado ao lado da mesa parecendo lutar mentalmente contra alguma coisa, então sentei e virei para ele e pela sua expressão eu não controlei meu riso.
-- O que foi, Chris?
-- Jill, sobre a festa...
Meu coração saltitou dentro do peito e fingi uma reação normal, mas senti meus olhos brilharem com o início de frase dele.
-- Sim... O que é que tem?
-- Eu pensei que... Talvez você... – Ele parou – Talvez nós...
-- Chris!
Olhamos para porta e o Barry surgiu com um sorriso amigável e acenou ao me ver.
-- Bom dia, Jill... Hoje é na academia, Wesker está chamando.
-- Puxa, na academia? – Perguntei.
-- Pois é... Acho que hoje vai ser mais cansativo, mas bem mais produtivo.
-- Certo.
Levantei da cadeira e o Chris me olhou de canto e me cutucou.
-- Conversamos depois?
-- Sim.
Fomos para academia e tive que desviar meu rosto para meu sorriso abestalhado não demonstrar minha felicidade em saber que SIM, ele vai me convidar.
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Realmente... Mal tivemos tempo de almoçar e o Wesker já nos levou para academia novamente. Treinamos com a equipe Bravo o dia todo, praticando tanto com armas como facas, auto defesa, salvamentos e equipamentos diversos.
Sim, foi para isso que fomos contratados, melhorar nossas habilidades para quando precisarem de nós estivermos aptos a qualquer situação.
Quando quase estava no nosso horário, Wesker nos liberou para os chuveiros e segui com a novata da esquipe Bravo, a Rebecca. Sempre que nossos olhares se cruzavam ela sorria amigavelmente e eu retribuía. Diferente de nós, a Equipe Bravo não era unida fora daqui, pois a maioria deles apenas tinha contato aqui dentro e pelo que eu notei, apesar de tratarem bem a Rebecca, ela era meio que deixada de lado por eles.
Quando terminei meu banho e me vesti, vi ela secando o cabelo com a toalha e sorri antes de sair, acenando.
-- Até amanhã, Rebecca.
-- Ah, até amanhã... Jill!
Eu voltei e olhei para ela que parecia meio sem jeito e esperei.
-- Você é muito boa... Espero ser como você um dia.
Eu sorri e ela fez uma carinha de meiga, então concordei tentando encontrar palavras.
-- Obrigada, Rebecca... Mas é que cada um aqui tem um ponto forte diferente, não devemos ser comparados.
-- Pois é, mas... Eu queria que soubesse que te acho incrível.
-- Obrigada... – Eu sorri – Você também é.
-- Ah, eu... Obrigada. Bom, até amanhã!
-- Até!
Eu saí dali de cabeça baixa me sentindo exausta. Segui para o escritório para pegar minha bolsa e vi ao longe o Chris com o Forest que acenou para mim com um sorriso malicioso e eu desviei dele sem dar atenção, mas vi com o canto do olho que o Chris deu um chute na canela dele.
Eu cheguei no escritório e ajuntei minha bolsa lembrando da minha cama macia e aconchegante. Quando tomei o rumo da porta, dou de cara com o Capitão Wesker que faz eu me assustar e ele me olha estranho pela minha reação.
-- Me assustou... Não te ouvi.
-- Tudo bem... Jill, preciso falar com você.
Ah, não... Mais papelada não.
-- Deixei a papelada na sua mesa.
-- Sim, eu vi.
-- Eu fiz alguma coisa errada?
-- Não, não é sobre trabalho exatamente.
Ele pareceu estudar minha expressão, não que se importasse, mas parou por um segundo e eu achei melhor deixar ele falar.
-- Você vem na festa?
-- Ah, eu... Por enquanto não tenho nenhum compromisso.
-- Alguém já te convidou?
Quem me dera...
-- Não, mas...
-- Ótimo, então você vai comigo.
O QUÊ?
Ele me contornou e foi até sua mesa mexer nos papeis e eu esperei ele rir da minha cara, mas isso não aconteceu.
-- Acho uma bobagem essa história de acompanhante, mas se eu não aparecer com alguém só vou ouvir coisas desnecessárias.
-- Wesker, eu...
-- E como você trabalha comigo... – Ele me interrompeu – Ninguém vai fazer gracinhas, porque se eu convidar outra da delegacia vão ficar dando indiretas e nada me irrita mais do que brincadeiras monótonas e sem criatividade.
Não, não, não, não... Me dê mil papeladas para fazer, mas isso não.
-- Wesker, eu não sei s...
-- Eu não gosto dessas reuniões. – Ele me interrompeu novamente – Mas são necessárias e até que têm suas utilidades. Você só precisa chegar comigo, ficar cinco minutos por perto e faça o que quiser com quem quiser depois. Só vou ficar uma hora, no máximo. E não pense que isso é um encontro, apenas preciso de alguém e você também, mas, por favor, se arrume bem, sei que não será difícil para você e quero alguém praticamente a minha altura ao meu lado.
Como é que é?
-- Vou estar com meu carro na sua casa às oito horas da noite na quinta-feira. Não me faça esperar por você.
Que droga... Poderia piorar?
-- Se quiser eu te deixo em casa na volta, mas como eu disse, não vou demorar, então se quiser voltar mais tarde vai ter que pedir carona para outra pessoa. E sei que isso não será problema.
Eu estava de cabeça baixa me sentindo uma criança que estavam castigando por ter feito algo terrivelmente errado.
-- É isso, então... Queria falar alguma coisa?
Eu levantei a cabeça e vi que ele me encarava como se esperasse impaciente o que eu queria ter dito antes, então pensei... O que eu digo? “Ah, é que eu ACHO que o Chris vai me convidar”. Mas ele não convidou! Teve o final de semana todo e hoje de manhã e não fez nada, falou de todos os outros assuntos e apenas tocou no assunto “festa” no último momento disponível.
Minha raiva floresce e me sinto mais frustrada.
-- Eu não queria dizer nada.
-- Ótimo. Até amanhã.
Ele saiu rapidamente da sala e eu fiquei sem saber o que fazer.
Eu não acredito... Realmente não acredito nisso. Por que não me convidou, Chris? Agora vou ter que ir com alguém que me detesta... “Alguém PRATICAMENTE a minha altura”? Ah, eu só posso ter sido uma serial killer na minha vida passada para merecer um castigo desses... Mas o Chris não me convidou, então... Bem feito para ele também. Ninguém mandou ser lerdo.
Eu dei as costas e saí dali indo ao estacionamento ainda brava com o “convite”... Bom, eu diria que foi mais um ultimato. Mas quando cheguei do lado de fora, a chuva estava despencando e corri ao estacionamento me molhando toda. Havia poucos carros ali parados ainda e fui em direção ao do Chris que parecia ter alguém dentro, então abri a porta quando cheguei e ele que parecia meio largado no banco se endireitou e me olhou percebendo algo estranho.
Fechei a porta e passei o cinto sentindo que os pingos de água em mim estavam cozinhando pelo calor que eu sentia vir do meu rosto.
-- Você está bem?
-- Estou.
-- O que aconteceu, Jill?
-- Nada, Chris... Não quero falar nisso.
-- Tudo bem.
Ele continuou ali e eu encarei a chuva lá fora engrossar e fiquei pensando no que o Wesker tinha dito... Ah, eu mereço. Eu devia ter dito que já tinham me convidado... Mas e se ele perguntasse quem e eu dissesse o Chris e o Chris convidasse outra? Ai, eu estou ferrada...
-- Jill, sobre a festa...
Ah, agora vai falar nisso? Eu mereço...
-- Eu pensei que... Talvez você quisesse... Vir comigo.
Minha raiva começou a sair pelas orelhas e virei para ele tinindo de raiva.
-- Você passou o final de semana todo comigo e só agora vem me convidar para ir nessa droga de festa?
-- Ah...
Ele não continuou, mas minha raiva se multiplicou.
-- Se por um acaso você se importa, não, não vou com você porque acabei de ser avisada que vou acompanhar outra pessoa.
Ele me olhou assustado e bravo ao mesmo tempo, então fechou a cara.
-- Com quem você vai?
-- Com o nosso querido Capitão.
-- Wesker?
-- Sim.
-- Ele convidou você?
-- Não, ele simplesmente disse “você vai comigo”.
-- Ele não pode fazer isso!
-- Acontece que ele perguntou se eu iria e se alguém tinha me convidado e como eu apenas disse a verdade ele me advertiu sobre isso.
O Chris ficou calado agora parecendo entender meu estresse e então desviou parecendo frustrado e eu encarei a chuva lá fora.
-- Jill, eu... Me desculpe. Mas você já sabia que eu ia te convidar, por que não disse que estava convidada?
-- E como eu ia adivinhar isso, Chris? Achei que você ia me convidar, mas quando passou o final de semana todo e nem tocou no assunto, eu achei que ia com outra.
-- Eu nunca quis convidar ninguém além de você.
-- Pois é, devia ter me dito isso antes...
Ele ficou calado e eu abaixei a cabeça com minha frustração pelo Wesker e meu rancor em ter despejado em cima do Chris, então virei para ele que parecia abatido.
-- Desculpe... Me desculpe, Chris. Mas é que o Wesker vive me escravizando e agora vem com isso, eu fiquei irritada... Me desculpe, não devia ter dito essas coisas para você.
-- Não ligue para isso, Jill... A culpa é minha. Eu realmente devia ter te convidado assim que vi o folheto na minha mesa.
-- Não, não devia... Você não deve nada para mim, Chris...
Então minha imaginação pesou bruscamente quando pensei em uma coisa muito pior do que eu ir com o Wesker...
-- Você pode convidar quem você quiser agora...
Eu abaixei a cabeça e meu coração se automutilou em pensar no Chris de braço dado com uma dessas oferecidas que se desmancham quando ele entra.
-- A única que eu sempre quis convidar, é você, Jill.
Ele pareceu realmente abatido e me martirizei por isso, então procurei palavras para me retratar.
-- Bom, ele disse que eu só preciso chegar com ele e passar cinco minutos do seu lado, depois estou livre... Então se quiser me dar carona de volta depois, eu aceito.
Ele me olhou e sorriu novamente daquele jeitinho torto dele e aquela expressão de sapeca o dominou.
-- Tudo bem. E já sei mesmo que é o MEU sorriso lindo que te faz derreter quando está perto, então... Tudo certo.
Eu o empurrei rindo agora e ele ligou o carro.
-- Então só vou perder a chance de ser o primeiro a te ver mais linda do que nunca... Mas depois vai poder se misturar com a ralé?
-- Creio que sim... – Eu ri.
-- Beleza... Então deixamos assim. E não vamos pensar nisso para não nos estressar, porque agora vamos para minha casa comer e esperar essa chuva passar.
-- Ainda otimista quanto ao tempo?
-- Sempre... Não pense que vai escapar, Jill.
Ele me deu uma piscada acompanhada com aquele sorriso maravilhoso e saímos rumo a sua casa. E mesmo com um resquício de discussão, ambos fomos com um sorriso no rosto.
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