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História Sempre Você... (Camren) - Iguaizinhas...


Escrita por: Camren_Yes

Notas do Autor


Hey bolinhos!!! Feliz ano novo atrasado!!

Gostei bastante desse capítulo e é muito importante para o desenvolvimento, se atentem aos detalhes... No mais, aproveitem...

P.S. capítulo todo especial para as gurias que amam me atormentar lá no wpp... Amo vocês, curicas...!!!

Capítulo 43 - Iguaizinhas...


Camila

--- E ainda tem o descaramento de esquecer a chave!

Irritada caminho até a porta abrindo com todo ímpeto que corria em minhas veias, disposta a despejar toda minha fúria sobre Lauren, quando me deparo com ela.

Sinto como se um soco dos mais fortes atingisse meu estômago fazendo-me engolir todas as palavras que serpenteavam minha cabeça até segundos atrás. É quase como olhar meu próprio eu refletido num espelho limpo, tamanha a semelhança, desde os olhos frios que me encaravam, passando por seus lábios distendidos num sorriso cínico até os cabelos cheios e escuros.

“ – Eu quero ser igual a Mila! Ela sim é bonita, mamãe!

--- Vocês são as minhas princesinhas, as duas...

Reviro os olhos para minha irmã menor enquanto espero nossa mãe terminar de vesti-la pra podermos finalmente sair pra brincar. Se não fosse a diferença de tamanho, Sofia e eu poderíamos facilmente passar por gêmeas.

--- Já dizem que somos iguaizinhas, Sofi, imagine quando formos bem grandes? Você será ainda mais linda que eu!

--- Não! Eu quero ser igual, tá entendendo? – pergunta apontando o dedinho gorducho em minha direção --- Igual! “.

--- Vejam só! Eu quem pensei que você nem se desse conta da minha existência ainda se lembra desse apelido idiota.

Então percebo que dei voz aos meus pensamentos.

--- Vai me deixar entrar ou nem o direito de pisar o chão da sua casa eu tenho?

Ainda chocada cm sua presença dou um passo para o lado abrindo caminho para minha irmã que varria o ambiente com olhar crítico.

--- Tá sozinha? Digo literalmente, já que no figural ambas sabemos a resposta.

Pensava estar imune a qualquer coisa que viesse de minha família, mas isso apertou um pouquinho mais nó crescente em meu peito. Não por ser um ataque simplesmente, mas por tratar-se de palavras repletas de uma verdade tão profunda que a muito tenho batalhado para sufocar.... Inutilmente, ao que parece.

--- O que você quer, Sofia?

Ir direto ao ponto e acabar com isso. É exatamente isso o que tenho de fazer. Acabar com isso e rápido.

--- É assim que recebe sua irmãzinha depois de tanto tempo, Mila?

O sarcasmo é tão óbvio que não me admiraria poder senti-lo escorrer entre meus dedos, caso estendesse minha mão.

Apenas continuo a observa-la enquanto busco manter minha expressão neutra, impassível da mesma forma que o fiz antes. Muito antes. E então parecendo notar que eu não diria nada mais, a mulher ( e pensar em minha irmã menor nesses termos é assustador) enfim começa:

--- Você desapareceu outra vez. Era papai ou eu, então dê-se por satisfeita por não tê-lo aqui nesse exato momento.

Nenhuma surpresa até agora.

--- Estive ocupada nas últimas semanas.

--- Ahh com certeza esteve.

Quando foi que Sofia aprendeu a ser tão irônica?

--- Isso já aconteceu outras vezes e você nunca veio. O que aconteceu? O que mudou?

--- Nem me convida para sentar, irmã?

Ignoro a acidez implícita e aponto para o sofá sentando-me na poltrona mais distante, rindo internamente com isso. Como se não estarmos próximas fisicamente fosse o maior dos abismos...

--- Ele teria vindo, mas minha mãe está um pouco agitada e você sabe... Ou melhor, não, você não sabe, mas papai não gosta de se afastar dela nesses momentos.

Minha mãe...

Não, isso não me passou despercebido, porém, decido não criar caso, afinal, não estou em condições para isso.

--- Como assim? O que ela tem?

Sofia inclina a cabeça para o lado e me dedica um sorriso debochado.

--- Não precisa fingir, Camila. Não comigo.

--- Tá falando de quê?

--- De você bancar a filha preocupada. Isso não cola, então não precisa fingir que se importa.

--- Eu não estou fingindo! Ela é minha mãe também!

--- Ahh é verdade... Mas eu acreditava que você tivesse... Sei lá, apagado isso dá sua vida, assim como todo o resto.

--- Você não tem o direito de...

--- Dizer a verdade? Porque, hein? Por acaso não foi exatamente o que você fez?

Fica de pé me dando as costas enquanto olha ao redor tocando tudo com as pontas dos dedos, quase como se receosa de que fosse levar uma mordida... Ou ser contaminada, talvez pelo mal que de acordo com todos eles me acometem.

--- Sabe, confesso que tô realmente surpresa por ela - mostra uma foto de Lauren sorrindo ao meu lado --- Ainda estar nesse casamento. Não apostei em alguns poucos meses, mas estava errada.

--- Fale de uma vez o que veio fazer aqui.

--- Você tem que ir vê-la. Ao menos é o que ele diz.

Sua postura deixando claro sua contrariedade com isso.

--- Goste você ou não, ela ainda é minha mãe, Sofia.

--- Eu sei. Aconteceu que, diferente de você, eu nunca me afastei dela um dia sequer nem mesmo me omiti.

--- Não fiz isso!

--- Não só fez como continua a fazer.

Volta-se para mim e dessa vez seus olhos enfim transmitem alguma emoção. Raiva. Desprezo.

--- Foi ela quem sofreu o acidente, Camila. Foi ela quem teve sua vida arrancada. É ela quem está presa num universo paralelo onde ninguém consegue chegar. Ela quem se esqueceu de tudo, então não haja como se a vítima aqui fosse você. Não haja como se você se importasse com a mulher que lhe deu a vida quando claramente tudo o que você quer é distância dela e de tudo que faça menção à mulher que um dia ela foi. Tenha a decência de ao menos admitir isso à si mesma, por favor.

Não sei quando, mas em algum momento durante seu breve discurso me coloquei de pé e tenho certeza de que nunca fomos tão parecidas quanto nesse momento em que nos encaramos, não mais como melhores amigas e irmãs, mas adversárias lutando de um mesmo lado. Sinto imenso ódio sim, mas não dela. Tudo, todas as suas palavras são reais, mesmo que eu seja covarde demais para, como ela mesma disse, admitir.

--- Só porque você sabe uma coisa sobre uma pessoa não significa que conheça tudo sobre ela.

--- Até isso você me tirou, não foi? O direito de saber a verdade e então decidir se deixo que ela me machuque ou não.

Poderiam ter se passados segundos ou horas e nós ali, numa batalha silenciosa em palavras que o coração insistia em querer gritar.

--- Sofia?

Num acordo mútuo ignoramos a voz rouca e ansiosa.

--- Eu já fiz e disse tudo o que devia. Ir ou não ir, é problema seu.

Abaixa-se e pega uma bolsa que eu nem percebi estar em suas mãos ao chegar.

--- Alguém vai me dizer o que tá acontecendo aqui? O que veio fazer na minha casa?

--- Ela – aponta para mim --- Sabe.

A passos largos caminha até a porta onde para uma última vez.

--- Fingir que não se lembra não te torna menos responsável, Camila. Só mais covarde.


Notas Finais


E então????


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