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História Separated by the war - A carta de Elizaveta


Escrita por: Cccn

Capítulo 13 - A carta de Elizaveta


Ao por do sol, a grande Alemanha escurecia; as ruas esvaziavam-se e podia-se ouvir o canto dos grilos saudando a noite que chegava.  A jovem húngara estendia os lençóis úmidos no varal, quando então, pode sentir o vento gélido tocar-lhe a face, logo cerrando os olhos com um suspiro cansado.

Sentia falta de sua antiga vida na Áustria, da época em que trabalhava junto à sua mãe para a família de Anneliese. Seu maior problema sempre foi a mãe da mesma, que a maltratava e humilhava desde que se mudou para a mansão dos Edelstein. 

Uma vez, quando tinha 7 anos, fora flagrada pegando um doce na dispensa. No momento pensou que seria espancada ali mesmo, porém, quando recebeu o primeiro grito, Anneliese, que tinha apenas 8 anos, pôs-se em sua frente com os braços abertos, defendendo-a de sua mãe que as encarava com ódio. Frustrada com a rebeldia de sua filha e a pequena ladra, tudo acabou em um belo castigo para as duas. Ficaram horas trancadas juntas em um quarto pequeno e escuro, mas foi naquele quarto que as duas se tornaram amigas. 

A austríaca sempre esteve muito presente em sua vida; o que contribuiu para que a húngara sentisse muito a falta da outra após sua partida para Berlim. Sentia falta das conversas, das risadas, dos livros que compartilhavam e principalmente do doce som das teclas do piano sendo tocadas por sua amiga.

Na noite da véspera de sua partida, a pianista confessou seu amor à empregada. A jovem ficou sem palavras e então paralisou, olhando fixamente para a amiga, tentando formular alguma frase em sua mente. Quando então, ouviu Felicia gritar seu nome. Vendo aquilo como uma boa forma de tentar fugir da situação embaraçosa, falou rapidamente algo como "preciso ir", para então correr até onde a italiana se encontrava. 

Na manhã seguinte procurou por Anneliese, para que pudesse se despedir, mas as outras empregadas a informaram que a mesma havia saído bem cedo e não as contou para onde iria, apenas mandou-as entregar dois envelopes com dinheiro para Felicia e Elizaveta. 

Desde então, as duas nunca mais se falaram e a húngara não teve mais nenhuma notícia da austríaca.

-Hey Liz! O que está fazendo parada aqui numa hora dessas? Está frio e você com essas coisas molhadas na mão! Se não entrar logo poderá ficar muito doente. -Ouviu Gilbert falar e então colocou o lençol no varal, se virando na direção do rapaz logo em seguida.

-E-eu já vou Gil. -Falou pegando o resto das roupas dentro do sexto e as estendendo de forma mais rápida. 

-O que houve? Você está agindo estranho... Aconteceu alguma coisa?

-Não, nada demais. É que às vezes eu me pego pensando em algumas coisas de meu passado. 

-Hum... Você com essa cara de quem foi a um enterro, com certeza não estava pensando no incrível eu.

-Haha estava sim, no dia em que te conheci. Nunca imaginei que iria conhecer um ser tão narcisista como você.

-Vamos, admita que você me acha incrível.

-Eu nunca nem pensaria em algo do tipo. -Fala de forma séria, logo rindo e cruzando os braços.

-"Gilbert você é o ser vivo mais incrível que eu já conheci" -Foçou uma voz feminina. -Vamos, não é tão difícil falar isso.

-Ah, vá pra merda. 

-Olha como você trata o incrível eu. -Falou da forma mais séria possível, o que fez a moça ter um ataque de risos, colocando assim um sorriso sutil nos lábios do alemão. -Era assim que eu queria te ver: sorrindo...

-Gilbert você é um idiota. -Pegou o sexto já vazio e jogou no alemão, que fingiu sentir dor.

-Porra Liz! Isso machuca! Tá vendo o que você fez?

-Mas você mereceu. -Respondeu rindo. 

-Irei te poupar dessa vez, porém na próxima irei me vingar. 

-Veremos. -Falou desafiadora.

-Ah é? -Começou a correr atrás da húngara que correu na sua frente em direção à casa, batendo a porta na cara do albino assim que entrou. -Liz abre essa porta! -Girou a maçaneta várias vezes, vendo séria inútil continuar tentando já que a porta havia sido trancada. -Elizaveta você está brincando com o fogo! -Andou devagar até a janela que estava aberta e entrou através da mesma. Viu que a moça agora havia aberto a porta e olhava para todos os lados, procurando por ele sem perceber que havia entrado. Então mais uma vez andou devagar até se encontrar atrás dela e a abraçou por trás. -Peguei! -Gritou enquanto ouvia a moça dar um grito alto de susto.

-Ah Gilbert! Me solta! -Começou a espernear.

-Só se você disse que eu sou incrível.

-Nunca. -Falou debochando.

-Tá, então eu não solto. -Apertou o abraço.

-Tá, tá, você é incrível.

-Isso. -Soltou o abraço aos poucos, até a húngara se distanciar de si.

-Você deveria parar de me assustar assim, eu estou velha pra essas brincadeiras. -O repreendeu, fechando a porta mais uma vez.

-Desculpe vovó. -Falou rindo de seu próprio comentário.

-Haha, é sério Gilbert! 

-Tá certo. Não farei mais nada assim. -Levantou ambos os braços, como se estivesse se rendendo. -Me diga, o que te afligia quando te encontrei?

-Ah... é que eu não falo com Anneliese desde que me mudei para cá. -Comentou aparentando não estar tão triste.

-Entendo... Engraçado, vocês eram tão amigas.

-Eu sei, é difícil de explicar.

-Por que não escreve uma carta? Independente do que possa ter acontecido entre vocês isso poderia ajudar. 

-Não sei se ela ainda quer falar comigo... -Falou, pela primeira vez demonstrando insegurança para o rapaz.

-Claro que quer! É sua melhor amiga! Escute, eu sei o quanto ela gosta de você. Deve estar preocupada, esperando por notícias suas.

-Mas... o que eu deveria dizer? 

-Eu não sei, escreva o que achar melhor.

-Está bem... -Fitou o chão um pouco receosa. -Eu vou tentar. -Forçou um sorriso fraco, mais para si mesma que para o homem em sua frente.


    
                                                                ~

"Cara Anneliese, sei que faz tempo que não nos falamos e por isso sinto sua falta. 
Desde que cheguei à Alemanha tenho trabalhado na casa do Gilbert junto à Felicia. O trabalho tem sido mais tranquilo devido ao fato da casa ser consideravelmente pequena, mas em compensação é menos animada por ter muito menos gente aqui.
Berlim é uma cidade linda, porém, para mim, nunca terá a beleza de Vienna.

 Ciao Anneliese! Aqui é a Felicia. (Roubei a carta das mãos de Liz). Sinto muito a sua falta, por favor, venha nos visitar. Beijos.

Voltando ao assunto; assim que eu puder iriei e visitar e como a Felicia falou: Por favor, se possível, venha nos visitar. 
Gilbert mandou um abraço. 
Saudades, Elizaveta."


                                                     ~

Na manhã seguinte, o gélido vento do início de mais um dia se fazia presente  na rua deserta onde Elizaveta andava com sua carta em mãos em direção ao correio. 

Ao chegar no local, deu um beijo em sua carta e imaginou se a austríaca seria capaz de perdoa-la e quem sabe, enviar uma carta para si.

 

 


Notas Finais


Gente, me perdoem por qualquer erro de português que eu tenha cometido e pesso que por favor comentem.


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