1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Você... (Camren) >
  3. " Eu vou primeiro... "

História Sempre Você... (Camren) - " Eu vou primeiro... "


Escrita por: Camren_Yes

Notas do Autor


Notas finais, sim???

Capítulo 53 - " Eu vou primeiro... "


Camila

--- Mila, tente se acalmar, por favor! Isso não faz bem nem à você nem ao bebê...

Ao notar que Lauren não enxergava um palmo à sua frente, liguei de imediato para Dinah que logo chegou à nossa casa acompanhada por uma Normani que buscava tranquiliza-la, assim como faz comigo nesse momento. Quanto à minha esposa, bom, eu nem consigo me lembrar qual foi sua reação ao se dar conta do que acontecia, visto que agia no automático, providenciando o que fosse necessário para trazê-la à emergência. Só o que não deixa minha cabeça é seu choro compulsivo, um choro que me rasga por dentro a cada vez que ecoa em minha cabeça. Até o momento em que cruzamos a porta de entrada desse hospital eu me mantive firme, afirmando que tudo daria certo, contudo, bastou ela ser levada para a sala de atendimento que eu me desfiz ali mesmo, no chão duro e frio de onde Lucy e Mani conseguiram com muito custo me tirar.

--- Aquela... Aquela teimosa, cabeça dura! Eu disse, Lu, eu disse que ela devia procurar ajuda! Ela não me ouviu! Ela nunca ouve!

O desespero de Vero e Dinah, as melhores amigas de minha esposa, é evidente. Quase como se sentissem a mesma dor que eu. Quase.

Allyson chegou pouco depois, correndo e atordoada, exigindo ver Lauren e saber o que se passava. Essa garota pode não ter tamanho, mas amedronta qualquer pessoa, tanto que logo foram atrás de informações que de nada serviram.

--- Porra! Já faz mais de uma hora que ela tá lá dentro! Uma hora e ninguém vem dizer nada!

--- Calma, D! Você não tá ajudando a Mila desse jeito!

Volta seus olhos escuros em minha direção e caminha até estar bem próxima e então se põe de joelhos segurando minhas mãos.

--- Desculpe. Desculpe, Mila. Eu... Eu só quero saber que ela tá bem, tanto quanto você.

--- Eu sei, Dinah, tá tudo bem....

--- Você tá legal? Tá sentindo alguma coisa?

Nego com a cabeça sendo tomada por uma nova onda de lágrimas quentes e raivosas.

--- Ela procurou ajuda! Esteve aqui uns dias atrás e lhe disseram que era tudo por estresse!

--- Bando de incompetentes, é isso o que são! Pois eu vou mostrar o estresse se eles não derem um jeito nisso.

Voltam então a caminhar de uma lado à outro, Mani sem jamais sair do meu lado assim como Ally, já que Lucy se ocupava em tentar manter as outras duas num silêncio, no mínimo, respeitoso buscando palavras de conforto.

Levo minha mão à minha barriga já crescida sentindo um medo descomunal... Por mim, por essa criança, mas por Lauren principalmente. E se ela ficar assim pra sempre? E se ela nunca mais poder enxergar? Obviamente isso não muda nada para mim, mas, eu sei que essa nova condição a mataria aos poucos. Não ver a luz, não ver as pessoas que ama, não conhecer o rostinho do nosso bebê...

--- Vai ficar tudo bem, meu amorzinho – digo numa voz tão baixa que não tenho certeza de que outros ouvidos além dos meus podem escutar --- Mamãe Lo vai ficar bem e nós dois estaremos sempre com ela.

Posso ouvir ao longe as garotas discutindo se deveriam ou não avisar os pais dela é me abstenho de dizer qualquer coisas, elas que decidam, tudo o que desejo agora é ver minha mulher, toca-la, saber que ela está bem. Esse lugar, essa sala, esse frio, tudo me lembra daquela noite em que discutimos e um motorista bateu no carro em que estávamos.

--- Mani, será que daqui a pouco um médico virá dizendo que ela tá ótima? Como foi daquela vez?

--- É claro que vai, meu amor. Vamos acreditar nisso, Ok?

Passo seu braço por meus ombros puxando-me para seu abraço sempre acolhedor.

Horas se passam, vejo Ally ir novamente à recepção soltando mais uma enxurrada de ameaças em busca de informações, Dinah e Vero chorarem abraçadas e conversarem sobre avisarem ou não Clara e Michel e Lucy vir me oferecer algo para beber.

--- Vai Mila, faz uma forcinha... Estamos aqui há horas e você nem água aceitou!

--- Não consigo, Lucy, não desce...

--- Deixa – pede Normani.

Tenho a impressão de que toda uma vida passa diante do meus olhos quando um homem jovem, que se apresenta como doutor Henrico, aparece perguntando por familiares de Lauren Jauregui.

--- Nós somos a família! – afirma Jane – Ela é a esposa.

--- Pois bem, senhora...

--- Camila. Cadê ela? Eu já posso ver a minha Lo?

--- Mila, deixe ele falar, calma...

--- Então diga logo!

--- Bom, depois de realizar exames clínicos, alguns neurológicos e até mesmo de oftalmologia, não encontramos nada que justifique essa condição da senhora Jauregui.

--- Como assim? Vocês não sabem o que ela tem, é isso?

--- Meu palpite, e cheguei a essa conclusão com a ajuda de outros companheiros juntamente com o histórico de dores descrito por sua mulher, é de que ela teve uma crise bastante severa de enxaqueca que acabou resultando nessa cegueira, o que é muito raro, muito mesmo, ainda mais como a que ela teve.

--- Isso tem cura, doutor? O que ela precisa fazer? – pergunta Ally.

--- Bem, ela está descansando nesse momento, já medicada e referindo alguma melhora do quadro doloroso. O que esperamos nesses casos é que à medida que a dor recue, a visão se restabeleça, provavelmente por completo.

--- Provavelmente? Quer dizer que minha amiga pode nunca mais voltar a enxergar?

--- Como eu disse, senhora...

--- Iglesias...

--- Senhora Iglesias, é algo bastante incomum, eu mesmo nunca havia atendido um caso como esse, contudo, o mais esperado é que tudo volte ao normal quando passada a crise. Certeza eu não posso dar nem a vocês e nem à ela. Eu sou apenas um médico – sua voz agora um pouco mais amena, gentil --- Faço o que está ao meu alcance, o resto, talvez não acreditem, não sei, é com O Cara lá de cima...

Essa resposta cai pesada sobre nós, não sei se como algo bom ou ruim.

--- Alguma outra pergunta?

--- Quando poderemos vê-la?

--- Ela já está no quarto, deve ficar aqui por algum tempo. Podem fazer uma visita rápida, mas somente uma de vocês têm permissão para passar à noite.

--- Eu fico, óbvio.

--- Camila, talvez seja melhor você ir pra casa e descansar. Vero ou eu podemos ficar – afirma Dinah, ao que Verônica logo concorda – Você fica lá em casa e a Mani te faz companhia, não é, morena?

--- Claro, com certeza.

--- De jeito nenhum, eu não saio daqui sem a minha Lo!

--- Senhora, se me permite – doutor sem lá o que volta a dizer – Dado o seu estado – aponta para minha barriga --- Creio que suas amigas têm razão, a senhora pode ver sua esposa e em seguida deve ir descansar. Volte pela manhã.

--- Eu não saio daqui sem a minha mulher – imponho tanta certeza quanto consigo em minha voz.

--- Sendo assim, estarei à disposição caso necessitem. Na recepção podem saber onde fica o quarto da senhora Jauregui. Tenham uma boa noite.

Ficamos as seis nos encarando, talvez em busca de coragem pra seguir frente e enfrentarmos nosso medo de vê-la. Medo de ser forte, medo de ser fraca, mas, acima de qualquer coisa, medo da incerteza.

--- Ok... Então...

--- Eu vou primeiro – afirmo mais hesitar.

Junto de Allyson procuro saber onde encontrar minha esposa e minutos depois estou diante da porta do seu quarto, parada, encarando esta como se fosse uma adversária a ser batida.

--- Eu vou estar aqui se precisarem de alguma coisa...

--- Tá...

Posso sentir meu coração martelando em meu peito.

--- Mila?

--- Hum?

--- Leve o tempo que precisar...

--- Ok...

É só uma porta, Camila!

--- Ei...

--- Hum?

--- Ela precisa de você. Vai ficar tudo bem...

--- É.

Giro então a maçaneta entrando sem dar chance para mais espera e é quando sua voz insegura e quase pedinte chega aos meus ouvidos:

--- Camz?


Notas Finais


Como eu já disse, a Fic está chegando ao fim e depois deste serão mais sete capítulos para o fim da história, Ok?? Então, muita informação com relação a tudo o que aconteceu no decorrer dos capítulos anteriores está por vir, fiquem atentos...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...