História Sempre Você... (Camren) - Eu Vou Cumprir

—Tô com saudade Lo...

Meus pais chegaram hoje pela manhã e desde então minha mãe grudou em mim. Levou-me ao trabalho, almoçamos juntas (Vero e Dinah vão me matar por isso) voltamos pra casa e só agora que Camila e eu viemos para o quarto foi que consegui um tempo a sós com ela.

―Hummm manhosinha...

Abraço seu corpo e sinto seu perfume delicado.

—É sério, você nem me deu atenção hoje...

―Desculpe por isso, tá? Mas é que eu fico meio sem jeito em deixar minha mãe sozinha, eu sei que ela sente minha falta.

—Eu entendo e não estou reclamando, só queria ficar um tempo com você. Sabe que detesto dividir atenção...

―Carente é?

—Humhum...

Beijo o topo de sua cabeça enquanto estreito nosso abraço.

―Agora eu sou toda sua, hum? Diga o que quer de mim...

Levanta a cabeça sorrindo como a menina que no fundo ainda é.

—O que eu quero... Qualquer coisa?

―Qualquer coisa razoável, lindinha...

—Ahh então não pode dizer o que” eu quiser”, afinal não pode imaginar minha maior vontade agora!

―Quem é você hoje, hein?

No mesmo instante desejo me bater até cansar!

—Lauren...

―Não foi o que eu quis dizer Camz, não mesmo...

Mas já era tarde demais, seus olhos demonstrando o quanto aquela simples frase a levou de volta no tempo. O mais difícil de sua vida, segundo a própria.

—Amor...

―Tá tudo bem Lo ̶ oferece um sorriso fraco—Vamos dormir?

Sinto um nozinho chato no peito.

―Vamos...

Deixa um selinho em meus lábios e se vira deixando-me passar os braços por sua cintura.

—Eu amo você Camila... Lembre-se disso...

―Digo o mesmo Jauregui. Te amo...

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Passo a noite toda me virando de um lado para o outro tentando encontrar uma forma de me desculpar por minhas palavras na noite passada.

Sei que pode parecer bobagem, mas só quem viveu com aquela Camila seria capaz de entender as lembranças que foram despertadas por uma pergunta aparentemente boba.

—Bom dia filha...

―Oi mãe, bom dia...

—Seu pai já saiu, mas nós podemos tomar café juntas.

―Na verdade eu vou levar o café na cama pra Camila, sabe?

—Eu vim até aqui pra ficar com você Lauren!

―Eu entendo isso e fico muito contente, porém, não vou deixar de fazer as coisas que puder para estar bem com minha esposa, mãe. São só uns minutinhos, depois do trabalho a gente passa o dia juntas, como ontem, ok?

Sem esperar uma resposta beijo seu rosto e sigo com a bandeja até o quarto onde encontro minha latina ainda dormindo.

Deixo o que trouxe num mesinha e “engatinho”  na cama até ter minha boca próxima ao seu ouvido.

—Ei dorminhoca, acorde...

Levo minha mão à sua cintura por debaixo de seu pijama sentindo sua pele quente.

―Camz, hora de acordar... Vamos...

Ouço-a resmungar, mas eu sei que esta acordada fazendo manha.

—Assim você vai se atrasar, mocinha...

―Eu não quero levantar Lo. Não quero nem tomar café.

—Nem mesmo se for na cama? Eu trouxe pra você.

Vejo seu rosto todo marcado pela fronha do travesseiro voltar-se em minha direção.

―Você fez isso mesmo?

—Tudo por você minha linda.

Sou jogada para trás ficando debaixo de seu corpo quente e ainda mole pelo sono.

Aproveitando um pouco mais desse momento passo meus braços por sua cintura cheirando o perfume gostoso de seus cabelos.

Eu seria capaz de reconhecer esse cheiro em qualquer lugar do mundo, não importe quanto tentassem me confundir.

Nenhum outro tem a capacidade de me fazer voltar no tempo e simultaneamente me fazer viajar a um futuro, próximo ou não.

O amor, eu aprendi, não é uma coisa grande. São milhares e milhares de pequenas coisas, e no meu caso, milhares e milhares de pequenos detalhes de Camila.

E foi por isso mesmo que esse “ataque” foi mais que alegria por um café da manhã.

Tenho notado minha menina triste e distante, quase tímida e passo todo o tempo buscando entender e encontrar meios de desanuviar seus olhinhos, já não tão brilhantes.

Seu nariz tocando meu pescoço enquanto deixa um beijo leve é só o que preciso para ter certeza de que algo errado esta acontecendo.

―O que está se passando nessa cabecinha, hein?

—Nada...

―Humm... Nada nada ou nada que me interesse?

—Só nada Lo...

O aperto de suas mãos em meu corpo contradiz suas palavras.

―O que esta acontecendo Camz?

—Eu já disse Lo, nada...

―Eu tô aqui com você, tá? Se não quer me contar tudo bem, mas eu ainda estou aqui.

Minutos se passam num silêncio diferente. Nem bom, nem ruim. Só... Diferente.

—Você ainda me ama, Lauren?

—Amo! ̶ respondo sem hesitar.

―E ainda vai me amar amanhã?

—Amanhã e depois e até depois... Acredita em mim?

―Acredito que me ama hoje, mas amanhã... Eu não sei...

Tento me virar para encarar seus olhos, contudo, ela não permite.

—Camila, o que houve? Porque está assim tão triste? Sabe que não gosto disso, sabe que se você não esta bem tudo vai de mal a pior!

―Eu não quero que tudo volte a ser como antes. Não quero que volte a doer.

E então não sei o que dizer. De nada adianta tentar mudar sua forma de pensar se isso não acontecer em seu coração, antes de qualquer outra coisa.

“Não me faça triste Lauren. Não me deixe chorar. Às vezes o amor não é o suficiente. Não basta. Aí o caminho fica difícil. Eu não sei por que, mas fica.”

É como se ouvisse sua voz quebrada outra vez. Foi nesse dia em que jurei nunca fazê-la sofrer como eu a via ali à minha frente.

Jurei nunca mais deixar que Camila fosse tão ferida a ponto de perder a si mesma dentro de sua própria mente.

E eu vou cumprir.

—Eu ainda estarei aqui com você...