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História Sentimental - Adaptação


Escrita por: yoyou

Notas do Autor


Depois de alguns problemas com meu notebook e algumas crises existenciais, estou de volta.
( Ouça pais e filhos quando as letras ficarem em itálico)

Capítulo 2 - Adaptação


Fanfic / Fanfiction Sentimental - Adaptação

   Se adaptar nem sempre é tão fácil e indolor quanto pensamos. A dor ainda é presente à todo momento, embora esteja mais controlada.  Você se sente tão desamparado quanto uma jovem grávida abandonada por seu companheiro irresponsável e egoísta. Não é nada legal ter sua rotina arrancada de você sem aviso prévio, a inutilidade bate em sua porta e entra sem pedir licença. Potencializando ainda mais seus medos, fazendo com que você se sinta menor que eles, possibilitando uma deglutição voraz e devastadora.
   Nem sempre sua vida irá ser uma quimera ou uma utopia no entanto temos o dever de tentar que seja ao  menos parecido.
   Paola respirava lentamente enquanto colocava o quadro dos Beatles que tinha comprado em uma feirinha perto de sua casa. Cuja se divertiu bastante observando as pessoas rindo de seu sotaque acentuado. A morena jamais pensaria que a tão caótica São Paulo fosse tão cheia de surpresas.
   A feirinha ficava à poucas quadras de sua casa e era simples. Em meio à tanto luxo que exalava dos altos prédios do bairro mais famoso e rico da metrópole, São Paulo é uma cidade onde o choque de desigualdade social é muito grande, de um lado da rua você vê uma senhora de classe média alta comprando orgânicos usando Louboutin, do outro lado um cara comprando bata e feijão na feirinha de beira de esquina.
    Enquanto estava pendurada em cima de uma cadeira de madeira nobre,  apoiando o quadro na parede, ela recebe uma notificação em seu celular. Desce rapidamente para olhar, pega o celular um tanto curiosa e respira fundo duas vezes para deslizar o dedo pela ter e ler o que estava escrito.
   Um grito deixou ser escapado por sua garganta depois fora sorrisos bobos, - finalmente - Pensou. Um e-mail de Erick Jacquin  – o famoso publicitário de São Paulo, dono da enorme Zaccari e  dono de comentários ácidos -  Apareceu  em sua tela. Desde que se formou em publicidade, sonhara em trabalhar em uma das empresas de publicidade de  Jacquin, o homem era o melhor da América Latina, apesar se der francês.
   Sentando-se no sofá com as pernas bambas, Paola procurou em sua mente as palavras mais cultas para responder o e-mail do gordinho. Sua tarde que estava resumida em uma  falha tentativa de colocar o quadro de sua banda preferida em uma das  paredes brancas e sem vida do apartamento nos jardins. Mudou com completamente, a argentina estava feliz e sorrindo com os olhos.
A moça ainda estava tremendo, parecia seu primeiro emprego. Mal conseguia conter a felicidade em trabalhar ao lado de Erick Jacquin, ela sabia que teria de se esforçar bastante para crescer mas essa argentina não desiste fácil assim não.
                          
                                                                 (...)
   A tarde ensolarada dava alguns picos de alegria naquele apartamento cheio de móveis e vazio de alma. Tudo lembrava ela, até mesmo a bagunça que se instalava em uma pequena escrivaninha ao canto da sala. O tatuado não reagira bem com a perda, todos os dias, horas e minutos de sua vida, Henrique pensava em sua mommy – apelido carinhoso dado à ela quando ele começou em sua escola de idiomas. – A dor da perda é tão sufocante e autodestrutiva, pois ou você encara ela de frente e tenta ser maior do que ela. Ou apenas se deixa ser levado.
   As noites em claro naquele hospital em busca de uma  cura para o câncer de sua mãe foi em vão ao olhos do engenheiro. Já se passaram quase dois meses e ele ainda estava assim, para uns, a dor cessa rapidamente dando espaço para apenas uma saudade e a lembranças boas vividas com a pessoa querida. Para outros – Henrique fazia parte desses outros – A dor era difícil de ser superada e uma válvula de escape era necessária nesse momento.
   Ao longo dos dias. Fogaça criou uma válvula de escape, não muito adequada e recomendada pelas pessoas porém o jovem tentou. Bebida alcoólica era seu nome! Ele se sentia leve e despreocupado quando sentia o líquido gélido e ácido entrar em seu corpo e o entorpecer por algumas horas, ou como ele preferia : dias.

   Aproveitando a deixa, o homem seguiu para a cozinha um tanto apressado. Abriu a porta da enorme geladeira caracterizada com seus adereços preferidos e puxou de lá a primeira bebida que viu, um clássico whisky alemão.

   Abriu a garrafa tomando um gole fazendo uma careta, sacudiu a cabeça voltando para a sala com a linda garrafa na mão.  Descansou o objeto na mesinha de centro comparada em um brechó e foi em direção ao contando da extensa sala onde fica seu som. Ele se agachou para ficar na mesma altura de uma pequena prateleira abaixo do aparelho de som, mordeu os lábios passando os dedos sobre os CDs observando o quanto era colecionador da álbuns nacionais.

   Sorriu timidamente quando achou o que estava procurando.  As quatro estações era e ainda é seu álbum preferido. Continha sua música preferida : Pais e filhos. A música lhe fazia refletir sobre a vida; com a melodia boa se de ouvir e a letra macia era a canção ideal para ouvir enquanto tomava algumas doses de álcool, até cair no chão da sala e dormir por ali mesmo.

Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender

As primeiras estrofes fizeram seu coração arder junto com sua garganta que recebia o whisky de braços abertos. Ele sorriu amargamente observando o quanto a música era melancólica e ótima para desenvolver pensamentos.

Dorme agora
É  só o vento lá fora
Quero colo
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui Com vocês?
Estou com medo tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três

  É realmente muito incrível o quanto uma música pode descrever seus sentimentos mais nebulosos e obscuros.

   Meu filho vai ter
   Nome de santo
   Quero o nome mais bonito

Henrique tomou mais um gole repetindo a careta novamente cruzando as pernas se acomodando mais ainda no sofá para ouvir o ápice da música.

É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há

   Finalmente!  O ápice da música onde o vocalista da o melhor de si, onde todos os pelos do corpo do ouvinte se enrijecem formando uma capa protetora. Fogaça fechou os olhos deixando escorrer uma lágrima teimosa. Renato Russo era um mestre mesmo.
   E como a maioria dos mestres. Não estão mais entre nós embora deixaram um legado que será preservado pelas pessoas que o amam. Assim aconteceria com a mãe de Henrique, apesar de sua partida, seu legado sempre seria lembrado.
   E assim ficamos caro leitor!


Notas Finais


Obrigada por lerem!
:))
Comentem e favoritem, se vocês gostarem é claro.
Fiquem com Deus.


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