1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Tem Um Lado Bom >
  3. Um Caminho Sem Volta

História Sempre Tem Um Lado Bom - Um Caminho Sem Volta


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boooa tardeee, povoooo \o/ \o/ \o/
Olha eu aqui de volta ! ! !
Eu sei, eu sei, uma semana de folga, sem Valenfield é triste, eu sei... Peço desculpas, é que eu precisava de um repouso, mas agora voltei com tudo \o/ \o/ \o/
Hoje o capítulo está mais sério devido aos acontecimentos sinistros em Raccoon City, tentei seguir a história verídica mesmo, espero que gostem!
Boa leitura...

Capítulo 48 - Um Caminho Sem Volta


Fanfic / Fanfiction Sempre Tem Um Lado Bom - Um Caminho Sem Volta

O nervosismo dele estava nítido em seu olhar e quando coçou a cabeça e olhou para porta de saída, ficou claro que ou queria que alguém chegasse para me interromper ou queria sair correndo mesmo.

            -Precisamos conversar...

            -Não vai dar, Jill, é que sabe o que é... Eu... Preciso prestar atenção nisso aqui ou faço tudo errado. Foco total ou fracasso.

            -Não fará diferença perder cinco minutos...

            -Jill, eu...

            -Já chega, Forest! Acha que vai fugir de mim a vida toda?

            -Não estou fugindo, é só...

            -Por que não foi no hospital quando pedi?

            -Porque o Chris ia me jogar pela janela... Eu não sairia ileso pela segunda vez.

            -E quer que continue assim?

            -Claro que não... Mas eu mereço.

            -Merece mesmo.

            -A culpa é toda minha.

            -É mesmo... Toda sua.

Ele me olhou e desviou, então segurei um riso o vendo abaixa o olhar e ficar com uma expressão triste.

            -Você podia ter morrido por minha causa...

            -Podia mesmo.

            -Eu sou um idiota...

            -Também é verdade!

            -Sei que jamais poderá me perdoar, mas eu juro que me arrependo por tudo...

            -Pare de se lamentar, Forest! Sempre foi um mala que nunca cansou de azucrinar e agora está todo para baixo...

            -Você quer o quê, quase causei a morte da namorada do meu melhor amigo... Não é para menos.

            -Se te alivia, não temos mais nada.

Meu coração se torceu dentro de mim ao dizer isso e perdi o sorriso com ele voltando a me olhar finalmente.

            -Por quê?

            -Porque ele não consegue aguentar a culpa... Acha que se não tivesse se enfiado na minha vida, nada disso teria acontecido.

            -Mas a culpa foi minha e não dele!

            -Diga isso para ele...

Eu desviei e ele riu sem alegria empurrando uma cadeira ao lado com o pé.

           -Além de eu quase te matar, te arranquei de vez o homem que ama... Ele merece ficar com você, é apaixonado desde que te viu pela primeira vez.

            -Mas ele não quer mais nada comigo.

            -Ele deve estar me odiando mais ainda por isso...

            -Ele pode te culpar pelo meu acidente, mas o término do que tínhamos é apenas culpa dele.

            -Se não tivesse acontecido o acidente, ele não teria feito isso.

            -Se não tivesse acontecido o acidente eu não estaria aqui... Sempre tem um lado bom até nas piores coisas, Forest.

            -E por que está aqui Jill?

            -Para dizer que perdoo você.

Ele me olhou perplexo sem acreditar e eu ri dele.

           -Eu perdoo você, Forest... Depois de eu quase morrer, percebi que nada disso valia a pena. Acho que no fim que pensamos no começo.

Eu pensei muito no hospital e vi que por uma bobagem quase perdi minha vida e não teria uma segunda chance depois... Mas sobrevivi e até os médicos me disseram que foi um milagre e percebi que eu devia fazer essa “nova vida” valer a pena e agradecê-la fazendo um tipo de “sacrifício”.

Odiava o Forest... Mas por quê? Até onde essa raiva toda me levou? Valeu a pena?

Perdi o Chris por enquanto... Mas tentarei recuperar. E com o Forest do meu lado talvez isso sirva para me ajudar, devo perdoá-lo e deixar o passado para trás.

            -O quê?

            -Perdoo você e a partir de hoje quero que sejamos amigos... De verdade.

            -Você andou bebendo?

            -Não... – Eu ri.

            -Acho que o hospital não te fez bem.

            -Eu acho que me fez muito bem, agora posso enxergar coisas que antes não podia.

            -Está falando sério, Jill?

            -Nunca falei tão sério... E para você ter certeza, assim que cheguei hoje desfiz o boato da doença venérea, então, logo isso se espalha e a mulherada estará disponível para você de novo.

Agora ele riu parecendo mais descontraído e quando voltou a me olhar parecia o Forest de antes e estendi a mão a ele.

            -Trégua?

            -Trégua eterna...

Ele pegou em minha mão e a puxou dando um beijo e me fez rir de seu gesto, mas quem não sorriu foi quem entrou pela porta em seguida ao lado do Barry.

Chris encarou Forest de um jeito que senti que se tivesse uma visão de calor... Bom, não preciso dizer o resto. Mas ele seguiu rápido para uma mesa e o Barry levantou as sobrancelhas para mim e balancei os ombros como se eu não me importasse.

Passamos o dia ali, relatando em detalhes o que vimos e encontramos no lugar, anexando imagens e tudo mais que o Wesker ordenasse.

Mas as coisas pioraram... Não foi apenas naquele dia que aconteceu algo estranho, mas sim nos dias seguintes onde encontramos mais corpos seguidos de ainda mais corpos mutilados nas montanhas até a delegacia virar um caos completo.

Não havíamos encontrado muita coisa para solucionar aquilo, tínhamos os cadáveres, pistas, suspeitas, mas nada concreto o que nos levava a encarar aquilo tudo de maneira confusa e apavorante já que ninguém sabia direito com que lidava.

Raccoon City é uma cidade pequena, onde felizmente sempre teve a paz dominando, nada de muito sério, geralmente um caso de desaparecimento por ano ou roubo a mão armada e coisas do tipo... Mas normalmente era extremamente calma.

E agora tudo surta desse jeito? O que está acontecendo com essa cidade?

Passei noites em claro fazendo e revendo relatórios de todos os assassinatos. Não só porque o Wesker me pedia, mas eu queria dar um fim a tudo aquilo, então fazia meu trabalho na delegacia, fazia os relatórios extras do Wesker e ainda minhas próprias anotações e análises dos casos.

Outro fato durante essas semanas de aflição, foram as ligações constantes do Capitão Mason me procurando e que decidi não atender. Eu estava exausta e tinha que me manter focada nos assassinatos e quando estava na delegacia eu tinha muitos relatórios pra fazer, então pedi que explicassem o que estava acontecendo e ele finalmente parou.

Mas quando subi as escadas apressada para chegar ao escritório em mais um dia delirante, na curva seguinte me bato com alguém que faz tudo em meus braços voar para os lados e me segura para não cair. Só que quando dou de cara com aqueles olhos verdes profundos e avassaladores meu coração dispara.

            -Você está bem?

            -Estou...

Eu desviei dele e ajuntei meus papeis notando que fazia o mesmo, então quando levantei, ele me entregou e continuou parado em minha frente.

Tudo na delegacia virou um caos completo, então na nossa sala já não havia mais tempo para brincadeiras, nas sextas-feiras não tínhamos mais tempo para o J’s Bar e minha relação com o Chris pareceu ter sida completamente esquecida por todos.

Pelos outros pelo menos...

Todos nós estávamos trabalhando demais e o estresse estava atacando em todas as direções e pelo que eu soube, o Chris era outro que levava trabalho para casa para tentar encontrar respostas assim como eu.

Então nunca mais conversamos e minha promessa de tentar falar com ele foi atropelada por assassinatos, mutilações, cadáveres e toxinas pela região.

Mas aquele olhar não me enganava... Seus olhos demonstravam o cansaço do trabalho assim como os meus deviam demonstrar. Mas acima de tudo mostravam a tristeza e a saudade escondida, as quais ele não parecia fazer questão de esconder... Assim como os meus deviam deixar isso claro para ele.

E com todo o trabalho atual, eu não tinha tempo de pensar nele durante o dia e não tinha forças para chorar quando eu deitava a cabeça no travesseiro, o que agora era uma proeza para mim já que passava noites em claro regularmente.

Mas por um momento tudo foi esquecido porque novamente eu me esbarrei com ele no mesmo corredor onde tudo começou e meu coração já murcho sem saber mais para que continuava a bater longe dele, voltou a disparar.

A saudade, a garganta seca pelo seu gosto, os lábios formigando por um beijo, o corpo queimando por um toque.

Mas não tinha tempo de mergulhar em um sonho agora enquanto o mundo ao redor estava afundando em um pesadelo.

            -Você está trabalhando demais...

            -Todos estamos.

            -Você tem dormido direito, Jill?

            -E você?

Eu não queria ser fria, mas as palavras duras que ele me disse na última vez e tudo que estava acontecendo ao redor me fizeram ficar mais focada do que antes. Eu sempre fui profissional ao extremo, mas confesso que quando me envolvi com o Chris, meu lado sentimental me dominou completamente.

            -Tem alguma ideia do que está causando tudo isso?

            -Não...

            -Acabou de chegar uma análise do laboratório onde dizia que foi encontrada uma impressão digital em um dos corpos.

            -Então realmente é uma pessoa a responsável por tudo isso?

            -Difícil dizer... Já que a análise de outro corpo diz que as mordidas foram geradas por uma arcada dentária canina.

            -O quê?

           -Eu sei, isto fica cada vez mais louco... E quando acho que estamos perto de encontrar alguma coisa, tudo enlouquece mais e nos afastamos da resposta novamente.

            -Eu também sinto isso.

Ele concordou e coçou a cabeça ainda permanecendo ali e mostrando que tinha mais para falar, mas eu não tinha tempo para enrolação.

Se quer falar alguma coisa, diga logo, mas se é apenas para ficar ali “tentando” criar coragem para me dizer algo que devia ter dito há muito tempo, no momento prefiro voltar a trabalhar já que sei que vai recuar.

            -Quer mais alguma coisa, Chris?

            -Não, eu...

            -Então nos vemos depois.

Desvio dele e sinto seus olhos em mim me acompanhando até entrar no escritório e suspiro aliviada.

Os demais estão ali e Forest estava na cadeira ao lado da que geralmente eu sentava.

Sim, é estranho... Mas enquanto a cidade enlouquecia, ele se tornou mais próximo de mim a ponto de nos darmos super bem e eu finalmente poder considerá-lo um amigo.

Se é loucura? Sim, completamente... Jamais pensei que isso poderia acontecer, mas o melhor amigo do Chris, o cara que eu tanto odiava e queria passar por cima com meu carro agora era o único que conseguia tirar um sorriso meu com alguma piada e era o responsável em me dar apoio quando via que eu estava prestes a desmoronar.

            -E aí, Jill!

            -Oi...

Sentei ao seu lado coçando os olhos e ele me empurrou de leve com o ombro me fazendo esboçar um sorriso.

            -Vai se matar se continuar a trabalhar feito louca.

            -É necessário...

            -Mas você está liberada para dormir de vez em quando.

            -Pessoas estão morrendo, Forest.

            -E precisamos de você inteira para nos ajudar a encontrar o culpado.

Ele conseguiu me fazer ficar calada, então desviei infelizmente, pela primeira vez em muito tempo, comecei a pensar nos olhos verdes que marcaram minha alma e que hoje são os responsáveis por minha agonia eterna.

            -O que foi?

            -Esbarrei com o Chris no corredor...

            -O que ele disse?

           -Parecia que queria dizer alguma coisa, mas enrolou, falou do trabalho e saí de lá porque estava sem paciência para esperar...

            -Talvez tenha se ligado finalmente.

            -Agora não é hora.

            -Sempre é hora.

            -Ele teve muito tempo para vir de atrás de mim e de qualquer forma, não disse nada.

            -Devia ter esperado mais...

            -Cansei de esperar por ele.

Meu coração não aguentava mais esperar, eu precisava de uma atitude e não me prender a uma esperança ansiando a cada segundo pelas palavras certas que podiam vir dele. Ou que venha e fale logo ou não faça nada.

            -Se quiser, falo com ele.

            -Vai apanhar...

            -Por algumas coisas valem a pena.

Eu sei, esse definitivamente não parece o mesmo Forest de antes... Mas das duas uma: Ou ele mudou completamente devido ao acidente ou sempre teve esse lado amigo que o Chris me falava e eu teimava em não enxergar por causa da minha raiva.

Mas dentro de mim já tinha tanto sentimento diferente que a raiva não conseguia mais entrar, então optei por colocar um pouco de carinho em seu lugar... Além da angústia, preocupação, delírio, desespero, dor, tristeza, saudade e agonia que insistiam penetrar em minha pele, em minha alma.

E finalmente entrando como um raio na sala, nosso “querido” Capitão descarrega uma papelada na mesa dele e se vira para nós respirando fundo.

            -Novas pistas... Recebemos relatos de habitantes que cães selvagens foram vistos nas montanhas.

            -Cães?

Chris surge pela porta e vai para o lado de Barry que também observa curioso como a todos nós.

            -Isso bate com a análise das mordidas em alguns corpos.

            -Sim, exatamente... Também foi dito que alguém tentou atirar em um deles, e nada aconteceu com o cão.

            -Isso quer dizer o quê, que são blindados? – Joseph perguntou.

            -Selvagens e resistentes a tiros... Isso fica cada vez mais parecido com uma história de terror. – Barry fala.

           -Preciso que vão investigar novamente para ver se encontram pistas desses tais cães e que ajudem aos policiais já enviados para a área a bloquear o acesso à floresta... Podem ir agora.

Com a ordem dada, todos levantamos e seguimos para o vestiário colocar o uniforme, já em seguida indo para a área específica da montanha. E com todo esse trabalho, nossas equipes trabalhavam misturadas, Bravo e Alpha lado a lado o tempo todo investigando e procurando por respostas.

Ao chegar no local, os policiais tentavam conter alguns moradores curiosos e enfurecidos procurando respostas para essa loucura toda.

Passamos por eles enquanto os policiais bloqueavam tudo e começamos a procurar pistas onde os habitantes haviam dito que viram os cães. Nós andávamos em duplas, mas geralmente íamos nos afastando conforme aumentávamos a distância.

Eu observava todo o caminho a procura de algo suspeito, até que próximo a entrada da floresta, vejo uma pegada pequena e me abaixo perto de alguns arbustos para olhar melhor.

Será possível que todas essas mortes foram causadas por cães?

E de onde teriam surgido?

Nada assim aconteceu antes... Como de repente tudo começou?

Então ouço um rosnado baixo e levanto assustada apontando minha arma para a moita próxima e com um barulho escuto algo se afastar apressado.

            -Aqui!

Chamo os outros e vou para aquela direção da floresta vendo sangue no chão formando um rastro e mesmo com as vozes atrás de mim pedindo para eu esperar, eu corri sem me importar.

Então quando me deparo com um monte de carne no chão, algo que provavelmente já foi uma pessoa, eu paro e tampo o nariz pelo cheiro forte. Quando ouço os demais se aproximarem, eles fazem o mesmo.

            -Mais um... – Forest suspirou.

            -Como encontrou, Jill? – Chris perguntou.

          -Ouvi um rosnado! Vi uma pegada pequena de animal e ouvi um rosnado próximo a mim, mas quando saquei a arma se afastou e segui o rastro de sangue.

            -Tem certeza de que era um rosnado? – Barry perguntou.

            -Sim, eu ouvi...

Chris se aproximou do corpo e se abaixou para analisar o que dava, então olhou para o chão ao lado afastando algumas folhas e olhou para mim.

            -São pegadas humanas.

            -Humanas? – Perguntei.

            -Sim...

            -Mas eu ouvi rosnados, tenho certeza.

            -Então tem gente louca ensinando cães a devorar pessoas?

Com a conclusão do Forest, ficamos todos em silêncio porque pelo menos eu, não sabia mais em que pensar.

A teoria dele faz sentido, mas ao mesmo tempo não... Explicaria tudo, mas é loucura, não é?

            -Temos que recolher isso e ver quando aconteceu... – Chris respirou fundo – Mas este será o último corpo que recolheremos.

Ele saiu pisando firme e apesar da troca de olhares dos demais, procuramos por mais pistas.

Depois da área bloqueada, do corpo recolhido e de tudo fotografado e analisado, voltamos para a delegacia exaustos. Porém, ao chegar, Brad surgiu na porta do escritório com um olhar esquisito.

            -Vocês tem que ver isso!

Quando ele sumiu, saímos de atrás dele.

Rebecca não foi conosco porque sua ajuda no laboratório e nos relatórios mais específicos era indispensável e Brad ficou porque... Bom, da última vez que se deparou com um corpo mutilado, perdemos um pedaço da cena do crime devido ao vômito dele.

Chegamos numa sala de espera onde a televisão estava ligada e muitos policias assistiam a cenas de um jornal onde passava a cidade de Raccoon City, imagens das montanhas, da floresta e de alguns policiais bloqueando o acesso.

 

“Os moradores da cidade de Raccoon City se encontram assustados com os assassinatos frequentes na região das Montanhas Arklay...”

 

Vi o Chris me olhar parecendo tenso e voltamos a encarar a televisão onde uma mulher apareceu com uma falsa expressão de tristeza.

 

“A população tem medo de sair de casa, mas anseia por respostas para estes crimes onde nosso departamento de polícia insiste em camuflar o tamanho da importância que estes assassinatos já formaram...”

 

Todos assistiam atentos as imagens aéreas da floresta e algumas de alguns corpos sendo carregados pelos policias.

 

“Onde estão nossos tão gloriosos policiais do esquadrão de forças especiais que teve uma equipe montada para agir justamente em situações embaraçosas como estas? Para que a empresa da Umbrella gastou para trazer os melhores se estes não aparecem quando necessário? Apesar do Capitão ter prometido uma investigação por parte deles, ainda nada aconteceu. Agora, apenas nos basta esperar que os policiais do departamento e principalmente os S.T.A.R.S. sintam vontade para dar um basta nisso...”

 

Uau... Valeu aí.

É claro que todos os olhares das pessoas se voltaram para nós dos S.T.A.R.S. e ao trocar um olhar com o Chris percebi que a minha vontade de estrangular a jornalista estava nele também.

            -S.T.A.R.S., sala de reunião, agora!

Wesker saiu da sala de Irons no mesmo momento caminhando pelo corredor e seguimos ele sem saber mais em que pensar.

Quando chegamos, esperamos ele falar e com Enrico ao lado agora parecendo preocupado e exausto como a maioria de nós, Wesker começou a falar.

           -Consegui autorização para enviar a Equipe Bravo para as Montanhas Arklay, quero que se preparem imediatamente e sigam para lá com Enrico para investigar tudo a fundo e nos trazer de vez a resposta.

            -Vamos nos preparar!

Enrico sai dali e os dele o segue parecendo determinados e ficamos ali sem entender direito o porquê que ficaremos aqui enquanto eles investigam.

            -Por que não vamos, também? – Chris pergunta.

            -Porque consegui a autorização para a Equipe Bravo.

            -Mas e por que não vamos também? Quanto mais de nós, mais rápido será solucionado o caso!

            -Não discuta, Chris.

            -Wesker, podemos...

            -Não, não podemos! Não discuta! Se quer ser útil, vá ajudar os Bravo com a partida, agora suma da minha frente!

O estresse do Wesker sempre foi seu forte, mas para ele ser grosso a esse nível é porque está mais nervoso do que o normal.

Chris sai dali com uma expressão nítida de raiva e saio de atrás dele sem pará-lo, apenas o seguindo para a academia onde os Bravo se arrumavam nervosos para seguir a missão. Ao ver a Rebecca, ela vem em minha direção me dar um abraço já com o uniforme no corpo.

            -Vamos para as Montanhas...

            -Eu sei... Está preparada?

            -Sim, tudo pronto.

            -Precisa de ajuda em alguma coisa?

            -Não, tudo está bem... Logo voltaremos com a resposta para tudo.

            -Espero que sim!

Tentei fingir animação, mas observando os Bravo se arrumarem ao redor me bateu uma angústia forte no peito e não soube explicar o que era. Eu os via e meu estômago dava um nó...

Isso não vai acabar bem...

Pare, Jill! Não puxe pensamento negativo!

Olhei o Forest se arrumando e dei um sorriso a Rebecca antes de sair, então caminho até lá e vejo que parece tenso.

            -Quer ajuda?

            -Obrigado, Jill... Já tínhamos tudo meio pronto.

            -Tem certeza disso?

A voz do Chris aparecendo atrás de mim me deixa aflita e ansiosa, acho que deveria fazer as pazes com o Forest porque a caminho de uma missão dessa, qualquer um deles pode se machucar bastante e uma reconciliação já ajuda a ir com uma mente mais leve.

            -Acho que sim...

Forest respondeu receoso com o jeito do Chris, mas quando olhei para aqueles olhos verdes, ficou claro que ele queria conversar.

            -Vou deixar vocês sozinhos...

            -Fique, Jill... Isso tem a ver com você também.

Eu não teimei, porque apesar de saber que o melhor era que ficassem sozinhos... Eu estava curiosa.

Mas a tensão do Forest aumentou e ele deixou as armas de lado agora, levantando do banco parecendo pronto para o que viesse, até se fosse uma surra.

            -Acho que precisamos conversar... E seria uma boa fazer isso antes de sair em uma missão dessa.

            -Chris, se quer me bater, vá em frente, sei que mereço...

            -Não vou te bater.

            -Algum dia vai conseguir me perdoar?

            -Por isso estou aqui...

Eu observava curiosa o jeito do Chris que agora olhou para mim e deu um sorriso leve, mas seus olhos exaustos não me enganavam.

            -Vi que você e a Jill se tornaram próximos, uma coisa inacreditável...

Eu ri e o Forest acompanhou, realmente concordando.

            -Pois é... Ela me procurou e me deu o maior perdão que alguém poderia dar a uma pessoa. Mas faltou o seu.

          -Sim, e como vi que ela pareceu deixar de lado a rixa de vocês tão facilmente depois de tudo, vi que talvez eu devia fazer o mesmo.

            -Só quero que me perdoe se achar que mereço.

            -Você sempre foi como um irmão para mim, acho que já recebeu o que merecia e o que mais importa é que a Jill está bem.

            -Nem de todo o bem ela está...

            -Forest. – Interrompi.

Ele levantou os ombros e o Chris sorriu por um momento me fazendo prender os olhos nele sentindo aquela dor de saudade em meu peito.

            -Uma coisa de cada vez... Mas enfim, acho que devíamos nos acertar e deixar o passado no passado.

            -Pode fazer isso?

            -Quero fazer...

            -Homens... – Eu ri.

Eles me acompanharam e o Chris estendeu a mão com aquele sorriso torto nos lábios e o Forest deu um sorriso imenso de alegria, afinal eu sabia como o melhor amigo fazia falta para ele porque me disse isso várias vezes.

E do nada Forest dispensa a mão do amigo e parte para um abraço sem jeito me fazendo sorrir e o Chris rir da situação retribuindo o gesto. Vejo que os demais se animam ao ver que finalmente fizeram as pazes e que agora tudo está bem.

Quando se afastam, Forest me puxa para perto dele mantendo um braço por cima de meus ombros e me dá um beijo nos cabelos.

            -Quem diria, não é... Eu e Jill grandes amigos!

            -É, nunca imaginei. – Chris sorriu.

            -Agora já podem casar que tenho certeza que serei padrinho!

Claro que por mais que o Forest tivesse melhorado, as gracinhas inoportunas eram permanentes me fazendo desviar dele e o Chris coçar a cabeça e depois prender o olhar em mim me deixando desconfortável.

            -É, Forest, você sempre é você afinal.

Me desvencilho do braço dele e do olhar do Chris, agora indo em direção ao Enrico e os demais rapazes que pareciam tensos.

            -Chris e Forest fizeram as pazes afinal?

            -Sim, ainda bem...

            -Que bom.

Enrico sorriu, mas a tensão continuou, então o observei por um minuto sem querer me meter já que todos estamos tensos com os acontecimentos... Mas enfim uma coisa boa. Os meninos fizeram as pazes e algo voltou ao normal.

Depois de tudo pronto, eles vão ao helicóptero e ganho mais um abraço da Rebecca que parecia ansiosa já que nunca partiu para uma missão em campo onde pudesse ser necessário o uso de uma arma.

            -Boa sorte!

            -Obrigada... Voltaremos logo!

            -Se cuide, fique atenta o tempo todo naquele lugar.

            -Pode deixar!

Ela saiu para o helicóptero com os demais que a seguiram e Forest veio me dar um abraço me tirando do chão e me fazendo rir da animação dele.

Como foi simples... Só o Chris ter falado com ele e tudo para ele ficou perfeito e agora é uma questão de tempo até voltarem a sair e com isso ele vai me ajudar, sei disso, e com o apoio do melhor amigo, não tem como eu perder.

Depois de todos os casos resolvidos, o culpado preso e da nossa alforria, tudo voltará ao normal e meu coração anseia por ter o Chris de volta também. Mas agora tudo está uma loucura e não dá tempo de pensar nisso, prefiro deixar para quando tivermos motivos para sorrir no trabalho também.

            -Até logo, Jill... Cuide do cabeçudo por mim.

            -Pode deixar.

            -E você cabeçudo, cuida dela!

Chris acenou se aproximando de mim e Forest deu dois passos para trás com um sorriso nos lábios.

            -Vocês dois, teimosos e irracionais, foram feitos um para o outro... Não deixem que nada abale isso.

Eu sorri e ele piscou para nós correndo para o helicóptero com os demais que deram um aceno e finalmente decolaram em direção ao seu rumo.

Ouvi os demais do Alpha saírem de lá provavelmente voltando ao escritório, mas eu permaneci ali vendo o helicóptero sumir de vista e notei que o Chris fez o mesmo.

Mas meu estômago novamente deu um nó ao vê-los se afastar e meu coração no peito começou a palpitar de uma maneira estranha.

            -Por um acaso não está com uma impressão ruim, não é?

As palavras do Chris fizeram meu mal estar piorar, porque se disse isso era porque essa energia ruim estava atingindo a ele também.

Olho para ele e vejo que estuda minha expressão, mas desvio sem força para responder e saio dali a caminho da porta para voltar ao escritório e acompanhar os Bravo pelo comunicador.

Mas ao abrir a porta, sou puxada de leve pelo braço e dou de cara com aqueles olhos verdes que me esmagam de dor e saudade.

            -Jill...

            -Agora não, Chris.

            -Por favor...

            -Se quer falar de trabalho, podemos falar no escritório.

            -Não é sobre trabalho...

            -Não é o momento para nada além disso.

Ele me olhou parecendo angustiado para falar e embora meu coração acelerasse ao imaginar o que poderia dizer, eu não conseguia me concentrar em mais nada com essa preocupação e aflição pelo mundo que desmoronava ao redor.

            -Precisamos conversar...

            -Tudo bem, mas conversamos depois, pode ser?

            -Vai me ouvir?

            -Sim, mas depois.

            -Tudo bem...

Com meu braço livre agora continuei ali e ao voltar a olhar para aqueles olhos verdes ricocheteando a mesma saudade que eu sentia dentro de mim, eu tinha que me controlar para não me jogar de vez naqueles braços e procurar abrigo, carinho e proteção para tudo que estava acontecendo.

            -Está com medo?

A pergunta dele me fez tremer sabendo plenamente que a péssima impressão sobre tudo que estava acontecendo poderia se concretizar e coisas ruins poderiam realmente acontecer... E me apavoro ao pensar nisso.

            -Tento não pensar nisso.

            -No que pensa, então?

            -Que devemos encontrar um modo para que as pessoas não morram mais... Toda a cidade está sob nossa proteção e estamos fracassando.

            -Acha que é um simples cão selvagem atacando as pessoas?

            -Se for um cão mesmo, não é só ele...

       -Temos que estar preparados, porque algo me diz que ventos terríveis vêm pela frente e acima de tudo quero que você permaneça bem.

            -Com tudo acontecendo não dá para ter certeza que todos ficaremos bem.

            -Eu sei disso...

            -Mas temos que fazer todo o possível.

            -Sim.

Continuamos a nos encarar ali entre a porta e as escadas para descermos, mas eu e ele parecíamos com tanto para falar, mas o tempo e a situação não permitia. E mesmo sabendo de tudo isso, eu sentia que a presença dele já me fazia sentir melhor e mais segura.

Mas não há tempo para isso agora, temos que tentar nos focar nas coisas ruins por mais estranho que isso pareça.

            -Vamos ao escritório?

            -Vamos sim...

Eu desviei dele e caminhando comigo agora voltamos ao escritório onde todos pareciam tensos ao acompanhar o helicóptero da equipe Bravo. Sentei perto do Brad e Joseph que monitoravam e senti minha cabeça tinir de dor por não saber direito nem mais em que planeta eu estava.

Assassinatos, amizade do Forest, preocupação com Rebecca, um relacionamento mal explicado com o Chris, um mau pressentimento terrível e uma tensão sufocante no ar que mal me deixava respirar.

O tempo se passou em silêncio até que decidi sair para buscar um café já que estávamos depois do horário de trabalho na delegacia, parecendo que todos guardavam dentro de si a mesma sensação.

Mas quando termino de encher meu copo na máquina escuto um tumulto no corredor e passos apressados para o escritório. Vejo Wesker entrar rapidamente de atrás de Joseph e me apresso até lá vendo todos ao redor do comunicador.

            -Equipe Bravo, responda... Equipe Bravo...

            -O que aconteceu?

            -Perdemos contato com eles. – Barry fala.

            -Equipe Bravo, podem me ouvir? Aqui é o Brad, respondam...

Fiquei atenta a qualquer barulho diferente do comunicador, mas apenas haviam chuviscos incompreensíveis.

            -Aconteceu alguma coisa... – Chris falou.

            -Podem ter tido apenas uma falha no comunicador.

A voz fria e despreocupada do Wesker era inacreditavelmente mais enjoativa que o normal.

Como ele pode não demonstrar um pingo de preocupação com eles?

            -Ou podem ter caído.

            -Não há razão para terem caído.

            -Temos que ir de atrás deles...

            -Se acalme, Chris, ou te mandarei para casa!

Ele desviou agora e Wesker permaneceu ali com o Brad por um tempo e depois voltou a sair como um raio.

Mas nós permanecemos ali com os meninos tentando se comunicar e a cada hora que se passava e não tínhamos nenhum sinal deles meu coração parecia querer parar de bater.

O dia amanheceu e ninguém saiu dali, o Wesker vinha de vez em quando e apesar de cobrarmos alguma atitude, ele disse que Irons mandou que aguardássemos e todos nos engolíamos para não sair em missão independente deles.

Porém, quando o Chris apareceu na porta já com o uniforme e com algumas armas que arrumava para quando fossemos liberados, eu fui ao vestiário também me trocar e já de uniforme me olho no espelho.

Eu sabia que algo sairia errado, eu sentia isso... Eles não estão bem, precisam de nossa ajuda o mais rápido possível.

É o que meu coração me diz e não pretendo mais duvidar dele.

Pego algumas pistolas e munição e volto ao escritório ficando ao lado do Chris e ganhando a ajuda do Barry para ajeitar tudo até que Wesker chega depois de mais horas de angústia. Claro que nos encara feio vendo as armas e o uniforme, mas não diz nada.

            -Se preparem, saímos em meia hora.

Todos saímos de lá com os demais correndo ao vestiário e eu e o Chris ajeitando as armas, coletes e munição.

Carregamos tudo ao helicóptero e quando finalmente recebemos a permissão para decolar, Wesker subiu e levantamos voo.

Sobrevoamos toda a floresta procurando algum sinal da Equipe Bravo, mas não havíamos encontrado nada, pareciam ter sumido completamente.

Então finalmente meus olhos veem fumaça e entre as árvores, fazendo meu coração vir a garganta, vejo o helicóptero da Equipe Bravo.

            -Olha, Chris!

Todos olharam e o Brad se ajeitou para pousar e nós todos com a mesma expressão (menos Wesker) de que pedíamos a uma força maior que tudo acabasse bem.

Mas quando Brad finalmente pousou e saímos do helicóptero, algo em minha mente me disse que a partir de agora, nossas vidas não seriam mais as mesmas...


Notas Finais


É isso aí, infelizmente no próximo capítulo alguns S.T.A.R.S. já terão se tornado vítimas de todo esse início de catástrofe... E a luta contra a Umbrella se inicia.
Apesar de tudo, espero que tenham gostado!
Até a próxima *--*
Bjooon :-)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...