História Separated by the war - Alfred and Arthur

Tóquio 07/02/1937 09:13

O jovem rapaz dormia tranquilamente em sua cama. Havia feito uma longa viagem no dia anterior e como esperado: estava exausto. O mesmo respirava de forma suave enquanto abraçava seu velho urso de pelúcia.

-Artieee... -Seu companheiro de quarto gritava enquanto se jogava em cima de seu corpo, consequentemente o acordando.

-Mas que porra Alfred?! -Gritou assustado.

-Esse é o nosso primeiro dia no Japão e precisamos visitar toda cidade!

-Eu quero dormir caralho!

-Mas não podemos perder nem um minuto!

-Olha, Alfred, Alfred, little Alfred... -Começou a acariciar o rosto do outro. -Tem só uma coisinha, um pequeno detalhe... -O olhou nos olhos e deu um sorriso doce.

-O que?

-Sai de cima de mim! -O empurrou, assim fazendo-o cair sentado no chão.

-Artie, não seja tão mau comigo. -Falou levantando-se.

-Viemos aqui a trabalho, não para fazer turismo! -Se levantou da cama e tirou sua camisa, cuja usava apenas para dormir.

-Que sexy. -Alfred ironizou e Arthur deu dedo em resposta.

-Espero que o chá daqui seja bom...

-Espero que tenha hambúrguer aqui.

-Quer parar de falar nessas coisas gordurosas?

-Mas eu não vou aguentar passar anos sem comer hambúrguer.

-Você trouxe uma mala inteira com ingredientes para fazer essas comidas que você gosta!

-Ah, é mesmo...

-Anda, eu ouvi dizer que tem uma boa cafeteria aqui perto.

-Mas Artie...

-O que é?

-Olha, você é muito lindo; se eu fosse gay com certeza me apaixonaria por você mas... Pelo amor de Deus não sai sem camisa, a humanidade não merece uma coisa dessas.

-Não seja idiota, eu não esqueci a camisa, eu apenas fingi esquecer.

-É, sei.

Depois que Arthur fez o grande favor à espécie humana de colocar a camisa, os dois foram para cafeteria que o inglês ouvira falar. Ao chegarem no local pediram os famosos onigiris com chá, para felicidade do britânico.

-Ei, Artie. -Alfred chamou.

-Hum? -Tomou um pouco de seu chá.

-O que você acha das garotas japonesas?

-Não fazem meu tipo...

-Claro que não fazem! Você é gay!

-Cala a boca! ninguém precisa saber disso.

-E os caras japoneses? O que você acha deles? -Falou de forma maliciosa com o objetivo de provocar o amigo.

-Cala a boca! -Gritou.

-Artie... Tá todo mundo olhando pra gente.

-Eh... -Tomou mais um gole de seu chá.

-Pessoal! tá tudo bem! Ele só é doido.

-Eles não entendem nada do que dizemos. -Voltou a tomar seu chá.

-Okay, não estou com paciência para falar em japonês essa hora da manhã. -Voltou a se sentar.

Os estrangeiros aprenderam a falar japonês no exército, com a mãe de um soldado que morou por 5 anos no Japão. Ambos estudaram de forma rígida por 6 meses. Logicamente não se tornaram fluentes, mas aprenderam o suficiente para se comunicarem e buscarem informações. Arthur aprendeu a ler e a escrever em Kanji, apesar de que ainda tem dificuldade e carrega consigo um papel com instruções escrito por ele. Já Alfred não conseguiu aprender nada em relação às "letras estranhas", mas não se preocupava pois sabia que Arthur estaria do seu lado se precisasse de ajuda.

-É... Será um longo ano. -O europeu apoiou seu rosto em sua mão em um suspiro por saber que sua pequena aventura apenas estava começando.

Depois de comprarem mais chá para Arthur , os dois voltaram para pousada. Ao entrarem no quarto o norte americano foi direto para janela, olhando atentamente para cada lugar que lhe era proporcionado.

-Não se deixe levar Alfred, você sabe muito bem porque está aqui.

-Para analisar a situação japonesa e saber o que eles pensam a respeito da América. -Repetiu o que lhe fora proposto pelo seu pai.

-Isso... Não se apegue aos japoneses, creio que em breve uma guerra irá começar e provavelmente eles não estarão do nosso lado, se apegar a essas pessoas só irá piorar a situação.

-Eu sei. Mas eu quero aproveitar o quanto puder...

-Você irá, afinal, acho que para você, ficamos com a parte mais divertida do trabalho: Analisar o povo em vez de sairmos nos infiltrando em tudo que é lugar me parece muito melhor.

O outro apenas sorriu concordando com o amigo.

Alfred, com vinte anos de idade era um belo garoto de Nova York. Era alto, possuía cabelos loiros e olhos azuis. Vinha de uma família rica que o criaram e educaram da melhor forma possível. Seu pai participou da grande guerra e foi conhecido por arriscar sua vida diversas vezes pelo seu país. E com a aproximação de outra grande guerra sua família insistiu para que lutasse na mesma.

Conheceu Arthur no colégio. Um jovem inglês da sua idade que fora mandado por seus pais aos Estados Unidos para estudar. Tinha a pele branca, cabelos loiros, olhos verdes e sobrancelhas um pouco estranhas, o que o de orbes azuis dizia ser sua marca registrada. Ele sempre foi muito certinho e rabugento, algo que as vezes chegava a irritar o americano.

Eles eram melhores amigos, irmãos, eram inseparáveis.

-Hoje à tarde vamos conhecer a cidade está bem? -Arthur falou sabendo que o amigo queria muito conhecer o local.

-Ok Artie. -Falou animado.

Artie era o apelido que lhe fora dado por Alfred, o inglês nunca gostou do apelido, no início até reclamava; mas com o tempo foi se acostumando e passou a atender por seu apelido.

Agora Alfred e Arthur passariam alguns anos morando no Japão; não ficariam na pousada por muito tempo, em breve alugariam quartos em alguma casa e tentariam arrumar um emprego. Ambos estavam muito ansiosos com a nova aventura, com certeza levariam ótimas lembranças e experiências para casa. E quem sabe eles nem voltassem para seus países no final das contas.