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História Sentimentos Proibidos - Perdas Acidentais...


Escrita por: SilviaMcMiller

Notas do Autor


Hello Leitores!!!
Olha eu aqui de novo com o segundo capitulo...
Gente, sei que a maioria das fics tem capítulos mais curtos e cheios de informação mas não é minha forma de escrever, por isso entendam que o enredo de cada capitulo é pensado, ajuda com a originalidade e imprevisibilidade da historia...

Boa leitura...

Capítulo 2 - Perdas Acidentais...


Quando o carro para ainda estou abrindo e fechando a boca sem conseguir falar nada realmente. Eu não sei se entendi direito o que Kely falou. Eu não sei se quero entender. Kely sai do carro e bate a porta no mesmo instante que abre a de Keny, mas Ken não faz menção de sair do carro, ele está tão perdido quanto eu.

- Saiam. - Kely tenta soar paciente, não funciona.

Keny sai do carro e eu o sigo devagar demai. Kely bate novamente a porta ligando o alarme do carro e seguindo para a direita, nós o seguimos bem de longe, Ken do meu lado parece estar soluçando, ele parece ter processado tudo primeiro que eu, eu devia está consolando ele, nas não consigo nem mesmo entender porque ele tem que ser consolado.

Olhando para frente descubro que estamos em um hospital, as portas estão escancaradas, à pessoas nos corredores, Kely parece saber exatamente para onde vai. Uma parte da minha mente, a parte não nublada, procura meus pais pelos corredores brancos e não encontra. Passamos por muitos corredores brancos e iguais antes de pararmos em uma sala tão branca quanto todo resto, aqui não tem ninguém além de nós, meus pais não estão aqui, por que estamos aqui então? Kely se senta em uma das cadeiras que não parecem muito confortáveis e suspira passando as mãos pelos cabelos.

- Sentem. - Ele manda com uma voz meio desesperada.

Ken senta, mas eu ainda quero achar nossos pais e não sentar em uma cadeira e esperar, estou cogitando em sair pra procura-los quando Ken volta a se levantar e me puxa pra sentar também. Eu sento, e ele me abraça e começa a chorar. Demora um pouco, mas eu finalmente pareço ter o domínio da minha mente e corpo de novo e o braço de volta passando as mãos pelas suas costas, mas eu não choro, por que ainda não entendi nada.

Muito tempo parece se passar. Kely saiu algumas vezes e trouxe água e amendoim pra nós. Bebo um pouco de água mas forço Ken a comer todos os amendoins, não consigo comer, meu estômago está revolto, assim como meu cérebro.

 

Ken dormiu. Não sei em qual intervalo de tempo isso aconteceu, em um instante ele estava chorando e agora a respiração dele está pesada o rosto relaxado. Isso talvez queira dizer que já faz realmente um bom tempo que estamos aqui, mas não tenho certeza, não consigo me forçar a ter noção do tempo, parece que ele parou um pouco. A respiração de Ken é muito alta, não consigo ouvir nada além dela, indo e vindo, ela é a única coisa que me lembra de continuar respirando, inspirando e expirando. Inspiran...

- Kethylin. - minha cabeça gira rápido demais pra olhar pra Kely e sinto uma tontura. - Você está bem? - ele realmente parece preocupado.

Ele sempre foi um bom mentiroso. Mas a pergunta não deixa de ser interessante. Eu estou bem? Bom, eu realmente não faço ideia. Então eu não respondo, apenas o encaro, e ele me encara, e ficamos nos encarando sem realmente nos ver até que alguém aparecer na porta e chama Kely, finalmente me libertando daquele rio de chocolate. Quero segui-lo e ouvir o que o homem calvo de branco tem a dizer, mas quando tento me levantar os braços adormecidos de Ken me apertam mais. E outra vez eu fico, por Ken.

 

Pareceram passar dois anos antes de Kely finalmente voltar, e quando ele volta tem um expressão totalmente torturada, não consigo proferir as palavras pra perguntar o que o homem disse, mas no fundo da minha mente eu já sei essa resposta.
Ele não olhou nos meus olhos enquanto pegava Ken ainda dormindo, colocava nos braços e começava a andar de volta à os corredores. Devagar, como se estivesse me esperando. Me levantei e fui atrás de Ken, não dele.
Mas na verdade ainda estava esperando que ele na verdade nós leva-se para um quarto ou algo do tipo, onde nossos pais estariam, machucados, mas bem. Só quando já estamos dentro do carro a realidade do silêncio de Kely bateu em mim, me sinto sendo atropelada, eles não estavam em um quarto, só os que estão vivos ficam em quartos.
Então eu comecei a chorar.

Não, nos não éramos próximos, mas a plena consciência de que eles não estão mas aqui, que parecia impossível por que eles estavam aqui de manhã, me fazia sentir totalmente errada. Kely não falou nada enquanto eu choramingava por todo o caminho, e quando o carro finalmente parou na frente da casa dos meus pais não ajudou em nada, minhas lágrimas duplicaram, não consegui mas segurar os soluços. Abri a porta do carro com um solavanco e sai me sentando no gramado. Não podia deixar Ken acordar e me ver assim. Deus, Ken não podia mesmo viver isso.
Kely também saiu do carro, eu ergo o olhar pra ele, a expressão dele é indecifrável. É como se ele não estivesse sentindo nada. Mas, não sei como, posso sentir que ele está mentindo.

- Kethy? - Ken chama de dentro do carro.

Afasto as lágrimas do rosto com as mãos convulsivamente enquanto tento engolir o choro. Não funciona, as lágrimas continuam a rolar sem minha permissão, e eu não entendo porque. Meus pais eram o tipo de pessoas que eu dificilmente já tive medo de perder, não era apegada, mas agora eu sinto que podia ter feito muito mas pela nossa relação.
Quando foi a última vez que conversei com minha mãe? Ou fiz qualquer coisa com meu pai? Qual foi a ultima coisa que eu disse pra eles que os amava?
Eu não me lembro de nada, NADA, significativo. Constatar que minha relação com meus pais sempre foi artificial também não me ajuda a parar de chorar. Mas eu tenho que parar, é por Keny, ele só tem a mim, tenho que ser forte, por ele, sempre por ele. Ken é tudo o que me sobrou.

- Ei, Keny, está tudo bem, a Kethylin está bem aqui. - Ouço Kely dizer enquanto contínuo me forçando a ser forte.

Não consigo força de fato, mas consigo fingir e guardar algumas lágrimas pra mas tarde. Ken sai devagar do carro e quando me vê corre pra mim, me levanto bem a tempo de receber seu abraço e junto todo meu alto controle para não gaguejar.

- Tudo bem, Ken, tudo vai ficar bem. - eu minto enquanto o levo pra dentro de casa comigo.

Levo Ken direto para o quarto dele é o faço se deitar, ele ainda está meio nublado do sono e acho melhor que ele volte a dormir. Quando termino de acomoda-lo quero mesmo ir pro meu quarto e chorar o quanto posso, mas ele não me deixa sair. Então eu tento o distrair.
Eu conto histórias sobre a minha infância, tomando o cuidado de deixar meus pais de fora, conto sobre a escola, coloco um filme, leio um livro, mas ele simplesmente não volta a dormir, isso não me faz desistir, na verdade duvido que qualquer coisa poderia me impedir de continuar aquilo pelo resto do dia. A não ser claro, aquela pergunta.

- Kethy? - Ken me chama no meio da leitura. - Eles não vão voltar, não é? - E isso é a única coisa que ele podia dizer pra me fazer parar.

Meus olhos se enchem de água mas rápido do que eu julgava ser possível, então eu estou chorando de novo, e não acho que vá conseguir parar tão cedo dessa vez, então eu apenas abraço Ken é nós choramos juntos deitados nos lençóis do homem aranha.



Acordo e a primeira coisa que noto é a noite entrando pela pequena janela ao meu lado. Meu nariz está entupido, minha garganta seca e meus olhos inchados. Ken respira calmo ao meu lado, olhar pra Ken é como me olhar no espelho, e me olhar no espelho é como ver meu pai. Minha garganta volta a se fechar e me levanto, da forma mas rápida que posso sem acorda-lo, e saiu do quarto. Me encosto na parede do corredor forçando as lágrimas de volta pra dentro do meu corpo e quando me sinto mas estável desço as escadas até a cozinha para buscar água, mas não vou muito longe.
Do fim da escada eu escuto Kely, e nada no mundo me assustaria mas que o que eu escuto.
Kely, o meu irmão mas velho idiota, ausente, cínico, frio, que nunca ligou pra família e sempre foi o maior egoísta, que dificilmente se importava com algo ao redor dele é que não se importava em prejudicar os outro, aquela mesma pessoas fria que batia boca com meu pai e deixava minha mãe chorando desesperada quando não voltava pra casa por dias, aquele mesmo Kyle estava... CHORANDO?
Voltei a subir na escada as pressas e me encosta nas paredes, minha cabeça girava e cheguei à me perguntar se eu ainda não estava dormindo. Porque aquele cara soluçando na minha cozinha definitivamente não era Kely Neonder.

 

Eu e Ken não saímos de casa dos próximos três dias.

Nós passamos o dia inteiro dentro do quarto um do outro assistindo, brincando, dormindo e comendo e fazendo qualquer coisa pra nós distrair, e evitando a todo custo passar muito tempo andando pela casa, saindo apenas quando era muito necessário, pós tudo nos lembrava dos nossos pais. Ken tem andado muito calado nesses dia. A última vez que eu ouvi ele por mais de dez minutos foi quando ele estava em um dos ataques de choro que ele tem tido frequentemente, eu não consigo faze-lo parar de chorar nessas horas, sinto que perdi totalmente o controle da situação.

Se é que eu já tive algum controle.

Ao contrário de nós, Kely saiu de casa todo santo dia. Ele teve uma rotina estranha esses dias, ele acorda, cozinha pra nós e sai. Não o vi por mais de três segundos desde os soluços na cozinha, não falei com ele nem uma vez depois daquele dia. Hoje é o quarto dia, num dos pouco momento em que Ken esta realmente concentrado na TV eu saio do quarto para pegar comida pra nós, encontro Kely encostado em uma das paredes do corredor. Ele não se dá conta da minha presença, tem a aparência distraída e cansada. A medida que me aproximo paro de presta atenção e volto a ignora-lo.

- Kethelyn.- Ele me chama quando finalmente me nota. - Preciso falar com você. -

- Pode falar. - Não me viro pra encara-lo. Ele suspira.

- Você pode arrumar o Keny para o, o en... enterro? - Finalmente o encaro.

- Eu... Eu não... Você... Não sabia que ...- respiro fundo tentando me controlar. Fecho os olhos.- Claro. Quanto tempo temos? -

- Meia hora. -

- Ótimo.- Volto a andar, não tenho tempo de chegar a porta da cozinha antes dos soluços começarem.

 

Convencer Ken a sair de casa não é uma tarefa nada fácil. E eu realmente entendo ele, mas também entendo que não posso deixar que ele fique em casa, não quando tenho certeza que ele vai se arrepender, então eu encaro o fato de me senti uma cretina horrível por proferir as frases " Essa é sua última chance de se despedir" e " Eles vão ficar muito tristes se você não for" e consigo faze-lo cooperar. Quando terminamos de nos arrumar e saímos, Kely está nos esperando no carro. A viajem até o cemitério é feita em completo silêncio, mas falar não é realmente necessário, a tensão e o cansaço são palpáveis no ar.

 

O carro para na garagem de uma grande casa em tons pastel, metros e metrô de terreno vazio em grama bem aparada se estendem ao redor. Ken agarra uma das minhas mãos e uma das de Kely quando começamos a rodear a casa.

O que encontro lá atrás realmente me surpreende, um grandes toldo esta posto no meio do terreno, de baixo há cadeiras dispostas, muitas delas já ocupadas, duas lindas coroas de flores e dois caixões. Sinto meus olhos ficarem úmidos. Kely nos guia até a primeira fileira com três cadeiras. Antes que eu possa me sentar duas mãos enlaçam minha cintura.

- Eu sinto muito, Kethelina. - Ellen diz com o queixo apiado no meu ombro. Eu a abraço e sinto o tão familiar conforto de está nos braços quentes de alguém conhecido.

Ela se senta ao meu lado segurando minha mão livre toda a cerimônia. Não presto realmente atenção ao que o pastor fala, eu na verdade não escuto nada naqueles minutos onde tudo o que eu vejo são os caixões estendido a minha frente. Agradeço a Deus por estarem fechados, eu não aguentaria vê-los.

Kely, o pensamento surge na minha mente de repente, foi Kely quem organizou isso tudo. Uma onda subta de gratidão me preenche, e eu tenho a reprimir de imediato, isso não muda quem ele é, e eu detesto ele. Ou pelo menos eu deveria detestar. Mas ele arrumou o enterro e chorou, eu estava confusa, eu não conhecia esse menino. Espiu ele pelo canto do olhos, ele parece abatido, mas eu não consigo simplesmente acreditar nele, não em Kely.

Quando a cerimônia acaba nos ficamos de pé, mas não vamos a lugar nenhum pós uma fila de pessoas pra falar conosco se forma. A maioria das pessoas eu só conheço de vista, mas algumas são realmente conhecidas, como Janine, a nossa vizinha, já uma senhora, dona do poodle que deu nome ao meu penteado de sempre, e Victor que me abraça por uns cinco minutos antes de sair, mas pra maioria eu tenho que força um sorriso e um "Obrigado" cada vez que ouço um "Sinto muito". Ellen é a última a falar comigo.

- Não quer mesmo que eu fique? - Eu sorriu de verdade, é a primeira vez que ela usa apenas uma cor e despensa maquiagem, eu devia tirar uma foto.

- Não, Ellen, tudo bem. Até segunda e obrig...-

- Não se atreva a agradecer. Eu sou sua melhor amiga, eu tô aqui com você, sem agradecimentos. - Ela me abraça e beija minha bochecha, então se vai de forma tão rápido quanto veio.

O momento de assistimos os cachões serem enterrados é um pouco constrangedor, Ken está  calado, Kely parece estar em outro mundo, o silêncio é toda a ligação que temos. Volto a chorar quando estamos indo embora, porque agora acabou de verdade, não tenho mas esperança nenhuma.

 

Quando chegamos em casa é que Ken começa a chorar, tento acalma-lo mas não dá certo, e depois de meia hora tentando eu já estou a ponto de me descabelar, então em uma atitude totalmente desesperar eu o convenço a beber metade de um comprimido que meu pai costumava tomar pra dormir, vinte minutos depois Keny está dormindo e eu estou chorando de vergonha.

Fico com medo de acorda-lo então desço e me jogo no sofá da sala com a cabeça nas mãos, não sei por quanto tempo estou chorando quando um lado do sofá de couro afunda e braços começam a me enlaçar. Por reflexo eu o empurro e me encolho de um lado do sofá.

- Que dia-abos pe..nsa que está faze-endo?- Pergunto tentando encara-lo em meio as lagrimas.

- Ajudar. Eu só estou tentando ajudar... - A voz de Kely está torturada.

- Vo-ocê? Te-entando ajuda? Me po-oupe, Kely. -

- Kethelyn, eu não sei como convencer você disso, mas eu mudei, juro que mudei e por Deus, eu quero ajudar. - Sua voz soa desesperada. - Pensa que eu não sinto isso? Que eles se foram? Que eu perdi anos longe deles? pensa que eu não me arrependo de muitas coisas que já fiz? Pós está enganada, Kethelyn. Eu sinto muito. Eu sempre fui um idiota e sei disso, mas não sou mas assim. Acredita em mim, me deixa ajudar. - Eles estande os braços em minha direção e um segundo eu paraliso. Eu lembro de tudo, do quanto ele sempre foi horrível, do quando sempre foi desprezível, e as palavras dele me fazem questionar se eu não morri também. Porque ele não pode está falando isso. Kely não pedi desculpas!!!

Mas ele está pedindo, e por mas que eu saiba que devia odiá-lo e repeli-lo nesse momento, eu não consigo. Porque eu preciso disso. Então eu mando todos os meus receios para os ares e, só por agora, eu aceito o seu abraço.

E me sinto bem...


Notas Finais


É isso Leitores.
Aceitem o período de luto e sejam pacientes.
Até o próximo capitulo...

XoXo...


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