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História Sentimental - Adeus


Escrita por: yoyou

Notas do Autor


Capa feita por Laurinha <3
Dedico esse primeiro capitulo para Bean e Laurinha;
Espero que gostem;
A fanfic é Universo Alternativo.

Capítulo 1 - Adeus


Fanfic / Fanfiction Sentimental - Adeus

Nunca queremos nos despedir das pessoas que amamos e nos fazem bem, embora seja necessário. A dor, saudade e solidão enchem nosso peito quando temos de dar adeus, dói saber que aquele abraço quentinho e gostoso não vai mais te abrigar nas noites frias, a saudade de ouvir as gargalhadas e conselhos tão preciosos se torna quase insuportável nos banhando em um mar de solidão e lágrimas salgadas.

   Sentir que está faltando alguma coisa naquele dia e saber o motivo, machuca tanto quanto a lâmina de uma faca afiada penetrando sua pele fina. A vida ganha tons de cinza, pode até ganhar outras cores com o passar do tempo embora nunca terão aquele tom vibrante novamente.

   Um jovem engenheiro enxergava o mundo dessa maneira, não por ser daltônico sim porque perdeu sua maior inspiração, seu maior exemplo, sua heroína. Aquela que na infância quando estava chovendo vinha em seu quarto lhe dava um beijo em uma de suas bochechas rosadas e lhe dizia calmamente que era só mais um temporal e a chuva estava lavando o mal.

  Lágrimas caiam livremente pelo seu rosto, os punhos cerrados e o nariz vermelho denunciavam sua raiva e tristeza, o homem estava em estado de negação parecia que uma bigorna estava em suas costas fazendo com que não fosse capaz de suportar seu peso deixando-se cair em uma cadeira branca  em um dos enormes corredores do gigantesco hospital, com as mãos na cabeça em forma de desespero ele tentou respirar e pensar que aquilo não passara de um pesadelo e quando acordasse tudo voltaria ao normal mas isso não era verdade.

  Henrique se perdia no meio de seus soluços e não percebeu a presença de Patrício, seu amigo de infância que estava sempre ao seu lado em todos os momentos, o homem de cabelos cacheados estava apreensivo e chocado. Não acreditava que Dona Cila, mãe de seu amigo perdera sua batalha para o câncer de mama. A mulher era tão cheia de vida, gostava de viajar e conhecer novas culturas, sempre honesta e bem-humorada.

  Em uma tentativa inútil de cessar o choro do tatuado Patrício o abraçou tentando transmitir todo seu carinho, mas foi em vão, as lágrimas caiam ainda mais grossas. Henrique pousou sua cabeça no ombro do Diretor molhando sua camisa de linho apertando mais ainda o abraço.

  Ficaram alguns minutos assim quando Henrique ouviu a voz grossa do homem de cabelos cacheados:

 – Tudo vai ficar bem, estou aqui para tudo. –  O tatuado levantou a cabeça mostrando os lindos olhos castanhos que agora estavam vermelhos devido ao choro.                                     

                                                       (...)

 

    Os fones estavam no último volume para quem passasse pela mulher teria a oportunidade ouvir o timbre gostoso do vocalista de sua banda predileta ecoando pelos fones, sua trança bagunçada e roupas um pouco amassadas denunciavam sua inquietação nas três horas de voo que tivera da Argentina mais especificamente de Buenos Aires para São Paulo, Brasil.

  As grandes malas beges eram pesadas precisando fazer um enorme esforço para carrega-las. Saindo do desembarque Paola estava perdida, nunca tinha vindo para o Brasil, não tinha ideia do que iria encontrar em um país onde não se vende empanadas típicas argentinas.

 Caminhando mais um pouco em busca de achar algum balcão de informações, avistou uma cena que raramente acontecia em sua casa, um casal de cabelos pretos e camisetas claras estavam esperando seu filho quando o mesmo chega por trás fazendo um barulho estranho chamando a atenção dos mais velhos lhe proporcionando várias gargalhadas e beijinhos no rosto.

  A saudade lhe atingiu em cheio, memórias do tempo em que seus pais eram felizes e brincalhões passaram por sua cabeça arrancando-lhe um sorriso tímido. As noites de diversão comendo empanadas ouvindo Beatles, David Bowie e vários outros artistas, faziam falta, momentos que não voltam mais. Lembrava-se perfeitamente quando começavam os discursões, causando insônia na jovem que na época tinha apenas dezenove anos e não tinha forças para arrancar sua mãe dos braços fortes do pai.

   Balançou a cabeça tentando cessar os pensamentos continuando andando arrancando alguns olhares esquisitos por seu sacolejo. A moça via no Brasil uma forma de se reinventar e ser a publicitária criativa de alguns anos atrás, o país era uma tela em branco onde teria a oportunidade de dar novas pinceladas com novos tons de azul, vermelho, amarelo...

    Sentia-se aliviada por sair de Buenos Aires, a cidade não tinha mais aquela alegria toda e era fria, não que ela se importasse com a temperatura, afinal quando se estar ao lado pessoas que te querem bem, a sessão térmica é o que menos importa.

    Já saindo do aeroporto, Paola observou o quanto São Paulo era movimentada e diferente de sua rotina habitual. Expelindo o ar que estava em seus pulmões a argentina saiu em busca de um táxi e encontrou facilmente, deu graças por isso.

   Essa era a hora de pôr em prática as aulas de português que tivera na escola de idiomas perto de sua casa, em Buenos Aires, procurou juntar o máximo de informações possíveis em sua cabeça junto com o ar que preenchia seus pulmões, a moça cutucou o moço de calças azuis escuras e blusa branca que julgara não ter mais de quarenta e poucos.

   Ele virou-se comum sorriso estampado nos lábios trazendo um aconchego para a argentina.

   – Hola, usted podría me levar até esse endereço? – Tirou do bolso de seu jeans um pequeno papel que continha o endereço de sua nova residência mostrando para o taxista.

  –  Claro. Me dê suas malas aqui. – Sorriu mais uma vez, por algum motivo Antônio tinha gostado da estrangeira. – Você não é daqui, mora em qual país? – Falou um pouco mais alto, pois estava na parte de trás do carro abrigando as grandes malas beges de Carosella em seu carro.  – Está tan explícito assí? – Perguntou já sabendo sua resposta, era obvio em sua fala que tinha sotaque.

   Antônio deu uma gargalhada abrindo a porta do passageiro para sua cliente entrar respondendo em um tom divertido:

  –  No,no. Es un legítima brasileño! –  . Entrou no veículo colocando o cinto de segurança.

   A publicitária mal tinha chegado no Brasil e percebeu o quanto o povo é receptivo e carinhoso com os estrangeiros, tinha escolhido o país certo para chamar de lar.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. O comentário de vocês é muito importante!


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