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História Separated by the war - A carta de Anneliese


Escrita por: Cccn

Capítulo 14 - A carta de Anneliese


-"Saudades Elizaveta". -A austríaca repetiu a última frase da carta que acabara de recebe e logo permitiu um sorriso sincero tomar conta de seus lábios. 

-Tendo um bom dia hoje filha? -Ouviu sua mãe se pronunciar, entrando no quarto sem ao menos bater. Esqueceu-se de trancar a porta mais uma vez.

-Nada diferente do normal minha mãe. -Falou sem olhar para sua mãe, apenas fitando a parede a sua frente.

-E eu poderia saber o que é isto que tens em mãos? 

-Apenas um poema que escrevi, nada demais. -Mentiu.

-Ótimo! 

-Ótimo?! -Perguntou surpresa pela reação da mãe, geralmente ela diria que isso era besteira e que haviam coisas mais importantes a ser feitas do que escrever um "poema de merda".

-Claro, irá impressionar os nossos convidados hoje à noite. 

-Não consigo compreender onde a senhora está pretendendo chegar com isso, sempre fizeste pouco caso para nossas visitas. -Falou, finalmente virando o rosto para olhar a mulher que se encontrava atrás de si.

-Isto porque nossas outras visitas nunca tiveram tamanha importância como esta terá. -Piscou um olho para a filha.

-Suponho que receberemos uma família muito rica. -Falou crusando os braços, conhecia bem a cobiça de sua mãe.

-Sim, é uma família suíça muito rica. -Enfatizou o "muito". -Vieram tratar de negócios com seu pai.

-E eu poderia saber o que eu tenho haver com isso mamãe?

-O empresário trará o seu filho.

-Ainda não entendo o que tenho haver com isso. 

-Pelo amor de Deus Anneliese! Use a cabeça! Pense filha, pense! Um jovem milionário da sua idade, o impressione e terá tudo o que desejar!

-Sua proposta é interessante e me chamou muito a atenção, porém é com muito pesar que terei que recusa-la. -"Ah, então era isso!" Pensou.

-Não sou uma mera comerciante que está a negociar com você! Sou sua mãe e estou dizendo o que é melhor para sua vida!

-Então a senhora quer que eu vá para a Suíça, esquece da vida e família que tive aqui na Áustria, faça minha sobrinha órfã de empregada quando ela mais precisar de mim e quando a mesma chegar aos seus 18 anos a jogar para fora de minha casa. Sem contar com a outra desaparecidae que eu simplesmente não deveria me importar, não a procurar, deixar os anos se passaram e deixá-la crescer sabe-se lá onde e com quem, se ela sobreviver, claro.

-Pare de falar como se eu fosse um monstro!

-Eu sou filha de uma italiano que esqueceu-se de seu país! Vi minha própria prima ser obrigada a me servir e levei bronca quando tentei ajudá-la!

-Felicia veio de uma realidade muito diferente da nossa! Não merece ser tratada como nós!

-Pode ser diferente de mim mas não é tão diferente da senhora! Caso não se lembre a senhora é irmã da mãe dela; as duas foram criadas juntas na pobreza. A senhora só é rica hoje porque se casou com o meu pai!

-Exatamente! Fiz isso para mudar de vida! Você não sabe o que é a pobreza! -Gritou.

-Não sei, mas prefiro viver dela do que ser como a senhora! -Mal terminou de falar e já sentiu o impacto forte da mão de sua mãe contra seu rosto. -Perdoe-me mãe... eu me exaltei.

-Escolha sua melhor roupa para o jantar. -Falou em um tom sério, um pouco baixo, ignorando o que havia acabado de acontecer, para então se dirigir à porta. -Conquistei o seu pai com pouca roupa mas sugiro que não faça o mesmo. -E então se retirou.

 

                                                             ~

-Boa noite, me perdoem pelo atraso. -Se desculpou quando viu que todos já estavam, sentados para o jantar.

-Filha! Que bom que chegou! -Sua mãe falou de forma animada e carinhosa, obviamente falsa. -Venha até aqui! Quero te apresentar uma pessoa.

Se aproximou da mãe e viu que a certa pessoa se tratava de um jovem rapaz loiro, quieto, aparentemente frio e, mesmo que não quisesse admitir, bonito. -Esse é o Vash.

-Muito prazer. -O cumprimentou e recebeu um breve sorriso falso em resposta.

-Esta é minha filha, Annelise. -Foi empurrada para que se sentasse ao lado do suíço. -Ela é uma ótima garota! Fala alemão e francês, toca piano e violino e ainda escreve poemas. 

-Não estou interessado. -Ele falou normalmente, levando a taça de vinho aos lábios.

A moça não sabia se ficava brava com a falta de educação e de respeito do loiro ou se ficava feliz por ele ter posto um ponto final naquilo tudo... ou seria um ponto e vírgula? Afinal, provavelmente sua mãe não desistiria tão fácil da missão de lhe arrumar um marido rico.

Comeu em silêncio de forma rápida para que pudesse sair logo de lá. Ao terminar recusou a sobremesa, se levantou e começou a caminhar pelos corredores de sua mansão. Não se sabe quanto tempo se passou, mas ela só caiu em si ao sentir seu braço ser puxado.

-Diga a sua mãe para parar de tentar me convencer a me casar com você. Nunca me casaria com alguém deste tipo. 

-Tenho que concordar senhor Vash, eu nunca me casaria com um mal educado como você. Também tenho que admitir que seu comportamento é muito infantil. Agora, se me permitir... -Puxou seu braço de volta. -Tenho mais o que fazer.

Andou a passos largos até o seu quarto, batendo a porta com certa força ao entrar no mesmo.

Não havia gostado de seu "pretendente" antes mesmo de conhecê-lo; mas ainda assim, não era legal levar um fora.

Logo, pegou uma folha de papel e uma caneta e se pôs a escrever.

"Cara Elizaveta, tenho que admitir que também sinto muito sua falta. Gostaria muito de poder te visitar na Alemanha, porém estou presa em minha casa e às vezes sinto que estou presa em meu próprio corpo também. Minha situação está indo de mal a pior, sem contar que minha mãe começou a insistir em um casamento. Mas por favor, não se preocupe comigo; apenas o fato de saber que você está feliz alivia meu coração. Por favor, não venha até aqui; há alguns dia venho tendo maus pressentimentos sobre esse lugar.

Saudades, Anneliese."


Notas Finais


Obrigada aos que leram até aqui, me perdoem por qualquer erro que tenha passado despercebido. Gostaria de pedir que por favor comentem :3


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