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História Sempre Tem Um Lado Bom - Mais Lembranças Ruins


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Boa tarde, povo \o/ \o/ \o/
Postando mais um capítulo fresquinho para vocês, os pensamentos da Jill depois de Resident Evil 3, a explosão de Raccoon City, a morte do Brad, a aparição do Nemesis e o surgimento do latino Carlos Oliveira *--*
Veremos o que rola agora ;-)
Espero que gostem!
Boa leitura...

Capítulo 53 - Mais Lembranças Ruins


Mais sangue...

Mais morte...

Isso não terá mais fim?

Os pesadelos que me assombravam depois daquela Mansão, serão substituídos por ruas com corpos de mortos-vivos e um monstro implacável.

Não cabe mais espaço em minha memória para tantas cenas terríveis, monstros, aberrações... Amigos mortos.

Brad... Mais um.

Não consegui fazer nada por ele. Não fui capaz de salvá-lo... E se não fosse pelo Carlos, eu não teria conseguido salvar nem a mim mesma.

Eu olho pela abertura da janela do helicóptero e ainda vejo a fumaça e a cinza do que um dia foi a cidade em que eu chamava de “lar”. A cidade onde criei laços que jamais vou esquecer. A cidade onde tive momentos maravilhosos e únicos com pessoas que aprendi a amar e a respeitar acima de tudo.

Em minha mente vinham infinitos flashes de momentos na delegacia, no J’s bar, na minha casa ou na de meus amigos... Momentos bons. Momentos felizes. Momentos em que senti que fazia parte de uma família.

E tudo acabou... A Umbrella conseguiu soterrar mais ainda nossa vida. Nossos momentos bons... E ela vai pagar por isso.

Com um movimento em cima de meus ombros, vejo Carlos esticando um cobertor para mim e ganho uma piscada leve dele acompanhado de um sorriso torto.

Se não fosse por ele eu estaria morta... Dessa vez foi por muito pouco. Eu não teria sobrevivido sem ele. Devo minha vida a esse homem que surgiu do nada no meio daquele inferno, me ajudou o tempo todo e salvou minha vida.

Eu estava infectada... Estava prestes a me transformar em uma daquelas criaturas que matei na Mansão e na cidade. Eu me transformaria em um cadáver ambulante... Um corpo sem vida, irracional, que só sabe devorar o que vê pela frente. E agora, minhas cinzas se misturariam com as cinzas da cidade. E ambas seríamos apenas parte da memória de alguém.

Mas não... Eu estou aqui.

Tenho uma nova chance.

E isso deve ter algum significado... Algum sentido.

Eu sobrevivi. E mais do que nunca, quero varrer a Umbrella da Terra. Quero acabar com cada criatura criada por ela e com cada pessoa por trás dessas tragédias. Elas têm que pagar por tudo que causaram... Por cada monstro, cada morte e cada gota de sangue derramada.

Então uma imagem me veio a cabeça... A única que ainda me gerava algum conforto. A lembrança da pessoa que ainda está em pé e que foi o responsável pelas memórias em que me agarrei para passar por esse mês. E esses últimos dias.

Chris...

Fecho meus olhos e me lembro dele.

Seu sorriso...

Seu olhar...

Ouço a risada de menino...

Sinto o arrepio ao me lembrar do seu toque em meu corpo...

Então respiro fundo. Onde quer que ele esteja, chegou a hora. Finalmente chegou a hora de eu reencontrá-lo e eu vou. Sem mais delongas.

            -Vamos pousar!

A voz do Barry me arranca de meus devaneios e espero até estarmos no chão para tirar o cobertor de cima de mim e devolvê-lo ao banco.

Quando Carlos abre a porta e me dá passagem, eu saio e já vejo Barry me olhando e o abraço sem demora sentindo lágrimas em meus olhos.

            -Barry... Obrigada.

            -Não me agradeça, Jill... Eu te devia uma.

            -Obrigada... Obrigada.

Eu me afasto e sinto um vazio enorme dentro de mim. Então Carlos estende a mão a ele que o observa curioso, mas desvio encarando o helicóptero que não tinha indicação de onde era.

            -Carlos Oliveira...

            -Barry Burton.

            -De onde o helicóptero, Barry?

            -De um amigo... Mas vamos entrar, explico melhor lá dentro.

            -Tudo bem.

Era uma casa pequena, mas bem ventilada e cercada. O dono parecia não estar, porém Barry nos mandou para os quartos dizendo que estavam liberados para um banho e tinha roupas limpas nos armários.

Eu segui para um deles, tirei minha roupa e fui para o banho... Fiquei embaixo da água vendo o sangue escorrer do meu corpo e sinto a ardência no meu ombro machucado por aquela criatura. A marca da minha infecção... A prova de que quase me transformei em uma daquelas coisas.

Fiquei mais um tempo sentindo o calor da água percorrer pelo meu corpo e fecho meus olhos levantando o rosto e o deixando sobre a água. Sinto algumas lágrimas insistentes querendo sair e afasto a cabeça da água, abrindo os olhos e vendo a frente redonda do chuveiro... Mas na minha cabeça vem o lança-foguetes daquela criatura que me perseguiu e do um salto assustada, mas tropeço e caio no chão gelado, encolhida e com um medo cruel dentro de mim.

Ouço passos lá fora e batidas na porta.

            -Jill! Jill? Você está bem?

Carlos parecendo preocupado bate na porta sem parar, então engulo as lágrimas para minhas palavras soares verdadeiras.

            -Estou bem!

            -Que barulho foi esse?

            -Estou bem, já vou sair...

Parecendo entender que eu não queria conversa, ouço ele se afastar e levanto desligando o chuveiro e parando diante do espelho. Vejo a marca do machucado que me fez e olho para meu braço onde Carlos aplicou a vacina.

Essa foi por pouco...

Pego a toalha e me enxugo. Volto ao espelho e encaro o reflexo pálido e sem vida que me olha de volta... Estou diferente.

Depois de tudo que aconteceu, as lembranças desses pesadelos já marcaram minha expressão também.

Já não basta as marcas eternas em minha alma?

Me enrolo na toalha e saio encontrando o quarto vazio novamente, mas quando me aproximo do guarda-roupas, a porta do quarto se abre e dou um salto dando de cara com o Carlos.

            -Carlos!

            -Ah, desculpe...

Ele me olha dos pés a cabeça e eu o encaro feio fazendo ele desviar com um sorriso bobo quando chega ao meu rosto.

            -Só queria saber se estava bem...

            -Estou só de toalha. Sai daqui.

            -Só a toalha?

            -Sai, Carlos!

Aos risos ele sai da porta e me pergunto como consegue rir depois de tudo. Sigo até a porta e a tranco sem querer que ele venha checar se estou bem quando eu estiver completamente nua.

Volto ao guarda-roupas e vejo uma calça de moletom e uma regata branca comum, junto com peças íntimas.

Deixo a toalha de lado e me visto voltando ao banheiro depois de secar meu cabelo de qualquer jeito com a toalha e os penteio do jeito que dá.

Penduro a toalha e saio do quarto seguindo a direção das vozes que eu ouvia e encontro Barry e Carlos diante de uma mesa com comida... Meu estômago embrulhou e me aproximei deles ganhando um sorriso torto do Carlos.

            -Eu preferia a saia...

            -Ela se aposentou.

            -Ou a toalha.

Eu o ignoro, mas noto o olhar do Barry no sorriso interessado do Carlos em mim. Sento ao lado deles e ele me empurra uma caneca de café. Não consigo sorrir em resposta, então apenas tomo um gole e encaro aquilo sentindo o olhar dos dois em mim.

            -Carlos estava me contando sobre o que passaram... Sobre o Nemesis.

A imagem daquela besta vem em minha mente novamente e sinto a fisgada da dor em meu ombro, mas disfarço.

            -Ele estava atrás dos S.T.A.R.S.... Brad?

Brad... Aquilo o matou em minha frente e não pude fazer nada além de correr, ou eu seria a próxima.

Balanço a cabeça em negação e escuto Barry suspirar.

            -Droga... Eles vão pagar por isso.

            -A Umbrella?

            -Sim! A causadora de tudo isso!

Carlos desviou e finalmente levantei os olhos exausta por tudo aquilo e com tudo aquilo. Mas algo me vinha a mente, a única coisa que podia me dar algum conforto...

            -Barry... E o Chris?

Ele me olhou e sorriu finalmente balançando a cabeça.

            -Está bem... Sentindo sua falta. Mas está bem.

            -Quem é Chris?

Carlos perguntou se remexendo na cadeira, mas continuei olhando para o Barry.

            -Descobriram alguma coisa?

            -O garoto é empenhado, ele investigou a fundo... Mas prefiro que ele te conte.

            -Ele continua na França?

            -Sim.

            -Como você soube que eu estava aqui?

           -Soube do surto em Raccoon City, mas achei que já estivesse a caminho de nos encontrar... Quando soube que ainda estava presa na cidade, vim as pressas, emprestei o helicóptero e fiquei te procurando.

            -E o Chris?

            -Não contei a ele... Eu sabia que ia enlouquecer se soubesse.

            -Quem é Chris?

Com Carlos repetindo a pergunta, eu e Barry olhamos para ele e sua expressão não é das melhores.

            -Trabalhava conosco...

            -Só isso?

Ele olha para mim depois da resposta do Barry e noto que não gostou de saber da existência desse outro “colega”.

            -Por que a pergunta?

            -Curiosidade...

Ele se esticou na cadeira e voltei minha atenção ao Barry que tinha uma sobrancelha levantada também curioso com o jeito do Carlos.

            -Vai voltar para lá?

            -Não, preciso ver como minha família está...

            -Ele continua no mesmo lugar?

            -Quando saí, ele não estava, tinha ido investigar e deixei um bilhete apenas.

            -Não aconteceu nada de ruim enquanto estiveram lá?

Barry agora desviou e estranhei seu jeito, sabendo que essa era uma pergunta que ele não queria que eu fizesse.

            -Barry?

            -A Umbrella sacou que tinha alguém rondando... Não aconteceu nada. Mas acho que sabem que nós estamos a investigando.

            -E deixou o Chris lá sozinho?

            -Não tive escolha, você precisava mais de mim naquele momento...

Chris... Sozinho.

Ele pode estar em perigo.

Essa é a hora de eu encontrar com ele e dar um fim definitivo nessa empresa que pensa que pode brincar com nossas vidas da forma que bem entende.

            -Pode me dar o endereço dele?

            -Quando vai?

            -Assim que tiver um voo para lá...

            -Jill, espere, não queria que você fosse sozinha.

            -Barry, depois de tudo pelo que passei, um bando de capangas da Umbrella parece uma piada para mim.

            -Mesmo assim... É perigoso.

            -Ela não vai sozinha...

Carlos volta a conversa e Barry o olha curioso.

            -Eu vou junto.

            -O quê? Não...

            -Não estou te oferecendo a escolha, eu vou e ponto final.

            -Acho uma boa ideia... – Barry fala.

            -Não preciso de segurança!

            -Eu vou junto com você querendo ou não... E se esse tal Chris estiver lá, sigo meu rumo e pronto.

Então ele sorriu daquele jeito torto dele antes de continuar.

            -A não ser que você não resista e me peça para ficar...

Ouço Barry engolir um riso agora e desvio já irritada pelas constantes indiretas do Carlos de eu estar apaixonada por ele.

            -Sei que adorou me conhecer... Ninguém resiste ao meu sotaque.

Barry gargalhou agora e o encarei feio, mas ele não pareceu ligar para isso. Carlos piscou para mim e se esticou novamente na cadeira com as mãos de atrás da cabeça.

            -É uma questão de tempo até a Jill confessar que se apaixonou por mim...

            -Tenho certeza que sim! – Barry ironizou – Leva ele, Jill... O Chris vai adorar conhecer ele.

            -Com certeza!

Então o Carlos parou de sorrir e me olhou de canto com uma sobrancelha erguida e o encaro esperando sua reação.

            -Esse Chris é seu namorado ou algo do tipo?

            -Algo do tipo...

            -Hum... Tanto faz, concorrência faz bem.

Barry sorriu sabendo que estava me enfiando em uma próxima desgraça porque se o Carlos falar algo do tipo na frente do Chris... Nem quero pensar. E ele terá razão, o Carlos é muito confiante quanto a mim.

          -Falando sério agora... Não preciso de companhia. O Chris vai estar lá e vou ajudar ele a investigar, quanto menos pessoas para chamar a atenção, melhor.

            -Vou com você para ver se ele ainda está lá, talvez tenha saído.

            -Ele está lá... Ele está bem.

            -Não estou dizendo o contrário, Jill... Me deixe ajudar também.

Agora sem sorriso, ele me olhava sério e eu sabia que aquela era uma discussão perdida porque Barry também concordava.

            -Tudo bem... Mas vamos assim que tiver um voo.

            -Como você quiser... Vou ligar agora mesmo!

Carlos sai dali e Barry me olha intrigado e balanço a cabeça.

            -Para de dar moral para ele...

            -Ele se preocupa com você, então será a companhia perfeita.

            -Até o Chris surgir e matar ele com a primeira gracinha que fizer sobre quanto estou caidinha por ele.

            -Depois de tudo o Chris amadureceu...

            -Ele sentiu mesmo a minha falta?

          -O tempo todo... Era evidente seu estado, se focava demais na papelada para não pensar em você. Mas eu o pegava encarando o nada e sabia que era você quem tomava os pensamentos dele... Ele não contava, mas eu sabia.

            -Eu pensei nele também... O tempo todo.

           -Sei que essa separação foi um baque cruel entre vocês, mas lutaram tanto pelo que sentem que sei que nada mais vai romper os laços que criaram.

            -Tenho medo...

            -Todos temos e sei que o que aconteceu com você, piorou isso.

            -Foi terrível, Barry... Eu não achei que poderia existir um momento pior do que a Mansão.

            -Sei que deve ter sido muito difícil e te admiro pela sua força... Você é de longe, a mais forte de nós. De todos nós.

            -Não acho isso...

            -Mas você é. Além de uma garota doce e amável, você é uma mulher firme, justa, digna e inabalável. E o Chris te ama por isso.

Eu sorri sentindo o peso de tudo que passei e sinto meus olhos úmidos ao me lembrar de cada morte, cada perda... Não consigo aguentar mais isso.

            -Não posso mais aguentar perdas, Barry...

            -Eu sei, Jill... Sinto muito que tenha passado por tudo isso de novo. Você viu o que aconteceu com o Brad?

            -Sim, aquilo o matou na minha frente... Eu ouvi seu último grito.

            -Sinto muito por isso...

            -Obrigada. Mas eles vão pagar. Eles têm que pagar.

            -Eles vão pagar...

            -Tem um voo em duas horas para França!

Carlos chega nos fazendo levantar e Barry sorri para nós.

            -Então vou levar vocês assim que estiverem prontos...

            -Não temos mala para fazer, Barry.

            -É verdade... Então vamos que no caminho compramos algo para vocês e seguem viagem.

            -Tudo bem.

Depois dele nos forçar a comer alguma coisa, nos leva em um carro também emprestado dizendo que depois voltaria para devolver tudo ao amigo.

Na ida ele parou para comprarmos algumas peças de roupa para levar, assim arrumando uma bagagem para viagem.

Ao chegar no aeroporto eu notei que comecei a ficar nervosa e minhas mãos suavam. Por aquele momento consegui esquecer o que tinha acontecido e em minha mente vinha apenas a imagem do homem que está cravado em minha mente.

Chris... Um mês longe de você.

Sem seu sorriso, seu olhar, seu carinho... Seu cheiro... Seu toque.

Aquele som maravilhoso da risada de menino que ele tinha me fez por um instante ir as nuvens sabendo que eu estava a poucas horas de encontrá-lo.

            -Tenham uma boa viagem!

            -Obrigada, Barry...

Ele me abraçou e estendeu a mão para o Carlos que parecia animado com a viagem, mas eu tentava desviar dele sempre que eu podia.

            -Cuide dela!

            -Pode deixar, cuidarei até onde ela me deixar.

Barry sorriu e piscou para mim me dando mais um abraço e sussurrando em minha orelha.

            -Boa sorte... Vai precisar.

É, não é... E você ajudou a me meter nisso.

A presença do Carlos será embaraçosa e se ele me cantar na frente do Chris vai dar um grande problema para eu tentar solucionar.

            -Até logo!

            -Até, Barry...

Saímos de lá deixando Barry nos olhando até sumirmos de vista.

 

...

 

Depois de tudo pronto, finalmente estávamos no avião que já se preparava para decolar... Quando levantou voo, me deu aquele leve embrulho no estômago, reação normal gerada quando saímos do chão.

            -Nervosa?

Viro para o Carlos agora normal, apenas sentindo que em algumas horas eu finalmente estaria diante do Chris outra vez.

            -Um pouco...

            -Pelo avião, pelo que aconteceu ou pelo tal Chris?

            -Por tudo eu acho.

            -Você e ele... O que vocês têm?

É uma ótima pergunta, porque não chegamos a discutir termos e nomes para nossa relação, não sei se posso já chamá-lo de namorado.

            -Não sei direito...

            -Vocês namoram?

            -Não chegamos a tocar nesse assunto... Não deu tempo.

            -Mas estão juntos?

            -Sim.

Ele desviou sem sorrir agora, mexendo em um pedaço da costura da calça e o observei vendo que mesmo com as brincadeiras dele, aquilo o chateou.

Eu pensei a princípio que ele era só brincalhão... Não que realmente quisesse alguma coisa comigo.

Ele não gosta mesmo de mim, não é?

            -Gosta muito dele?

            -Demais...

            -Há quanto tempo?

            -Há muito tempo... Desde que o conheci.

            -Você o ama?

            -Sim.

Novamente seu olhar se entristeceu e ele desviou para olhar pela janela, e mesmo as nuvens lá fora parecendo uma boa paisagem, ele não parecia estar as enxergando.

            -Você está bem?

            -Achei que era só um lance entre vocês...

            -É muito mais do que isso.

            -Estou percebendo... E se chegarmos lá e ele não estiver?

            -Ele vai estar.

            -E se não estar?

            -Vou procurar por ele.

            -Por quanto tempo?

            -Até encontrar.

Ele concordou com a cabeça e sorriu levemente para mim piscando outra vez daquele jeito dele.

            -Vamos encontrar... Até lá cuido de você.

            -Eu sei... Obrigada novamente por ter salvo a minha vida, Carlos.

            -Não me agradeça, sei que faria o mesmo por mim.

            -Sim, eu faria.

            -E de qualquer jeito... Eu não podia perder você.

Sabe aquele momento que ficamos sem palavras? Pois é...

Ele sorriu mais uma vez e desviou de mim me deixando pensativa e com a certeza de que as piadas dele realmente tinham fundamento.

O Carlos gosta de mim...

E vou decepcioná-lo. Porque amo o Chris e por hipótese alguma eu daria chance a outro homem, mas ele soube disso e ainda quis vir... Não terei como impedir que ele se magoe se me vir com o Chris.

Pelo jeito é inevitável que eu machuque ele.

Desviei também e agora deixei minha mente mergulhada em pensamentos bons, memórias de momentos agradáveis que passei em Raccoon City. Mas ao me lembrar que tudo virou cinzas, uma lágrima escorre de meus olhos.

Não só o lugar... Mas muito de meus amigos também.

Brad, Joseph, Forest... Todos os outros... Eles tinham tanto para viver. E morreram. Eles e toda a população de Raccoon City que estava as cegas sem saber do mal imenso e incomparável que os rodeava.

Será que um dia conseguirei me livrar desses pensamentos?

Um dia conseguirei esquecer tudo isso?

Conseguirei dormir em paz?

Sem pesadelos?

Sem cheiro de sangue e imagem de cadáveres?

Sem monstros?

Sem aberrações?

Sem uma voz assombrosa em meu ouvido sussurrando sem parar: “S.T.A.R.S.”?

Tudo o que passei dessa vez conseguiu ser pior do que a Mansão... Quando saí daquele lugar pensei que não poderia existir algo pior. E a vida me mostrou que sempre pode piorar. Agora me imagino em algo ainda pior, mas a única coisa que me vem na cabeça, é que depois de uma casa imensa e uma cidade... Talvez venha um estado infestado de mortos ou um país e até mesmo todo o planeta.

Agora parece tão fácil a Umbrella alcançar isso... Tão simples. E ninguém além de nós saberia quem os atingiu.

            -Por que não dorme um pouco?

A voz preocupada ao meu lado, agora voltando com olhos fixos em mim me tira de meu devaneio.

            -Não consigo...

            -Tente, você precisa descansar.

            -Eu já não conseguia dormir antes, imagine só agora.

            -Você é a pessoa mais forte que já conheci.

            -Tenho sorte, só isso.

            -Não, você é excelente em tudo que faz.

            -É sorte.

            -Não, não é.

            -Se não fosse por você, eu estaria morta...

            -Bom, isso sim, me encontrar foi muita sorte sua.

Ele piscou novamente e finalmente esboço um sorriso o fazendo sorrir mais ainda e voltar com seu jeito descontraído.

            -Tudo vai se ajeitar, Jill... Você verá.

            -Espero que sim.

            -Seu destino é dar um fim em tudo isso.

            -Não sei mais nem se eu terei um destino muito longo...

            -Você vai viver muito ainda.

            -Só espero que não seja para ver mais amigos morrerem.

            -Não, você colocará um fim em tudo de ruim. Sei disso. Você verá.

Sorri novamente para ele e volto a encarar o teto fechando os olhos para tentar me agarrar a imagens boas, sem tentar dormir, apenas tentando esquecer por um momento tudo de ruim que eu vi.

 

...

 

Quando finalmente o avião pousou, saímos dele e pegamos nossas malas. O frio europeu percorreu por minha espinha e fechei a blusa que eu usava já caminhando para fora ao lado do Carlos que olhava atento a todas as direções.

            -Pronta para encontrar ele?

            -Pronta...

Mais do que pronta...

Finalmente estou aqui, Chris.

Vou reencontrar você e juntos, vamos dar um fim em toda essa sujeira.


Notas Finais


Imagina só esse reencontro *--*
E imagina só o encontro do Chris com o Carlos hahah... Vamos ver!
Galera, quero agradecer a quem continua acompanhando minha louca imaginação até aqui, sei que não é fácil, mas acreditem, me deixam muito feliz por cada favorito, cada comentário e cada visualização que aparece!
Muito obrigada pelo apoio e pelo carinho, povo ;-)
Curtam o final de semana *--*
Espero que tenham gostado!
Até a próxima!
Bjooon :-)


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