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História Sempre Tem Um Lado Bom - Passeio a Dois


Escrita por: PJ_Redfield

Capítulo 7 - Passeio a Dois


Eu tomei banho novamente ensaboando tudo até sentir o perfume de flores e escovei meus dentes cinco vezes como uma desesperada. Sequei meu cabelo e fiz uma escova do jeito que deu por causa do tempo. Fiz uma maquiagem mais puxada para o marrom para destacar a cor dos meus olhos, mas nada demais, afinal é dia e não quero exagerar. Base, blush e um batom cor de rosa claro, mas o meu favorito, que infelizmente eu me proibia de usar na delegacia.

Pronta do pescoço para cima, fui ao guarda-roupas e sorri ao abrir uma das portas que eu não abria há muito tempo... Meus vestidos! Peguei um bordo com flores que delineava a cintura, embaixo era rodado, mas em cima mais justo, nada vulgar, mas tinha um decote maior do que eu usava (bom, geralmente nada).

Nos pés... Encarei minha sapatilha confortável e um sapato preto com um salto médio. Estou indo para um parque, então salto não é o mais indicado... Ah, dane-se, acima de tudo estou indo impressionar um cara. Peguei meu sapato preto e o coloquei me olhando no espelho, então pego meu perfume e fecho o look quase no exagero. Então me olho novamente e sorrio com o resultado... Melhor não consigo fazer para essa ocasião.

Então me lembrei... Será que ele vai me convidar para festa de aniversário da delegacia? Nossa, seria muita evolução para um dia só, mas espero muito que sim.

Saio do quarto com a minha bolsa menor e vou para a sala me sentando no sofá e esperando ansiosa por ele.

Será que não estou arrumada demais? Ah, deixe disso... Espero que ele goste. Não sei o gosto dele, afinal, sempre me viu esculhambada e agora assim, talvez nem me reconheça.

Olhei no relógio e vi que já haviam passado cinco minutos da uma hora que ele disse... Atrasado? Nunca imaginei, mas tudo bem, eu o perdoo.

Alguém bateu na porta e eu levantei em um salto. Olhei pela fresta da janela e vi ele parecendo nervoso enquanto esfregava as mãos e parecia respirar fundo. Eu ri em silêncio e peguei no trinco puxando mais ar para me acalmar.

Abro a porta. Ele perde o sorriso que tinha quando me vê e me olha da cabeça aos pés e eu sorrio constrangida... Será que ele me achou exagerada?

-- Nossa, Jill...

Eu o espero falar e ele sorri sem graça para mim e parece ficar meio desconcertado... Ótimo.

-- Você está... Maravilhosa.

-- Obrigada.

Eu olho para ele e vejo que também deve ter planejado a roupa, porque estava com uma camisa polo preta, uma calça jeans escura e um tênis escuro que eu nunca tinha visto... Levando em consideração que sempre andava de camisa comum e um tênis branco meio que mal cuidado, hoje ele está um arraso... Não que ele não fique um espetáculo de homem de qualquer jeito, mas assim mexe ainda mais com a minha sanidade.

Se controla, Jill.

-- Você também não está de se jogar fora.

-- Que bom... Tomara que eu esteja tão cheiroso como ontem.

Ele me olhou de um jeito que transparecia mil palavras por trás daquela frase e eu imaginei o que ele poderia querer... Hum. Eu me aproximo dele e ele diminui o sorriso, então coloco meu rosto próximo ao pescoço dele e o sinto ficar tenso e provavelmente fazer força para se controlar. Eu puxo lentamente o perfume do pescoço dele e ele vira um pouco o rosto para mim, então me afasto... Nossa, que delícia.

-- Até que está cheiroso, sim.

Eu sorrio e ele me olha de um jeito marcante, parecendo poder vir me agarrar a qualquer segundo, então espero por cinco segundos, mas ele apenas me olha. Me viro para trancar a porta e quando olho para ele o vejo desviar rapidamente o olhar, mas eu peguei aquele segundo... Ele estava me olhando na parte debaixo. Olha só, os assanhamentos já estão aflorando junto sem ele poder disfarçar mais.

Eu rio e indico o carro, então vamos até lá e ele abre a porta para mim e eu entro percebendo só agora que é o carro dele. Ele entra e eu o escuto respirar fundo ao colocar o cinto e eu faço o mesmo.

-- Vamos lá, então.

 

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Não foi muito fácil encontrar um lugar para estacionar. Tinha vários carros no lugar e muitas pessoas lá fora, mas a maioria já ia saindo.

-- Devia estar um fervo de manhã. – Eu disse.

-- Sim, agora vão sair para almoçar provavelmente.

-- Sim, deve ser isso.

Ele finalmente encontra um lugar e para o carro, então tiramos o cinto e assim como eu ele sai do carro olhando ao redor. O escuto trancar o carro e o contorno para chegar até ele e seguir para a entrada.

O lugar era imenso... Lembro de ter vindo aqui uma vez, mas já faz um tempo que parece infinito.

Caminhamos para lá e foi ótimo ver aquele monte de barraquinhas com doces e salgados maravilhosos. Mas meus olhos param no rapaz do algodão doce e minhas bichas infantis por aquilo dão um salto no meu estômago.

-- Você quer?

Eu balanço a cabeça e vamos para lá com ele fazendo dois com os dedos e pegando a carteira. Eu puxo a minha, mas ele discorda com a cabeça.

-- Não, não... Hoje é por minha conta.

-- Tem certeza? Eu sou muito esfomeada.

-- Certeza. – Ele riu.

O rapaz entrega os doces e sorri amigavelmente, então continuamos a caminhar e começo a pegar pedaços daquilo que derrete na minha boca... Ai, isso é tão gostoso. Sempre adorei.

Passeamos pelo parque olhando em tudo ao redor e sem dizer nada, mas sinto os olhos dele em mim. Vejo de longe a roda gigante e aponto para ele que vê e sorri para mim.

-- É alto o suficiente para te embrulhar o estômago?

-- Sim.

-- Mais do que como eu faço?

-- Sim, ainda mais... – Eu ri.

O dia estava lindo, um sol alto, mas não muito ardido e a temperatura amena era perfeita para esse tipo de ocasião e para eu resistir com meu vestido.

Continuo a olhar ao redor e vejo uma daquelas barraquinhas de tiro ao alvo e rio, então olho para ele que pareceu acompanhar meu olhar e sorriu me empurrando de leve com o braço para aquela direção. Quando chegamos vejo a montoeira de ursos que serviam como prêmios, todos de diferentes tamanhos de acordo com a pontuação que as pessoas fizessem e encaro o maior que precisava de cinco mil pontos.

-- Qual você quer?

É claro que ele consegue, mas nada como um beliscão. Então aponto para o maior e ele ri me olhando de volta.

-- Acha que não consigo?

Levanto os ombros na dúvida e ele sorri, esperando o rapaz que estava antes de nós terminar de tentar acertar os patinhos com alvo que corriam para lá e para cá três metros a nossa frente, mas acabou ganhando um ursinho pequeno.

O homem da barraca vem em nossa direção e o Chris coloca o dinheiro no balcão, fazendo o homem lhe entregar a arma. Ele olha para ela e a analisa detalhadamente, então mira e afirma com a cabeça, fazendo o homem pressionar o botão e ligar os patinhos. O Chris não faz nada por três segundos, então atira e vejo que acertou na borda mais afastada de um dos patinhos, então ele para e encara a arma.

-- Para!

O homem parou os patinhos curioso e Chris analisou a arma.

-- Eu indiquei o grandão, ok? – Eu ri.

-- Está puxando para esquerda.

-- Aham...

Com o meu tom sarcástico ele me encara com um sorriso desafiante e joga mais dinheiro no balcão e faz sinal para o homem.

-- De novo. Do começo.

O homem liga a máquina e novamente o Chris não faz nada a princípio, mas quando aperta o gatilho uma vez, escuto os outros quatro tiros consecutivos serem disparados rapidamente e ele coloca a arma no balcão fazendo o homem parar e analisar surpreso os patos.

Chris vira para mim com um sorriso fixo e continuo a comer meu algodão doce com cara de santa e o homem se aproxima.

-- Incrível! Seu namorado é incrível, moça.

Eu rio e o Chris me acompanha, então vejo o homem tirar o maior urso da prateleira e trazer para nós.

-- Este nunca tinha saído! Já estava aí há muito tempo porque a pontuação máxima até hoje foi de três mil pontos e apenas uma vez.

-- Desculpe, senhor... – Chris sorriu – Mas minha “namorada” queria o grande. – Ele aumentou o tom quando disse “namorada”, então eu sorrio.

-- Muito bom! Quando os clientes batem o recorde eu tiro uma foto deles para por no mural, eu posso?

-- Por mim tudo bem, se o senhor nos der uma cópia.

-- Sim, sim, com certeza.

O homem pega a máquina fotográfica e nos entrega o urso. Chris o dá para mim e me afasto para ele tirar a foto, mas antes de eu conseguir, ele me puxa pela cintura para perto dele e não discuto. Então dou um sorriso e o homem tira uma, fazendo a fotografia sair pelo buraquinho, aí tira mais uma e nos entrega com um sorriso feliz no rosto e vejo o Chris a guardando na carteira, mas não digo nada.

Nos despedimos e saímos de lá, eu carregando meu ursão em forma de panda com um pouco mais de um metro e ele continuou com seu algodão doce e indicou o urso.

-- Quer guardar ele no carro?

-- Não, prefiro ostentar ele por aí... Mostrar que meu namorado é incrível.

Ele riu todo bobo e eu não resisti tendo de rir com ele... Ele riu de novo do nada e eu o acompanhei porque era evidente a reação pelo que eu disse.

Meu namorado... Seria um sonho.

Sinto meu coração ficar feliz com isso e desvio para ignorá-lo... Que droga, coração, você anda muito animado com o Chris. Tenho medo disso.

Continuamos a caminhar e os olhares para o meu urso só não eram mais frequentes do que os olhares que as garotas lançavam para o Chris... Não gosto disso. Desvio de todas e olho novamente para a roda gigante vendo que está mais próxima e volto a me animar com a ideia.

-- Ei, olha isso!

Olho para o Chris, mas ele pega na minha mão e me puxa para alguma direção e quando para, seus olhos brilham de entusiasmo e quando vejo eu tenho que rir... Uma daquelas máquinas com um gancho para pegar ursinhos feios. A máquina mais impossível do mundo, na minha opinião, acho que foi programada para nunca funcionar.

-- Eu sempre quis pegar um desses.

Eu ri da animação dele e o vi enfiar dinheiro na máquina parecendo muito animado e eu apenas observei e não me surpreendi em nada quando o gancho foi, desceu e subiu sem nada o fazendo fechar a cara e me fazendo rir.

-- Você sabe que isso aí é feito para irritar o público, não é?

-- Não destrua meus sonhos. – Ele sorriu.

Ele colocou novamente dinheiro na máquina e eu flutuei com sua animação de garoto, parecendo um menino animado com aquilo... Meu coração vira uma mortal em meu peito e desvio dele que perde novamente e enfia mais dinheiro na máquina.

Jill, Jill, Jill... Tudo bem você se abestalhar com o sorriso lindo de um cara lindo. Mas isso? Tenho que me controlar, estou suspirando demais e não acho que o que ele sinta seja algo além de algumas saídas... Será? Só isso, será?

Eu fico extremamente infeliz com esse pensamento e me recuso totalmente a alimentar a esperança de que poderemos ser um casal feliz até o fim de nossas vidas... Sei que ele é sério, mas duvido que o que ele sinta por mim seja para tanto e eu... Bom, deve ser isso. Deve ser apenas isso.

Quando desvio o olhar vejo uma garota cochichando para outra e apontando para o Chris e a encaro feio... Quem essa atirada pensa que é? Fica encarando alguém acompanhado? Ah, eu mereço, bando de sem vergonhas...

Desvio delas e vejo o Chris bater na máquina parecendo bravo e eu rio da sua expressão, mas ele me encara sério.

-- Não tem graça.

-- Só porque não vê sua cara.

Ele desviou um sorriso e encarou os ursinhos parecidos com ET’s, levantando os ombros para mim.

-- Eu nem queria mesmo.

Eu ri da expressão sincera de desânimo dele e o empurrei para o lado estralando os dedos na direção da máquina e ele me olhou curioso. Então enfiou mais dinheiro na máquina e me deu um cutucão e eu estapeei a mão dele e sem querer dei só um tapa no controle, mas virei para ele para empurrá-lo.

-- Não me cutuca!

-- Por que não?

-- Porque não.

Quando virei para máquina vi o gancho levantar agarrado em um ursinho verde feio e desengonçado e largá-lo na saída. Eu ri alto daquilo e peguei o ursinho feio virando para o Chris que estava de boca aberta e um olhar desconfiado.

-- Pronto, sua fonte de alegria. Sonho realizado.

Eu estendi o ursinho para ele que o olhou com um brilho intenso nos olhos e riu como uma criança e eu o acompanhei... Nossa, tão lindo.

E para minha total surpresa ele me deu um abraço súbito me levantando do chão e eu me agarrei nele para não cair levando meu ursão junto.

Quando ele para e me olha com um sorriso, sinto um aroma doce de sua boca... Um aroma extremamente atraente e convidativo. Ele me olha de um jeito que me suga todas as forças e sentidos do meu corpo.

-- Viu só, você também tem uma namorada incrível.

-- Quem me dera. – Ele sorriu.

Eu encolhi um pouco os ombros e senti meu nervosismo aflorar com aquela aproximação, então um apito assoa e olhamos para mesma direção... A roda gigante. Ele sorri e olha para mim.

-- Vamos.

Ele pega na minha mão de novo e me guia rapidamente entre a multidão e continua com aquele sorriso de sonho realizado e me seguro para não desmaiar ali mesmo pelo absurdo de charme que esse homem carrega.

Conseguimos entrar e nos sentamos um do lado do outro. Começamos a subir lentamente e enquanto eu olhava a paisagem abraçada com o meu urso ele ficava encarando o ET em suas mãos e brincava com as patinhas dele.

-- Se pudesse ver a sua cara, Chris...

-- Ele é incrível. – Ele sorriu.

-- Esse ET’zinho feio?

-- O quê?

Ele me olhou perplexo e tampou as orelhas do bichinho.

-- Não fala assim do Júnior.

-- Júnior?

-- É.

Eu virei para rir dele, mas ele continuou vidrado no ursinho e brincava com ele sem parar e eu o observei querendo dar mais um cutucão.

-- Mas você tem que concordar que ele é feinho.

-- Não fala assim... Não escute sua mãe, Júnior.

-- O quê? Eu não sou mãe dessa coisa feia!

Ele virou para mim e escondeu o urso no pescoço me olhando com um sorriso gigante, mas um entusiasmo fantástico no rosto.

-- Você praticamente pariu ele!

-- O quê? Chris, acho melhor procurarmos um médico para você...

-- Ou um psicólogo para tirar o trauma que você causou no nosso filho pelas palavras que disse a ele.

-- Eu não sou mãe desse ET’zinho.

-- Tudo bem, eu não ia te dar a guarda dele mesmo.

-- Fico feliz, não precisaremos brigar no tribunal.

-- Isso aí.

Eu ri e desviei e ele me empurrou de leve com o ombro me acompanhando no riso, então ficou apenas segurando o ursinho enquanto me olhava.

-- Eu sempre quis um desses.

-- Estou percebendo. – Eu sorri.

-- Jill, eu...

Quando ele parou meu coração voltou a boca e percebi que eu não poderia sair correndo agora se eu desse a louca.

Ele encarou o ursinho e então virou para mim sério, mas agora um pouco tenso com as palavras, porque franzia a testa diversas vezes com pensamentos diferentes.

-- Eu queria muito te levar em um lugar que conheço... Não é muito longe, mas é fora da cidade.

-- Fora da cidade?

-- Sim... Mas eu queria muito te levar lá. É o meu lugar favorito por toda a redondeza e queria dividir isso com você.

Eu estremeço por dentro pela alegria de saber que ele quer dividir seu lugar favorito comigo e sorrio que nem uma bocó.

-- Tudo bem... Quer ir agora?

-- Não, é... Tem que ser à noite.

-- À noite?

-- Sim.

-- Como é o lugar?

-- Não, não, vai ter que esperar para ver.

-- Vai me deixar curiosa?

-- Com certeza.

Eu espremo os olhos e faço uma careta o fazendo sorrir, então viro para o meu urso, vendo o Chris fazer o mesmo com o dele. Ficamos em silêncio por alguns segundos e sinto aquela tensão se criar entre nós novamente.

Meu coração acelera em pensar que estou a metros de distância de qualquer um que pudesse nos atrapalhar agora e que finalmente temos um tempo seguro só para nós. Sinto que ele faz um carinho no meu braço e viro para ele, vendo um Chris lindo e perfeito, me encarando sério com um olhar cheio de segredos e desejos.



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