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História Sempre Você... (Camren) - Aluno...?


Escrita por: Camren_Yes

Notas do Autor


Já passou da hora de "jogarmos na rodinha", certo? Certo...

Aproveitem o capítulo...

Capítulo 28 - Aluno...?


—Eu perguntei se a Camila está.

Posso ver por seu rosto já impaciente que essa não é a segunda vez que me faz essa pergunta.

—Eu... Eu não acho que seja uma boa ideia... Digo, não acho que seja uma boa ideia conversarem agora.

—Então ela está. Se me der licença...

Planto meus pés firmemente no chão numa óbvia demonstração de que ninguém passaria por aquela porta sem minha permissão.

—Já é muito tarde, talvez você deva voltar amanhã.

Estou pedindo a todas as forças existentes que minha esposa esteja distraída o bastante com a teve para vir pessoalmente conferir quem veio à nossa casa às onze da noite de uma terça feira.

—Olha, as coisas podem ser do jeito fácil ou difícil, garota. Eu quero vê-la e é exatamente isso o que farei.

A determinação em seus olhos é tão clara que não me resta outra alternativa que não fechar a porta com um click silencioso atrás de mim dando um passo a frente sentindo o ar fresco da noite em minha pele.

—Quem acha que é? Não pode vir a minha casa e agir como bem quer. Se eu disse que esse não é um bom momento, é porque realmente não é. Camila precisa descansar ficar tranquila, o que certamente não será possível caso se vejam agora.

—Ela está doente?

Seu tom preocupado me faz lembrar, por mais que as coisas sejam complicadas, quem é essa pessoa à minha frente.

—Não, não é isso. Acontece que ela esteve muito tensa nos últimos dias e tudo o que eu quero é que ela tenha um pouco de tranquilidade.

—Imagino que saiba a razão de minha visita não é?

—Eu vou cuidar disso ok? Contudo, por favor, procure entender que para ela também é muito difícil...

Sua expressão que se amenizara ao demonstrar preocupação com a saúde de minha esposa volta à severidade anterior.

—Ela tem responsabilidades, Lauren.

—Não. Vocês a responsabilizam é diferente. Será que são incapazes de ver o quanto isso a machuca? O quanto lhe faz mal?

—Diga somente que eu estive aqui e lembre-a de que não pode fugir para sempre.

—Você não a conhece mesmo. Acha que Camila consegue se esquecer por um dia que seja do que aconteceu? E mesmo que isso fosse possível, estou certa de que cuidariam de recordar tudo da pior maneira não é?

—Você não entende ̶ nega com a cabeça—Diga que estive aqui, ela sabe o que deve fazer.

E sem mais me dá as costas caminhando apressadamente para um carro que até então eu nem havia notado.

Inspiro fundo uma, duas, três vezes até que ouço sua voz me chamando e tratando de colocar um meio sorriso nos lábios eu volto para dentro de casa encontrando-a de pé na sala, braços cruzados.

—Quem era? Eu já estava indo ver eu mesma o motivo de tanta demora!

—Só um aluno sem noção, bebê ̶ reviro os olhos de modo teatral torcendo para que seja suficiente—Ele mora aqui perto, eu acho, não entendi bem, e como está com dificuldade em algumas coisas veio tirar uma dúvida qualquer. Isso bem podia esperar pela próxima aula, mas o garota está um pouco afoito, precisando de boas notas, sabe?

—Um aluno?

—Humhum...

—E porque não o convidou para entrar?

—Porque não quero que meus alunos me confundam com uma amiga. Eu sou a professora Jauregui e só, se permitir que frequentem minha casa vão acabar confundindo as coisas.

—Hum. Sei...

—Quer terminar o filme? Ou já vamos pra cama?

—Eu acho melhor a gente ir dormir tá ficando tarde.

—Tá bom.

Logo estou recolhendo algumas coisas que deixei espalhada pela sala e juntando-as para evitar que Camila brigue comigo por ser desorganizada.

—Vou indo trocar de roupa.

Apenas concordo com a cabeça e quando me vejo sozinha permito-me expirar todo o oxigênio que mantive preso enquanto era fixamente vigiada por seus olhos sagazes.

Não quero nem imaginar como seria para ela voltar àquele lugar.

Eu sei que em algum momento isso será inevitável, porém se por conta própria ela resolveu se afastar como posso eu, sabendo de todo mal que isso lhe causa incentiva-la a ir?

Ou será que é justamente isso o que deveria fazer? Incentiva-la a enfrentar seus medos? Tenho errado então?

Não. Não, nesse caso não há espaço para medo algum. O que Camila sente vai muito além e é imensuravelmente mais forte, tanto que nem me arrisco a dizer que compreendo.

Sento no sofá passando as mãos por meu rosto sentindo-me mais cansada do que já estive em semanas, suas palavras ainda recentes voltando com toda a força aos meus pensamentos.

“Eu estou tentando. Muito mesmo, mas eu sei que você vai me esquecer, eu sei que você vai me deixar... Talvez não como ela, mas isso vai acabar acontecendo...”.

Eu sei que ela está tentando, mas, até quando conseguiria manter-se firme quando é nítido que tem caminhado a passos longos para a inércia que a aprisionava tanto tempo atrás?

Eu prometi que cuidaria dela e é isso o que farei...

—Amor! Vem logo!

Só preciso descobrir como proteger alguém de si mesmo...


Notas Finais


Próximo nós vamos parar de enrolar, certo? Certo...


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