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História Sentimentos Proibidos - Vícios...


Escrita por: SilviaMcMiller

Notas do Autor


Hello Leitores!!!
Uffa... 🙃🙃🙃
Quase não consegui postar hoje gente, que correria... 🍃🍃🍃
É que essa é a semana de fechar as notas antes das ferias de são joão aqui e tá tudo uma corrida na escola...
Por isso não vou nem colocar uma data próxima na previsão. 😏😏
Vai que eu não consiga cumprir!!! 😁
Mas vou tentar madrugar pra escrever!!! 😁😁

Boa Leitura...

Capítulo 29 - Vícios...


Devagar, meu olhos começam a se abrir.

Desperto como se estivesse atravessando algo como uma neblina, embaçado porém fácil de transpor. A sala esta iluminada demais e por um momento tenho que voltar a fechar os olhos, mas dessa vez o processo não é doloroso. Na verdade percebo que nada mais doí, nem os olhos, nem a cabeça. Só uma sombrar leve do cansaço pousa sobre meus membros.

Mal abro os olhos e ouço passos se afastando...

- Ela esta acordando... - Alguém fala longe, e depois ouço os mesmos passos voltarem.

Antes que eles cheguem até mim novamente, mãos quentes pousam sobre o meu braço.

- Kethy? - Olho para cima e encontro o rosto preocupado de Márcia. Mas percebo que parece mais descansada.

- Oi-i... - Digo, e percebo que minha garganta esta seca. Viro o rosto de lado, procurando o copo que Keny deixou sobre a minha cabeceira, mas não o encontro.

Nem o copo, nem a cabeceira, nem minha parede recém florida... Tudo aqui esta terrivelmente branco. Só então começo a sentir o ar mais frio, o cheiro de cloro. Ouço vozes no corredor...

- Onde estamos? - Pergunto a Márcia, que ainda tem a mão sobre o meu braço.

Keny chega perto de mim, do outro lado da cama, no exato momento em que percebo a agulha que esta enfiada na minha veia. Começo a ficar nervosa.

- Você não se lembra? Você desmaiou hoje pela manhã e o Ken... - Ela começa a relatar, falhando terrivelmente em me distrair.

- É só um hospital Kethy, estamos aqui!! - Keny a interrompe, vendo o medo no meu rosto. Ele segura minha mão, e eu relaxo um pouco, mas não totalmente.

Eu não venho a hospitais, a menos que me arrastem inconsciente, como é o caso. Parei de vir desde que meu pais morreram atrás de uma dessas imaculadas portas branca. Não consigo me forçar a crer que ele podem me ajudar e as vezes me pego tendo medo de que me matem, sempre que fico doente sempre pago um atendimento em casa, apenas para não ter que provar minha teoria. Que não faz muito sentido já que os médicos que vão na minha casa, são os mesmos que atendem em hospitais, mas não ter que vir me deixa mais tranquila.

- Que ho-oras são? - Pergunto, tentando eu mesma me distrair.

- Quase uma hora... - Márcia diz depois de olhar o pulso.

- E já não devia-amos ir pra casa? Já aco-ordei, estou bem!!! - Tento sorrir, mas até minha boca esta meio cansada.

- Pode buscar água pra ela? - Keny pergunta a Márcia, me ignorando por um minuto. Ela assente, beija minha testa e sai. - Não, não podemos... - Começa assim que ela sai. - O medico ainda esta esperando o resultado dos exames de sangue. Ele pediu com urgência, então daqui a pouco devem esta saindo, já que faz horas que ele mandou as amostras. Saímos daqui assim que ele disser que você esta bem... - Diz, decidido. Até parece que ELE é o irmão mas velho.

- Tiraram sangue de mim? - É tudo o que pergunto. Ele sorri e também dá um beijo na minha testa. Relaxo mais ainda.

 

Quando Márcia volta a entrar Renan esta com ela, os dois sorriem pra mim, mas suas expressões estão estranhamente fingidas. Como se estivessem escondendo algo.

Renan dá um beijo em minha bochecha e sussurra:

- Que bom que acordou... - Antes de puxar Keny pela cintura pra um canto do quarto e começar a dizer algo no ouvido dele.

Assim que começo a observar, Márcia se põe a minha frente, tampando minha vista.

- Água? - Oferece, com a clara intenção de desviar minha atenção.

E consegue, pego o copo de água e bebo. Sinto minha garganta tão seca quanto o Saara.

- Kethy, eu vou resolver uma coisa e já volto... - Keny diz, parando ao lado de Márcia. Me lança um sorriso forçado antes de sair sem me dar tempo para perguntas, Renan vai com ele...

- Ana foi ter o bebê, sabia? - Diz, assim que começo a abrir a boca atrás de informações. E mais uma vez ela consegui minha atenção.

- Serio? Quando? - Pergunto, lembrando de Ana e sua enorme barriga. E me xingando por ter visto tão pouco ela nós últimos dias.

- Andrie ligou enquanto trazíamos você! - Diz.

- Maldita hora pra adoecer! - Xingo. E Márcia sorrir.

- Ela vai entender... - Tenta me tranquilizar.

- Eu sei. Mas ainda quero estar lá nesse momento... - Faço bico. Ela se cala por um momento, mas rapidamente volta com outro assunto. Sei que esta tentando me impedir de pensar. Mas a cansaço dos meus ossos pesa um pouco até na minha cabeça e, em algum momento, eu esqueço do que queria falar...

 

Quando Keny volta a entrar no quarto, sem Renan e quase uma hora depois, um homem de jaleco branco vem com ele.

- Srta. Neonder... - Fala assim que para as pés da minha cama. - Parece melhor. Como se sente? - Pergunta, com ar de quem sabe tudo sobre minha vida, enquanto anota algo na sua prancheta.

- Pronta pra ir pra casa... - Digo, mas não soa muito melhor que antes já que meu nariz também esta entupido. Ele me olha e sorri, um sorriso amarelo.

- Pelo que seu irmão me contou, não é surpresa nenhuma que essa seja sua resposta... Mas preciso lhe contar algumas sobre sua saúde... - Nesse momento uma estrada súbita e barulhenta o interrompe. Sinto uma pontada no peito e isso me faz fechar os olhos.

- Pode me dar mas água? - Pergunto a Márcia, mas na verdade queria perguntar porque Renan demorou tanto pra voltar.

Ela a ergue um pouco e ainda com os olhos fechados eu tomo dois grandes goles. Só então abro os olhos e subitamente me engasgo...

Não é só Renan que esta aqui...

- O que tá fazendo aqui? - Pergunto, cansada de mais até pra soar magoada ou surpresa.

- Eu ligei para a empresa avisando que você estava no hospital, ele deu jeito de nos encontrar. Mas vou dar um jeito de me livrar dele... - Keny diz, com uma voz nada amigável. E começa a contornar a cama vindo na direção de Kely que agora esta ao meu lado.


- Eu não vou a lugar nenhum... - Kely diz com a voz fria.


- Ha, mas você vai... -


- Keny, para. - Ele para no meio do caminho e me olha, surpreso. - Agora... - Lanço um olhar de repreensão pra ele antes de virar para Kely.


- Você não devia esta aqui... - Minha voz soa mais triste do que eu pretendia.


- Não vou embora até saber o que você está bem... - Diz, firme. Olho no fundo dos seus olhos e o que vejo me convence que o que ele diz é verdade. E quero perguntar porque ele se importa... mas não pergunto. Porque eu não quero criar esperanças, não quero me importar...
Então dou de ombros.

- Apenas não atrapalhe, eu quero ir pra casa logo... - Uso a voz mais indiferente que consigo e então, com dificuldade, desvio o olhar dele e volto ao medico, que nos observa de boca aberta.

- Pode continuar agora... - Mas não estou muito segura disso, não quando Kely esta aqui.

- Ah, Claro... - O medico diz quando finalmente sai do transe. - Onde estávamos... Sim, seu estado de saúde... Bem... - Me encara e sorrir, mas não é um sorriso de verdade... - Vamos começar com as coisas mais aparentes? O desmaio. Bem, a senhorita teve um ataque de sincope. Provavelmente causado por algum grande estresse... - Eu concordo com a cabeça, e sinto Kely abaixar a cabeça e suspirar ao meu lado. Keny bufa, com Renan ao seu lado, e Márcia aperta de leve minha mão.
- Bom, isso é o de menos. A senhorita vai se recuperar rapidamente. Quase sem tratamentos o corpo se recupera dessas perdas repentinas de consciência... Mas no seu caso, o seu corpo vai precisar de um pouco de ajuda... Senhorita Neonder, costuma beber? - Pergunta de repente, e eu e Kely nos sobressaltamos um pouco quando diz o meu sobrenome.
Assinto com a cabeça, mas ele já sabe disso. - Com frequência? - Novamente concordo. - Em excesso? - E dessa vez eu exito, não por não saber a resposta, mas por receio de responder.

- Sim... - Sussurro depois de um bom tempo, e sinto os olhos de Kely e Márcia queimando no meu rosto. Mas Keny não parece surpreso...
O medico assente.

- Isso é exatamente o que seus exames dizem. Essa é uma das minhas primeiras recomendações, a senhorita não esta autorizada a beber. Por causa da bebida a senhora esta com inicio de anemia e com uma leve pneumonia, e sua imunidade esta baixa. - Joga tudo em cima de mim.

- O que? - Pergunto, incrédula. E sinto outra pontada no peito. Levo a mão até o ponto.
Ele aponta para minha mão.

- As dores no tórax, as náuseas, a fraqueza... É a pneumonia. Ao mesmo tempo a fraqueza, o incomodo na visão que também já dever ter sentido, os enjoos... a anemia que é consequência da baixa de imunidade. - E para, esperando que eu absorva as informações.

 - Não vou ter que ficar aqui, vou? - É o que mais me preocupa. Não é como se estar doente me surpreendesse, não é uma grande novidade que eu não tenho cuidado de mim mesma e que venho me sentido mal a algum tempo.

O medico olha pra mim como se eu fosse uma criança birrenta.

- Não, srta. Neon... -

- Marie, srta. Marie... - O interrompo antes que o ar entre mim e Kely fique denso o suficiente para me sufocar.
Ele dá uma olhada na prancheta.

- Se preferir... Não srta. MARIE, não vai precisar ficar. Mas vai pegar uma semana de atestado, repouso intenso. Uma semana na cama, seguindo a risca a receita e saindo apenas por necessidade e para tomar um pouco de sol pela manhã. - Termina, voltando a rabiscar na prancheta.


Assim que termina manda todos os homens saírem e chama uma enfermeira para me ajudar a trocar de roupas. Só nesse momento percebo o quanto devo esta horrível dentro de uma roupa de hospital, descabelada e pálida... Mas quando olho para a porta só consigo ver o rastro das costas de Kely desaparecendo.

O processo de me vestir e demorado. Meu corpo esta tão fraco que mal consigo ajudar Márcia e a enfermeira. E enquanto me esforço pra isso, a dor no peito fica quase insuportável, os enjoos e a dor de cabeça voltam, sinto um gosto margo na boca e acabo vomitando litros de água antes que a enfermeira me dê três comprimidos que me deixam meia dormente.
Como se não bastasse, me colocam em uma cadeira de rodas para ir até o carro. Faço cara feia o caminho inteiro, mas não reclamo. Tendo em mente que eu não conseguiria ficar em pé de qualquer jeito...
Porém não importa tanto, não vejo mais nenhum sinal de Kely antes de cair no sono, no colo de Renan, no banco de trás do carro.

Renan me acorda assim que o carro para. Pra subir para o apartamento cada um sustenta um lado do meu corpo enquanto Márcia vai na frente.
No elevador, o remédio me deixa tão grogue que se me sinto enjoada realmente não percebo.
O silêncio se mantêm absoluto entre nos até o momento que o elevador para no meu andar.
Márcia para a minha frente e os meninos rapidamente fazem o mesmo, me parando também.


- Precisamos conversar... - Márcia diz me encarando. 

Suspiro.

- Não pode ser lá dentro, sinceramente gente, eu estou doente... - Faço bico, mas realmente me sinto mal.

- Não, assim que entrarmos pela aquela porta, você vai dormir até próximo mês... Mas precismos te falar uma coisa... - Diz, firme na decisão de me torturar... - O medico falou com os meninos antes de sairmos... - Fala, grave.

- O que, eu tô morrendo? Porque é exatamente como me sinto... -

- Kethy, sobre a bebida... -

- Me levem pra casa agora, isso é assunto meu... - Falo, perdendo o resto do bom humor e ficando tensa.

- Kethy... Isso é um vicio, precisar de ajuda não é vergonha. Ele disse que se você quiser entrar em um grupo... - Ela tenta continuar, paciente.

Mas volto a interrompê-la.

- Não, não é um vicio. Isso é algo com que tenho que lidar. E vou. Eu sei que posso... Vou resolver isso... - Ela demora um pouco, mais volta a abrir a boca, provavelmente com mais um discurso. - Se eu ver que não consigo, se eu recair, eu peço ajuda. Juro que falo com você na mesma hora... Mas eu quero tentar cuidar disso, Ok? Me deixe apenas tentar... - Sussurro por fim.

- Vai me falar no exato momento em que perceber? - Pergunta, mas sei que vai ceder independente da resposta.

Ainda assim eu assinto.

- Tudo bem... - Suspira, e volta andar.

 


Os garotos me carregam até o quarto e depois Márcia me ajuda a tomar um banho. Bem, na verdade ela é quem da o banho em mim. Depois me veste com uma blusa de algodão vermelha de mangas compridas, e uma calça de couro preta e folgada. Quase morro de frio quando saiu do banheiro, e só volto a me sentir bem depois de me enrolar em baixo do edredom.
Márcia me da mais um comprimido antes de sair do quarto e me deixar pra dormir...
Mas não durmo imediatamente, eu fico pensando...
Não, a bebida não é um vicio pra mim. É um escape, uma saída fácil pra dias difíceis.
Mas não uma necessidade...
Ainda assim, penso, eu tenho vícios.
Sou viciada no passado.
Sou viciada em me culpar.
Sou viciada em machucar a mim mesma.
Eu sou viciada em sofrer de mais, e em algum ponto até querer isso.
Eu sou viciada em dizer que mereço...
E esses vícios são os piores.
Porque esses quebram as pessoas de dentro pra fora.

E antes que o remédio me leve para a inconsciência eu decido...
São esses vícios que tenho que combater...


Notas Finais


Então é isso amores... 😍😘❤
Cuidados com os seus próprios vícios 😉😉
E até o próximo...

XoXo...


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