História Separated by the war - Perdido

Alfred e Arthur estavam dando sua primeira volta pela cidade. Nada muito interessante para Arthur, porém, Alfred parecia uma criança em uma loja de brinquedos.

-Pra mim já deu, quero voltar. -Arthur falou passando a mão em seu cabelo. -Como você pode gostar tanto disso Alfred? -Esperou por alguns segundos pela resposta do amigo. -Alfred? -Como o americano não o respondeu se virou e percebeu que o mesmo não estava ali. -Alfred? Meu Deus eu perdi o Alfred! -Começou a correr desseperado pela rua; sabia que o outro poderia fazer muitas merdas estando só em um novo país.

Perguntava para todas as pessoas que via pela frente se haviam visto um americano, mas todos respondiam a mesma coisa: Não! 

Alguns minutos depois passou em frente a uma cafeteria onde haviam várias mulheres conversando e tomando chá.

"Pensado bem: Foda-se o americano" Pensou o inglês entrando no estabelecimento e pedindo seu chá.

Enquanto isso, não muito longe do local, Alfred andava pela rua, ainda admirado em como tudo aquilo era diferente de Nova York. Já havia percebido que tinha se perdido de Arthur, mas não se importava com isso no momento, estava adorando seu passeio. 

Quando voltou a si, percebeu que estava em uma rua de classe média japonesa. Não fazia idéia de onde estava e de como poderia voltar para pousada. E foi aí que ele se desesperou. 

Começou a correr pela rua procurando por ajuda, mas não adiantou, pois estava deserta àquela hora.

Depis de perceber que não encontraria ninguém se sentou no chão e olhou para cada uma das casas. As casas japonesas também eram muito diferentes das americanas. Uma delas lhe chamou a atenção, tinha um lindo jardim cheio de árvores cor-de-rosa; já ouviu falar nessa planta, e desde que chegou no Japão viu algumas mas não teve tempo para observá-las.

Decidiu entrar no local, também tinha esperança de que alguém ali o pudesse ajudar.

                                                                   ~  

Kiku passou o dia na cafeteria em que trabalha. Estava sendo apenas mais um dia normal até que um dos ocidentais entrou em seu ambiente de trabalho.

-Não acredito que esta praga já está aqui... -Falou baixo para que apenas ele mesmo escutasse.

-Ei, rapaz. -Ouviu o estrangeiro o chamar e o fitou esperando que continuasse. -Poderia me servir uma xícara de chá, por favor?

Kiku acenou positivamente com a cabeça e foi até a cozinha, onde falou para a garota que estava lá perparar o chá.

Quando o chá ficou pronto, o japonês foi até o estrangeiro e o entregou a xícara da forma mais fria o possível. Não gostava de tratar as pessoas mal, mas sabia que aquele não era merecedor de seu respeito.

-Obrigado. A propósito, você não teria visto um americano alto e loiro andando por aí?

-Não, senhor.

-Ah, certeza?

-Sim, senhor.

Arthur percebeu o desgosto na fala do garoto a sua frente e o encarou franzindo as sobrancelhas.

-O senhor deseja mais alguma coisa?

-Não, por enquanto é apenas isso. -Falaou sorrindo, mas ainda assim demonstrando insatisfação.

-Se o senhor me permitir, estarei me retirando. -Kiku virou-se e começou a andar em direção ao balcão.

                                                                           ~

Alfred bateu na porta da casa algumas vezes, mas ninguém a abriu. Não sabia o que fazer, estava perdido e há essa hora Arthur já deveria estar tendo um ataque cardíaco por causa de sua demora.

Andou um pouco pelo jardim da casa e viu uma jovem moça sentada no chão. Ela parecia estar perdida em meio a vários pensamentos, o que despertou certa curiosidade em Alfred. 

-Mo-moça... -Alfred a chamou. Por mais que não quisesse incomoda-la sabia que apenas ela o poderia ajudar no momento.

A jovem voltou a si e olhou para o americano, logo se assustando e se levantando rapidamente com os olhos arregalados.

-Desculpe incomodar mas, eu não sou daqui e estou perdido. Se não for atrapalhar, a senhorita poderia me ajudar? -Alfred se assustou com as próprias palavras, afinal, estava longe de ser a pessoa mais educada do mundo.

A japonesa a sua frente estava paralisada, ela parecia pensar em se deveria ajudá-lo ou sair dali correndo.

-Por favor... Eu não faço a mínima ideia de onde eu estou... -Falou tentando convencê-la.

-O que quer que eu faça por você? -Perguntou com um tom desconfiado, parecia suspeitar do américano.

-Queria que me levasse de volta para o centro da cidade.

A jovem o encarou por alguns instantes, pensando se deveria ou não confiar no estrangeiro que apareceu derrepente em sua casa.

-Está bem... Vou te levar de volta. -Apesar disso, ainda demonstrava desconfiaça, e mesmo o homem a sua frente não percebendo, também demonstrava medo.

-Obrigado, meu companheiro já deve estar desesperado. -Riu coçando a cabeça e desviando o olhar para um canto qualquer do chão. -Sou Alfred.

-Sakura.

                                                                      ~                                                                          

Já estava anoitecendo e Kiku e Arthur continuavam na cafeteria. Kiku porque seu turno ainda não havia acabado e Arthur sabe-se lá o porquê.

-Ei, garoto. -Arthur o chamou.

-Senhor?

-Não desenhe durante o trabalho, isso pode te prejudicar.

-Obrigado pela preocupação senhor, mas eu sei o que eu faço.

-Eu estou falando sério, na primeira crise te jogarão na rua com a desculpa de que você desenha durante o espediemte. -Se levantou e foi até o balcão. -Você deveria ser um pouco mais responsa... -Foi interrompido pelo som do sininho da porta e ao olhar para mesma viu Alfred de mãos dadas com uma garota japonesa.

Alfred sorriu ao finalmente ter encontrado o amigo, ele e a garota rodaram boa parte do local até acharem aquela cafeteria.

Sakura se encolheu ao perceber que seu primo trabalhava no local, lembrava-se muito bem de sua promessa e pelo olhar que ele lhe lanava parecia estar decepcionado consigo.

Kiku olhou para a prima com muito desgosto, ainda não conseguia acreditar que ela estava com um daqueles.

E então, os olhares de Kiku e Alfred se encontraram, e mesmo sem terem trocado uma palavra se quer, pareciam ter desafiado um ao outro.