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História Sempre Tem Um Lado Bom - Sendo Mais Direto


Escrita por: PJ_Redfield

Capítulo 6 - Sendo Mais Direto


Eu pisquei novecentas e noventa e nove vezes ainda não acreditando naquela imagem no meu sofá que me tirava o fôlego. Eu esfreguei os olhos e me aproximei do Chris vendo que realmente ele dormia... Ele vai sentir uma grande dor nas costas quando levantar.

Mesmo eu ali admirando abobalhada aquele homem, minha barriga embrulhou e corri novamente para o meu banheiro e coloquei tudo para fora novamente... Eu não devia ter tomado tantos copos daquilo... Mas estava uma delícia.

Levanto do chão e sinto minha barriga mais leve e o gosto ruim na minha boca me faz enjoar de novo. Olhando o meu estado no espelho e minha roupa toda amarrotada, decido tomar um banho. Volto ao quarto e pego um calção jeans preto e uma regata vermelha, já indo em direção ao banho, me lembrando de trancar a porta... Não que ele fosse entrar se acordasse, mas... Bom, não que eu não gostaria que ele fizesse isso, mas... Ah, esquece.

Tomei um longo banho e minha dor de cabeça amenizou um pouco. Escovei meus dentes quatro vezes debaixo do chuveiro e finalmente o desliguei. Me vesti e voltei ao quarto secando meu cabelo do jeito que dava, porque eu não queria ligar o secador e acordá-lo.

Antes de deitar de novo, abro meu guarda-roupas e pego uma coberta fofa a puxando para fora e indo para a sala. Perco a respiração novamente ao ver que realmente ele está ali, então engulo isso e a estico com cuidado por cima dele sem ele nem se mover. A ajeito como posso em cima dele e paro na sua frente o observando pela primeira vez do meu jeito abobalhada tão próxima dele.

Não é possível que exista um homem tão lindo no mundo quanto este que está na minha frente agora... No meu sofá.

O que foi que aconteceu ontem mesmo? Eu bebi, falei bobagens do Wesker... Ah, Minha Nossa, eu chamei o Chris de covarde? Droga... Tudo bem, eu estava bêbada, ele vai me perdoar. Ok, ele me arrastou para casa e eu... Falei que ele era lindo? Ai, Minha Nossa... Certo. Ele me arrastou até a varanda e...

Dou um salto onde eu estava parada e ao olhar para ele sinto meu rosto queimar e corro para o meu quarto fechando a porta.

Eu beijei ele! Ai, Minha Nossa... Jill, sua tarada! Você beijou ele! Ai, nossa, ele tem um gosto tão bom... Ah, deixa disso!

Eu caminho até a minha cama e me sento nela repassando cada segundo até tudo escurecer... Eu desmaiei? Nossa que vergonheira... Não acredito que ele me carregou no colo de novo e eu estava dormindo DE NOVO sem poder aproveitar o momento.

Nossa, quando ele me segurou daquele jeito... Quando me puxou para ele daquele jeito... Quando me olhou daquele jeito... Quando ME BEIJOU daquele jeito...

Coloco a mão em meus lábios e sinto o calor da sua boca e o sabor doce e a vontade que ele deixou transparecer quando me puxou de vez para o corpo dele... Nossa. Eu nunca senti algo assim com um beijo. E ainda mais com um beijo de três segundos. E se eu não tivesse desmaiado... Será que ele ia... Não, não comigo bêbada. Será? Ele ia se conter? É, acho que o Barry estava certo em se preocupar... Se bem que mesmo tendo sido por três segundos, aquele beijo valeu por tudo.

Mas droga... Ele está aqui. No meu sofá. Se ele não estivesse eu só o veria na segunda e fingiria que nada aconteceu, mas ele está aqui e não posso dizer “não me lembro de nada”. Nossa... Ele beija tão bem. Será que ele vai comentar sobre isso? Ai, eu disse que ele me deixava boba com seu sorriso... Mas, nossa, ele tem um gosto tão bom. E eu caçoei dele na frente dos outros, será que ele vai me desculpar? Nossa... Ele tem uma pegada que acho que me faria desmaiar até sóbria.

Ah, não banque a boba, Jill. É, você bebeu e falou bobagens, mas também disse o que ele precisava ouvir. Talvez assim, agora ele tome uma atitude.

Sim, é isso.

Me afundo na cama de novo jogando as preocupações bobas para fora da janela e adormeço com um sorriso no rosto me lembrando do calor e da doçura da boca que Chris Redfield tem... Morram de inveja, garotas da delegacia. Eu beijei Chris Redfield!

 

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A luz invadindo meu quarto fez minha cabeça tinir novamente e puxo uma coberta para cobrir meu rosto e deixar tudo escuro novamente... Então ouço o barulho de um prato e sento na cama com um pulo. Coloco as mãos na cabeça pela dor tremenda e levanto devagar.

Vou até o espelho e me assusto com meu reflexo, então vou ao banheiro, faço o necessário, escovo meus dentes duas vezes até sentir um hálito excelente, escovo meus cabelos que finalmente decidem colaborar e passo um lápis no olho para dar uma melhorada.

Saio e fico segurando o trinco da porta do quarto para a cozinha me lembrando do quase beijo de ontem e suspiro abestalhada de novo... Ah, se concentre, Jill. Não vai querer entrar e antes de tudo falar “e o nosso beijo de ontem, hein, ui ui”.

Eu rio pela besteira e respiro fundo, abrindo a porta e o vendo de costas no fogão sem parecer notar a minha presença. Olho para mesa bem arrumada e já colocadas canecas com café e pratos com torradas, então vou até lá e sento sem ele perceber. Espero ele acabar de fritar os ovos, parecendo extremamente distraído e quando se vira para colocar no prato ele dá um salto ao me ver e eu começo a rir o ouvindo me acompanhar.

-- Eu juro que tentei melhorar minha aparência antes de sair do quarto. – Eu sorrio.

-- Não tem nada de errado com sua aparência, só com sua vontade de me assustar.

-- Não queria assustar você, desculpe.

Ele sorriu e colocou os ovos no prato dele e no meu, recolocando a frigideira no fogão e vindo se sentar.

-- E então, como está a cabeça?

-- Latejando.

-- Imaginei... Por isso trouxe isso.

Ele tirou um pote de remédio do bolso e o deixou na minha frente sorrindo daquele jeito de menino dele.

-- Funciona muito depois de uma bebedeira.

-- Que bom, obrigada.

-- Você acordou durante a noite? Como estava?

-- Ah, você não vai querer saber.

-- Me conta.

-- Eu vomitei... Aí vi a luz da cozinha acesa e vi você, aí depois corri vomitar de novo e...

-- Nossa... Não sabia que eu causava isso em você.

Eu ri alto e ele me acompanhou comendo sua torrada e passo a mão no rosto, voltando a olhá-lo.

-- Você não causa... Só aquilo que eu bebi.

-- Pois é... Acontece. Mas é bom relaxar de vez em quando, Jill. Você anda muito tensa, precisa esfriar a cabeça. Se distrair.

-- É difícil.

-- Não, não é... É só se deixar levar um pouco mais.

-- Vou lembrar disso na sexta-feira que vem.

Ele sorriu e eu o acompanhei comendo minhas torradas com ovos e sorri ao ver o café.

-- Comprou café?

-- Sim, achei que ele e o remédio seriam a dupla que você precisava hoje.

-- Sim, muito útil.

-- Você vai se sentir melhor depois que tomar o remédio, você vai ver.

Eu continuei a comer e a imagem dele próximo a mim me invadiu... Eu com a mão em seu rosto e ele me olhando com aquele desejo no olhar. Sacudo a cabeça desviando o pensamento e vejo que ele me observa e sorri quando eu faço o mesmo.

-- Você lembra de ontem?

Meu coração para e me esqueço de como se respira por dois segundos.

-- As lembranças estão vindo devagar... Infelizmente.

Ele riu e colocou na boca um pedaço do ovo frito com a torrada.

-- Você me acha mesmo um covarde?

-- O quê? Não... Me desculpe por ter dito aquilo, eu não... Me desculpe.

Ele sorriu descontraído e levantou os ombros não parecendo aborrecido comigo, então penso em mais alguma coisa de ruim que falei, mas ele foi mais rápido.

-- Você é sincera quando está bêbada?

-- Ah... Nunca tinha chegado a tanto antes, então... Sei lá.

-- É verdade que eu tenho um sorriso lindo?

Ele riu ao me olhar e eu desviei sentindo meu rosto corar intensamente.

-- Quando estamos bêbados, enxergamos demais.

Ele me deu aquele sorriso torto dele que eu amava e me observou fixamente me deixando temer o que viesse a seguir.

-- E aquele beijo?

Meu coração para.

-- O quê?

-- E o beijo?

Droga... Pense, Jill. Pense em uma resposta que não deixe o momento tenso e que não vai te deixar sem jeito.

-- Ah... – Levanto os ombros – Eu estava bêbada e tinha um cara bonito na minha frente... Só aproveitei.

Ele riu e eu o acompanhei tentando esconder como tremi ao dizer aquilo... Se eu não levar isso na brincadeira, vou gaguejar e me entregar.

O que é que deu nele? Sempre nervoso perto de mim e me lança tudo isso como bombas... Acho que o meu cutucão de ontem funcionou.

-- E o Barry achou que eu poderia me aproveitar, enquanto foi você que abusou de mim.

-- Ah, sim... Eu te obriguei com meus super músculos.

-- Pois é... – Ele sorriu – Ele vai me matar quando souber.

-- Ele só vai saber se você contar.

Ele sorriu e me observou, então voltou a comer ainda carregando aquele sorriso e eu desviei dele tentando me acalmar internamente, porque tudo dentro de mim saltitava com aquele assunto... Um Chris mais ousado e direto. Nossa... Um calor repentino me invadiu e tomei mais da metade do meu café tentando desviar daquilo, mas percebi que seus olhos estavam em mim novamente.

-- Então, eu sou lindo mesmo?

-- Para!

Ele voltou a rir e o chutei por debaixo da mesa com ele jogando um pedaço de torrada na minha testa. Nós rimos e eu desvio, voltando ao meu café.

Será que realmente ele está encarando isso tudo como uma piada ou como eu está usando esse caminho para desviar da tensão? Ele sempre foi brincalhão, mas quando nos aproximávamos de algum modo, ele ficava nervoso. E essa atitude dele... Será que vai me dizer alguma coisa?

-- Desculpe ter invadido sua casa... – Ele sorriu – Mas é que você desmaiou de um jeito que não acordaria nem se um avião caísse no seu jardim. Não quis te deixar dormir de porta destrancada ou te trancar aqui dentro... Achei que se eu ficasse seria melhor.

-- Tudo bem, Chris... Obrigada por se preocupar comigo.

-- Bom, mas depois de tudo, não sei se sou a melhor companhia, não é?

-- Por quê?

-- Bom, quando me beija você desmaia e quando me vê você vomita.

Eu ri daquilo e ele me acompanhou e dessa vez no lugar do meu coração parar, ele acelera... Não de nervosismo, mas de... Não sei.

Será que ele só vai levar na brincadeira? Se falássemos sério, talvez...

-- Você sabia que aquele parque no centro abriu de novo?

Eu levanto o olhar e sorrio pela mudança de assunto, feliz, mas triste ao mesmo tempo.

-- Não sabia.

-- Sim, reabre hoje.

-- Legal.

-- Você gosta?

-- Sim... Gosto da roda gigante. Gosto da sensação de altura que aquilo me dá... Embrulha meu estômago. Mas eu gosto.

-- Que bom... Não sou só eu que te embrulha o estômago, então.

-- Não é só você.

Nós rimos e me pergunto onde ele queria chegar com o assunto.

-- Você tem algum plano para hoje?

O quê?

-- Não... Além do que o Wesker mandou, nada.

-- Hum.

Ele encara o último pedaço de torrada dele parecendo pensativo e sinto meus olhos brilharem pela esperança dele continuar com o assunto até o rumo certo.

-- Se eu te convidasse para ir comigo, você... – Ele parou.

-- Eu, o quê?

Manda tudo de uma vez, Chris.

-- O que você diria?

-- Isso é um convite de verdade ou só uma simulação?

Ele riu e desta vez ele desviou de mim, voltando a aparecer aquele Chris tímido outra vez e meu sorriso se fixou.

-- É um convite de verdade.

Eu tomei mais um pouco do meu café com ele mantendo os olhos grudados em mim e terminei de comer a minha torrada para dar um suspense e ele me cutucou com o pé por baixo da mesa me fazendo sorrir.

-- Eu adoraria ir com você.

O sorriso que ele deu agora foi diferente de qualquer outro que já vi, me fazendo paralisar por alguns segundos, porque a felicidade sincera que ele demonstrou com aquele sorriso e aqueles olhos verdes brilhantes os fizeram brilhar ainda mais.

Então quando me recomponho, decido ser direta como ele estava antes.

-- E vai ser tipo um encontro ou o quê?

-- Depende... Se me agarrar de novo, talvez eu não consiga te conter.

-- Aham... Engraçado, porque pelo que eu me lembre, eu só te dei um selinho e foi você quem me puxou para um beijo.

Ele parou completamente de sorrir e desviou dos meus olhos parecendo sem saber o que dizer agora, então eu sorrio.

-- E você estava sóbrio. – Eu complemento.

Eu termino meu café e vejo que ele continua sem jeito... É melhor eu mudar de foco.

-- Que horas você quer ir?

Ele levanta o olhar para mim e olha no relógio, levantando os ombros.

-- Preciso de uma hora pelo menos para passar em casa para tomar um banho e... – Ele sorriu – Ficar tão cheiroso como ontem.

Eu rio ficando feliz por ele ter voltado a zoar com a minha cara de novo.

-- Você me empresta seu carro?

-- Sim, pode pegar.

-- Ótimo... Deixo a louça para você, então.

Ele levanta e sorri para mim agora parecendo tranquilo e perfeito como antes e vem na minha direção me dar um beijo na bochecha.

-- Volto em uma hora.

-- Certo.

Ele se afasta, pega a jaqueta e a chave no sofá e sai me dando uma piscada antes de sumir. Eu fico completamente imóvel sentindo a minha bochecha formigar com o beijo fofo dele e sorrio como uma bocó. Acho que ele aprendeu como controlar o efeito que causa em mim... Talvez aquela bebedeira de ontem tenha funcionado bem. Ele estava brincalhão, alegre e charmoso como sempre, mas hoje falamos do beijo de ontem... E achei que seria um assunto tenso e que talvez nem falaríamos sobre isso, mas ele pareceu ter acordado disposto a ser mais direto.

Levanto e tomo o remédio que ele trouxe, largando a louça toda na pia e correndo para o quarto para me arrumar... É a minha chance. Vou me arrumar de um jeito que ele nunca viu antes e vamos ter uma tarde só para nós dois... Talvez hoje tudo se resolva.



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