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História Sentimentos Proibidos - Revelações...


Escrita por: SilviaMcMiller

Notas do Autor


Hello Leitores!!!
Eu não disse que esse capítulo ia ter umas revelações?
É, tem 😎
Mas não são sobre a Kethy e o Kely, são sobre os outros personagens ✌
Se bem que tem umas coisas a ver com eles também!!!
São mais umas coisinhas que já tavam aí a um tempo, mas ninguém falava sobre elas...
( Ainda sem net. Ainda sem corretor. )

Boa Leitura...

Capítulo 23 - Revelações...


Quando finalmente chego no estacionamento do prédio, fico surpresa por não ter batido o carro no caminho. 
Meus olhos estão nublados, minha cabeça dói e tudo o que eu quero é dormir pra sempre...

O zumbido na minha cabeça é tão grande que nem preciso usar os fones na viajem do elevador. Chego ao apartamento de Márcia sentindo que vou cair a qualquer momento, demoro umas sete tentativas para conseguir acertar o buraco da fechadura da porta.
Assim que entro me sento no sofá e luto para me livrar dos meus sapatos, não sinto meus pés.
Ouço passos vindo rápido pelo corredor e em alguns segundos Márcia está do meu lado...

- Meu Deus, Kethylin... O que aconteceu? - A encaro, e já vou começar a responder quando vejo em seu rosto. O remorso.

- Voc-cê já sabia... - Digo, minha garganta arranhando e me fazendo gaguejar. Meus olhos se enchem de lágrimas. - Por que fez isso comigo? - Por um momento ela apenas me encara, seus olhos também se enchem de água.

- Kethy, eu sinto muito... Eu não podia deixar que vocês perdessem a lembrança do que viveram. Eu não queria que você desistisse... Me desculpe. - Ela coloca seus braços ao meus redor.
Eu quero empurra-la pra longe, quero xinga-la, mas não quero. O calor do seu corpo junto do meu faz com que o mau estar diminua um pouco.
Passo algum tempo apenas tentando extrair o máximo que posso disso, antes de fazer uma pergunta que me corrói a um tempo.

- Eu não entendo, no começo você era totalmente contra nós e agora, você está lutando pra que isso aconteça, mais que eu? Porque mudou de opinião? - Pergunto por fim fazendo que ela se afaste bruscamente de mim. Não parece que vai falar. - Não acha que eu mereço saber? - 

- Kethy... - Diz depois de vários segundos. - Essa é uma história muito grande... e não, eu não tenho certeza se você quer saber. - 

- Eu quero saber! - Ela suspira. Me olha e volta a suspirar enquanto senta no chão a minha frente.

- Foi a vários anos. Eu tinha 19 anos, ainda morava com meus pais quando eu... - Engoli em seco, como se doesse falar. - Me apaixonei por meu... meu pai. - Ela me encara, mais não estou conseguindo forças nem mesmo para me sentir surpresa. Só consigo continuar ouvindo... - Acho que você, mas que qualquer um, consegui entender sem que eu tenha que explicar. Nós nos amávamos, e eu não tinha planos de deixa-lo... Mas eu fui forçada, depois que... engravidei. Eu já tinha 22 e um emprego, eu não podia continuar em casa ou então alguém descobriria. Eu não podia arriscar acabar com o casamento dele... Então, em uma noite de quinta-feira, todos já estavam dormindo e eu... fugi! Eu fui embora e não avisei a ele nem a ninguém...- Sua voz começa a embarga.- Foi muito difícil no comeco, estar sozinha. Foi nisso que mais me identifiquei com você... - Ela balança a cabeça, como que pra afirmar alguma coisa. - Depois, quando eu conheci Erik, já estava perto de dar a luz. Começamos a conversar e, bom, casamos. Não pelos motivos certos... Acho que você sabe do resto... - Termina com um sussurro quase inaudível.
Meu rosto está novamento molhado com as lágrimas. Ela não olha pra mim... parece envergonhada.

- Então Renan não é filho de Erik! - Ela balança a cabeça, mesmo que não seja uma pergunta. - Ainda não entendo. Se nos entedia... porque ágil daquela forma na início? - Pergunto confusa.

- Eu tive raiva, Kethy. Por vocês terem a chance não tivemos. Eu estava morta de inveja... Eu me envergonho tanto disso... -

- Onde ele está? - Ela finalmente me encara.

- Quem? -

- Seu pai... Onde ele está agora? - Um soluço escapa da sua garganta e uma onda de medo me envolver. - Onde? -

- Meu pai morreu cinco anos depois que sai de casa. Disseram que depois que eu fugi ele nunca mais foi o mesmo. Começou a beber e ficar agressivo. Ele morreu em um acidente de moto... Estava bêbado... - Outro soluço, dessa vez mais forte. 
Não sei de onde tiro a força para me arrastar até o chão e puxa-la pra mim... 

- Eu sinto muito... - Sussurro pra ela e choramos juntas, abraçadas no chão.


Márcia é a primeira a se recuperar da crise, parece bem familiarizada com isso, como se fizesse muito. 
Ela levanta e toma um logo banho, depois me força a fazer o mesmo.
Me largo novamente no sofá, limpa e usando um roupão velho e confortável. Minha cabeça no colo de Márcia, ela tem uma vasilha em brigadeiro de panela nas mãos.

- Nunca mas vamos tocar nesse assunto, ok? - Ela me diz, quando começo a encara-la.

- Ok... - Digo virando de volta pra TV, que passa um filme que não estamos vendo de verdade. - Só quero que saiba que não foi culpa sua! - Digo e fingo assistir o filme. Mas não consigo fazer isso por muito tempo.
Não importa o quando o banho tenha ajudado, minha cabeça ainda lateja um pouco e me sinto uma pessoa atropelada por um caminhão. 
Então em pouco tempo, perco a consciência e caiu no sono.

Quando volto a me acordar tudo está escuro ao meu redor. Levanto um pouco o pescoço para olhar pela janela, está escuro lá fora. Eu dormi a tarde inteira, mas continuo me sentindo cansada!
Pelo menos o enjôo e a tontura se foram.
Sento e me reencosto no sofá. 
Sinto algo macio perto da minha perna. Minha bolsa.
Pego meu celular é os fones de ouvido e coloco Bob Acri enquanto tento relaxar meu corpo.

Já estou na terceira música quando passos pesados soam acima da música, tiro um lado do fone.

- Você acordou... - Keny diz vindo devagar do corredor e sentando ao meu no sofá. - Pensava que estava em coma... - Brinca. Mais parece tenso.

- Eu queria estar... - Digo o encarando, procurando o que há de errado. - Não precisa se preocupar, Keny. Eu estou bem... Só um pouco cansada. -

- Eu sei... - Me olha e sorri um pouco. - É que eu tenho uma coisa pra te dizer, mais não sei se você está bem o suficiente ouvir... - Respiro fundo. Cruzo minhas pernas em baixo de mim, me enrolo ainda mais no roupão e tiro o outro fone.

- Espero que não seja muito ruim. Já tive coisas de mais pra lidar hoje! - Sussurro pra ele.

- Tem certeza? - Me pergunta. Inseguro. Keny não é inseguro.

- Você tá me assustando, Keny, fala logo... - Sorriu, encorajando-o a ir em frente.

- Kethy, Eu... Eu estou namorando... - Ele diz. E um sorriso se abre instantaneamente no meu rosto e já vou parabeniza-lo, e depois repreende-lo por não me contar antes, quando ele completa... - Com... o Renan. -
Sinto, pelo segunda vez no dia, o sangue se esvaindo do meu rosto.

- O que? - E de novo, estou chocada. Meu coração acelera, meu olhos voltam a lacrimejar. Imagens de Keny e Renan juntos entram muito rápido na minha mente, fecho os olhos por causa da nova tontura, sinto as lágrimas escorrendo. As imagens passam como uma apresentação do PowerPoint e me Pergunto, como fui cega o suficiente pra não percebe?

- Kethylin, se isso for de mais pra você eu entendo. Se for repuls... - Ele começa. Ouço a dor na sua voz, e não posso permitir isso.

- NÃO... - Digo abrindo os olhos. - Não é isso Keny. Eu sou sua irmã... - Me arrasto pra mais perto dele no sofá e coloco as mãos em cada lado de seu rosto. - Você já é quase um adulto, sabe o que quer. Eu não estou aqui pra te julgar... Eu respeito as suas decisões. Estou feliz se você também estiver... - E eu o abraço apertado sentindo que, por poucos segundos, ele voltou a ser meu Keny de onze anos...

- E porque está chorando, K? - Me pergunta retribuindo o abraço por um segundo antes de me fazer deitar sobre ele. - Qual o problema? -

- Keny... Eu fui uma pessoa ausente? - Pergunto com a voz embargada. - Teve algum momento em que você se sentiu sozinho? Algum momento em que pensou... - E a pergunta me rasga só em pensar em faze-la. - que seria melhor ter ficado com... Kely? - Pronunciar o nome dele me quebra ao meio.

- O que? - Keny levanta meu rosto pra me encara, parece surpreso. - Kethy, olha, é claro que eu senti falta dele. Ele era o mais perto de uma figura paterna que eu tinha e ele foi embora no momento em que eu tinha me apegado a isso... No momento em que eu tinha perdido nossos pais. Então, eu senti falta sim. Mas não tem um momento da minha vida que eu tenha pensado que ele poderia ter cuidado melhor de mim... Não dá pra pensar em crescer sem ter de você! - Ele beija a minha testa. Isso me acalma, assim como o discurso, e nós ficamos calados por um tempo, ainda juntos, até que eu estou recuperada.

- Eu sei que você não entende muito sobre ele ter ido embora, Keny, mais... -

- Foi culpa minha, não foi? - Ele pergunta, com um nível repentino e extremo de remorso na voz.

- Não, Keny, as coisas são complicadas, você não entenderia... - Começo.

- Eu entendo, K. -

- Não, Keny, você não entende, eu sei, mas... -

- Eu sei sobre você e Kely a vários anos... - E então ele finalmente consegui me calar. O pouco sangue que já tinha voltado ao meu rosto volta a se esvair. Me pergunto se isso é normal enquanto me levanto e me afasto o máximo que posso de Keny, em cima do sofá. O encaro aterrorizada. - Vocês pensavam que eu não percebia, mais um garoto de onze anos não é tão ingênuo. Eu sabia de vocês, nunca falei nada por que sabia que vocês não queriam que ninguém soubesse. Eu já tinha alguma noção do quanto não era uma relação tradicional. E, antes dele ir embora, vocês estavam tão bem... Então eu pensei que, talvez, a culpa pudesse ser... Minha? - E eu vejo o seu olhar, um entendimento estranho que só agora percebo, vi várias vezes em seus olhos durante os anos mais nunca prestei atenção de verdade.
Nunca pensei que seu conhecimento chegasse a esse ponto.

- Você não e-está com rai-iva, ou se sentin-ndo com noj-jo de "nós"? de mi-im por isso? - Pergunto, meio engasgada. Com medo da resposta.

- Não, Kethy. Digamos que eu também não seja muito tradicional... - Me lança um sorrisinho cúmplice, mas vejo a culpa em seu olhar. Então me forço a acreditar nele e me aproximo, colocando novamente as mãos em seu rosto.

- Ken... - Não o chamo assim a um bom tempo. Ele percebe, vejo em seus olhos iluminados... - A culpa foi toda e exclusivamente minha! - Digo. E isso me fere mais que qualquer coisa. Porque, no fim, essa é a verdade que eu nunca quis encara. Sinto as lágrimas descendo novamente dos meus olhos e um soluço, já conhecido, subindo pela minha garganta. - E eu sinto muito... - O solto e me enrosco em um lado do sofá enquanto todas a imagens daquela última noite invadem minha mente.
Mais não só a parte em que sou uma idiota e tomo uma decisão ridícula e, totalmente sem sentido. Lembro de antes, como se estivesse acontecendo nesse momento, no elevador, quando Kely me beijou e eu senti o quando ele me amava. Lembro mais atrás, quando ele olhava pra mim e eu sentia que qualquer problema do mundo era minusculo. Lembro de dormir e acordar em seus braços, sua cama, com seus beijos... E lembro daquela primeira noite, nossa primeira vez, ele dizendo que me amava. Que aquele foi um dos pontos mais altos da minha vida.
Tudo isso sendo comparado ao grande Nada de Sentimentos que vejo quando lembro do seu olhar atual pra mim...
E então eu volto a sentir o grande buraco no meu peito que eu passei a ignorar nos últimos anos.
A saudade que, claro, eu nunca parei de sentir...

Assim que Keny vê que não vou parar de chorar tão cedo, ele chama Márcia para me ajudar.
Ela ajuda. Ela sabe exatamente como fazer isso.
Fez isso praticamente todo dia, a um bom tempo atrás.
Ela me força a levantar e me empurrar para o banheiro, me ordena a tomar outro banho frio, depois me força a vestir uma roupa pesada dela e me arrasta com os cabelos desgrenhados até a porta.

- NÃO COMAM A COMIDA TODA!!! - Márcia grita para os meninos, antes de bater a porta.

Descemos pelas escadas até o térreo e saímos andando pelas ruas escuras e frias.
Caminhamos por um bom tempo, para nenhuma lugar em especial. A esse ponto eu já estou mais calma, não choro nem sinto mais nenhum mal estar... Só continuo a sentir o vazio no peito que eu duvido que vá conseguir voltar a ignorar.
Chegamos até a praça, que está razoavelmente vazia, e nos sentamos no banco mais próximo.
Ela não passa nem mais um segundo calada...

- Temos que falar sobre seu trabalho... - Anúncia sem me olhar. 

- O trabalho? Eu não posso voltar lá, Márcia. No sei como não desmaiei hoje... - Digo com a voz rouca, a garganta aranhando.

- Então não gostou do trabalho? - Me Pergunta, decepcionada.


- Não, não é isso... Eu gostei muito, o modo de organização, as pessoas... Tudo é ótimo... Mais, Kely... - Suspiro, sem conseguir terminar.

- Não pode sair de lá por causa disso... - Protesta.

- E por causa disso que não posso voltar lá! - Ela me fuzila com o olhar.

- Como ele é? - 

- Ele é meu... Irmão Márcia! Não posso trabalhar com ele! - Não consigo me forçar a falar o que quero.

- Não estou perguntando isso, Kethy... Estou perguntando como o Sr. Masel é! Não como irmão e NÃO COMO EX NAMORADO... Como seu chefe? - 

- E tem alguma diferença? - Pergunto deprimida.

- Claro que tem!! Agora veja pelo lado profissional e me diga como ele é!? - Puxo da minha mente, e tento pensar só por esse lado. Mesmo não querendo.

- Ele é... Perfeito. - Decido por fim. - Ele é profissional, polido, respeitoso, cavalheiro? Mais o que importa? Ele é frio, sarcástico, crítico e... - Novamente perco o controle.

- Não, Kethy. Está saindo da linha de pensamento... Você acabou de me descrever um ótimo patrão! Isso é tudo do que precisa para voltar lá. - Ela me interrompe, me puxando pelos ombros para que eu possa encara-la. - Tem que concordar comigo que, você tem mais motivos para voltar lá que pra desistir... Você precisa do dinheiro, você gostou do trabalho, você tem um BOM chefe... Então, agora, me diz que não vai desistir! Diz! - Ela arregala os olhos de forma persuasiva.
E eu penso, e penso, e penso em um motivo maior para não aparecer lá amanhã...
Mas não tem!
Nada além do meu medo e, refletindo bem...
Já perdi coisas de mais para o meu medo!
Então, mesmo sabendo que isso vai custar muito caro, concordo em voltar lá amanhã...
E enfrentar o monte Everest que eu mesma criei...


Notas Finais


Acabou, gente...
Mais já tô trabalhando no próximo!!!
E aí, sobre as revelações? Alguma coisa sobre o que já desconfiavam?
Comentem pra mim 👍❤

XoXo...


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