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História Mestre - Capítulo Único


Escrita por: Marimachan

Notas do Autor


■ Sakata Gintoki & Takasugi Shinsuke, porém, são meus. Obrigada. ♥

■ Fanarts da capa encontradas no Pinterest e editadas por mim.
(...)
Heeeey. Estou aqui novamente, com mais uma fanfic desses quatro. Gente, é muito amor envolvido. Não consigo evitar. sjfgjkfgj'
Hoje/Ontem é/foi dia dos professores. E jamais eu passaria um dia assim sem me lembrar dessa pessoa maravilinda que eu amo infinitamente. ♥ Por isso escrevi isso aqui!
Era pra sair mais cedo, mas acabei pegando no sono e acordei já era umas oito e meia. Aí enquanto escrevia conversava com minha amiga e lia Dengeki Daisy. Sim. Sempre faço mais de uma coisa ao msm tempo, mania besta, eu sei. jkfgjkdsgfkdsjg'
Enfim. Vamos parar de papo! Espero que amem tanto quanto amei escrever. :3

Pra ficar melhor e mais fofo, leiam escutando a OST do Shouyou. O link tá no início do capítulo. :)
Boa leitura! ;)

Capítulo 1 - Capítulo Único


https://www.youtube.com/watch?v=XIvK23MczdU

(...)

Era noite de outono. O clima estava agradável e a brisa soprava fresca por entre a porta aberta. Era também uma noite silenciosa. O único som que ressoava por entre o uivo do vento era o canto das cigarras, incansável e contínuo. O dojo estaria completamente vazio se não fosse pelos quatro residentes, que se encontravam todos no mesmo cômodo. O espaço era ocupado por três crianças e um único adulto, responsável pelos três aspirantes a samurais.

Katsura e Takasugi se encontravam deitados de bustos, de frente um para o outro, enquanto jogavam shogi¹, concentrados. Shouyou estava sentado sentado próximo aos dois, lendo um livro qualquer, revezando sua atenção entre as palavras escritas nas páginas brancas e os dois garotos que disputavam o jogo de tabuleiro, preparado para interromper qualquer briga sem sentido que pudesse começar por conta desse – o que, cá entre nós, não seria muito difícil de acontecer. O quarto residente, e última criança do lugar, estava alheio a tudo o que acabara de ser descrito.

Gintoki cochilava recostado ao batente da porta aberta, como de costume. Sua cabeça pendia para o lado, não se importando se aquilo resultasse num torcicolo ou algo parecido mais tarde, enquanto seus braços rodeavam a espada encostada sobre seu tronco. Uma cena muito típica do lugar, considerando de quem aqui tratamos.

Muitos minutos, talvez horas assim se passara. O silêncio ambiente só era cortado quando um dos dois jogadores xingava o outro ou pela voz do homem, reprimindo ambos quando iniciavam alguma discussão fervorosa sobre um dos dois estar roubando. Durante todo o tempo, porém, o garoto de permanente natural permanecia inerte à situação, tomado por seu sono incondicional – preguiça – e seus sonhos.

Ou, deveria dizer, pesadelos.

Instantaneamente Gintoki abriu os olhos, despertando levemente ofegante. O ato, aparentemente, passou despercebido pelos outros presentes, o que o deixou aliviado. Não estava a fim de escutar Takasugi tirando sarro dele ou mesmo Zura lhe perguntando se havia sonhado com o espírito assustador do coelho falante da história que ouviram mais cedo pelo senhor da tenda de dango²; o que não era verdade. Não no todo, pelo menos.

Na realidade, queria ele que fosse apenas isso.

Sonhos como o que acabara de ter já eram rotineiros no sono do garoto há alguns anos. O que não é de se admirar, contando com o fato de que ele era uma criança de nove anos³, que já havia visto sangue e mortes o suficiente para uma vida inteira.

― Tsc. – murmurou irritadiço.

Pesadelos nunca eram agradáveis e sonhar com coisas tão inúteis o deixava irritado consigo mesmo, embora ele infelizmente não tivesse como controlar com o quê sonhar. Talvez essa era a parte que mais o irritava. Realmente gostaria de ter um botão de desligar memórias antigas em horas como aquela, e então poderia ter seus pesadelos repletos de coelhinhos falantes assustadores em paz.

Olhou em direção ao arbusto próximo à entrada do terreno no qual o dojo se localizava, o vendo se movimentar repentinamente, e ele jurava que estava preparado para um coelho branco endemoniado sair dali a qualquer instante. Um arrepio perpassou sua espinha.

Não, um botão para desligar sonhos estava de bom tamanho. Coelhos não eram legais, não eram mesmo.

Bufou e então passou a encarar a lua crescente, ficando mais redonda a cada noite que passava. Não sabia ao certo, mas provavelmente ficou ali observando-a por bons minutos, e já havia perdido a conta de quantas vezes bocejara desde então, quando seus ouvidos captaram movimentação na parte aonde os outros se encontravam.

Katsura e Takasugi levantaram-se, se espreguiçando e bocejando, provavelmente com tanto sono quanto ele. Despediram-se do mestre e, só então percebendo que Gintoki acordara, repetiram o ato com o companheiro, acrescentando alguns insultos após o “boa noite”; o que arrancou alguns resmungos irritadiços do futuro freelancer, embora não tenha respondido com mais do que isso. Na verdade, ele estava mesmo era com inveja, porque aqueles dois patetas iriam conseguir dormir tranquilamente, sem perturbações, enquanto ele não se atrevia a fechar os olhos novamente, desprezando a ideia de voltar a ter aqueles pesadelos por aquela noite.

Quando estavam somente ele e Shouyou no cômodo, entretanto, o mais velho marcou a página em que havia parado sua leitura e abandonou o livro próximo ao tabuleiro que os outros dois haviam largado por ali mesmo. Levantou-se e caminhou tranquilamente até o primogênito, dentre os três, da Shouka Sonjuku, ajoelhando-se e sentado-se sobre suas próprias pernas. E então, sem dizer uma única palavra, deu leves tapas sobre elas, num convite silencioso.

Gintoki, por sua vez, não hesitou por muito tempo e o aceitou, largando sua espada no canto e deitando-se sobre o colo do mestre, aconchegando-se de forma que seu rosto estivesse escondido da luz que a lua irradiava. Shouyou então apoiou seus braços sobre os ombros e cabeça do mais novo, como se estivesse o protegendo de qualquer coisa externa que pudesse importuná-lo.

― E então? – chamou suavemente. ― O que quer ouvir hoje? – questionou de seu modo gentil cotidiano.

― Qualquer coisa que não envolva coelhos. – resmungou levemente mal-humorado. Shouyou riu.

― Genji-san conseguiu mesmo te assustar hoje, não? – provocou.

― Cale a boca. – respondeu com uma pequena veia saltando no lado exposto de sua testa.

― Mas coelhos são coisas fofas. Estava até pensando em arranjar um para cuidarmos aqui. – continuou.

― Eu vou te matar. – ameaçou, ainda irritadiço, o que fez o outro rir mais uma vez. ― Eu to falando sério. Eu vou mesmo te matar, seu maldito. – irritou-se ainda mais.

Depois de alguns instantes controlando o riso, o mais velho voltou a falar.

― Bem... vejamos. – começou pensativo. ― Acho que podemos ir com esta mesmo. – concluiu após alguns instantes pensando em qual conto contar daquela vez.

Pesadelos daquele tipo não eram raros nas noites do garoto, como já dito antes. E, por isso mesmo, cenas como aquela que ali se desenrolava também não.

Desde que escolheu fazer de Yoshida Shouyou seu mestre, Gintoki já havia perdido a conta de quantas vezes adormeceu exatamente daquela forma: quando não ouvindo alguma história qualquer que o mais velho contava para conseguir fazê-lo dormir, era sempre apenas os dois conversando qualquer coisa por vários minutos, às vezes horas, até o jovem samurai pegar no sono.

Obviamente, nas primeiras vezes que o mestre ofereceu aquele gesto, o discípulo simplesmente recusava, achando aquilo constrangedor demais para uma criança como ele, até que o homem o obrigava a aceitar o convite e acabava sempre ganhando. Depois de uma dúzia de vezes, contudo, já era algo normal, rotineiro sem dúvidas. Uma rotina a qual o garoto se apegara, mesmo que não admitisse isso em voz alta.

A questão, entretanto, era que o sono tranquilo e duradouro que tomava os sentidos do pequeno não vinha simplesmente por meio das histórias ou das conversas banais. Não, vinha do sentimento que tomava esses mesmos sentidos toda vez que aceitava deitar sua cabeça ali e deixar-se ser levado pela voz gentil e tranquila de Yoshida Shouyou. Um sentimento que provavelmente ele nunca sentira em qualquer outro lugar ou situação; um sentimento que pode ser descrito como a mais genuína e pura segurança. A mais calma paz.

O fato era que em nenhum outro lugar Sakata Gintoki se sentia tão seguro quanto aconchegado no colo de seu mestre. Era simplesmente como se, ali, ele tivesse a absoluta certeza de que nada poderia o atingir, nem mesmo seus pesadelos tão sangrentos. E, realmente, não se lembrava de uma única vez em que adormeceu daquela forma e teve algum sonho parecido com aqueles.

É, ele não tinha que invejar o sono tranquilo de seus companheiros. O sono dele com certeza seria muito melhor.

(...)

Shouyou passava sua mão direita levemente sobre os cabelos desarrumados do mais novo, embora fosse um ato involuntário, que ele sequer tinha percebido quando começou. Observava a mesma lua que o outro observava mais cedo, enquanto terminava a história da noite. Só então percebeu que a respiração do pequeno já havia se tornado mais leve e pausada.

Baixou seus olhos e sorriu.

Ele nunca ouvia o final.

Com cuidado para não acordá-lo, o mestre pegou o pequeno em seus braços, levando-o para o quarto no qual ele mais os dois companheiros dormiam. Ao chegar no cômodo, se aproximou dos três futons, dois nos quais Takasugi e Katsura ressonavam despreocupadamente, espalhados de forma folgada. Ainda com zelo, deitou Gintoki no futon vazio, ajeitando-o de forma que ficasse confortável e então tapou-o com o lençol claro, repetindo o processo com os outros dois.

― Durmam bem, meus pequenos samurais. – despediu-se gentilmente, levantando-se com intenção de sair do quarto, mas fora impedido.

Impedido por três mãos infantis agarrando a manga de seu kimono. Antes mesmo de virar-se sorriu e, aceitando o convite silencioso dos garotos, abaixou-se novamente, deitando-se entre os três, fazendo com que eles imediatamente se ajeitassem, o circundando por todos os lados, agarrados ao seu tronco. E foi dessa forma que os quatro passaram o resto da noite.

Embora soubessem que na manhã seguinte todos acordariam com dores pelo corpo por dormirem embolados e de mal jeito, isso não importava. Ter a possibilidade de adormecerem de forma tão segura e confortável era pra poucos.

Isso porque aquele homem não era apenas um professor a transmitir sua sabedoria.

Yoshida Shouyou era um mestre que oferecia muito além de conhecimento. Era um mestre que ofertava a chance de serem amados da forma mais pura e doce que existia.

Era a família daqueles três pequenos samurais.

___________________________________________

1 - Shogi: Jogo de xadrez japonês.

2 - Dango: Bolinho japonês feito com farinha de arroz.

3 - Não sabemos ao certo quantos anos Gintoki tinha quando conheceu Shouyou e qd conheceu os rapazes. Então considerei essa idade. :)


Notas Finais


E então? O que acharam? Conte-me. ^^
Até mais! *u*


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