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História Sempre Tem Um Lado Bom - Encrencas a Vista


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Olá povo!!!
Hoje foi um "quase" para vocês ficarem sem o capítulo de hoje kkkkk minha internet deu pau e só agora voltou! Então, se um dia eu sumir do nada, já sabem.
Mas está aí o início desse fervo para vocês...

Capítulo 24 - Encrencas a Vista


Talvez passaram-se horas ou simples três segundos comigo ali paralisada olhando para aquele rosto que jurei que não veria mais... O que o Erick está fazendo aqui?

            -Posso entrar?

Não! O Chris está aqui, Minha Nossa Senhora... Agora que minha casa cai, se o Chris souber que o Erick arrastou asa para mim o final de semana todo e que me carregou bêbada para o quarto dele, vou ter que enterrar um corpo no meu quintal.

            -O que você está fazendo aqui?

            -Vim de atrás de você! – Ele sorri.

            -Eu não disse onde eu morava.

            -Eu tenho meus métodos para conseguir o que eu quero.

            -É, eu sei.

Sinto a porta sendo puxada da minha mão e sinto alguém surgir atrás de mim escancarando a porta e nem preciso olhar para saber a cara com que o Chris está o encarando. Mas o Erick não perde o sorriso, pelo contrário, quando desvia de mim parece sorrir mais como se já soubesse o que ia encontrar.

            -Esse aí é o Chris?

            -Quem é você?

Eu esfrego as mãos no meu rosto ainda mantendo meu braço na lateral da porta entre o Chris e o Erick... Está muito fácil de acontecer um quebra pau aqui.

            -Meu nome é Erick, sou amigo da Jill.

            -É mesmo?

            -Sim, nos conhecemos no final de semana.

Escuto o Chris trincar os dentes e cerrar o punho na porta provavelmente já imaginando o pior... Um cara chega na minha porta e diz o que diz, não é para menos.

Se ele falar de mal jeito da noite de sábado, não sei se o Chris vai sumir sem me olhar mais na cara ou simplesmente estrangular o Erick aqui mesmo.

            -Se ela não te disse onde morava, como chegou até aqui?

            -Olhei no distintivo dela a cidade e aí foi fácil encontrar o endereço.

            -Como olhou no meu distintivo?

            -Quando deixou sua bolsa largada no meu quarto.

MINHA NOSSA... Que pergunta retardada, Jill!

Eu sinto a tensão da pessoa atrás de mim e o sorriso do Erick continua, parecendo provocá-lo... Você não sabe com quem está mexendo.

            -Então foi lá que você passou o final de semana?

Ele perguntou suavemente para mim, mas senti a ironia e o sarcasmo entrelaçado em cada letra.

            -Não! Erick, faz favor...

            -O que é? Não se faça como se nunca tivesse passado a noite comigo! – Ele riu.

Chris deu um passo na direção dele, mas me virei para segurá-lo e ele me olhou com a raiva tinindo em seus olhos.

            -É verdade?

            -Não! Quer dizer, não é bem assim...

            -Então sai da frente, Jill...

            -Chris, por favor.

            -Vai defender ele?

            -O quê?

            -Ótimo, mostra seu quarto para ele então, não quero interromper.

Ele sai desviando de mim e batendo bruscamente com o ombro no braço do Erick que sorri como se fosse engraçado.

O Chris chega querendo se explicar porque eu estava com raiva dele e agora ele saiu com raiva de mim e comigo precisando me explicar... Dá para entender como as coisas mudam tão rápido?

Vejo ele arrancar com o carro e encaro bruscamente o Erick na minha frente, ainda sorrindo como se tudo fosse engraçado para ele.

            -Acho que está vingada agora.

            -O quê?

            -Você não veio para casa achando que ele tinha te trocado? Pois é, te ajudei a dar o troco, pelo menos hoje ele dorme do mesmo jeito que você nos últimos dias...

Sabe que isso faz sentido... Mas não vou dar o braço a torcer.

            -Você não tem noção de como escapou por pouco, o Chris é muito esquentado.

            -Faço defesa pessoal e muay thai, é muito útil.

            -O Chris ainda ia te deixar em pedaços.

            -Duvido muito, mas ia gostar que ele tentasse.

Eu reviro os olhos e encaro a estrada com uma dor no peito por ele ter ido embora achando que fui afundar minha mágoa na cama de outro... Mas não vai morrer em sofrer por dez minutos.

            -Posso entrar?

            -Não! O que está fazendo aqui?

Volto com meu surto inicial e ele ri de novo ao me olhar.

            -Vim atrás de você... Não me aguentei, eu confesso.

            -Erick, eu deixei bem claro que não ia e não vai rolar nada!

            -Certo, mas eu queria ver se eu poderia tentar te fazer mudar de ideia e pelo jeito que agora está sua relação com o zangado, eu poderei tentar para valer... – Ele sorri.

            -Não, não poderá tentar nada! E não chama ele assim.

            -Você não estava já se entendendo com ele, não é?

            -Não te interessa.

            -Jill, não dê o braço a torcer tão rápido!

            -Ah, porque vou aceitar um conselho SINCERO seu para eu não ficar com ele.

            -Jill, quero o seu bem... O que ele disse que te fez mudar de ideia tão rápido?

            -Ele me contou o que aconteceu... Com detalhes.

            -E acreditou?

            -Não sei... Tenho que pensar.

            -Então pelo menos demore para pensar.

Eu desviei dele não querendo continuar um papo desse com ele... E nem papo nenhum.

            -Vai me deixar entrar ou não?

            -Não.

            -Por quê? Vim de longe para te ver e nem me convida para entrar?

            -Não te convidei para vir, Erick! Justamente não te disse minha cidade para você não aparecer de atrás de mim!

            -Não seja grossa, está parecendo como quando te conheci.

            -É, foi antes de ontem e já se acha no direito de bater na minha porta, estragar uma quase reconciliação e ficar na minha casa?

            -Só quero um convite para um café!

            -Já está tarde, vá embora e esqueça que me conheceu, por favor.

            -Jill...

Fechei a porta e tranquei, respirando fundo e esfregando meu rosto pelo aperto que passei... Por favor, vá embora e não volte Erick.

Olho pela janela e o vejo seguir para seu carro, então vou para o balcão o ouvindo arrancar com seu conversível vermelho e agarro o telefone.

Será que vai me atender? Será que devo ligar? O Erick estava certo, pelo menos a dor e a angústia que eu senti ele sabe como é agora... Talvez eu devesse deixá-lo se torturar essa noite. Não, não, não, não conseguiria fazer isso.

Será que ele já está em casa?

Disco o número e no primeiro toque escuto uma voz exaltada que florescia nervosismo e desespero.

            -Você transou com ele?

            -Não! Chris, me ouça...

            -Como não transou com ele e passou a noite com ele?

            -Chris, me escute!

            -Jill, por favor, me diga a verdade...

            -Não aconteceu nada.

            -Não transou mesmo com ele?

            -Não!

Eu ouvia a respiração ofegante dele e o nervosismo, até a tremedeira eu sentia daqui, ele estava muito exaltado e tive medo dele fazer alguma bobagem.

            -Vai me escutar?

            -Sim...

            -Não transei com ele... Eu o conheci no sábado no hotel em que eu estava e ele...

            -Deu em cima de você descaradamente o final de semana todo.

            -É, mas... Eu não dei bola e nem meu endereço.

            -E o que estava fazendo no quarto dele?

Como vou explicar isso por telefone? Não dá assim, assim não...

            -Chris, me ouça... Não acho que por telefone seja a maneira de resolver isso, quer que eu vá para aí?

            -Não, já está tarde, não quero que dirija agora... Amanhã conversamos.

            -Certo.

            -Se diz que não aconteceu nada, eu acredito.

            -Obrigada.

            -Você acredita em mim também, não é, Jill?

Eu ainda não pensei nisso... Mas discutir com ele agora, no estado em que está, minha resposta pode causar consequências sérias.

            -Sim...

            -Tudo bem... Nos vemos amanhã?

            -Sim, boa noite.

            -Boa noite, Jill.

Eu desliguei mesmo sentindo sua voz abatida e receosa... Ele acredita que não transei com ele, mas quando ouvir a história toda vai pirar. E não quero mentir. Senti sua sinceridade quando esteve aqui e não tenho razão para mentir.

Fui para minha cama e me joguei nela me embrulhando nas cobertas e lembrando do quase quebra pau aqui debaixo do meu teto... Por que tenho a impressão de que o Erick não me ouviu quando disse para ir embora? Ah, por favor, que tenha ido... Se não, sei que vai haver muita encrenca se ele e o Chris se encontrarem de novo.

 

...

 

Quando acordei, tive minha rotina matinal e me peguei olhando para nossa foto no parque e me lembrei de cada palavra do dia anterior... Posso acreditar mesmo, Chris? Posso perdoar?

Deixo os pensamentos de lado e decido me concentrar no trabalho. Quando chego vou direto ao escritório e os demais não estão, apenas a Rebecca que salta em minha direção assustada.

            -Jill, o Erick!

            -É, eu sei.

            -Ele está aqui na cidade... Ele bateu na minha porta ontem!

            -Na minha também e adivinha só... O Chris estava lá.

            -O quê?

            -Quase tive uma parada cardíaca, Rebecca, e o sínico fez questão de dizer que passei a noite com ele na frente do Chris.

            -Ai, Nossa...

            -É.

            -Mas se você estava com o Chris... Voltaram?

            -Não deu tempo de pensar nisso... Ele se explicou e eu ouvi.

            -E depois?

            -Nos beijamos.

Ela sorriu abobalhada e eu a acompanhei, mas uma batida na porta nos fez dar um salto e o Barry riu.

            -Meninas, academia já!

            -Certo, Barry.

Caminhamos para lá e a Rebecca pareceu se esquecer do Erick e pensou apenas em mim e no Chris, mas meu medo de sua expressão hoje era grande... O que deve estar passando na cabeça dele?

Ao chegar na academia o vi conversando com o Forest e ao me ver, o Chris deu um leve sorriso e acenou temeroso. Eu retribuí e desviei sem saber como agir direito.

 

...

 

A manhã passou que é uma flecha e com o Richard como meu parceiro hoje, rendeu bastante. Ele era um dos Bravo e tinha muita habilidade. Treinamos defesa pessoal e ele me jogou muitas vezes no chão e quando eu fazia o mesmo com ele sem ele facilitar para mim ele ria e me elogiava, me fazendo sorrir.

Fui ao vestiário me lavar rapidamente e peguei minhas coisas para sair comer alguma coisa rapidamente e voltar. Quando vou até a academia ouço um barulho no vestiário masculino e olho para trás... Já está tudo apagado, achei que era a última. Será que alguém se machucou?

Caminho até lá e vejo a porta entreaberta e a empurro mais sem fazer barulho, então posso ver roupas femininas jogadas pelo chão e reviro os olhos ao pensar que um dos meninos trouxe uma garota para cá.

Quando vou sair, vejo duas imagens ao fundo aparecendo e não acredito no que meus olhos veem... A abelha decotada apenas de calcinha pendurada no Chris, com as pernas entrelaçadas nele que estava só de toalha.

Eu paro e encaro... Certo, vamos ver se realmente você tem autocontrole. Mesmo espumando de raiva, me encosto na lateral da porta e observo a cena querendo engatilhar uma das armas que estavam ao canto e causar mais um buraco nela, quem sabe ela curtiria oferecer esse também.

O Chris a empurra para longe e ela escorrega do corpo dele, quase caindo, então volta a pular nele que se esquiva e ela vai direto para uma cabine do chuveiro. Ele fecha a porta rapidamente e a tranca pelo lado de fora.

            -Chris!

            -Toma um banho gelado e vê se aquieta esse fogo todo, garota.

            -Entra aqui comigo que tenho certeza que você vai poder apagar meu fogo!

O quê? Ele não exagerou quando a denominou como “desvairada e desesperada”. Ao virar para vir em mim direção, ele percebe minha presença e sua expressão muda para um susto imenso e ele caminha rapidamente em minha direção.

            -Jill, você...

            -É, eu vi.

Ele pareceu esperar meu surto, mas eu fiquei quieta, então eu ri desviando dele que me olhou confuso.

            -Agora acho que “desesperada” é pouco.

            -Pois é... – Ele sorri sem jeito – Ela entrou aqui e foi para o meu chuveiro, só que eu já tinha acabado, mas ainda estava de toalha.

            -Ela já estava seminua?

            -Sim.

            -Certo... É melhor se vestir antes que ela fuja e te ataque de novo.

            -Jill, você não está mais brava comigo, não é?

            -Não, Chris... Relaxa.

            -Conversamos mais tarde? Sobre ontem...

Ele mudou sua expressão e concordei com aquilo, ouvindo um barulho brusco vindo da cabine onde ele a prendeu.

            -Sim, pode ser.

            -E precisamos continuar também... Onde paramos.

Ele deu um sorriso torto e eu ri me sentindo estranha por me sentir leve e contente de novo ao lado dele.

            -Vou pensar se merece.

Eu saio dali e vou em direção a saída... Acho que meu subconsciente já decidiu sobre ele sem pedir meu consentimento. Acho que perdoei ele e acreditei nele sem me dar conta disso... Será que estou agindo certo?

Agora sei o mal que isso pode me trazer se algo sair errado... Será que estou fazendo o certo em me envolver assim? Talvez eu devesse aproveitar tudo o que sofri e usar para me afastar de vez dele... Mas não posso. Não consigo. Eu preciso dele comigo.

Eu ri sozinha ao chegar nessa conclusão e voltei a me sentir como uma boba apaixonada ao sair de lá pensando nele e em seu sorriso que me deixava boba.

 

...

 

Ao entrar no escritório a tarde, além de nosso atencioso Capitão, o Barry estava faltando. O Chris grudou os olhos em mim quando entrei e vi que o Joseph e o Brad trocaram olhares escondendo os sorrisos...

            -Pois é... – Joseph começa – Eu estava pensando em ir no Luck’s hoje, o que acham?

            -Em plena terça-feira? – Chris perguntou.

            -Sim, para variar... E como não fomos na última sexta-feira mesmo, poderíamos ir hoje para marcar presença.

-Por mim tudo bem.

Eles me olham parecendo se surpreenderem por eu ser a primeira a aceitar e eu rio levantando os ombros.

            -E aí, Redfield?

            -Fechado.

            -Beleza... Só falta o Barry.

            -E eu? – Brad perguntou.

            -Você não tem opção, Brad.

Nós rimos e o Barry chegou bufando na sala jogando uns papeis em sua mesa e o olhamos curiosos, até que ele nota e respira fundo.

            -Aquela menina é um terror... Já falei para mãe dela que não quero mais saber dela vindo para minha casa para eu ter de me responsabilizar.

            -É isso aí, Barry. – Chris concordou.

É, essa garota é muito saidinha...  Pela minha mente amarga me lembro dela avançando como uma leoa esfomeada para cima do Chris e minha parte menos amigável pensa que seria bondade demais deixá-la voltar para casa sem um corretivo por isso.

            -Vamos no Luck’s hoje, Barry?

            -Hoje?

            -Sim.

            -Ah, não sei se vai dar... Preciso dar um jeito de me desfazer daquela menina o mais rápido possível antes que cause problemas mais sérios.

            -Deixe isso para amanhã... Vamos aproveitar essa noite.

            -Certo, tudo bem... Hoje, então.

Wesker chega na sala sem dizer nada e nos indica a academia onde passamos o resto do dia praticando ataque e defesa pessoal corpo a corpo, sem armamentos. O dia passa rápido e depois de um banho rápido, saio me despedindo da Rebecca com ela me fazendo prometer que contarei tudo para ela amanhã.

 

...

 

Com um de meus novos vestidos, me sinto bem arrumada e pronta para atiçar os olhares cobiçosos daquele moreno de olhos verdes para mim. Nunca me arrumei muito para sair com eles, mas quero ver se ainda provoco o mesmo efeito nele quando estou melhor arrumada.

Ao pegar a chave do carro e trancar a casa vou até o Luck’s parando em uma boa vaga, então paro para pensar por um momento... Será que não estou cedendo rápido demais? Tudo o que eu sofri na semana passado por causa dessa história mal contada e eu não queria mais vê-lo na minha frente. E Agora meu corpo grita implorando por seu toque e seu carinho novamente... Essa saudade me acaba por dentro.

Saio do carro sem pensar mais, decidindo deixar as coisas acontecerem e vou até o bar. Assim que entro noto os olhares para mim e reparo em alguns outros demais colegas de trabalho no lugar como o Enrico, o Forest e o Richard bebendo e conversando animados, então sigo para mesa de costume onde todos já me esperam e consigo arrancar o olhar de quem eu queria.

            -Uau, Jill... Para quem esse charme todo?

            -Ainda pergunta, bocó...

Joseph sussurra para ele e sento do lado do Chris como de costume, que ainda me olha com expressão de bocó. Eu sorrio por isso e me sinto muito bem, leve e tranquila, bem diferente de semana passada... Acho que a viagem e a nossa conversa de ontem foram essenciais para o meu bem estar atual.

            -Está querendo me provocar?

Ele sussurra mais perto de mim e eu sorrio notando que os demais estão entretidos em outro assunto e apenas concordo com a cabeça.

Então escuto uma cadeira sendo colocada ao meu lado e alguém com um sorriso insistente e descontraído sentar e puxar total atenção da nossa mesa.

Mas será possível?

            -E aí galera, meu nome é Erick... Sou um amigo da Jill.

Sinto alguém trincar os dentes ao meu lado e desvio daquele olhar sorridente em mim e reparo que os demais me encaram sabendo que serei a culpada por qualquer coisa que possa acontecer hoje.


Notas Finais


Logo o negócio ferve! kkkk
Abraços.


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