História Sempre Tem Um Lado Bom - Provocações Premeditadas

O olhar de cínica dela fazia meu coração subir até a garganta, mas mantive uma expressão calma e fria ao mesmo tempo.

            -O que você quer?

            -Acho que precisamos conversar... – Ela sorriu.

            -Não temos nada para conversar.

            -Ah, temos sim... Sobre o gato super gostoso que veio com você e eu quero.

Meu estômago revirou com as palavras dela e tentei fixar meus pés no chão para não voar para cima dela.

            -E não quero você no meu caminho.

Quem essa desfalcada pensa que é?

            -E veio aqui só para me dizer isso?

            -Vim para te avisar que se tentar me atrapalhar, vou te esmagar como uma barata.

Eu ri da cara dela agora pela ameaça de merda que tentou me fazer e ela sorriu com um olhar frio para mim.

            -É para eu ter medo?

            -É para você nem tentar se meter... Eu sempre consigo o que eu quero e aquele gato vai ser meu.

            -Vai quebrar a cara porque não vai conseguir.

            -Você acha?

            -Tenho certeza.

Ele não vai dar moral para ela... Ele não pode fazer isso.

            -O que aconteceu entre vocês, hein? Esse ciúme todo é só angústia por não ter conseguido ele, então...

            -Eu não estou com o Chris porque eu não quero.

            -Ah, sei...

Com o sorriso dela, ela deixou claro que não acreditou em mim e meu sangue começou a borbulhar de nojo dessa baranga.

            -Então, se você não quer... Por que me encara desse jeito?

Porque você também não pode ter ele... Não vou deixar isso acontecer.

            -Não vai ficar com ele.

            -Eu vou sim... Ele vai acabar cedendo e vai para cama comigo. E como eu disse, se tentar atrapalhar, vai se arrepender.

            -Se você tentar isso, é você quem vai se arrepender.

            -Ah, finalmente mostrando as garrinhas por trás dessa carinha de santa... Ótimo.

            -Não vai querer ver minhas garras mais de perto, eu garanto.

            -Ah, vou querer ver você tentar...

            -Se chegar perto dele de novo, você verá.

Ouço passos se aproximando, mas não viro para olhar, porque o meu olhar com o dela estavam fixos prontos para avançar se necessário.

            -E aí, garotas... Vamos voltar para academia?

A voz do maldito Forest fez meu sangue esquentar mais, com vontade de bater brutalmente a cabeça dele contra a dela.

Por um instante nenhuma de nós responde e nem sequer olhamos para ele, mas uma voz a mais surge e meu corpo estremece.

            -É melhor voltarmos antes que comecem sem nós.

Chris? Ah, estou com raiva de você também...

            -Sim, tem razão bonitão!

Ela desviou de mim e piscou para ele com um sorriso e saiu, fazendo o Forest rir, mas desvio para ele e o encaro imaginando a forma mais rápida para deixar a cara de cínico dele grudada no chão. Mas parecendo que eu passo esse pensamento para ele, ele para de rir e desvia, então dou as costas para os dois e volto a academia sem esperá-los.

Quando chego, vou direto a minha equipe e me lembro do cinismo que aquela piranha usou para falar comigo... Nem nos seus melhores sonhos deixarei você colocar as mãos nele sua descarada.

            -Jill, você está bem?

Joseph se aproximou me olhando preocupado e nisso vejo o Chris chegando com o Forest carregando um sorriso... Eu o fuzilei com o olhar, mas o Chris ficou me olhando parecendo querer saber em que nível meu estresse estava. Eu desviei dele e encarei o Joseph.

            -Estou tentando ficar...

            -O que aconteceu?

            -Uma piranha bateu na minha porta tentando me provocar.

            -E pelo jeito conseguiu... Não se deixe levar, Jill.

            -É fácil falar.

            -Eu sei, mas se segure, vai ser bem mais prazeroso ver a cara de perdedores deles quando irmos embora levando o troféu.

            -Sim, tem razão...

Tento sorrir, mas não sei o que sai direito e abaixo a cabeça tentando me acalmar. Parecendo perceber que não quero mais conversar, ele fica em silêncio ao meu lado. E quando levanto o olhar, vejo o olhar dele em mim... O Chris. Um olhar estranho, não sei em que está pensando e minhas pernas bambeiam  com a incerteza do que eu disse para piranha no meu quarto... Ela não vai conseguir, não é?

Meu olhar é puxado para alguém mais para trás dele e perto da outra parede mais distante, vejo aquela descarada e sinto meus olhos brilharem de raiva pelo sorriso cínico dela ao me fazer um aceno. O Chris olha também e para ele, ela se desmancha dando um aceno exagerado e na tentativa de ser sedutora. Ele vira para mim de novo e com dois segundos sustentando seu olhar, eu desvio encarando o Capitão Mason se aproximar.

            -Treino de equipes, pessoal... Me sigam!

Fomos de atrás dele que seguiu para uma porta no fundo da academia. Quando finalmente passamos por lá, eu fiquei impressionada com o tamanho do lugar e a estrutura montada. Era tipo uma cidade com paredes altas, escadas para mais níveis e moitas discretas nas laterais.

         -Nossa sala de treinamentos com armas... Garante uma boa diversão para vocês, mas se lembrem que estarei avaliando. Peguem suas proteções e suas armas! Andem, depressa!

Caminhamos até uma grande mesa onde tinham diversos protetores e começamos a colocá-los, sem deixar nenhum de lado, afinal, isso vai animar todo mundo e ninguém vai calcular um tiro que não doa... Mesmo sendo balas de tinta, são doloridas se acertar direto na pele. As armas pelo que deu para ver, já estavam carregadas e prontas para começarmos a “diversão”.

            -Cada arma está carregada com 20 balas de tinta, quem for atingido, vem para cá e espera até que todos terminem!

            -Sim, senhor!

            -Posições...

Nos preparamos todos juntos e Enrico discretamente apontou para uma área escondida a esquerda, apenas concordamos e a tensão já tomou conta de todos. Temos que impressionar, precisamos dos pontos porque com a vantagem de entrar primeiro, o troféu já estará praticamente na nossa mão.

            -Comecem!

Cada equipe correu para uma direção, é claro que ninguém começaria a descarregar ali ou ninguém sairia ileso. Acompanhei os demais agachada, Enrico nos conduzia o mais longe possível e quando vejo que ele sobe por uma escada, faz sinal para mim, para o Chris e para o Richard ficarmos ali embaixo a espreita.

Agachada no muro, observo por uma fresta que me dá liberdade para atirar se eu quiser, então aponto a arma esperando alguém aparecer e ser nossa ou minha primeira vítima.

            -Jill...

Eu me assusto ao ouvir a voz do Chris agachado ao meu lado e com um olhar rápido nele minha raiva volta e desvio... As palavras dele martelam em minha cabeça “vou pensar”, ele que pensa que vai fazer alguma coisa com aquela piranha.

            -Jill, nós precisamos conversar, certo?

            -Não vejo razão para isso.

Apesar de nossos cochichos bem baixos, vi que o Richard olhou para nós... Não acho que tenha entendido o que falamos, mas ouviu que cochichamos.

            -Não seja tão ciumenta...

            -Não sou ciumenta!

Não pense que vou admitir na sua frente, sei que vai adorar saber disso.

            -Aham, sei...

Ele ri baixo e com aquele sorriso torto em minha direção eu me distraio completamente agora olhando para ele... Que droga, Chris, como faz isso comigo?

            -Não ficou enciumada de me ver com a Micaela?

            -Então é assim que chamam aquela descarada formalmente?

            -Viu só! – Ele riu.

Voltei a encarar a paisagem pelo buraco e vi que apesar dele mirar por outra fresta, ele sustentava um sorriso bobo na cara e aquilo me irritou mais... Ele está adorando me ver sofrer por isso!

            -Para de sorrir assim! – Eu falei bruscamente.

            -Não posso mais sorrir?

            -Não desse jeito bocó.

            -É impossível não sorrir de forma bocó vendo sua cara de ciúmes...

            -Eu não estou com ciúmes!

        -Não, claro que não... Mas que bom, então, sabe, ela me convidou para dar uma volta com ela mais tarde, se você não se importa mesmo, talvez eu vá.

Meu sangue ferveu nas veias e minha vontade foi de atirar nele ao meu lado para ficar calado e parar de me provocar.

            -Por que está tremendo?

            -Porque está me irritando...

            -Por que está irritada se não se importa?

Minha vontade de atirar nele aumenta até que levamos algo arremessado sutilmente em nossas cabeças e ao olhar para cima vemos o Enrico nos encarando feio. Ambos concordamos e volto a me concentrar na fresta esperando alguém aparecer.

            -Ciumenta... – Ele sussurra.

É inevitável eu acompanhá-lo no sorriso, mas tento disfarçar. Quando ouço uma bala acertar a parede próxima de onde Richard está, eu miro pela fresta, mas não vejo nada. Não podemos ficar todos aqui esperando, temos que procurar por eles...

Com um barulho de passos vemos Enrico se aproximar de nós e indicar uma direção com a cabeça, então cochichou.

      -Vão para lá, mas tenham cuidado... Vimos uma das equipes escondidas do outro lado, tentem contornar e pegar eles desprevenidos.

Concordamos com ele e o Chris foi na frente já seguido de mim e do Richard. Caminhamos agachados por trás dos muros e quando estávamos na metade do caminho, seguro o braço do Chris e aponto para onde vi um vulto.

            -Ali... Eu vi um dos colegas daquela oferecida.

Ele riu baixo e o Richard me olhou com um meio sorriso e dei de ombros... Ele não vai entender minha atitude.

            -Vamos seguir só mais um pouco então, e ver se é só ele ou tem mais.

            -Tudo bem...

Caminhamos mais e pude ouvir tiros disparados da direção de nossa equipe a algum lugar e xingamentos distantes do outro lado. Mais alguns tiros de outras direções também e mais reclamações... Pelo jeito já começou, que bom.

Quando o Chris parou, ficamos agachados em uma mureta baixa, com visão melhor do lugar que queríamos. Ao ver alguém correndo agachada, atiro na direção e só escuto um xingamento baixo, mas meu sorriso é inevitável ao ver quem acertei... Vai para fora, vai piranha!

            -Ciumenta...

Chris sussurra no meu ouvido mais uma vez e o encaro feio o fazendo rir baixo e ouço o Richard atirar e acertar mais dois. Eu me concentro na vista e quando vejo mais vultos, miro, mas o Chris é mais rápido, acertando três seguidos que corriam para outra área. Eles levantam e saem de lá de cabeça baixa.

            -Se eu soubesse que você é tão ciumenta, eu teria convidado alguém para sair assim que me deu um fora...

Meus nervos estavam aflorando em mim, mas desviei dele conseguindo acertar em mais um e olhei de canto para ver se o Richard não tinha ouvido, mas ele estava mais concentrado do que nós dois juntos, então acredito que mal tenha notado nossa pequena DR ao lado dele.

            -Acho que não treinamos até tarde hoje, então talvez dê certo de ir conversar melhor com ela...

Ele quer que eu voe para cima dele, só pode... Mas se eu fizer isso, será para bater nele e não outra coisa.

            -Bom, já que disse que você ia “pensar”, talvez ela esteja esperando por isso mesmo.

            -Ah-há! – Ele riu – Então você estava novamente ouvindo conversas alheias... Não pensei que era assim quando te conheci.

Droga, me entreguei... Era isso que ele queria, agora realmente vou sair como a ciumenta e ele está adorando isso.

            -Faz favor de deixar eu me concentrar ou vou atirar em você!

            -Tudo bem, aí vou te esperar enquanto converso melhor lá fora com a Micaela.

Eu solto minha arma e o empurro bruscamente o fazendo cair ao lado rindo como uma hiena e o Richard olha rindo para nós dois, mas quando ouvimos passos de atrás de nós, nos viramos, mas já é tarde e somos atingidos em cheio pelo nojentão e mais um com ele.

            -Podem conversar lá do outro lado agora... Mas valeu pela ajuda.

Ele pisca para mim e olho furiosa para o Chris que continua rindo da minha cara. Eu levanto brava e caminho em direção a saída não ligando para os que eram atingidos ao redor. Quando cheguei, vejo vários ali sujos de tinta e me encosto na parede mais distante vendo o Chris com o Richard rindo e o encaro feio, mas ele vem e se encosta ao meu lado.

O Enrico vai nos dar um belo sermão por isso e com toda razão, não nos concentramos direito nem por um minuto... Não consegui aguentar as provocações dele e isso nos levou a uma eliminação humilhante.

            -Viu só aonde seu ciúme nos levou...

            -A culpa foi sua!

            -Você é ainda mais linda irritadinha assim, sabia... Como é que pode isso?

            -O que é que deu em você, hein?

            -Percebi que por mais que você tente, nem você mesma consegue fazer o que me pediu há um mês... Depois de tanto tempo, consegui ver a minha pequena dando as caras outra vez.

Minha irritação vai embora agora e minhas pernas bambeiam com o olhar que ele dá para mim... Ele quer me provocar para ver meu ciúmes, que é a prova de que tudo que ele despertou em mim ainda existe, ainda mais forte e mais intenso.

Ele perde o sorriso bocó de antes e me dá aquele sorriso torto e vejo por um momento o meu Chris apaixonado parado em minha frente... Meu corpo enlouquece com aquela visão e minha vontade é tanta de me lançar em seus braços que mal consigo me mexer onde estou.

Até que uma parasita se aproxima saltitando e desvio meu olhar para ela que se pendura no braço do Chris que sorri para ela me deixando voltar ao estresse anterior.

            -Oi, bonitão... Saiu rápido!

            -É, fomos cercados por dois dos seus...

            -Dos meus? Legal! – Ela riu.

Aquela risada me doeu os tímpanos, típica risada exagerada de prostituta. Eu desvio deles não dando mais chance dele me torturar, que ódio... Mas minha visão não melhora quando vejo o nojentão do tal Bruce se aproximar de mim com um sorriso debochado.

            -E aí gracinha, magoada pela eliminação?

            -Some da minha frente.

Noto o olhar de canto do Chris na direção dele e minha vontade é de me jogar para cima do cara dando moral para ele só para o Chris ver o que é bom, mas sei que se eu fizesse isso, talvez o cara não me largasse mais.

            -Você é sempre estressada assim, ou é só comigo?

            -Você sempre é escroto assim, ou só eu que levei essa sorte?

            -Ah, nada pessoal... Sabe, é que eu fiquei curioso depois de ontem, porque não sou cego, admito que atira muito bem, mas... Me conta... Qual armamento mais sabe manejar tão bem, hein?

Ele me deu uma encarada tão podre que minha barriga embrulhou pela sua cantada suja em mim, mas meus olhos desviaram para o Chris que o encarou feio.

            -Quem você pensa que é, hein, imbecil?

Com a pergunta do Chris, vejo que o Richard acorda de seu transe ao lado e me olha como se cheirasse problemas... E eu que sou a ciumenta, não é?

            -Sou um membro de uma competição que viu uma mulher gostosa e está procurando a melhor forma de acabar na cama com ela.

Eu arregalo os olhos para ele que fala isso da forma mais deslavada e quando o Chris dá um passo em sua direção, o Richard o segura e eu paro na frente dele encarando o imbecil na minha frente.

            -Sai daqui otário.

            -Algum problema aqui?

Capitão Mason se aproxima encarando a todos nós parecendo bravo pela situação, então eu falo antes que acabe em perda de pontos para nós.

            -Não, Capitão... Não é nada.

            -É o que eu espero... Por que não seguem para onde está a equipe de vocês?

Ele encara o nojentão e a piranha do shorts que me encarava feio e sorrio dando uma piscada, já que ela viu que o Chris ficou com ciúmes de mim.

Eles saem e Richard solta o Chris que agora sustentava um olhar bravo e encarava o chão como se quisesse socá-lo, então eu rio de poder pelo menos devolver suas palavras e quando se vira para me encarar eu cochicho.

            -Ciumento...

Ele solta um sorriso para mim e de repente aquela marra dele diminui, mas perdemos o sorriso ao ver Enrico se aproximar de nós com uma expressão brava.

            -O que aconteceu lá?

            -A Jill e o Chris ficaram discutindo igual um casal de velhos e fomos atingidos em cheio... – Richard nos entregou.

            -O que aconteceu com vocês? Achei que eram profissionais sérios, não façam eu me arrepender de ter trazido os dois...

Ele se encostou na parede ao lado e eu e o Chris trocamos um olhar de canto parecendo inevitável o sorriso discreto... Que droga, se controle, Jill.

Então tudo que eu disse para ele naquele dia me veio na cabeça... Não sei mais o que sentir, devo me sentir uma idiota por ter tido esta recaída ou uma idiota por não ter tido esta recaída antes? Tenho medo de fazer a escolha errada... Mas tenho mais medo ainda de já ter feito a errada e não conseguir concertar a tempo.

Ficamos quase uma hora lá e Forest e Joseph ainda estavam lá dentro. Já tínhamos tirado as proteções sujas e Mason já havia entregue a tarefa de limpeza para equipe de carrancudos com a garota carrancuda, pois foram os primeiros a ter todos seus membros eliminados.

            -É isso aí, pessoal!

Os últimos surgiram entre as paredes do cenário montado e pelo que vi, Forest não tinha nenhuma mancha de tinta e os demais sim.

            -Muito bom, o ponto é seu.

            -Obrigado, Capitão Mason!

Ah, agora que ele fica mais insuportável... Forest o vencedor? Eu mereço.

            -Intervalo! Trinta minutos! Tomem uma água e descansem, vão precisar de energia para o último treino de hoje.

Saímos de lá e ouvi Forest rindo em nossa direção, mas eu ignorei.

            -O que aconteceu com vocês, Chris?

         -Eu e a Jill tivemos uma DR rápida, mas fomos apanhados porque ela me empurrou por causa do ciúme excessivo dela por mim...

Eu parei e me virei para ele recebendo aquela risada gostosa que tanto senti falta e por um instante tive que me concentrar na minha raiva para não começar a suspirar como uma boba apaixonada por ele.

            -Você ficou me provocando o tempo todo! A culpa foi sua!

            -Eu só aticei seu ciúme!

            -Eu não tenho ciúme de ninguém!

            -É mesmo?

            -É!

Ele me observou por um minuto e com um sorriso oculto no olhar, ele virou para o Forest que nos observava parecendo não saber o que dizer.

            -Forest, diz para Micaela que vou dar uma volta com ela, mas tem que ser agora.

Ele levantou uma sobrancelha para o Chris que não parecia estar brincando e eu o encarei sem saber o que dizer, então ele riu sem alegria.

            -É sério, fala para ela que em cinco minutos é para ela estar lá no nosso quarto que vamos dar uma volta.

            -Ok...

Ele saiu rindo e o Chris voltou a me olhar, mas eu não tinha palavras para o momento... O que eu faço? Não, não, não, não... Isso não.

            -Até depois, Jill...

Ele saiu e eu fiquei imóvel sentindo meu coração disparar no peito, minhas mãos começarem a tremer e senti uma súbita falta de ar. Quando virei, ele seguia com os demais para o quarto e nem ameaçou de me olhar.

Você que pensa que vai fazer isso... Não, eu não posso permitir, piranha nenhuma colocará as mãos em você!

O que eu faço agora?