Pov Jane
A sensação de terem passado milhares de caminhões por cima de você não é nem um pouco bom. Meu corpo inteiro estava doendo e ardendo, mas mesmo assim eu me sentia bem. Eu estava agarrada à alguém, com o rosto na curva de seu pescoço e minhas pernas entrelaçadas nas suas. Seus braços estavam em volta do meu corpo e me seguravam tanto que não conseguia me mexer. Não que eu esteja reclamando, muito pelo contrário, seu cheiro amadeirado era incrivelmente bom e me passava a sensação de segurança.
Espera… Amadeirado. Meu Deus do céu. Era Loki quem me abraçava assim? Abri meus olhos para ter certeza e vi madeixas negras cobrindo sua face e um pouco da minha testa. Ele era lindo não tentando me matar ou me enganando. Seus traços eram delicados mas ainda másculos. Tinha um corpo magro mas forte, diferente do de Thor que uma vez quase me esmagou. Acho os músculos do Loki mais delicados e mais bonitos. Não eram exagerados, apenas lindos e encaixavam perfeitamente no corpo dele. Me permiti tocar seus cabelos e percebi que eram finos e macios.
Ele remexeu um pouco na cama me trazendo ainda mais para perto de seu corpo, como se ainda fosse possível mais contato. Como eu ainda estava com sono, fechei os olhos novamente na esperança de dormir mais um pouco e quem sabe melhorar as dores no meu corpo. Talvez, só talvez, nossa relação estivesse finalmente melhorando.
***
Quando acordei pela segunda vez senti um espaço vazio na cama, o qual antes estava Loki. Seu cheiro continuava nos lençóis e no travesseiro, o qual me encantava cada vez mais. Afundei meu rosto no travesseiro que antes ele estava usando e suspirei. Sorri como uma boba e quase comecei a rir alto. O travesseiro abafava o som e meu sorriso de orelha à orelha. Consegui me controlar e parar depois de um tempo.
Olhei ao redor e vi que na escrivaninha ao lado da minha cama tinha uma bandeja com o meu café da manhã. Tentei me sentei a fim de pegar o suco de laranja ou o bolo que jazia ali, mas uma forte pontada nas minhas costelas me fez deitar de novo e choramingar. Lembrei-me das minhas fraturas e dos diversos machucados que ganhei em um dia que saí da casa. Respirei fundo esperando que a dor passasse.
Me sentei com mais cuidado dessa vez e vi que ao lado do copo de suco havia um comprimido relativamente grande, mas que deveria aliviar minha dor por enquanto. Engoli o comprimido com o suco e quase me engasguei, mas me recompus. Peguei o pedaço generoso de bolo e deixei a bandeja ali mesmo, evitando me mexer tanto, e então percebi o quanto estava com fome.
Terminei de comer rapidamente e deixei o copo nela. Talvez Loki voltasse para buscá-la. Pensando em Loki me lembrei de algumas lembranças da noite passada e de quando estávamos “treinando ao ar livre” como ele havia me dito antes de me soltar na floresta com um lobo faminto. As memórias doíam minha cabeça e o remédio -que eu claramente não sabia, e ainda não sei para o que servia -não fez efeito.
Então me veio a ideia de meditar como havia aprendido no treinamento básico da S.H.I.E.L.D. Como não teria jeito de cruzar as pernas devido os meus machucados, fiquei da mesma posição em que estava e respirei fundo esvaziando minha mente de lembranças antigas e emoções. Puxei o ar um pouco forte demais e minhas costelas doeram novamente. Dessa vez foi mais forte, por causa do movimento muscular e das costelas na respiração. Gemi de dor e de frustração, que nem mesmo meditar eu iria conseguir sem que me machucasse mais ainda.
Toquei levemente a área nas minhas costelas pulmonares que estava doendo mais e senti molhada a faixa que enfaixava (N/A: Ah vá) meu tronco. Quando tentava achar a ponta amarrada do esparadrapo para tirar e ver o que estava sangrando, Loki entrou no quarto completamente entretido com um livro nas mãos. Me repreendi no exato momento em que vi seu tronco definido desnudo, porque meu Deus do céu, que homem bonito. Ele tirou minha concentração e eu conseguia me focar apenas nele.
Ele parou abruptamente no meio do quarto antes de chegar na poltrona, onde eu acho que ele estava indo, e me olhou. Sorriu malicioso e estava prestes a falar algo insinuando o fato de eu ter encarado o corpo dele, mas então eu me remexi desconfortável o que gerou uma dor me fazendo gemer baixo. Ele franziu o cenho e pegou a blusa jogada na beirada da cama e a vestiu, antes de chegar perto de mim e analisar o machucado. Retirou tudo do meu tronco, me fazendo perceber que estava seminua, e então eu corei. Provavelmente meu rosto estava tão vermelho quanto o sangue que começava a escorrer pelo lado esquerdo do meu corpo.
Saí de meus devaneios quando senti algo gelado e macio me limpando. O pano encontrou com o ponto que mais estava doendo e fez meu corpo ficar tenso. Loki não me encarava, apenas focava para o que estava fazendo. Diferente de mim, que observava cada canto daquele rosto perfeito e concentrado.
Quando terminou, me enfaixou de novo até a altura dos seios sem nenhuma malícia. Evitei sorrir boba perto dele, quase que em vão. Quando ele ia sair, segurei sua mão e pedi:*
-Fica comigo, por favor. -arqueou uma sobrancelha me fazendo corar -N-não n-nesse sentido. -Respirei fundo me acalmando -Me conta o que houve nas últimas horas, por favor. -quase implorava.
Pareceu pensar. Passou-se alguns poucos segundo, mas que duraram uma eternidade para mim, que o esperava com um sorriso no rosto e olhos de gatinho. Por fim suspirou pesadamente se dando por vencido, e se sentou na poltrona ao lado da minha cama.
-Quando foi que fiquei tão vulnerável perto de você? -perguntou a si mesmo baixinho e começou a me contar a incrível história de como eu quase morri.
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