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História Sentimentos Proibidos - Fugindo...


Escrita por: SilviaMcMiller

Notas do Autor


Hello Leitores...
Algumas pessoas me pediram para postar um capitulo hoje, pós já fazia tempo que eu não postava... 😔
Então corri, e mesmo já sendo de noite atendi ao pedido e ai esta o capitulo!!! 😃
Ele aborda um cenário só, mas conta mais alguns fatos sobre os últimos sete anos, que é exatamente no que a história tá focada nesses novos capitulos...

Boa Leitura...

Capítulo 17 - Fugindo...


Deixo Renan e Keny na casa de Márcia antes de seguir para meu próprio apartamento. Keny provavelmente vai se arrumar lá, o que não é nada estranho já que ele tem tantas roupas lá quanto em casa.

O corredor está vazio.
Suspiro e ignoro o pensamento.
Antes de começar a me arrumar trato de varrer e passar pano na casa e arrumar os cômodos, por fim colocar as roupas sujas na lavanderia e finalmente vou tomar um banho.
Demoro o máximo que posso, sem me sentir culpada por desperdício de água, e saii nua para a frente do guarda roupa, pensando no que usar. Não estou exatamente animada para essa noite, e duvido que se Ellen souber que eu vou vai estar mais animada que eu.
Então decido ir com um vestido preto justo, sem mangas e com gola alta que vai até bem abaixo do joelho, mas sem ser longo.
Esse é uma das melhores coisas de trabalhar, poder escolher minhas próprias roupas sem importa em gastar o dinheiro de outras pessoas.
Quem sabe essa roupa me deixe mais escondida.

Passo pela porta com uma sandália rasteirinha e uma chave, sem bolsa ou nada parecido, tem um motivo para eu não ter respondido a Keny quando ele me perguntou se eu ia ficar até o fim...
Eu não vou...

O Corredor está vazio.
Tenho vontade de gritar para a merda da minha mente parar com isso, mas não grito.
Prefiro que o corredor continue vazio.

Sem meus fones de ouvidos tenho que cantarolar alto com os olhos fechados durante toda a viajem de elevador. Qualquer um que me visse com certeza acharia que estou louca.
Quando finalmente chego ao andar de Victor quase perco o tempo de sair do elevador, quando passo apressada pela porta ela já está se fechando.
Paro no corredor sorrindo com o pensamento ridículo de ser cortada ao meio pelas portas de um elevador.
Tenho que ficar um tempo encostada na parede antes de retomar minha postura e seguir pelo corredor até a porta do apartamento.

Hesito um pouco antes de bater, isso não vai ser bom e eu sei disso. Ainda posso voltar, penso. Mas a lembrança do rosto de Ana quando me pediu parar vir pela manhã me impede de fazer isso.
Dou duas batidas fortes na porta e espero a dois passos de distâncias, cruzando os dedos e pedindo que seja Victor a atender.

Pra minha sorte, minhas preces são respondidas e Victor atendi. Ele não mudou nada nos últimos anos, só ficou mais forte e o cabelo cresceu, mas continua sendo ele mesmo.

- Você veio! - Ele diz me abraçando, o que me dá total certeza que Ellen ainda não está e casa. Victor é a outra pessoas que sabe sobre eu e Ellen. Até porque, ele é o motivo pelo qual não estamos bem.

- Eu vim. Cheguei muito cedo? - Pergunto colocando uma cuidadosa distância entre nós.

- Que nada. Entra, já tem gente aqui... - Ele abri totalmente a porta e eu entro.
O apartamento de Victor e Ellen não é tão grande quanto o nosso. Mas sempre parece mas completo...
Acho que isso tem mais a ver com as pessoas que moram aqui, do que com o lugar em si.

Alguns grupos de pessoas conversam nos cantos da sala com taças de alguma coisa na mão. Como sempre, me sinto um pouco deslocada enquanto analiso o lugar é as pessoas.
A maioria é conhecida, velhos colegas da escola e moradores do prédio, que com o tempo viraram amigos e colegas. Na sala, os sofás foram arrastados para junto da parede e só então percebi uma música calma sendo tocada ao fundo.
Isso vai ser mais que um simples jantar pelo que parece.
Suspiro, esperando que minha saída não seja dificultada.

Sigo devagar para uma mesinha no fim da sala, pego uma das taças cheias e bebo um pequeno gole, agradecendo quando o gosto adocicado com álcool preenche minha boca.

A medida que as pessoas iam chegando Victor aumentou a música é algumas pessoas começaram a dançar no meio da sala.
Já estava me afastando para uma canto escondido da sala, afim de não ser notada, quando alguém segura de leve meu cotovelo.

- Você está tão linda como sempre... - John fala, se pondo a minha frente. Sorriu para ele e deixo que me abraçe quando tenta.
John se transformou no cara lindo que sempre soube que ele séria. Mas também se transformou no tipo sedutor e gentil, um homem com o qual as garotas se sentem bem em estar.
Há algum tempo atrás tivemos um "envolvimento". Que, como todos os outros, não durou mais que três meses.

- Você também está ótimo. Não te vejo a um tempo... - Digo, me perguntando porque não consegui me prender a ele também.
Um cara não pode ter um sorriso mais gentil que esse!
Bem, talvez Ele possa...
Afasto o pensamento da minha mente doente, assim que ele surgi.

- Tenho trabalhado bastante esses dias. Mas senti saudade... - Ele sussurra sorrindo mais ainda pra mim.
Mas eu não posso retribuir a afirmação.
Não me sinto bem mentindo sobre isso.
Então simplesmente sorriu de volta e tomo mais um gole da bebida.
Ficamos em silêncio por um momento, nisso as pessoas já se ajeitaram no meio da sala e estavam dançando devagar.

- Quer dançar? - John pergunta por fim interpretando mal o meu olhar. Mesmo assim assinto com a cabeça e coloco minha taça em cima da primeira mesa que vejo, deixo que ele me arraste para o meio da sala.

John passa os barcos ao redor da minha cintura e coloco meus braços em seu pescoço, não falamos nada enquanto dançamos e em um momento da música em que não tenho mais para onde olhar descanso minha testa em seu ombro.
Mesmo no nosso pouco tempo de relacionamento, ouve uma cumplicidade que se estende até agora. Isso nos permite saber que meu gesto não quer dizer nada de verdade, apenas que estou carente e que aprecio sua companhia.
Algum tempo depois a respiração de John muda um pouco e então levanto minha cabeça para observa-lo. Consigo entender o desejo nos olhos dele, e novamente deixo que faça o que quer.
Devagar e tão gentil quanto seu sorriso, a boca de John se cola a minha e eu retribuo o beijo.
É como sempre foi o beijo dele. Calmo, tranquilo e confortável... O tipo de beijo que qualquer garota apaixonada sonha em receber.
O tipo de beijo que eu sei, jamais vai ser o suficiente pra mim.
Ainda assim deixo que dure e me encosto de forma preguiçosa a ele, aproveitando os momentos calmos que os braços de John me proporcionam. Tentando sufocar o vazio no meu peito, esquecer o desejo por um fogo que sei que não vou encontrar nos braços de ninguém.
Mas então o beijo acaba, a calmaria se vai e eu não consigo fazer nada do que queria.

Continuamos dançando até Victor abaixar a música e pedir para nós espalharmos pela sala porque Ellen já vai chegar. Não nos beijamos mais. Não por que as coisas ficaram estranhas, mas porque sabemos que isso não vai levar a nada mesmo.

Quando a porta se abri e Ellen entra eu me afasto de John e vou mais ainda para o fundo da sala.
Meu grito de "Surpresa" não é um grito de verdade, e quando ela sorri com os olhos arregalados e brilhantes sinto um aperto no coração.
Ellen mudou, não é mas o menina maluquinha que era. As roupas ficaram sérias, as expressões maduras, o cabelo agora é de um ruivo sutil e moderno e não passa do queixo. Mas isso não é o que realmente me deixa mal. O que me deixa mal é não ter acompanhado a mudança dela.

Tento ficar escondida mas quando estamos seguindo para a mesa é inevitável, ela me vê e me encara por longos segundo antes de se agarrar o braço de Victor e seguir em frente sem me olhar mais. Como sempre, isso me magoa, e penso em sair daqui agora mesmo. Mas então Ana me encontra e segura meu braço conversando animadamente e, como sempre, permito que ela me guie para a mesa.

Eis aqui o que aconteceu para eu e Ellen nos transformarmos em perfeitas estranhas.
Márcia não foi a única que me ajudou a passar pela fase difícil, depois que TUDO aconteceu...
Hoje em dia não mais, mas naquela época fiquei totalmente surpresa quando Victor ficou ao meu lado na fase mais difícil da minha aceitação.
Diferente do que eu tinha pensado, ele nunca me julgou. Mesmo que eu tenha certeza que, no começo, ele só continuou sendo meu amigo por que Ele já não estava mais aqui.
O problema é que alguns meses depois ele e Ellen terminaram. Suas famílias não se deram nada bem, e de alguma forma, eles foram idiotas o suficiente para deixar que isso os separasse.
Como nós temos muitos conhecidos em comum, e vivemos praticamente no mesmo círculo social, o fato de quVictor passava muito tempo comigo acabou dando vida a um boato de que ele estava comigo. Não só como amigo.
Boato que por algum motivo imbecil, que não me lembro qual foi, decidimos não desmentir.
Nisso minha amizade com Ellen foi para o buraco, e na época exata em que isso aconteceu eu não estava me importando de verdade com nada disso.
Só um bom tempo depois, quando eu já não era mais um zumbi, eu me preocupei com isso, e eu e Victor fomos contar pra ela que era tudo mentira e que a raiva dela não tinha sentido.
Não sei se ela não acreditou totalmente em nós, ou se ficou magoada por que nós obviamente não tínhamos intenção nenhuma de contar o real motivo por trás da nossa aproximação.
Só sei que alguns meses depois ela voltou com ele.
Mas nunca voltou pra mim.

Por esse motivo eu e Ellen nos evitamos por todo o jantar.
Mal toco na minha comida, mais tomo três taças cheias, que infelizmente não me ajudam a relaxar. Continuo tensa por todo o jantar, mesmo com Keny e Renan fazendo gracinha do meu lado esquerdo e Ana puxando conversa do lado direito,  não consigo me concentrar ou entrar em uma conversa. Márcia, que provavelmente seria minha única taboa de salvação aqui, não veio.

Só sinto aliviou quando finalmente todos terminam de comer e conversar e a festa volta para a sala.
Ana e eu somos as últimas a seguimos para lá.

- Victor é tão romântico, não é? - Ana me pergunta enquanto andamos.

- É, sim... - Respondo distraída já planejando.

- Tenho certeza que é a melhor festa se aniversário que ela já teve... -

É aniversário dela?
Pergunto mentalmente, decepcionada comigo mesma por não saber disso.
Mas fico em silêncio o resto do caminho e me afasto dela assim que chegamos a sala, com a desculpa de que vou procurar John.
Vagueio só mais um pouco pela festa, recusando todos os pedidos pra dançar e dizendo que estou cansada.
Espero o momento certo em que todos os que dariam pela minha falta estão distraídos e então, abrindo a porta, que tem o som abafado pela música, eu saio do apartamento.

Meu corpo finalmente relaxa totalmente quando entro no meu apartamento.
Jogo minhas sandálias e as chaves de lado e sigo direto para a cozinha. Abro o freezer, e tiro minha garrafa de Vodka de dentro.
Sigo para meu quarto e tranco a porta assim que entro. Escancaro a janela e me debruço sobre o parapeito.
Observo por alguns segundos a cidade mergulhada na escuridão a minha frente, então abro a garrafa e bebo um gole generoso direto na boca.

Minha cabeça gira assim que o álcool entra, queimando pela minha garganta, e só então eu permito minha a mente se libertar e os fantasmas do passado me encontrarem.

No começo eu chorava até dormir, toda noite, assim que os pensamentos me alcançavam.
Mas eu cresci e comecei a achar isso patético de mais.
Foi então que comecei a beber sempre no fim de cada dia. Já faço isso a anos, e não vejo um futuro próximo no qual eu vá parar.
Eu não consigo simplesmente enfrentar tudo sozinha. Porque de alguma forma terrível, a dor ainda é dilacerante mesmo depois de todos esses anos.

Então eu bebo.

Bebo para fugir.
Bebo para ser forte.
Bebo para não sentir a dor.
Bebo porque sei, desde o primeiro dia após a noite do baile, que eu tomei a decisão errada...


Notas Finais


Gostaram?
Agora sério... O próximo só semana que vem!!! 😉
😍 50 Favoritos 😍
Haaaaaaa 😁
Amo Vocês ❤ ❤

XoXo...


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