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História Sempre Tem Um Lado Bom - Encarando a Própria Escolha


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


E aí, povo!
Pois é, hoje é Jill e Chris meio que separados nos planos deles...
Será que a Jill aguenta? E o Chris? kkkk.
Boa leitura!

Capítulo 27 - Encarando a Própria Escolha


Eu passei a noite no chão em frente a porta chorando como nunca na minha vida. A dor de agora não se comparava a nada, nem mesmo a dor que senti depois do baile, tudo parecia ter perdido o sentido para mim e minha mente me punia de um jeito perverso.

O que eu fiz? Chris... Eu te amo.

Eu levantei dali com dor em todo o meu corpo, mas nada se comparava. Eu fui tomar um banho para ver se melhorava e saí para o trabalho um pouco mais cedo sem comer ou tomar nada.

Sou a primeira a chegar e vou até a máquina de café e sigo para o escritório me surpreendendo ao ver o Wesker sussurrar no telefone. Quando me vê, ele se apressa.

            -Tenho que ir.

Ele desliga e me olha desconfiado, então aceno.

            -Bom dia.

            -Madrugou, Jill.

            -Sim.

            -Ótimo... Por que não me ajuda a preparar as coisas na academia então, teremos treino com armamentos de manhã e a tarde defesa pessoal ou algo do gênero.

            -Sim, senhor.

Fomos para lá e ajudei a preparar tudo e a melhor coisa da companhia do Wesker era que ele não perguntava nada porque não se importava com ninguém, então foi a companhia perfeita, porque me manteve ocupada e não me incomodava. Até que me animei em saber que poderei bater em alguma coisa e principalmente que alguém vai me bater também.

As pessoas vão chegando e o Barry ri ao me ver, já se aproximando com os demais que vinham com ele, inclusive o Chris.

            -Caiu da cama, Jill?

            -Pois é.

Todos me cumprimentaram normalmente e mesmo tendo deixado minhas pernas bambas, o Chris passou por mim e me cumprimentou sem nenhum traço incomum. Eu fiquei feliz em ele ajudar a fingir que tudo estava comum, mas me doeu não receber aquele olhar intenso e apaixonado dele... É, Jill. Você causou isso, agora aguente viver sem ele e como se nada tivesse acontecido.

Desviei e acompanhei o Wesker para terminar com as coisas e ele logo mandou começarmos.

Eu me foquei no treino completamente e toda vez que eu desviei para dar uma olhada rápida nele, ele parecia extremamente concentrado. O Barry e os demais nos olhavam de canto parecendo estranhar, mas agimos normalmente.

A manhã passou rápida e armei o choro no vestiário quando a Rebecca me pediu para contar o que aconteceu e ela me abraçou tentando me consolar, mas não disse nada sobre o que eu tinha feito, apenas me abraçou e ficou um pouco comigo até o almoço. Ela perguntou se eu queria companhia, mas recusei... Eu preciso aprender a me acostumar com minha decisão.

Esperei todos saírem para ninguém me ver de cara inchada e vou comer alguma coisa por ali mesmo.

 

...

 

À tarde Wesker formou as duplas e dessa vez fiquei com o Brad que tinha pena de vir para cima de mim, mas eu ria dizendo que era para ele deixar disso ou ia levar uma bronca. Eu o derrubei várias vezes e tentava me focar ali, mas quando eu vi o Chris sorrindo em derrubar o Forest me perco completamente e quando ele olha para mim meu mundo para e por um instante vejo o Chris que se despediu de mim ontem... Mas isso é até o Brad vir e distraída, perco o equilíbrio quando deveria cair direito e vou para o chão causando um baque alto na academia caindo em cima da minha mão.

Eu sinto uma dor terrível na minha mão esquerda e vejo que meu polegar saiu do lugar e gemo no chão ouvindo todos virem correndo até mim.

            -Vickers! É apenas um treino, não é para nocautear sua parceira!

            -Desculpe! Jill, me desculpe...

A dor era grande em minha mão e eu a escondia entre as pernas até a Rebecca surgir do meu lado e puxar bruscamente minha mão me fazendo soltar um grito.

            -Opa... Ah, isso não é nada, é rapidinho.

Vejo a tentativa de me fazer pensar que não ia doer, então ela segura meu dedo e me dá um sorriso.

            -No três, certo...

Então ela já puxa me fazendo soltar um berro ecoando pela academia e alguém me puxa em um abraço e apenas me escondo em seu peito para não mostrar as lágrimas que escaparam pela dor que senti.

Minha respiração aumenta muito e ouço alguém suspirando por perto, mas continuo escondida em alguém.

            -É, acho que hoje acabou o treino para você, Jill... Chris, ajude ela a ir ao vestiário e Rebecca enfaixa a mão dela. Intervalo!

            -Consegue caminhar?

A pessoa que me abraçava sussurrou e tremi ao reconhecer a voz do Chris, então concordei e ele me ajudou a levantar, mas vi a cara feia do Wesker ao Brad e parei.

            -Wesker, foi minha culpa... Eu me distraí, o Brad não teve culpa.

Ele virou para mim com uma sobrancelha erguida pensando se acreditaria ou não, então suspirou de novo e encarou minha mão.

            -Ok... Acho que você já teve o castigo que merece por ter sido desatenta. O treino exige foco, Jill, poderia ter sido bem pior e precisamos de você na equipe.

            -Eu sei... Desculpe.

Chris me ajudou a caminhar mesmo eu não precisando, mas minha dor me fazia ficar meio bamba. Quando sentamos no banco do vestiário ele sentou ao meu lado e a Rebecca na minha frente com uma bolsa de primeiros socorros.

            -Ainda bem que não quebrou... – Ela sorriu.

            -Ainda bem que não é a mão com que você atira.

As palavras doces dele e o sorriso me fez acompanhar os dois nisso, mas não virei para olhá-lo, fiquei apenas observando a Rebecca limpar e enfaixar minha mão.

Quando termina repousa minha mão em minha perna e eu encaro feio as faixas por me impedirem de trabalhar direito e pela dor que vinha do meu polegar.

            -Logo você melhora...

Ela desviou olhando para o Chris e levantou apontando lá para trás e levando a bolsa de primeiros socorros.

            -Vou lá guardar a bolsa.

Não sei se ele sente, mas eu sinto a tensão subir ali com nós dois sozinhos e encaro a minha mão. Ele não faz nenhum gesto que vai sair, apenas fica ali.

            -Esse lugar é sempre tão limpinho assim?

            -Geralmente...

            -Nossa, o nosso vestiário é uma bagunça total.

            -Quase só eu e a Rebecca que usamos e tentamos ser organizadas.

            -Legal.

Certo, um papo comum de pessoas comuns... Ainda não olho para ele que continua ali sentado. Não sei porque ainda está aqui, já que parecia contracenar como eu.

            -Está doendo muito?

            -Um pouco.

Minto... Minha mão estava queimando.

            -O Brad também pegou um pouco pesado, não foi?

            -Ele estava com pena de vir e quando veio eu não estava olhando para ele... Foi culpa minha.

Ele sabia para onde eu estava olhando e acompanhou minha queda em primeira mão já que olhava diretamente para mim.

            -Eu acho que vou para academia antes que o Wesker venha me buscar pelas orelhas... – Ele sorriu.

Eu concordei e ele levantou apontando para minha mão.

            -Acho que não vai poder dirigir, não é?

            -Ah... Não pensei nisso.

            -Certo... Vou ver se alguém pode te levar para casa.

O quê?

            -Ok.

            -Até mais, Jill.

Ele sai dali e meu desânimo me possui completamente. É claro que é melhor não ser ele quem me leve para casa, mas... Mas... Eu pensei que... Ah, não seja boba, Jill, você foi mais do que clara quando mandou que agisse normalmente sem carinho e amor.

Sem carinho e amor...

A Rebecca surge meio de cara séria e eu sorrio tentando evitar a onde de lágrimas e ela senta ao meu lado.

            -Tem certeza do que está fazendo?

            -Não...

Ela concorda e ouvimos o Wesker chamar lá fora, então saímos e ela volta ao treinamento, mas eu fico sentada olhando de longe.

Assim foi passando o resto da minha tarde, bem monótono... Eu queria muito algo para fazer, mas infelizmente alguém que não gosto surge na academia e sussurra algo para o Wesker que me faz um sinal. Vou até lá temerosa pela presença da secretária do Irons que sai dando um olhar geral nos meninos treinando.

            -Irons te quer na sala dele... Deve ser pela mão.

Eu me encolho não querendo discutir com ele de novo por isso e muito menos querendo ir na sala do Irons, mas acabo concordando e seguindo para lá como uma lesma.

Quando me aproximo me certifico se minha mão está menos dolorida e se minha direita está boa para agir se precisar, então bato e entro. Irons levanta sério e se aproxima olhando na minha mão e a puxando para ele me fazendo sentir dor.

            -Não quis ir ao hospital?

            -Não foi nada demais, a Rebecca sabe o que faz.

            -É, é verdade... A menina é boa nisso.

Ele respira fundo, soltando minha mão e me pergunto se já posso sair correndo dali e não voltar nunca mais.

            -Quando acontece um acidente assim, tem que preencher alguns papeis... Pode fazer isso?

            -Sim, senhor.

            -Geralmente temos de indenizar se entrar com um recurso.

            -Não vou entrar com recurso nenhum, foi culpa minha também.

            -Ótimo, Jill... Então me entregue isso segunda-feira de manhã, certo?

            -Sim, senhor.

Ele me entregou uma papelada pesada e saí dali sem fazer perguntas e ele não me impediu, então suspirei e segui para a academia vendo que estava quase na hora. Ao voltar, volto a sentar. Quando dá a hora, eu levanto pegando a papelada e vou para o escritório sem querer pedir ajuda para ninguém, mas os outros chegam animados e o Joseph fica pegando no pé do Brad.

            -Na próxima, deixa a Jill inteira.

            -Foi sem querer, já falei.

Eles riem e eu os acompanho, então Joseph vira para mim com um sorriso.

            -Vamos no Luck’s? É sexta-feira...

            -Acho que hoje eu passo. – Eu sorri – Mas podem ir, não se preocupem comigo.

            -Com a equipe incompleta não rola.

            -Vocês quem sabem.

Pego minha bolsa e a papelada, mas Barry tira as pastas da minha mão e me indica a porta.

            -Vou te levar para casa, vamos.

            -E como vai voltar?

            -O Chris vai atrás com seu carro, anda, você precisa descansar.

            -Certo... Obrigada.

Nos despedimos dos demais e seguimos para fora. Dou a chave para o Chris e vou para o carro do Barry que tinha um cheirinho bom daqueles produtos de carro e reparo que atrás tinham algumas bonecas perdidas e eu rio.

            -E as meninas, como vão?

            -Bem... Vou levar elas ao parque amanhã cedo porque a tarde minhas sobrinhas vão embora e a Moira com a Polly gostam muito das primas.

Hum... Parque? Amanhã?

            -Naquele do centro?

            -Sim, vamos fazer um piquenique de despedida...

            -Legal.

Eu desvio com um sorriso pensando que prometi a mim mesma que me vingaria daquela garota e fiquei feliz por ter decidido apenas tomar uma atitude em relação ao Chris e não desistir de minha vingancinha particular.

            -Jill?

Viro para ele que parece meio incomodado e me encolho pelo papo que poderia começar.

            -O Chris me contou sobre o papo de vocês.

Eu desvio encarando a rua e vejo que ele me olha, mas mantém atenção na estrada.

            -Pode não parecer, mas ele está péssimo... Está bancando o forte, mas está muito mal, eu conheço ele.

            -Eu também, Barry... Mas é necessário.

            -É mesmo necessário?

            -Sim.

            -Não quero me meter na vida de vocês, mas queria que soubesse que ele está sofrendo muito por ter de ficar longe de você e fingir que tudo está bem.

            -Ele contou para os outros?

            -Não, mas conversei com eles no intervalo e disse que tinham decidido voltar ao que era antes e que eles deviam fazer o mesmo.

            -Certo...

            -Só espero que não se arrependa depois dessa decisão, Jill.

            -Eu também.

Paramos na frente da minha casa e sorrio para ele antes de sair, mas ele me olha daquele jeito preocupado e sorri também.

            -Obrigada, Barry... Bom final de semana.

            -Obrigado e igualmente.

Fecho a porta e vejo o Chris trancando meu carro e vindo em minha direção me estendendo a chave, então a pego e ele não para com os passos, apenas passa reto por mim e vai até o Barry acenando.

            -Até segunda-feira, Jill.

            -Até.

Eles saem e vou até minha casa entrando e me jogando no sofá pensando em tudo... Sinto um vazio imenso dentro de mim e ao me lembrar dele nem ao menos parar para se despedir de mim, então sinto raiva de mim mesma.

Seja forte, Jill... Encare suas próprias escolhas.


Notas Finais


É... Por enquanto é só no aguardo para ver como fica nosso casal.
Será que dura muito essa separaçãozinha? Quem sabe...
Espero que tenham gostado!
Bjooon :-)
Obs.: Amanhã a abelha decotada terá uma lasquinha do que merece...


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