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História Sempre Tem Um Lado Bom - Reencontro


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Booooa madrugadaaaa, povooo \o/ \o/ \o/
Olha eu aqui, trazendo mais um capítulo para vocês *--*
Hoje acontecem vários momentos... Ação... Tensão... Amor... Despedida... Aflição... Amor!
Espero que gostem!!!
Boa leitura...

Capítulo 55 - Reencontro


O fogo se acende no risco de gasolina e vem em minha direção.

Sinto uma lágrima escorrer de meu olho e tento me soltar, mas as cordas estão muito firmes e a adrenalina dentro de mim não me deixa pensar.

As risadas deles ecoam conforme o fogo se aproxima, mas ouço um barulho alto em algum lugar que os faz pararem de rir e eu parar de me mexer.

Com um ronco se aproximando e ficando mais alto, na parede próxima a mim surge um carro quebrando tudo pela frente e viro o rosto para não vir nenhum pedaço em meu rosto.

Ouço que os tiros começam e quando vou olhar vejo o fogo se aproximar do meu pé e tento empurrar a cadeira, mas ela parece pregada no chão e vejo aquilo me cercando e meu coração dispara.

Mas quando sinto mãos me desamarrando tento olhar, mas não consigo, me sinto tonta e começo a tossir pela fumaça.

            -Jill, fica acordada...

Carlos?

Quando sinto que estou livre, tiro a mordaça e ele desamarra meus pés, me puxando para longe dali e tento ver onde estão as pessoas que atiravam.

O carro já estava destroçado e pelo jeito, com os pneus furados, mas quando vejo Carlos atirar para lá, alguém com um rosto extremamente familiar surge correndo em nossa direção e meu coração entra em choque.

            -Vamos, vamos, vamos...

Ele me puxa de lá e Carlos nos segue, mas são poucos passos até ouvirmos a explosão do carro no galpão e nos jogarmos no chão.

Olho para lá e tudo está pegando fogo, então Chris me puxa e Carlos vem junto sem me dar tempo de pensar em nada.

A entrada que fizeram estava lacrada pelas chamas, então seguimos pela porta que levava a um corredor estreito por onde corremos. Com Carlos abrindo uma porta, demos de cara com uma sala pequena, com alguns computadores e papeis.

Observo aquilo, mas não parecia ter nada coerente, então ouço um suspiro e vejo o Chris observar pela pequena janela depois de pegar alguns papeis e enfiar dentro da jaqueta.

            -Tem carros lá fora, precisamos chegar até lá.

Ele recarrega a arma e Carlos faz o mesmo, então vejo alguns jalecos de cientista pendurados em ganchos na parede e me aproximo pegando um e jogando outros para eles.

            -Vamos encarnar em personagens? – Carlos sorri.

            -Temos que despistar ou não sairemos daqui...

Coloco o meu e vejo que fazem o mesmo, mas o Chris não fala nada e nem me olha mesmo comigo tentando puxar seu olhar.

Depois de vestidos, saímos pela porta e caminhamos pelo corredor.

Estava muito quieto, mas conforme caminhávamos, ouvimos vozes. Quando dobramos um dos corredores, vimos alguns guardas e abaixamos a cabeça ao passar por eles que nem nos deram importância, então continuamos.

Eu já podia ver a porta que tinha uma placa em cima de “saída”, mas uma porta se abre com mais guardas surgindo em nossa frente que nos encaram desconfiados.

            -O que estão fazendo aqui?

            -Ah... – Eu engasgo – Ouvimos um barulho!

            -Ah, certo... Mas é melhor voltarem para o andar inferior e ficarem nos laboratórios, cuidamos de tudo aqui.

            -Tudo bem...

Quando continuamos parados sem saber para onde ir e ainda mais querendo ir para saída mesmo, vejo que um deles coloca a mão na pistola e o outro aponta para o outro lado.

            -Andem, saiam daqui...

Já impaciente, acerto na cara dele e o Chris e o Carlos pegam os outros dois, mas ao ouvirmos uma sirene alta, pego duas das pistolas deles e o Carlos pega a outra.

Corremos em direção a porta, mas ao sair vemos inúmeros deles e começamos a atirar nos escondendo atrás de um contêiner. Recarrego as duas pistolas e vamos ao canto olhar um dos carros mais próximos.

            -Vocês me cobrem, vou pegar um...

Chris fala recarregando também e concordamos.

Então finalmente ele me olha e sinto meu coração acelerar ainda mais e com seu sorriso e uma piscada para mim, ele sai correndo e eu e Carlos atiramos nos demais. Quando chega no carro, vejo que entra e se mantém abaixado para fazer a ligação direta, mas ao ouvirmos passos de atrás de nós escuto um tiro e atiro em seguida no capanga.

            -Droga...

Olho para o Carlos e vejo seu braço sangrando sem parar pelo tiro e me aproximo nervosa dele e olho para o carro ainda desligado.

            -Carlos!

            -Vou ficar bem... Continue a atirar!

Fui ao canto e voltei a atirar, mas minhas balas acabaram. Peguei a do Carlos e atirei nos que se aproximavam até que vi o carro sendo ligado e o Chris acelerou em nossa direção, me ajudando a colocar o Carlos no carro.

Me joguei no banco do carona e ele acelerou quebrando o portão e vi mais deles correndo para nós e indo para os carros, mas ele acelerou mais.

Chegamos na estrada e ele pisou fundo, mas virei para o Carlos que parecia exausto e sorriu para mim.

            -Vou sobreviver...

            -Acho bom. – Eu sorri.

Volto a sentar e olho para o Chris que parece nervoso olhando para a estrada e para o retrovisor, mas respira fundo.

            -Onde estava?

            -Escondido... Achei que pudesse vir e saí do apartamento, mas pelo visto já sabiam onde eu estava há muito tempo.

            -E a faca?

            -Longa história...

            -Quero saber de tudo depois.

            -Tudo bem.

Ele respondeu normalmente para mim e continuou a encarar a escuridão, então o acompanhei em silêncio.

Quando estávamos perto da cidade, ele dirigiu em uma estrada escura para abandonarmos o carro e saímos ajudando o Carlos. Caminhamos pela rua escura até encontrarmos um beco da cidade onde havia uma placa indicando ter quartos para alugar, então entramos.

Chris foi falar com o recepcionista e ajudei Carlos a manter as aparências ali no canto, então subimos com a chave de um quarto. Ao entrarmos, Carlos sentou no sofá e respirou fundo com um sorrio no rosto.

            -Sua vez de cuidar de mim, Jill...

Eu sorri com ele e o Chris se aproximou com uma bacia cheia de água e panos limpos, mas me olhou de canto.

            -Vá tomar um banho, vou trazer suas roupas.

            -Minhas roupas?

            -Deixei aqui antes de irmos te buscar...

            -Ah... Ok.

Fui para o quarto sem discutir, mas fiquei triste quando percebi que não receberia nenhuma palavra de afeto vinda dele.

Tirei minha roupa e fui para o chuveiro sentindo um alívio tremendo com a água fresca escorrendo pelo meu corpo.

Então o desligo e saio me olhando no espelho e vendo minha cara de assustada ainda pela situação.

É Jill, essa foi por pouco...

Quase virou um assado se não fosse por eles.

Me enrolei na toalha e saí do quarto vendo minha bolsa próxima da cama, então me sento nela e pego uma calça com uma camisa de botões azul escura. Me visto e saio do quarto vendo o Carlos no sofá com o controle da televisão e o Chris analisando os papeis que pegou na nosso fuga.

Me aproximo dele e vejo que tem algumas fotos das câmeras de segurança da cidade que pegaram a imagem do meu grande amigo Nemesis.

Puxo a foto para perto e encaro aquela coisa sentindo o frio percorrer por minha espinha ao olhar para o lança granadas dele, então largo a foto.

            -Foi isso que teve de enfrentar para conseguir fugir?

Eu não respondi, apenas olhei a foto que me mostrou agora onde eu aparecia atirando naquela coisa.

Olho para o Chris e mesmo com tudo acontecendo, meu coração de mulher apaixonada estava falando mais alto... E no momento eu estava brava em não ter ganhado nem um cumprimento dele.

Quando dou as costas, vou ao sofá e sento do lado do Carlos, mas sinto seus olhos em mim e vejo que o Carlos me encara.

            -Você está bem?

            -Estou.

Não olhei para ele, apenas fiquei ali encarando a televisão sem assistir nada, então ouço o Chris sair pela porta e sinto uma dor tremenda em meu peito.

Achei que esse seria um reencontro marcante...

Mas claro que eu estava enganada, ele não está nem aí para mim...

Mas o que aconteceu?

Ele estava tão amoroso no diário...

Sinto meus olhos umedecerem, mas me mantenho fechada, não vou chorar... Se quer ser frio, serei com ele também.

Depois de alguns minutos olhando para o relógio, já nervosa pensando para onde ele podia ter ido, ele volta com algumas sacolas e senta na mesa.

            -Eu trouxe comida...

Carlos levanta, mas eu não me mexo. Sinto seus olhos em mim, mas continuo encarando a televisão sem olhar para nenhum dos dois.

            -Vem comer alguma coisa, Jill.

            -Não estou com fome...

            -Você está sem comer desde que saímos do Barry.

            -Não estou com fome.

Ouço ele suspirar e sorrir daquele jeito dele, mas segue para mesa e fico ali pensando em como o Chris deve estar feliz em comer com o Carlos na frente.

Como foi quando se encontraram?

Como se entenderam?

Como confiou nele?

Meus pensamentos vagavam, mas nada comparado a saudade que me devorava o peito e agonizava minha alma.

Ele está aqui... Finalmente está aqui e nem veio falar comigo.

Mal me olhou...

O que eu fiz?

O que aconteceu nesses últimos dias para estar assim?

Encontrou outra mulher?

Não sei o que foi, mas está acabando com meu coração... A saudade que senti dele foi cruel e sonhei todos os dias com nosso reencontro e agora estou aqui com ele, e nada aconteceu. Nenhum beijo, nenhum abraço, nem sequer uma palavra de carinho...

Ele sentiu minha falta?

Que grande piada...

Isso só me faz pensar que talvez eu não devesse nem ter vindo para cá.

            -Quando saíram de Raccoon City?

            -Minutos antes de tudo ir para os ares...

Mesmo mantendo os olhos na televisão, meus ouvidos se mantiveram atentos ao início de conversa dos dois.

            -E aquela coisa?

            -Nemesis... Foi feito para acabar com vocês, com os S.T.A.R.S..

            -E você?

            -Só tentou me atingir quando me enfiei na frente da Jill...

            -Perseguia ela?

            -O tempo todo.

Eu queria olhar para a expressão dele agora, mas me mantive firme.

Eles não conversaram mais e quando ouvi que ajeitaram as coisas, Carlos voltou ao meu lado e notei seus olhos em minha direção sem entender o que estava acontecendo.

Tudo bem, eu também não entendo...

Mas me cutucando com o cotovelo, viro para ele que me olha curioso e sorri sem jeito.

            -Amanhã de manhã vou embora...

            -Não quer ficar mais?

            -Não, é melhor não... Já encontrou o que queria.

            -Tudo bem...

            -Sei que vai sentir minha falta, mas, por favor, poupe as lágrimas.

Eu ri com ele e senti realmente minhas lágrimas chegarem, mas engoli, só que senti algumas escorrerem e as limpei depressa.

            -Já falei, não chore!

Ri novamente para tentar evitar aquilo, mas as lágrimas não eram por ele e sim pelo desprezo que eu sentia por parte do Chris.

Por que não fala direito comigo?

Por que está me tratando assim?

Não entendo...

            -Acho que essa noite o sofá é meu!

            -Sim, por mim pode ficar a vontade...

            -Ótimo!

Levantei do sofá sentindo que as lágrimas queriam vir com tudo em mim e notei os olhares, mas apenas olhei para o Carlos.

            -Eu vou tentar descansar...

            -Vai lá... Boa noite, Jill.

            -Boa noite.

Saí dali e senti os olhos do Chris em mim quando passei, mas o ignorei completamente ao fechar a porta e deixar as lágrimas fluírem.

Me aproximei da janela e vi a chuva começar a cair, mas minhas lágrimas eram mais rápidas fazendo eu ter de engolir soluços altos que não entendiam o porquê de eu ainda estar sem o reencontro que eu sonhei desde que ele foi embora.

Imaginei que me abraçaria, me beijaria e demonstraria a saudade que sentiu por mim...

Mas só ganhei palavras secas e olhares sem importância.

Então ouço a porta do quarto se abrir e limpo meus olhos imaginando que era ele. Se veio, ou falará francamente comigo ou apenas usará o banheiro e vai continuar a me tratar como um nada.

Mas não ouço nada além de seus passos se aproximarem e viro para encará-lo.

Seus olhos estão fundos provando que teve várias noites mal dormidas e sua expressão de tristeza e dor me confundiram.

            -O que você quer?

Engoli meu choro para as palavras não saírem tão desesperadoras, mas ele apenas me observou. Quando se aproximou, senti meu corpo gritar desesperadamente pelo dele, mas me mantive firme.

            -Quer me contar alguma coisa, Jill?

O quê?

Ele se aproximou e eu podia jurar que vi seus olhos vermelhos.

            -Contar o quê?

            -Esse cara aí na sala...

            -O que é que tem?

Desviando os olhos de mim comecei a entender que eu não entendia nada mesmo.

            -Eu achei que... – Ele sorriu sem alegria – Achei que quando disse que ia esperar por mim, era para valer.

            -O quê?

            -Achei que... Jill...

Ele desviou entristecido e meus pensamentos correram.

Ele acha que estou com o Carlos?

É isso?

            -Chris, eu não...

            -Você prometeu que ia me esperar!

Eu parei e vi ele com os olhos marejados e finalmente entendi alguma coisa.

Ele acha que estou com o Carlos!

Acha que estamos juntos!

E ficou distante de mim por causa disso?

Ah... Jill e Chris, os maiores cabeçudos do planeta!

            -Achei que...

Eu ri da nossa teimosia em simplesmente tirar conclusões precipitadas no lugar de perguntarmos, mas ele me encarou feio e me aproximei dele.

Meu coração fez cambalhotas dentro do peito agora sabendo que ele tinha um motivo para não se aproximar... Achou que eu estava com o Carlos e quis respeitar me dando o devido espaço?

            -Chris... Carlos me ajudou em Raccoon City, mas é só meu amigo!

            -O quê?

Ele parecia prestes a derramar uma lágrima de um de seus olhos já vermelhos e magoados comigo sem necessidade, então sorri agora aliviada.

Sentiu minha falta...

Mas pensou que eu tinha algo com outro.

Meu ciumento nunca deixa seu posto!

            -Não tenho nada com ele, de onde tirou isso?

            -Não tem?

            -Ele é meu amigo e só veio porque o Barry não queria que eu viesse sozinha...

            -Espera... Não tem nada com ele?

            -Não!

            -Ele é só um amigo?

            -Sim!

            -Nunca rolou nada com ele?

            -Não.

            -E nem com outro?

            -Não!

Em meio segundo ele me puxou e nossas bocas estavam grudadas em um beijo desesperador. Joguei meus braços ao seu redor e me entreguei completamente a saudade amargurada dentro de mim.

Eu sentia o desespero intenso dele e o alívio em saber da verdade...

Mas não deixei meus pensamentos correrem, apenas me fixei na saudade que estava fazendo meu coração palpitar e minhas mãos passarem sem limites por todo o seu corpo.

Ele me puxou para cima dele e entrelacei minhas pernas em seu corpo sentindo o delírio da minha pele sabendo que suas mãos estavam livres para me explorar por completo outra vez.

Quando me deita na cama, eu sorrio e sinto uma lágrima escorrer da saudade que senti e da dor se sua ausência. Ao percorrer os lábios pelo meu pescoço, eu o estico mais e sinto suas mãos contornarem todo o meu corpo.

Com sua boca descontrolada e suas mãos audaciosas, vai descendo pelo meu peito e desabotoa os botões da minha camisa, mas quando levanta meu sutiã me deixando completamente exposta eu me seguro para não gemer alto.

Ao sentir o calor de seus lábios ao redor do meu seio me seguro novamente. Só que dando chupadas leves neles, ele abre minha calça e quando noto eu e ele já estamos sem nossas peças debaixo. Me entrego completamente e ao senti-lo me puxar para tirar minha camisa e sutiã completamente, escuto ele rasgar algum plástico e mordo os lábios ao me lembrar do prazer que senti na nossa primeira noite.

Quando o sinto entrar em mim, pressiono as unhas na coberta e suas mãos vão de encontro com as minhas, mas seus lábios vêm em meu rosto e ele para. Sinto seu membro parado encaixado em mim e sinto meu corpo queimar delirantemente enquanto implora que ele continue.

            -Como senti sua falta, pequena...

            -Todos os dias... Todas as horas... Chris...

Ele me deu um beijo leve na bochecha me fazendo sorrir e ao se mover eu arregalo os olhos contendo o prazer que eu sentia me queimar por dentro e espremi os lábios para não me deixar levar demais.

Seus beijos em meu pescoço me faziam perder o controle e quando suas mãos libertaram as minhas, cravei as unhas em suas costas o fazendo gemer de prazer e ele contornou meus seios com os dedos.

Eu não aguento...

Meu coração palpitava no peito e quando começou a se mover mais forte dentro de mim tentei reprimir os gemidos, mas alguns escaparam.

Eu não conseguia segurar...

A saudade, o desejo, a vontade descontrolada por ele...

Tudo...

Eu preciso dele comigo...

Para sempre...

Quando sinto ele chegar lá eu sinto o ápice do prazer me alcançar também e abro a boca para tentar controlar a respiração.

Ele sai de mim e depois de alguns segundos retirando a camisinha, ouço que deita ao meu lado e sinto seus braços me puxarem para seu peito e o abraço tentando recuperar o fôlego que percebo que ele perdeu também.

            -Ainda quer uma noite de dez? – Ele perguntou.

Eu comecei a rir e ele me acompanhou pela repetição das minhas palavras de um mês atrás, então abro os olhos e viro para ele acariciando seu rosto e vendo o brilho do seu olhar. Sentindo seus dedos carinhosos em meus cabelos, ele beija minha testa e volta a sorrir para mim e tudo de ruim do mundo parece desaparecer.

            -Quase não aguentei de saudade... – Ele sorriu.

            -Imagine eu, então...

            -Sim, eu sei.

            -Encontrei seu diário...

            -Leu tudo?

            -Não, não deu tempo para terminar.

          -Eu peguei ele no apartamento, é seu, fiz para você... Quando não aguentava de saudade, eu escrevia nele, me sentia mais próximo de você e menos solitário.

Meu coração doeu por ele...

Eu tinha o Brad e pelo menos pessoas ao redor, mas ele ficou aqui sozinho, escondido, sempre atento e preocupado.

O abraço mais forte e beijo carinhosamente sua bochecha olhando para o verde intenso de seus olhos enquanto acaricio suavemente seu rosto.

            -Agora estou aqui com você... E resolveremos tudo isso juntos.

            -Juntos...

            -Sim, juntos.

Ele me beija amorosamente e me abraça mais respirando fundo e mantendo o rosto em meus cabelos parecendo querer sentir meu cheiro.

            -Você está cheirando gasolina...

            -Ainda? – Eu ri.

            -Sim...

            -Eles jogaram em mim porque queriam me ver bancar o churrasco.

            -Jogaram em você?

            -Sim...

            -Fiquei com medo quando encontrei seu amigo no meu apartamento e ele disse que você estava com ele e tinha sido levada.

            -Eu imagino como ficou...

            -Tive medo de não chegar a tempo...

            -Tive medo de me atropelar quando ultrapassou aquela parede!

Ele riu comigo e nos abraçamos mais forte e finalmente sinto meu coração sossegar em meu peito.

O amor da minha vida de volta comigo...

Enquanto esse mês pareceu uma eternidade e meus dias presas em Raccoon City se assemelharam a anos no inferno, agora estou aqui.

Estou aqui...

Nos braços do homem que amo mais que minha própria vida...

Nos braços do homem que amo...

Nos braços dele...

            -Ainda me ama como antes, pequena?

            -Não...

Eu olhei para ele que diminuiu o sorriso, mas eu amentei o meu.

            -Amo incomparavelmente mais do que antes...

            -Acho bom. – Ele piscou para mim – Quer dormir?

            -Quero tentar, só consegui dormir bem quando passamos a noite juntos...

            -Digo o mesmo!

            -Então esta é uma boa oportunidade.

            -Digo o mesmo novamente!

            -Então vamos tentar...

            -Boa noite, pequena.

            -Boa noite, meu amor...

Eu já estava de olhos fechados, mas o ouvi sorrir como um bobo e o olhei novamente.

            -O que foi?

            -Fala de novo...

            -Meu amor!

            -Meu amor...

Ele acariciou meu rosto e me deu um beijo leve nos lábios se ajeitando para dormir com um sorriso doce desenhado nos lábios. Mas me endireitei também e magicamente consegui esvaziar minha mente e deixar os problemas lá fora...

 

...

 

Quando mexo os braços sinto o vazio ao meu redor e abro os olhos procurando meu companheiro de cama, mas não o encontro.

Coço meus olhos e abro a boca de sono até notar que o chuveiro está ligado e vou para lá com um sorriso malandro no rosto, abrindo a porta e o vendo de costas.

Dou uma checada geral no conteúdo e sorrio me aproximando e sentando no vaso com a tampa fechada apenas olhando para ele pelado e quando se vira para mim, dá um salto e solta uma gargalhada espirrando água em mim que resmungo.

            -Me assustou!

            -Você me deixou sozinha!

            -Ia preparar o café, mas reparei que eu estava meio fedido...

            -Que bom!

Eu sorri e ele me olhou com seu jeito malandro e me puxou para o chuveiro me encharcando toda e me fazendo rir descontroladamente.

Me abraçou por trás e deixei a água correr sobre meu corpo com nós dois debaixo dela e senti seus beijos doces em meu pescoço e suas mãos ligeiras contornarem minhas curvas, mas logo o parei sorrindo.

            -Nem comece...

            -Eu disse que quando voltasse queria ficar trancado no quarto com você!

            -Sim, mas... Temos visita e temos muita coisa para fazer!

            -Nem me diga!

            -Tenho que dizer, Chris...

            -Tudo bem, tudo bem...

Ele me deu um beijo nos cabelos e desligou o chuveiro indo se enxugar e me puxou me enxugando também mantendo o sorriso malandro no rosto quando começou a esfregar demais algumas partes minhas já secas e o empurro o fazendo rir.

            -Seu tarado!

            -Com uma mulher como você, todo homem fica doido!

            -E quem já tem histórico de tarado, fica ainda pior, não é?

            -Eu não sei do que está falando...

Puxei a toalha de suas mãos e fui me secar no quarto, mas quando ele passou por mim, me deu um tapa na bunda e saiu rindo como um menino sapeca.

Eu não resisto a esse homem...

Não dá!

Não consigo!

Vou até o lado da cama e ajunto minhas roupas que eu tinha acabado de colocar ontem e que o Chris me ajudou a tirar rapidamente.

Mas com mais um tapa na bunda, eu levanto e o encaro feio mesmo com ele sorrindo como um menino malandro e indo até a porta.

            -Não empina essa bunda para mim!

            -Estava pegando minhas roupas...

            -Aham, sei... Você que fica aí se oferecendo para mim!

Joguei um travesseiro nele que se esquivou de mim e abriu a porta.

            -Minha tigresinha linda!

            -Tarado...

Com meu resmungo, ele saiu dali e terminei de me vestir já seguindo para fora também, mas olhei para os lados e só encontrei o Chris com um papel nas mãos.

Cadê o Carlos?

Me aproximo do Chris e vejo o papel em suas mãos com uma caligrafia ruim e corrida, mas os olhos dele me avaliam ao estender para mim.

            -Seu amigo foi embora...

            -O quê?

Pego o papel e leio as palavras rabiscadas na carta que me deixou.

 

“Querida Jill...

Em primeiro lugar, peço desculpas por ter ido embora sem me despedir da maneira mais apropriada, mas conheço minhas fraquezas e sei que não conseguiria olhar em seus olhos e dizer “adeus”.

Me perdoe...

Mas gostaria que soubesse de uma coisa.

De longe, você é a mulher mais incrível, forte, justa, digna e encantadora que já conheci e sei que passarei dias, meses e talvez anos com a lembrança de seu rosto invadindo meus pensamentos e assumindo o papel de meus desejos mais cobiçados.

Sei que o ama e não vou interferir...

Não entendi direito porque estavam afastados, mas quando ele entrou no quarto, eu sabia que fariam as pazes porque nenhum homem é estúpido o suficiente para ter seu coração e desperdiçá-lo.

Sei que ele te ama...

E apesar de você ter despertado um sentimento em mim, desejo sinceramente que seja feliz e alcance tudo o que procura em sua missão contra a Umbrella e em seu coração com Chris Redfield.

Com um pesar no coração, me despeço por esta carta... Mas a lembrança de seu sorriso e seu jeito doce me acompanharão pela vida toda.

Espero que um dia possamos nos esbarrar de novo por aí, porque sei que adorou me conhecer e passar dias comigo!

Até um dia, Jill...

 

PS.: Não chore, sei que sentirá minha falta porque também não resistiu ao meu sotaque, mas tenho esperança de que nos encontraremos de novo.”

 

Respiro fundo deixando a carta na mesa e encarando o sofá onde pensei que iria dormir e poderia ter mais uma manhã com um amigo tão querido que salvou minha vida de uma maneira incomparável.

Mas não estou surpresa por ter ido assim...

            -Está triste?

            -Estou...

            -Ele te ajudou muito?

            -Demais, Chris...

            -Bem que desconfiei que ele estava na sua!

            -Não importa, nunca rolou nada e nem ia rolar...

            -Acho bom...

            -Não o critique, ele me ajudou.

            -Qualquer um teria ajudado uma garota de minissaia e tomara que caia...

            -Vai criticar minha roupa, agora?

            -Não, é só que achei curioso seu vestuário para um apocalipse zumbi...

Eu o encarei e vi que mesmo com a brincadeira, ele tinha uma seriedade escondida no olhar, mas encarnei na despreocupada e levantei os ombros.

            -Estava muito calor!

            -Sim, claro... – Ele ironizou – Mas ainda não gosto dele.

            -Devia gostar!

            -Me dê UMA razão para gostar dele!

            -Ele salvou a minha vida!

Eu me exaltei na última parte e vi que o Chris ciumento recuou e me encarou desconfiado.

            -Como assim?

Puxei minha camisa e mostrei a cicatriz em meu ombro onde ele olhou e se aproximou preocupado para analisar melhor.

            -Não vi isso ontem...

            -Ele me infectou!

            -O quê?

          -Nemesis me infectou! E se não fosse pelo Carlos ter encontrado a cura, eu seria mais uma dessas criaturas que apenas sabem devorar pessoas inocentes...

            -Por que não me contou?

            -Tenho muito para contar daqueles dias...

            -Então me conte.

Ele respirou fundo e me abraçou dando um beijo em meus cabelos e me puxando para sentar na sua frente.

E assim foi...

Contei tudo a ele.

Cada passo meu, do Carlos e de seus “parceiros”.

Nemesis, zumbis, cidade infestada e tudo do que eu me lembrava tão bem.

Ele ficou em silêncio por alguns momentos depois que falei do Brad e das pessoas que vi morrer, mas no final me abraçou e não precisou dizer nada para eu sentir seu apoio incondicional.

Algumas lágrimas escorrem por meu rosto, mas ele me acolhe e diz que tudo vai ficar bem... E eu acredito nele.

 

...

 

Continuamos com nossas investigações.

Carlos nunca mais deu notícias...

Contatamos Barry novamente e Rebecca, repassando tudo que encontramos e todos os passos que seguíamos da Umbrella.

Um pouco mais de um mês se passou e fomos a fundo de tudo, cada vez mais empenhados para dar um fim na empresa que matou tantos inocentes tendo vários entre eles como nossos amigos.

Chris não falou mais com Claire com o intuito de protegê-la... Mas vi como isso o afetava.

Então em um dia comum, ele mexia no computador e vi seu rosto empalidecer enquanto eu passava um café para nós dois.

            -Jill...

            -O que foi?

Me aproximei dele rapidamente e olhei que estava aberto um e-mail que havia acabado de receber de alguém chamado “Leon S. Kennedy”.

            -Quem é esse?

            -Não sei, mas leia isso!

Sentei em sua perna e comecei a ler o e-mail que o homem havia lhe mandado.

 

“Chris,

Meu nome é Leon, sou um amigo da sua irmã.

Nos conhecemos em Raccoon City enquanto ela procurava por você, mas não há tempo para detalhes.

Esta noite recebi um e-mail dela me avisando que ainda não havia te encontrado e durante a busca, foi capturada pela Umbrella e está mantida presa em uma ilha que é usada para experimentos da empresa.

Anexarei as coordenadas no e-mail.

Se precisar de minha ajuda, me avise imediatamente.

Leon.”

 

Ele quase me derruba ao levantar nervoso com as mãos na cabeça e tenso como nunca, mas fiquei sem palavras certas para pronunciar a ele.

            -Se acalme!

            -Minha irmã, Jill!

            -Eu sei, mas se acalme... Vamos de atrás dela.

            -Não, só eu vou, você fica aqui...

Ele saiu em disparada pelo quarto e fuçou em sua mala.

Quando vejo ele encarar o uniforme dos S.T.A.R.S. por alguns segundos, volta do transe e se veste com ele me deixando apenas observar seus movimentos nervosos.

            -Ela vai estar bem, se acalme...

            -O que eu mais temia aconteceu!

            -Estava protegendo ela...

            -Parei de falar com ela para eles se manterem longe e não para capturarem ela!

            -Eu sei, mas se acalme!

Ele terminou de se vestir, calçou as botas, pegou a pistola e alguma munição que tínhamos e se aproximou de mim me puxando para um abraço.

Meu coração acelerou no peito com o medo profundo dele se envolver nisso tudo e não voltar para mim, mas me beijou rapidamente e encostou a testa na minha mostrando sua tensão.

            -Me deixe ir com você...

            -Você fica... Espere por mim, vou trazer ela de volta.

            -Chris, por favor...

            -Eu sei...

            -Volte para mim, meu amor.

            -Voltarei, eu prometo, pequena...

Respirei fundo e tentei conter as lágrimas de desespero, mas com seu beijo demorado em meus lábios, se afastou e saiu rapidamente pela porta.

Meu coração disparou...

Meu Deus, isso nunca terá fim?

Por favor, proteja a Claire, faça com que ela segure as pontas até ele chegar.

E por favor, traga ele de volta para mim.

Quando esse inferno terá fim?


Notas Finais


Reencontro Valenfield...
Noite Valenfield *--*
Carlos indo embora...
E um momento histórico embarcando nessa jornada!
Vai buscar sua irmã, Chris *--*
Mini spoiler: No próximo capítulo, uma ruivinha aparece cheia de charme <3
Espero que tenham gostado!!!
Até a próxima *--*
Bjooon <3


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