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História Sentimentos Proibidos - Em Frente...


Escrita por: SilviaMcMiller

Notas do Autor


Hello Leitores!!!
Espero que todo mundo tenha ficado tão ocupado quanto eu nesse fim de ano, e não tenham percebido a demora do capitulo... 😅
Sobre eles se encontrarem, relaxem amores, ainda vai demorar uns dois ou três capitulos... 😌
Mas vai ser legal gente, prometo... 😘

Boa Leitura...

Capítulo 18 - Em Frente...


Acordo antes mesmo de amanhecer totalmente.
Minha cabeça lateja um pouco.
Vou até a cozinha e preparo um grande copo de suco de manga com muito açúcar. Tomo um longo banho de água gelada e saiu do banheiro ainda meio tonta, sento na cama e respiro muito fundo antes de beber todo o suco em dois goles.
Espero um pouco até sentir o açúcar melhorar um pouco o meu estado.
Visto um vestido de poliéster com uma estampa flórida e separo uma jaqueta se couro preta.
Vou até a cozinha e estou terminando de preparar as panquecas com mirtilos quando Keny aparece, com a cara de quem foi dormir tarde da noite. Ele vem para perto de mim e beija meus cabelos.
Suspiro.
É nesses momentos que me sinto mais nova que Keny.
Como se fosse eu quem preciso de alguém para cuidar de mim.

- Não ficou na festa até o fim ontem... - Diz enquanto pega algumas panquecas e senta no balcão com um copo de leite de caixa, que acabou de tirar da geladeira.

- Eu tava cansada. - Respondo sem nem piscar. Já acostumada a ter que mentir.

- Foi o que John disse. Vi vocês bem... juntos ontem. Ele vai vim jantar? - Escuto a esperança na sua voz. O que sempre me deixa com uma sensação estranha.
Meus namoros, tanto curtos quanto "longos", sempre pareceram doer mais em Keny que em mim.
Como se ele soubesse que na verdade, eu quase PRECISO de alguém.

- O que aconteceu não foi nada de mais, Keny. Meu relacionamento com o John acabou já faz um tempo e não vamos voltar. - Digo, tensa. - Mas você não precisa mesmo se preocupar com isso, Keny... - E sei exatamente que soou como " Isso não é da sua conta, Keny", e é totalmente intencional.

- OK. - Diz, e escuto o tom amargo na sua voz, mas ignoro.

- Vai logo trocar de roupa pra a gente não se atrasar. - Digo, pego uma panqueca do prato e vou em direção ao meu quarto.

Quando término de me vestir e pentear o cabelo Keny já saiu de novo. Dessa vez sem me avisar.
Pego minha bolsa e no último minuto me lembro de jogar a garrafa de Vodca fora antes de sair de casa.

- Vão sair hoje? - Pergunto aos meninos quando paramos na frente da escola.
A viajem toda foi feita em silêncio. Acho que Renan também percebeu que o clima não tá muito legal entre mim e Keny, porque também não tenta puxar assunto.

- A gente vai sair sim, tia Kethy, não precisa vir nos buscar. A gente pega um ônibus. - É Renan quem responde. Keny já tem saído do carro sem nem se despedir. - O que tá rolando? - Renan me pergunta quando Keny já não está a vista.

- Ele tá meio sentimental hoje. - Murmuro brava. Mas logo me repreendo. Sei que não é isso. - Ele só tá preocupado comigo, Renan. Mas não precisa! Ele só tá tentando cuidar de mim. Só cuida dele, tá? - Sorriu pra ele.
Renan assente e sai do carro com a expressão confusa, mais sem mais perguntas.

Chego ao trabalho alguns minutos adiantada hoje. O que não me deixa nada feliz. Não importa que horas eu chegue, não vou poder sair mais cedo. O que seria uma bênção em vista que meu humor está péssimo. Cortesia de Keny.

- Bom dia, Srta. Marie. - Escuto Jorge dizer quando chego ao segundo vão de escadas.

- Bom dia, Jorge. Tudo bem? - Me forço a ser gentil. Jorge é um garoto que trabalha como assistente pessoal de Luiz, meu chefe. Se eu sofro com as ordens que recebo por papel, ele sofre bem mais com a ordens pessoalmente. Então decidi que pelo menos ele é um aliado aqui. E mesmo que eu mantenha distância, gosto dele.

- Tudo bem. O Sr. Crane está atrasado hoje. É como uma folga... - Ele me lança um sorriso travesso. Os óculos fundo de garrafa deixando tudo mais hilário.

- Que bom pra você. Duvido que ele tenha esquecida da minha lista de tarefas... - Continuamos conversando sobre essas besteiras até que eu chego no meu andar e nos despedimos.

Começo a fazer meu trabalho como todo dia. Mas hoje à conversa com Keny fica na minha mente o tempo todo. E faço tudo no automático.
As vezes tenho certeza que ele sabe de alguma coisa sobre Ele. Não foi fácil explicar a Keny quando Ele foi embora. E por algum tempo, mesmo que ele nunca tenha dito isso, sei que ele me culpou.
E, bem, a culpa FOI minha. Mas não do jeito que ele acha. Porque tento ignorar sempre que penso que ele possa saber. É impossível, sempre digo a mim mesma.
Mas as vezes, a forma que ele fala, a forma como me olhar. Me faz ter quase certeza que ele sabe de tudo sobre mim.
E isso me dá calafrios. Porque eu posso aguentar o julgamento de todo mundo sobre isso, doeria, mas não me mataria.
Mas Keny?
Eu não poderia viver com qualquer sentimento ruim dele contra mim.
Isso é tudo o que eu jamais conseguiria aguentar.

Minha mente está tão cheia com esses pensamentos que não me dou conta do ruído baixo da porta porta de acesso ao escritório central se abrindo enquanto estou de pé tirando a copia de alguns documentos de costas para a entrada.
Só realmente percebo que não estou mais sozinha quando sinto o leva cheiro de álcool no ar.
Viro de repente o quase derrubo todos os papéis.
Luiz está parado na frente da porta, me observando de uma forma que me dá nojo e medo ao mesmo tempo.

Desde que entrei na empresa percebi que o Sr. Crane me olhava de uma forma diferente. Isso ficou bastante claro logo no começo da entrevista, o que me fez descartar o emprego mesmo antes que ela acabasse. Mas algo na minhas postura deve ter denunciado isso, pós no fim da entrevista o comportamento dele tinha mudado totalmente. Assim, acabei decidindo aceitar o emprego no fim das contas. E comecei a ignorar totalmente os olhares que, depois que comecei a trabalhar, senti que ele me lançava. Ele sempre ficava longe e parecia constrangido quando eu o encarava...
Agora porém o olhar que Luiz tem no rosto é muito diferente. Mas não sei explicar como. Só sei que me assusta.

- Bo-m Dia, Sr. Crane. - Digo, estudando a melhor rota para voltar para trás da minha mesa.

- Bom dia, Srta. Marie... - Ele diz, meio arrastado, passando de forma descarada os olhos por cada curva do meu corpo. - Está bonita hoje... Como sempre. - Diz e dá um passo a frente.

- Deseja alguma coisa, Sr. Crane? - Digo com a voz áspera ignorando o "elogio" e aceitando que não tenho uma rota de fuga daqui. Mas assim que vejo um brilho diferente em seus olhos sei que fiz a pergunta errada. Ele dá outro passo a frente. - Acho melhor... -

- Desejo a senhorita a algum tempo... - Diz chegando mais perto e quanto seu hálito de álcool toma o ar ao meu redor, sinto ânsia de vômito.

- Recomendo, Sr. Crane, que se afaste... - Falo entre os dentes trincados.

- Mas porque? - E antes que eu possa me afastar uma das suas mãos grotescas está em meu seio.
Mas meu próprio movimento é ainda mais rápido que isso.
O som inunda a sala quando minha mão esbofeteia seu rosto. O que não é muito difícil já que ele não é muito mais alto que eu.
A surpresa de Luiz é tão grande que ele tira a mão de mim e da alguns passos para trás, olhando para mim como se não conseguisse entender a situação.

Aproveito a sua confusão e corro para trás da minha mesa, colocando tudo o que é meu na minha bolsa. Minha própria determinação me assusta um pouco, mas não paro.
Assim que acabo vejo que Luiz voltou a me encara, mas não se aproxima. Não consigo adivinhar o que está pensando.

- Eu me demito... - A raiva é tudo o que se pode ouvir na minha voz. - Mas isso vai ficar só entre nós. Para os seus superiores você vai dizer que me demitiu. Quero o seguro desemprego certinho, se não quiser que mais alguém saiba como trata suas secretárias. E vai falar muito bem de mim, não dou a mínima para o que vai ter que inventar mais se eu ouvir o menor rumor que eu sou qualquer coisa menos que uma EXCELENTE secretaria, você pode preparar seu advogado. - Praticamente grito tudo e começo a andar para a porta, por algum milagre sem tropeçar. Mas paro antes de sair... Luiz ainda me encara com aquela expressão estranha, mas vejo um lampejo de medo no seu olhar. - E se por acaso eu souber que fez isso com mais alguma mulher, e acredite, eu tenho como descobrir, vou acabar com a sua vida. - Claro que estou blefando, não tem como eu saber se ele repetir isso, mas me sinto bem em dizer isso. Então saiu e bato o porta o mais forte possível.

Quando término de descer a escada e chego no corredor da recepção, a adrenalina que antes tomava conta do meu corpo já está sendo substituída por uma tremedeira que começa nas minhas mãos mais já está se transferindo para outro lugares do meu corpo.
Mas ainda tenho força o suficiente para jogar meu crachá em cima do balcão e lançar um sorriso enquanto digo "ADEUS" a recepcionista. Que fica com a expressão meio assustada.
Então minhas forças acabam aí, quando entro dentro do carro todo meu corpo treme e uma tontura horrível invade minha cabeça. Fecho a porta e abro as janelas enquanto me encosto no banco e fecho os olhos. As imagens voltam a minha cabeça e meu primeiro reflexo é abrir os olhos e sair dirigindo, ir beber ou fazer qualquer outra coisa para parar de pensar. Mas me impeço assim que percebo que estou em choque. Começo a fazer longas respirações para desacelerar meu coração e quando me sinto um pouco mais calma começo a cantarolar.
Quando a tremedeira já está mais calma abro os olhos e pego um analgésico para acabar de vez com a dor de cabeça. Fecho os olhos novamente e considero ligar para Márcia. Mas a dor de cabeça passa e me sinto boa o suficiente para dirigir.
Então ligo o carro e mais devagar que eu tartaruga manca, começo a ir para casa.

Quando chego ao hotel tenho novamente a ideia de ir até Márcia. Dessa vez não resisto, não quero admitir para mim mesma mais preciso desabafar com alguém.
Uso minha chave para entra no apartamento, jogo minha bolsa perto do sofá menor no meio da pequena e simples sala, que me parece tão aconchegante quanto sempre. Vou direto para o corredor e entro na terceira e última porta, o escritório. Bato apenas uma vez antes de entrar, esse é nosso código para ela saber que sou eu.

- Você está horrível. - Ela me diz com um sorriso carinhoso assim que entro.

- Eu me sinto horrível... - Falo e me jogo na única cadeira a sua frente.
O escritório é pequeno, com paredes, mesa e cadeiras marrons. Uma estante com livros atrás da mesa, uma janela grande sem cortinas de um lado e um retrato colorido que nunca entendi do outro.

- O que aconteceu? - Ela tem expressão despreocupada, mais existe uma tensão na sua voz.
Conto tudo para ela, cada detalhe e sinto a ânsia de vômito voltando quando lembro do hálito de Luiz, e a raiva me consumindo quando lembro de suas mãos em mim. Sinto a súbita necessidade de tomar um banho. Estou suja.

Márcia escuta tudo. Fazendo caretas, grunhindo e por fim sorrindo baixinho do meu discurso.
- Isso é bem sua cara. Foi muito bom. Mas Sabe que se quiser processar ele, podemos fazer isso. Neh? - E ela está falando sério. Me sinto consolada com isso. Mesmo que não tenha a menor chance de eu ir a qualquer tribunal.

- Eu sei. Mas tudo bem, não me sentiria confortável com isso. -

- Nunca vai superar isso Kethy? Não pode carregar esse medo para sempre... - Ele me censura.

- Só mais um ano. -

- Acha mesmo que vai mudar alguma coisa? - Eu a encaro no fundo dos olhos e, como sempre, falo a verdade.

- Eu espero que sim... - Digo e encolho os ombros. Mas antes que ela possa continuar eu lhe interrompo. - Posso tomar um banho? -

- Claro. Vou fazer alguma coisa para comer... - Ela me entende. Sempre entende. Sorriu e saiu tirando a roupa.


Demoro muito mais tempo que o comum para tomar banho, quando saiu meu corpo está ardendo de tanto que ensaboei.
Márcia também não parece surpresa. Dá um beijo na minha testa quando entro na pequena sala do jantar com um robe velho e coloca um prato, do que parece ser macarrão com queijo, na minha frente. Meu estômago ronca alto assim que o cheiro chega até mim, mas antes que eu possa dar a primeira colherada ela coloca um jornal na minha frente.

- Fala a verdade. Quer mesmo viver com o seguro desemprego vindo da empresa desse homem? - Me pergunta.
E eu a olho com um sorriso largo sentindo meu coração esquentar. Ela sabe a resposta.
Provavelmente sabe tudo sobre mim.

- Você sabe que eu te amo, não sabe? - Ela me lança um largo sorriso e me deixa sozinha, com um prato de comida quentinho e a página de anúncios de vagas de  empregos do jornal...
E enquanto procuro um novo emprego sinto aquela doce sensação de seguir em frente…

De novo...


Notas Finais


É isso amores!! 💓
Vou tentar mesmo entregar na próxima data...
Tenham paciência e vão desvendando a Kethy e todo mundo novo da vida dela que já já ELE volta..

XoXo...


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