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História Sempre Você... (Camren) - " E nós cuidamos de você... "


Escrita por: Camren_Yes

Notas do Autor


Prontos?

Capítulo 50 - " E nós cuidamos de você... "


--- Tá louca, Allyson?! – grito ao dar de cara com o rosto sorridente logo acima do meu.

--- Bom dia, Laur...

--- Que bom dia o quê, sua maluca!

--- Que gritaria é essa? – pergunta Camila cobrindo o rosto com meu travesseiro – Lo, eu quero dormir...

--- Tá vendo o que você fez?

Sua única resposta é deixar a barraca mantendo aqueles dentes afiados pro meu lado.

--- Você devia ter se desculpado, Lo.

--- Eu não tenho medo dela!

--- Pois deveria... Agora vem cá, me abraça que eu ainda tô com sono...

Volto a me deitar ao seu lado abraçando seu corpo quente para protegê-la do frio da manhã.

--- Durma mais um pouquinho, linda...

Encaixa seu rosto na curva do meu pescoço e sou capaz de jurar que em menos de dois minutos ela já ressonava outra vez.

***

--- Bora, branquela! A gente não tem a vida toda não!

Saio da barraca sob os gritos de uma Dinah apressada já na entrada da floresta.

--- Amor, tem certeza de que está tudo OK? Eu posso mesmo ir?

--- Tudo está perfeitamente bem... Vai logo antes que elas desistam de te esperar, vai...

Sinto meu coração apertar em saudade.

--- Laur, fica tranquila, a gente cuida dela.

Lucy e Ally seriam as únicas a ficar com Camila e por mais que confie em minhas amigas, elas são tão pequenas, e se algo acontecer?

--- Eu sei o que você tá pensando, Lauren. Nós damos conta, sim? Vai em frente.

--- Tá... Olha, eu não demoro muito, tá bebê? Prometo que em uma hora no máximo eu já tô de volta. Vocês – aponto para as outras – Façam com que ela tome bastante água, reforce o protetor solar e o repelente daqui a pouco e nada de passar muito tempo debaixo do sol, já tá ficando quente.

--- Sim senhora, capitã.

--- LAUREN!

--- Te amo...

--- Te amo mais, sua boba, agora, vai depressa...

Deixo um beijo leve em sua testa e um carinho rápido em sua barriga antes de correr atrás das outras meninas que já desapareciam trilha a dentro.

--- Esperem! Esperem por mim!

Dou uma última olhada para trás antes de ser engolida pelas árvores.

--- Vocês me chamam e vão na frente!

--- Se você pajeasse menos aquela bundada, não precisaria correr.

Mais alguns passos e alcanço o pequeno grupo.

--- Tem certeza de que trocou a fralda dela?

--- Ah parem. Vocês estão exagerando...

--- Talvez, mas isso não quer dizer que você também não esteja.

--- Hã?

--- Ela é tapada demais pra entender mensagens subliminares, Mani...

--- É, morena, você vai precisar ser óbvia, mas tipo, beeeeem óbvia.

--- Estão falando de quê? – pergunto enquanto me ocupo em desviar de um tronco enorme caído no meio do caminho – Esse lugar aqui deveria estar mais limpo, alguém pode se machucar nesse mato todo.

--- É uma trilha, Lauren, você queria o que?

--- É a trilha de uma reserva – pontuo.

--- Vocês vão mesmo discutir o caminho todo?

--- Essa é a graça, Mani...

--- Vocês são impossíveis.

--- Aqui dentro é mais fresco, as meninas teriam gostado de vir.

--- Lucy tem medo e a baixinha é preguiçosa demais pra isso. Mais que a branquela.

--- Hey!

--- É a verdade.

Mais um pouco e começo a me arrepender de ter deixado o acampamento e pela animação expressada por minhas amigas, vejo que não sou a única.

--- O que a gente veio fazer aqui mesmo?

--- Você eu não sei, mas eu só vim pra constatar que sou tão molenga quanto a Willy aí.

--- Mani, dê um jeito na sua mulher...

Claro que sou ignorada.

--- Laur, você ainda tá com medo da Ally?

--- Lá vem...

As risadas divertidas arrepiam minha pele.

--- Pode esperar, antes que a gente volte, ela apronta com você.

Menos de cem metros depois, Normani se pronuncia.

--- Chega, essa caminhada vai dar me lugar nenhum. Vamos voltar.

--- Já tava na hora. Bora que eu tô louca pra cair naquele rio desde que chegamos aqui.

Pouco depois escutamos as vozes de Lucy e Camila brigando por, se entendemos bem, o último suco guardado.

--- Se eu fosse você, tiraria a sua mulher de perto da minha antes que eu chegue lá. E é bom ela deixe o bendito suco.

Vero me mostra a língua num gesto bastante maduro e sai mais à frente, seguida de perto por DJ.

--- Pode falar...

--- Como assim?

--- Eu sei que você quer dizer alguma coisa, Mani. Estamos sozinhas...

Diminuo meu passo, assim como a morena ao meu lado.

--- Como estão as coisas entre Mila e você?

--- Ótimas...

--- Bom...

--- É...

--- Lauren, eu não quero parecer intrometida nem nada, porém... Olha, eu sou sua amiga, aliás, de vocês duas e não posso deixar de dizer o que eu penso.

--- Com relação a que?

--- Eu sei que você só tá cuidando da Camila e do bebê, mas, você não parou pra pensar que isso pode estar, não sei, deixando-a um pouco sufocada?

--- Não tô entendendo.

Encaro os olhos escuros e acolhedores, lutando internamente para não manda-la cuidar da própria vida, já prevendo onde essa conversa vai dar.

--- Laur... Ela pode acabar acreditando que você não confia nela, que não a vê capaz de cuidar de si mesma e do bebê.

--- Mas não é isso, Normani! Eu juro que não!

--- Eu sei, amiga, e tenho certeza de que ela também. Mas, ambas sabemos quão frágil é a sua mulher... Ela precisa sentir que você acredita nela, Lauren. O cuidado é bom, mas em excesso pode se confundir com desconfiança. A Mila não é uma menininha, ela sabe se virar bem. Ela fez isso por anos, não fez?

--- Mas... Agora ela tem à mim... Eu quero tanto protegê-la de tudo...

--- Você não saberá o que é um hematoma se nunca tiver um, Laur.

--- Ela já teve tantos, Mani. Já se machucou tanto.

Meus olhos queimam e eu me obrigo a piscar vezes seguidas para evitar que as lágrimas caiam.

--- Você não pode segurar a mão dela pra sempre, Lauren, nem muito menos o tempo todo.

---Eu só queria... Eu só quero que ela se sinta amada, sabe?

--- Meu amor, ela sabe disso! – aproxima passando a mão por minha bochecha, agora molhada – Lauren, o que você fez por ela, a mudança que você projetou na Camila não é pouca coisa! Hoje ela tá grávida, feliz, viva! Eu sei que não a conheci antes, contudo, posso ver claramente como você faz bem à ela.

--- Eu... Eu tenho tanto, tanto medo de que alguma coisa aconteça. Quando a conheci, ela estava quebrada, completamente destruída e não foi fácil conseguir que ela confiasse em mim. Mas, o que ninguém vê é que, nessa relação, sou eu a fraca, sou eu a dependente. Sem Camila eu não sou absolutamente nada! Ela me fez ter vontade de viver, me fez desejar mais da vida, me fez querer me doar por completo pra alguém. Diga, como eu conseguiria sobreviver sem aquela garota, Mani? Ela é meu ponto de equilíbrio, eu só quero ser o mesmo pra ela...

--- Você já é... Essa é a questão, seja o ponto de equilíbrio, Laur, não o fator determinante. Camila é uma mulher adulta, inteligente, não anule isso com exageros desnecessários. Ela tá bem, sem problemas em vista... Só, relaxe e aproveite...

Sua risada me alcança e de imediato sinto meu peito inflar, tamanha minha felicidade em ouvi-la assim, tão leve e tranquila.

--- Eu sei que você entendeu tudo o que eu quis dizer...

Sinto o aperto firme em meu ombro antes de ser deixada sozinha, a cabeça cheia de pensamentos.

***

--- Lo! Não!

Abraço seu corpo trazendo- a para junto de mim, a água fria em seu corpo quente fazendo minha menina gritar em “ protesto “.

--- Agora sim, Jauregay! Mostra quem manda!

--- Como se fosse preciso. Óbvio que – olhos latinos me fuzilam – Camz manda e desmanda...

--- Molenga!

--- Pau-mandado!

--- Vão se ferrar!

Com um sorriso lindo, minha esposa segura minha mão, puxando-me consigo mais para dentro do rio, longe das garotas que brincavam como crianças que são. Ou seria, crianças que somos?

--- Camz, é melhor não descermos mais, pode ser perigoso.

--- Só mais um pouquinho, eu quero chegar naquela árvore ali – aponta mais para baixo – Ficar na sombra.

--- O sol tá muito forte, amor? A gente pode sair, se você quiser...

--- Ahh não, agora que eu entrei, quero ficar aqui com você.

Logo que chegamos no lugar desejado, a água pouco acima de minha cintura, seus braços finos e delicados envolvem meu pescoço, fazendo-me curvar para ter meus lábios pressionados pelos seus. Permito que o contato se estenda e até aprofundo o beijo, sedenta por prolongar esse momento. Sua língua pede passagem e quase sem percebe, já estou completamente envolvida no momento, suas unhas deixando uma trilha de pelos arrepiados ao longo de minha nuca e então mais para baixo, até que os dedos encontram o laço do biquíni que se desfaz com um único movimento ligeiro.

--- Camz – tento afastar nossos rostos, mas ver seus olhos brilhando tão de perto enquanto sua boca entreaberta busca novamente pela minha faz-me esquecer quaisquer palavras de repreensão.

A pele de minhas costas parece queimar por cada toque, cada carícia, por menor que seja e sentir meu corpo responder tão ansiosamente é só o que me faz voltar à realidade. Ou ao menos tentar.

--- Camz, por favor.

--- Chega, eu não aguento mais esperar, Lauren. Eu quero você!

Suas mãos passam por minha barriga e logo os lábios quentes descem por meu pescoço, deixando beijos que com toda certeza, me deixariam marcada.

--- Camila, se não pararmos agora...

Tudo se perde quando sua boca enfim alcança seu objetivo e só posso buscar forças para não parecer uma adolescente repleta de feromônios em combustão. Sem muito pensar afasto seu rosto, forçando, minha boca contra a sua numa batalha muda pelo controle. Muda e vã, já que está claro o que ela realmente deseja.

--- Rápido.

--- Rápido?

Só faço concordar em silêncio, pedindo sem nada dizer, que ela acabe de uma vez com essa tortura tão doce que seus dedos fazem em minha cintura, apertando, puxando e descendo mais e mais.

--- Peça...

--- Amor!

--- Diz, Lauren. Vai, fala que você tá morrendo de vontade de ser minha outra vez, vai...

--- Eu tô, você sabe que sim. Por favor, Camila.

Seus dentes prendem meu lábio e puxam com força, arrancando-me um gemido longo e desejoso. Sua boca migra então para meu ouvido deixando meu corpo em chamas com a voz inundada do seu desejo por mim.

--- Eu vou te dar exatamente o que você quer e do jeito que você quer, amor. Rápido...

Sem mais esperar seus dedos me invadem e eu juro que por bem pouco, não me desfiz nesse mesmo instante.

--- Você tá ainda mais apertadinha, sabe? Ainda mais gostosa.

--- Camila...

--- Mais?

Uma nova investida e pronto, já não sou dona de minhas vontades. Agarro seus cabelos forçando minha língua em sua boca, gemendo agora sem nenhum constrangimento.

--- É assim que eu te quero sempre, tá ouvindo, Lauren? Entregue e pronta pra mim.

Não sei nem mesmo dizer se lhe respondi, por que no momento só pude sentir crescer minha necessidade de tê-la comigo e, sem hesitar, toco seu corpo ouvindo seu gemido arrastado satisfeito por ser tão minha quanto eu sou dela.

Não precisamos de mais palavras, nossos corpos falando por nós frases inteiras que se perdem nos gemidos roucos e carregados de um amor que vai muito além de desejo ou paixão.

***

--- Diz aí... Você não tem vergonha?

--- O que? Como assim?

--- Pra cima da gente, branquela?

--- Estão falando de quê mesmo? Assim, só pra eu me situar.

Já era noite e a temperatura baixara muito nas últimas horas, fazendo as outras garotas buscarem refúgio nas barracas, evitando assim o vento gelado.

--- Você e a Mila, sua ridícula!

--- O que tem a gente?

--- Você vai contar por bem ou vamos ter que te jogar na água?

--- Garanto que ela deve estar muito agradável... Fresquinha mesmo, viu?

O pior de tudo é que eu sei que minhas melhores amigas seriam mesmo capazes de me atirarem no rio e só esse pensamento me faz estremecer.

--- Três...

--- Dois...

Fazem menção de me pegar.

--- OK, OK, eu conto! Calma!

--- Ótimo.

Encaram-se e sentam ao meu lado, como dois cães de guarda, só para garantir que eu não tente correr.

--- Cara, eu não resisti!

--- Isso a gente já sabe!

--- Essa marca aí na clavícula parece ter sido feita na hora H! O que você acha, D?

--- Acho que foi bem nessa hora...

--- Vocês são tão idiotas...

--- E você nos ama.

Ponto pra elas.

--- Como foi?

--- Não, vocês não podem estar querendo saber mesmo sobre isso. Não somos mais três colegiais, por favor né?

--- Santa burrice!

--- Claro que a gente não quer saber a mecânica da coisa toda, Michelle, sabemos bem que a Mila é quem come...

Não que fosse surpresa, mas, eu ainda fico corada com esse tipo de comentário. E não que elas se importem, claro.

--- Então o quê?

--- O que a gente quer saber é se tem diferença... Tipo, foi a primeira vez que vocês transaram desde que ela ficou grávida...

--- É diferente? Tipo, melhor ou pior ou sei lá...

--- Fazer amor com minha mulher é sempre incrível.

--- Blá blá blá...

--- Desembucha, Lauren.

--- Foi... Maravilhoso... Acho que, sem dúvida, nos superamos.

--- Você é nojenta!

--- O quê? Porque?!

--- Ela tá carregando seu filho! Como pôde fazer isso?

--- Eu nem pensei muito nisso aí, sabe?

--- Safada!

--- Desnaturada!

--- Vocês perguntaram...

Claro que logo depois eu questionei Camila sobre estar sentindo algum desconforto, repetindo como fui imprudente, mas, ela me assegurou de que estava ótima e o sorriso que tinha nos lábios até o momento em que foi se deitar não me deu motivos para pensar o.

--- Sabe, eu nunca pensei que te veria assim...

Volto meu olhar para Vero e encontro seus olhos que tanto me conhecem.

--- Eu me lembro perfeitamente da primeira vez que a vimos. Toda encolhida, quieta, sem olhar pra ninguém. Eu não sei explicar, mas, eu soube que vocês teriam algo e até disse isso pra DJ, há muito tempo. O jeito que você ficava olhando pra ela quando pensava que ninguém estava atento... Eu enxergava curiosidade nessas esferas verdes aí, mas, não era só isso... Era...

--- Desafio – observa Dinah – Necessidade de conhecer, de ir além. Até aquele dia nunca ninguém recusou uma investida sua e, mesmo sem nem saber o nome da Mila, naquele tempo você só sabia falar dela. Falar sobre como ela era linda, como o cabelo parecia ser sedoso e sobre como você queria se aproximar e mais um monte de coisas de boba apaixonada.

--- Não era só o desejo de uma nova conquista...

--- Era uma necessidade gritante, quase... Quase como se sua vida dependesse de conhecer e falar com aquela estranha.

--- Eu apostei numa paixão das grandes, mas passageira. Di acreditava que era só pra se provar, mostrar que você tinha total controle de tudo o que quisesse...

--- Entretanto, nunca, nem em um milhão de anos nós pensamos que seria esse sentimento tão forte e verdadeiro, Laur...

--- E sem dúvida, jamais apostamos em algo tão duradouro. Alexa era um porre, porém, já estávamos conformadas com a presença dela em nossas vidas, já que tudo indicava que acabariam ficando juntas no final, principalmente porque sua mãe queria, mesmo você sendo contra a aceitar isso.

--- Daí, aquela latina chegou e bagunçou tudo. Ou melhor, colocou as coisas em ordem. Foi a primeira vez que te vimos apaixonada e desesperada por alguém, lutando contra qualquer pessoa que ousasse interferir naquela sua busca incansável de chegar na menininha adolescente... Cara, uma adolescente! Era tudo o que nenhuma de nós nunca quis!

Sorrio em meio às lágrimas que eu sequer notei caírem. Mas, elas são minhas irmãs, claro que sabem me fazer chorar e sorrir com maestria.

--- O que nós estamos querendo dizer é que... Bom, estamos muito, muito felizes por você, Laur... Aquela garota marrenta tá prestes a ter um filho com a mulher que ama...

--- Nossa irmãzinha cresceu mesmo... A gente sabe que nem tudo é tão simples, Laur. Sabemos como vocês já sofreram e... Bem, queremos que saiba que nós estamos com você e com aquela latina gostosa... Porque... Porque vocês são nossa família, assim como as outras duas malucas que completam o bando...

Agora não sou eu a única a sorrir sem me importar com as bochechas úmidas.

--- A gente tá contigo, branquela – seguram minhas mãos num aperto tão forte que seria capaz de machucar, se não fosse exatamente o que eu precisava – Você cuida da Mila...

--- E nós cuidamos de você...



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