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História Sempre Tem Um Lado Bom - RAIVA e Dor


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


É povo, mais um final de semana chegando e junto com o nosso, vem o da Jill que promete um pouco de tudo ;-) .
Obrigada por estarem acompanhando até aqui!

Capítulo 18 - RAIVA e Dor


Eu não levantei a cabeça. Não posso encará-lo depois de tudo... Não quero isso, não posso com isso.

Vejo ele dar mais um meio passo em minha direção e fecho meus olhos sentindo as lágrimas me dominarem, mas engoli o soluço para ele não ouvir... É claro que ele ouviu quando chegou, mas não preciso dar mais esse prazer para ele.

-- Jill...

A voz dele parecia abatida e amargurada, mas ele não disse mais nada, apenas me encolhi tentando impedir de eu escutar ele e sequer sentir sua presença.

-- Jill, precisamos conv...

-- Sai daqui.

Eu disse com uma voz chorosa, mas firme, o fazendo ficar calado. Por favor, Chris... Saia daqui, não quero você perto de mim outra vez.

-- Jill, por favor, eu n...

-- Por favor, saia daqui!

Meu choro voltou e não consegui manter baixo o suficiente para ele não ouvir, então sinto ele mais perto e arrasto a cadeira ao canto.

-- Jill, eu...

-- SAI DE PERTO DE MIM!

Eu virei para ele explodindo de raiva, mas minhas lágrimas foram mais fortes e eu desviei me odiando por deixar ele me ver assim. Então ouço passos rápidos e escuto que alguém o puxa para fora e cochicha alguma coisa.

-- Barry, eu precis...

-- Agora não! Venha.

Escuto eles caminharem para longe dali e me entrego de vez as lágrimas e abaixo a cabeça na mesa soluçando baixo.

Droga... A última coisa que eu queria agora era que ele me visse assim. Ainda bem que o Barry chegou, porque se não eu teria saído correndo e não voltaria mais para cá.

Isso é tudo culpa sua, Jill... Sempre quis evitar se envolver no trabalho para isso não acontecer, e agora foi exatamente o que fez. Agora tudo aqui vai ser uma droga, porque os demais sabem de tudo e as brincadeiras e descontrações acabaram, porque nenhum deles saberá agir, ciente de que tem duas pessoas em um clima desses.

Levanto a cabeça limpando as lágrimas e tentado me convencer de que tenho que suportar o que eu mesma permiti que acontecesse... Eu me envolvi, me apaixonei e quebrei a cara. Isso acontece todos os dias com milhares de pessoas. E sou apenas mais uma. Um dia isso passa... Não será hoje e nem semana que vem, mas tenho que me manter firme.

Puxo a papelada novamente e tento me focar naquilo, para terminar de uma vez e o tempo passar rápido.

 

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Todos voltam do almoço e me cumprimentam normalmente, menos o Chris que entra sem olhar para nada e senta no lugar dele escrevendo algo no computador. O Joseph e o Brad discutem sobre algo da festa de ontem e o Barry ri participando da discussão, mas vejo que ele mantém os olhos no Chris que não se vira nem por um momento.

Ele deve ter dado uma prensa do Chris por ter vindo me procurar... Só pode ser isso. Espero que ele se mantenha longe por todo o resto do dia.

Como sempre, Wesker entra como um raio e já vai entregando os relatórios e quando chega na minha mesa, termino de escrever a última palavra do que eu estava fazendo. Pego o novo e já começo sem demora para ter meu final de semana livre... Se ele deixar, é claro. Será que vai se dar ao prazer de estragar esse meu final de semana também?

É só o que me falta...

Começo a digitar as coisas pensando em uma maneira de sumir completamente ao alcance do Chris pelo final de semana todo... Tenho que fugir, para qualquer lugar, mas longe daqui para eu não ter perigo de cruzar com ele ou com os demais que poderiam contar a ele. Preciso sai da cidade, qualquer lugar, não importa... Além de PRECISAR fugir, eu PRECISO de sossego e distração ou vou enlouquecer.

 

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Quase próximo ao fim percebo em como o clima realmente está tenso e olho novamente para ele ali parecendo concentrado... Em momento algum ele tirou os olhos do computador ou abriu a boca. Nem saiu no intervalo, nem foi ao banheiro, nada. Completamente ali. E reparei no olhar preocupado do Barry todas as vezes que olhou para o Chris.

Eu desviei e finalmente termino meu trabalho suspirando aliviada por faltar menos de uma hora para ir para casa.

Então o telefone do Wesker toca e ele atende.

-- Certo.

Ele desliga e sem levantar a cabeça, fala calmamente.

-- Irons te quer na sala dele, Jill.

Só nos sonhos dele que eu vou para lá de novo... Mas por nada nesse mundo vou entrar em um lugar sozinha com a presença daquele velho tarado.

Será que não deu para entender o que eu disse mais cedo?

Eu abaixei a cabeça ignorando ao olhar para os papeis e vejo que o Joseph e o Brad olham para trás em minha direção.

-- Está surda, Jill? – Wesker disse.

-- Não, eu ouvi.

-- Então anda logo.

-- Eu não vou.

Todos pararam de digitar, até mesmo o Chris, mas sem olhar para mim. Mas quando levanto o olhar, vejo o Wesker me encarando, não se importando com minha falta de vontade de ir lá, mas talvez por ter dito que não a ele.

E ao invés de eu temer por minha carreira profissional, a lembrança daquele velho descarado me invade e quando desvio vejo o Chris e minha raiva flui com uma facilidade impressionante.

-- Não vai?

-- Já falei que não. – Respondo grossa.

Eu encaro meus papeis tentando ignorar o olhar de todos menos do Chris que continua fingindo não lembrar que eu existo e isso me irrita ainda mais.

-- Vai desobedecer uma ordem do chefe do seu chefe?

Eu levanto a cabeça o encarando e sentindo toda a minha dor, angústia, frustração e raiva florescer em mim e não consigo mais controlar.

-- “Chefe”? Você quer que eu tenha algum respeito por um velho nojento e descarado que me chamou no escritório dele para tentar passar a mão em mim?

Nesse momento todos viram para olhar para mim e sinto o olhar do Chris em minha direção, mas me foco no meio sorriso do Wesker ao me ouvir.

-- Quer que eu haja como profissional com um velho nojento desses? Que dá em cima de mim na sua frente, com a mulher dele próxima a nós e tem a cara de pau de me mandar um buquê de rosas na frente da academia toda?

Eu levanto dali cuspindo fogo e ajuntando minhas coisas sem pensar mais e levo todas as papeladas até ele pisando firme e colocando na frente dele as de ontem e a de hoje.

-- É incrível! Porque parece que nesse lugar eu entreguei meu currículo com erros de função, porque enquanto para um ter lido “prostituta”, para outro – Aponto para o Wesker. – eu devo ter escrito “secretária”, porque não é possível ter colocado “policial” enquanto sou a que leva essas porcarias para fazer em casa... E é claro que não posso esquecer de que para o resto da delegacia devo ter entregado um currículo dizendo: “otária! use e jogue fora”.

Eu dou as costas a ele pisando firme e sentindo minha raiva saindo por todas as direções, então pego minhas coisas, desligo o computador e dou um sorriso sarcástico na porta.

-- Bom final de semana e aproveitem para fazer o que vocês homens fazem melhor, que é tentar ferrar com toda a raça feminina, isso aí, boa sorte!

Eu saio rápido fungando de raiva e ódio e quando faço a curva me seguro na parede tentando me acalmar... Que droga, Jill. Se você queria ser demitida era melhor ter pedido e não desacatar seu superior dando a possibilidade infinita dele te ferrar completamente.

Ah, quer saber? Foda-se... Foda-se o Wesker, o Irons e o Chris... Foda-se toda a raça masculina. Se eu for demitida, ótimo, não precisarei mais encarar nenhum desse idiotas. Não vou mais pensar nisso.

Saio dali e vou em direção ao meu carro.

 

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É claro que depois do meu surto, todos vêm de atrás de mim então tenho que sair rápido. Na minha casa, pego duas malas grandes e jogo um monte de roupas e tudo que preciso para um final de semana. Coloco as duas no porta-malas e tranco a casa toda vendo que deu a hora de saída deles, então me apresso para ir ao carro.

Começo a dirigir e pergunto para onde vou... Então me passa algo na cabeça. PRECISO me distrair ou vou definitivamente acabar explodindo de RAIVA e DOR. E para isso, uma companhia pode ser muito útil... Rebecca.

Faço a volta e vou em direção ao hotel, mas com cuidado para não dar de cara com o Joseph para ele dar um aviso a alguém... Sei que vão me procurar.

Quando chego estaciono bem distante, mas com visão para lá. Não vejo o carro do Joseph e sei que a Rebecca ainda não chegou... Então depois de meia hora, vejo ela surgindo na curva e saio do carro com ela dando um sorriso ao me ver e correndo na minha direção.

-- Oi, Jill! Tudo bem?

-- Sim... Quero te fazer uma proposta.

-- Legal... Fala aí.

-- Quero sumir esse final de semana... Para ser mais exata, agora. Vou sair da cidade para relaxar e queria que viesse comigo, mas tem que arrumar suas coisas o mais rápido possível porque vamos assim que entrar no carro.

-- Para onde?

-- Qualquer lugar, mas longe daqui.

-- Legal... Eu topo. – Ela sorri.

Pela primeira vez eu sorrio e a acompanho até o seu apartamento, com ela caminhando rapidamente.

 

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Ela arrumava tudo com pressa, mas não parava de me fazer perguntas e eu tentava me distrair olhando para o lugar.

-- Estamos fugindo do quê?

-- No caminho te conto.

-- Joseph me disse que não podia me dar carona hoje porque tinha que fazer alguma coisa... Algo em relação a isso?

-- Imagino que sim.

-- Hum... Vai me contar tudo depois, não é?

-- Sim, no caminho.

-- Tudo bem... Mas quero saber o que o Chris fez para te deixar desse jeito.

Eu não olho para ela... É tão óbvio assim? Ela sabia que rolava alguma coisa e parece ter certeza do que aconteceu. Acho que realmente ela é a pessoa mais indicada para me ajudar nesse final de semana.

-- Pronto!

-- Ótimo... Eu te ajudo.

Assim como eu, ela fez duas malas e trancou o apartamento, seguindo comigo no corredor parecendo bem animada.

Então na minha frente surge um empecilho que rapidamente vejo correr para o apartamento do Joseph e corro para alcançá-lo, o imprensando na parede para fazê-lo olhar para mim.

-- Nem pense nisso, Brad...

-- Estávamos te procurando, Jill... O Chris está feito louco atrás de você, ele está aqui com o Joseph e nó...

-- Então é melhor falar mais baixo!

Ele ficou quieto me olhando com receio e o encaro com toda a minha raiva ao imaginar que o Chris está aqui.

-- Se você der um “piu” agora eu juro que vai se arrepender, Brad... – Eu sussurrei – Você não tem culpa de nada, então não me faça descontar minha raiva em você. Você vai entrar aí e agir normalmente, depois de uma hora se quiser, pode contar que me viu, mas se um deles me alcançar eu vou saber que foi você e juro que vou tornar sua vida um inferno.

Ele arregalou os olhos para mim e eu já tinha certeza de que ele não diria nada, porque cagão do jeito que ele é, até de mim ele tem medo.

-- Eu vou ficar bem, mas não quero saber do Chris e nem ninguém no meu pé... Então entre e finja que nada aconteceu. Deu para entender?

Ele confirma com a cabeça e o solto olhando para a porta do Joseph, já sentindo a presença dele ali, o que me causa mais raiva.

-- Até segunda, Brad.

Ele sorri nervoso e eu saio rapidamente com a Rebecca que assim como eu, aperta o passo. Quando chegamos ao meu carro, olho para trás e não vejo nada suspeito, então entro e já o ligo.

-- Acha que ele não vai contar?

-- Tenho certeza. – Eu sorri.

Saímos dali rapidamente e finalmente me sinto livre quando passamos o limite da cidade e abro um sorriso, abrindo a janela e deixando o vento entrar e bagunçar todo o meu cabelo... Mas a sensação é fantástica. Eu precisava disso. Eu preciso disso.

-- Melhor? – Rebecca pergunta.

-- Sim...

-- Que bom. Planos para nosso final de semana?

-- Esquecer que as responsabilidades existem... Nos focar em animação e agito, não quero pensar em nada dessa cidade, só quero curtir. Topa?

-- Com certeza...

Ela abre um sorriso e eu a acompanho, finalmente deixando o estresse para lá e focando em não focar em nada... Esse final de semana vai me deixar nova em folha.


Notas Finais


Como já sabem, próximo capítulo: segunda-feira.
Um ótimo final de semana!


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