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História Sentimentos Revelados - O incidente


Escrita por: LeticiaImagina

Notas do Autor


Não podemos nos esquecer do nosso bom e velho " Draaaaamaaaaaaa"
Espero que gostem "Little Dreamers"
Bjus. L

Capítulo 17 - O incidente


Fanfic / Fanfiction Sentimentos Revelados - O incidente

Diana

  
Me apoio sobre os cotovelos com um irritante zumbido ecoando em meus tímpanos, sinto algo escorrendo por minha testa, nem preciso passar a mão pela mesma pra saber que me cortei. Me levanto e observo o carro de Layla em chamas, meio cambaleante vou até o mesmo, nenhum sinal de minha colega, olho para o canto escuro mais adiante e vejo uma "massa escura" disposta em uma posição nada comum e nenhum pouco confortável. Corro em sua direção, me abaixo e sinto um grande aperto em meu coração. Layla, ou o que restava dela, tinha tido o corpo quase que completamente carbonizado, eu realmente não sabia o que fazer, minhas mãos tremiam e eu estava por um triz de entrar em choque. 
  Escuto um chiado, que logo noto ser uma respiração. "Por Hera!"-penso. Layla ainda estava viva, não consigo acreditar, agradeço silenciosamente aos Deuses por esse milagre. Mesmo sem saber o real grau de seus ferimentos, levanto sua cabeça delicadamente e a coloco sobre meu colo. Escuto os sons de dor e desespero de Layla e me recuso a chorar.
- Ahn... D-Di-Diana.-gagueja Layla num fio de voz.- E-eu vou...
- Shhh, você vai ficar bem, a ajuda já está a caminho.-digo tentando soar o mais calma possível.
- M-mi-minhas f-fi-lhas...
- Poupe sua energia, vai ficar tudo bem, tenha fé.-digo tentando acalma-la.
  Não demora para que pessoas apareçam e nos cerquem, todos estão chocados, a maioria acredita que foi um atentado, mas se soubessem qual era a real causa de tudo isso... Escuto o som das sirenes, sem dúvida eu estaria nos noticiários dessa semana. "Droga"-penso. A ajuda médica, a polícia, esquadrão anti-bombas, e a indesejada imprensa chegam num estardalhaço que só eles sabem fazer. E logo Layla já está dentro de uma ambulância a caminho do hospital. Todos ali sabem quem eu sou, então em segundos estou rodeada por jornalistas fervorosos.
- O que aconteceu embaixadora?-pergunta um.
- Foi um atentado?-diz outra.
- Esse evento tem alguma relação com o atentado da festa da ONU?-diz outro.
- Sem mais perguntas pessoal.-diz uma policial transpondo o grupo de jornalistas que me cercavam.- A embaixadora precisa de um tempo para se recuperar.-diz ela me puxando pelo braço e me tirando dali rapidamente.
  A policial me leva para uma área montada para atender as pessoas que haviam se ferido levemente. Fico sentada na parte traseira de uma ambulância esperando, fiz questão de que atendessem todas as pessoas mais feridas primeiro, eu não tinha me machucado seriamente, então não tinha necessidade de eu ser atendida como prioridade. Meu celular vibra no bolso da calça, o pego e vejo a foto de Helena brilhando na tela.
- Oi.-digo num suspiro.
- Diana?! Graças a Deus.-diz Helena aparentemente aliviada.- Vi o noticiário, o que aconteceu?
- Nem eu sei.-minto.- Foi tudo muito rápido.
- Entendi, mas o importante é que você está bem.
- Obrigada.-digo.
  Nos falamos mais um pouco, para em seguida nos despedimos e finalizamos a ligação. Espero mais alguns minutos até que um paramédico aparece, ele me examina e diz que o corte foi superficial, e que não preciso me preocupar. Ele finaliza limpando e colocando um curativo sobre o corte e me libera. Antes de voltar pra casa, a policial me faz algumas perguntas e depois de 10 minutos estou dentro do meu carro rumo ao hospital. Chegando recepção pergunto por Layla, e a atendente me informa que ela está em estado grave e passará dor diversas cirurgias. Pergunto se a família dela já está presente no local e ela me diz que sim, então vou ao encontro deles. Na sala de espera, vejo um homem que não aparenta ter mais de 30 anos, é Chris, marido de Layla, sentado em uma poltrona com as mãos entrelaçadas sobre o colo e com o rosto completamente vermelho. A sua frente no sofá, estão duas meninas, uma que aparenta ter uns 5 anos e a outra que parece ter 11, ambas seguram bichinhos de pelúcia, a mais nova segura um ursinho marrom e a mais velha um coelhinho branco. A mais nova parece não saber muito bem o que está acontecendo, mas a mais velha tem um semblante triste e preocupado, e segura a mão da irmã firmemente. Quando notam minha presença, as meninas olham para o pai que em seguida olha pra mim e se levanta.
- Embaixadora eu...-diz o homem se levantando.
- Diana, me chame de Diana.-digo calma.- Sinto muito pelo que aconteceu, eu realmente nem sei o que dizer.-abaixo a cabeça.
  Ele assente com a cabeça como quem também não sabe o que dizer.
- Como ela está?-pergunto preocupada.
  Chris olha para as meninas que ainda permanecem olhando  pro nada e depois faz sinal com a cabeça para que eu o acompanhe para fora da sala. No corredor, encosto a porta para que as crianças não nos escutem, Chris está muito abalado, de modo que fico em silêncio, dando tempo para ele decidir se quer conversar comigo ou não.
- A Layla, ela...-diz ele com a voz trêmula.
- Calma, respira.-digo tocando seu ombro de forma acalentadora.
- Ela... Teve 65% do corpo queimado, e terá que respirar com a ajuda de aparelhos.-diz ele contendo as lágrimas.- Os médicos disseram que realmente é um milagre que ela tenha sobrevivido, mas também disseram que a vida dela ainda está por um fio.-diz ele abaixando a cabeça.
- Ela vai se recuperar Chris, Layla é uma mulher forte.
- Eu sei, mas você não sabe o que é o medo de perder a pessoa que você ama.-diz ele me olhando e fazendo uma pausa.- O que mais me preocupa são as meninas, elas não merecem passar por isso, são apenas crianças, não deviam ter que ver a própria mãe lutando pela vida.
- Olha Chris, queria que tivesse sido eu no lugar dela, de verdade.- eu não estava mentindo, se tivesse sido eu, toda essa situação não estaria acontecendo.- Mas saiba que o que precisar... Pode contar comigo, você, Liz, Lena e a Layla.
- Obrigada Diana, muito obrigada.-diz ele entre lágrimas.
 O abraço, ninguém deveria passar por uma situação como essa, o que só faz com que eu me sinta cada vez pior. Pergunto se posso conversar com as meninas e ele diz que sim. Entro na sala e Lena, a mais velha, me encara, ao me aproximar noto que Liz, a mais nova, aperta o ursinho contra o peito. 
- Quem fez isso com a mamãe?-pergunta a mais velha.
- Eu ainda não sei meu bem, mas vamos descobrir.-digo me abaixando para ficar na altura delas.
- A mamãe vai sarar do dodói?-diz a mais nova com sua doce e meiga voz infantil.
- A mãe de vocês é uma mulher forte, vai sarar logo.-digo sorrindo docemente.
- Queria que ela fosse igual a Mulher Maravilha, aí ela nunca mais ia se machucar.-diz Lena.
- Aí ela ia levar a gente pra escola voando.-diz Liz.
- Verdade.-digo sorrindo por causa do comentário inocente.- Mas a mãe de vocês também tem superpoderes.
- É mesmo?-diz a mais nova franzindo o cenho.
- Sim, ela sabe quando estão com sono, com fome, quando precisam ir dormir...
- ...Quando temos que tomar banho.-completa a mais velha.
- Exatamente.-digo rindo.- Toda mãe é uma super heroína, elas tem poderes que os filhos não conhecem.-sussurro.
  Ambas sorriem, e eu retribuo, digo a elas que se precisarem de algo, que podem falar para o pai, que ele me passará o recado. As abraço e me despeço das duas. Ao me levantar vejo Chris encostado no batente da porta, de braços cruzados nos observando com meio sorriso nos lábios.
- Muito obrigada mais uma vez.-diz Chris.
- Não precisa me agradecer.
  Nos abraçamos e nos despedimos, dirijo tensa, a imagem de Layla sendo consumida pelas chamas não sai de minha cabeça, eu tinha que dar uma basta nessa situação, mas o problema era que eu não sabia como encontrar Circe, era sempre ela que me encontrava, e sempre de maneiras nada agradáveis. Quando chego no estacionamento, demoro a sair do carro, pois sinto uma vontade imensa de chorar. Por Hera! Eu quase deixara duas crianças sem mãe, as feições delas jamais sairão da minha mente. Me curvo sobre o volante e sinto as lágrimas rolando pelo meu rosto. Por alguns segundos só consigo ficar ali, parada, chorando em silêncio, parecia que minha vida estava num constante e enorme looping, me deixando totalmente sem controle da situação. Eu não queria chorar, mas nas atuais circunstâncias, estava cada vez mais difícil de não fazê-lo. 
  Depois de 5 longos minutos, aos poucos vou voltando ao normal e me recompondo, enxugo meu rosto, respiro fundo e finjo que não fiquei chorando durante os últimos minutos. Pegos as compras e me encaminho lentamente para o meu apartamento. Destranco a porta e entro, do corredor vejo uma figura sentada em meu sofá, o que me deixa em completo estado de alerta. Está escuro, o que dificulta um pouco minha visão, mas antes que eu possa fazer qualquer coisa, o abajur sobre a cômoda ao lado do sofá é aceso me revelando que é Bruce sentado ali.
- Mas o quê você tá fazendo aqui?-digo atônita.- Como entrou?-coloco as compras sobre o aparador.
  Minha tristeza desparecera quase que por completo depois desse "susto".
- Como eu entrei não importa, você está bem?-pergunta ele se levantando e vindo em minha direção rapidamente.- Vi o noticiário.
- Eu estou bem.-digo colocando minha bolsa sobre o aparador também.
- E o que é isso?-diz ele apontando para o curativo no canto de minha testa.
- Foi só um arranhão.-digo tirando o curativo e revelando a ferida já cicatrizada.- Viu só? Não foi nada demais.
- Está bem mesmo?-diz ele cruzando os braços.
- Eu estou.-minto, não iria contar a ele sobre a foto com a mensagem, o aviso antes do carro de Layla explodir, nem nada. Não precisava, ou melhor, não queria que ele se preocupasse ainda mais.- Mas não posso dizer o mesmo da minha colega.-digo abaixando a cabeça.
- Sim, eu vi, sinto muito.-diz ele em um tom de ressentimento.
- Eu realmente quero que isso termine.-digo também cruzando os braços.- Essa situação já foi longe demais.
- Entendo.
- Mas o problema é que nem eu sei o que fazer.-digo me balançando pra frente e pra trás.
- Não se preocupe.-diz Bruce se aproximando ainda mais e me abraçando em seguida.- Vamos dar um jeito nisso.
  Retribuo o abraço e ficamos ali por alguns segundos, Bruce conseguia fazer com que eu me acalmasse sem fazer o mínimo esforço, e isso era ótimo.
- Mas sério.-digo quebrando o silêncio e o encaro.- O que está fazendo aqui?

Bruce

Eu queria saber como você estava, e como te ligar seria arriscado...-digo calmamente.
- Hn.-diz ela
- E tem mais uma coisa.-digo respirando fundo.
- O quê?
- Vim te fazer um pedido.-digo ainda a abraçando e prendendo a respiração.
- Que pedido?-diz ela em dúvida.
- Não vá nessa viagem Diana.-digo soltando o ar.
  Sinto ela se tensionar em meus braços na hora.
- Sabe que eu não posso fazer isso.-diz ela séria.
- Viu o que ela pode fazer, você viajando pra fora é um risco a mais para sua segurança.
- Não quero ser a causadora de mais problemas, mas também não vou deixar que ela me intimide.-diz ela decidida.
- Diana...
- Eu vou viajar sim e nada que você diga me fará mudar de ideia Bruce.- diz ela me encarando aparentando estar ficando brava.- E além do mais, eu estarei sozinha lá.
- Essa é a minha preocupação.
- Não tem com o que se preocupar, se algo acontecer, vai ser apenas comigo, e não com as pessoas com quem me importo.-diz ela indiferente.
- E acha mesmo que eu ou qualquer outro membro da Liga quer que algo aconteça a você?-digo incrédulo.
- Se acontecer, aconteceu. Não posso ficar a mercê de Circe.- diz ela se afastando e me encarando firmemente.- Sei que quer me ver em segurança Bruce, mas não vou deixar de viver por causa dela.
  Ficamos em silêncio por alguns segundos.
- Não vou conseguir te convencer a não ir né?
  Ela balança a cabeça negativamente. Nunca conseguiria dissuadir Diana de algo que ela realmente quisesse fazer, e nem seria louco de insistir, pois a última coisa que eu queria ver, era uma Diana zangada. A abraço novamente, e com esse ato quero dizer que sempre estarei ali por ela. Diana retribui, afago seu cabelo lento e demoradamente, se eu pudesse acabar com toda essa confusão de uma vez por todas, ou pudesse ficar no lugar dela para não vê-la triste desse jeito...
- Se eu pudesse, trocaria de lugar com você.-digo.
- Eu nunca deixaria isso acontecer.-diz ela.- Esse fardo é somente meu.
- Mas dividir a carga nem sempre é uma má ideia.-digo rindo.
- No meu caso é.-diz ela ainda séria.- Por favor Bruce, já estou nervosa o suficiente com toda essa situação, então só cala a boca e continue me abraçando.-fala ela com uma pitada de sarcasmo que me faz rir um pouco mais.
- Nem precisa pedir duas vezes.-a abraço um pouco mais forte.
  Ficamos assim por um tempo até ela se pronunciar.
- Obrigado.
- Não precisa me agradecer.
  Nos afastamos, mas continuo segurando suas mãos, o semblante de Diana mostra o quanto ela está estressada e cansada com tudo o que está acontecendo, mas sei que ela vai dar a volta por cima de tudo isso, pois ela é uma mulher forte.
- Tenho que ir.-digo relutante.- Precisa de mais alguma coisa?
- Só de um longo banho quente.-diz ela fechando os olhos e suspirando.
- Então não me importo de ficar mais alguns minutos.
- Bruce.-diz ela em tom de advertência enquanto sorri.
- Tudo bem, tudo bem, eu vou, mas posso ao menos ganhar um beijo de boa noite?
  Ela revira os olhos, se aproxima e cola seus delicados lábios nos meus, num longo e terno selinho.
- Agora vai, nós dois temos que trabalhar amanhã.-diz ela ao se afastar.
- Tecnicamente eu sou o meu próprio chefe então...
- ... Então como chefe tem que dar o exemplo aos seus funcionários chegando na hora.-diz ela autoritária.
- Nossa, que mandona.-digo sem acreditar no que ouvira.
  Ela ri, me despeço e vou em direção a janela.
- Então foi assim que entrou?-diz ela sorrindo sem acreditar.
- Sou o Batman esqueceu?-digo a encarando uma última vez antes de saltar pelas escadas de incêndio. 

Diana

  
5 minutos depois de ver Bruce entrando em seu carro, estrategicamente estacionado no beco ao lado de meu prédio, dando partida e sumindo pela rua, noite adentro, deixo minha banheira enchendo e vou guardar as compras. Depois deixar tudo em seus devidos lugares, vou tomar meu tão aguardado banho. Só queria, mesmo que por breves momentos, poder me esquecer de todos os problemas que me cercam, mas sei que estando dentro ou fora da banheira, os problemas não deixarão de existir. Fico em silêncio deixando a água esquentar meu corpo, ao longe eu escutava o som de buzinas, sirenes... Mas aos poucos vou silenciando tudo a minha volta e vou escorregando ainda mais para dentro da banheira, até que prendo a respiração, fecho os olhos e afundo por completo na água, basicamente me deitando no fundo da banheira.
  A sensação era relaxante, não ouvia e nem sentia nada, estava muito gostoso ficar ali. Entretanto, quando decido abrir os olhos, meu coração quase sai do peito, Circe estava ali, me encarando de cima, ao lado da banheira. Tento me levantar, mas uma força invisível me prende embaixo d'água. Não podia entrar em pânico ou me afogaria, então me concentro em segurar a respiração e tentar sair dali o mais rápido possível. Me debato e forço o fundo da banheira para tentar me levantar, mas nada parece surtir efeito. Mesmo com a água em movimento, consigo ver a face sorridente de Circe me encarando.
- Calma minha querida, o pior ainda está por vir.-escuto ela dizer em minha mente.
  E de repente sinto que a força invisível que me prendia se desfaz, e Circe mais uma vez desaparece, de modo que num forte impulso volto a me sentar na banheira, jogando água para todos os lados, e respiro a maior quantidade de ar que meus pulmões podem suportar.
   


Notas Finais


Mais um sustinho básico.
O paranauê tá ficando louco. kkkkkk
Já sabem onde ir.
Bjus. L


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