As meninas, me olharam e olharam para ela. Saíram da piscina e se enrolaram no roupão.
- Se eu falei é por que eu acho, né.
- Não sabe o quanto dói ouvir isso de uma filha.
- Então se esforce para não ouvir. Sabe que odeio suas atitudes, você me escuta toda manhã e não faz nada, tudo que falo sai por um ouvido e entra pelo outro. E eu prefiro sim o meu pai. Ele cuida de mim, me dá atenção... ele me ama.
- Eu também te amo Maddy.
- Então demonstre. Ah, esqueci. Você não demonstra amor por ninguém a não ser por si própria.
Peguei a minha toalha, saí e as meninas vinheram atrás de mim com a cabeça baixa. Entrei no meu quarto e tomei um banho demorado com tudo que tinha direito. Saí e fui arrumar o meu cabelo.
- Maddy, você não acha que exagerou um pouco não? - perguntou a Lari com um ar "assustado".
- Só disse o que sinto.
- Poderia ter guardado para si. - disse assustada Mel se jogando na minha cama depois de pentear o cabelo.
- Guardar para mim? Para cê tá loka. Menina, não sou dessas, falo tudo o que quero, quando e onde quero é quem não gostar que se retire.
- "Quem fala o que quer, escuta o que não quer.", já dizia minha falecida avó. - disse Lari do chuveiro.
- Eu sei disso, acontece que não me importo com o que dizem, apenas faço como a minha mãe, deixo entrar por um ouvido e sair pelo outro. E se todos no mundo fossem assim, ele seria bem melhor.
- Ou não. Cara, já imaginou se um ladrão não escutasse o que o policial dissesse? Se os alunos não ouvissem o diretor, se a criança não obedecesse o pai? Seria um caos total. - Mel se sentou na cama e olhou para mim que ainda tentava amansar minhas madeixas.
- Verdade, mas o mundo todo não é assim. Então está tudo ótimo né? - olhei para a Lari que havia parado na porta do banheiro. - Que tal um boliche? Só para comer, tô com preguiça de jogar.
- Eu topo. - A Lari logo se animou.
- Tô drento.
- Só se for "drento" mesmo né Mel - ri.
Me maqueei bem de leve e fui com a roupa que esrava mesmo, um cropped e uma calça preta, peguei minha bolsa com cartão, dinheiro, identidade e algumas coisinhas a mais que não saio sem e fomos. Chegamos e o segurança abriu a porta para nós, escolhemos uma mesma e sentamos, geral olhava para nós (não sei porquê). Chamamos a garçonete e pedimos 3 porções médias de batatas-fritas e uma batida de morango (para as meninas) e de limão (para mim). Alguns minutos depois as pessoas já não nos olhavam mais, agora eu que as observava, tentando entender o porquê de tanta atenção em nós. Dois meninos que estavam jogando boliche vinheram até nós.
Xxx: Oi meninas. - o loiro de olhos azuis cumprimentou.
- Oi. - falamos todas em uníssono (algumas mais impolgada que outras claro).
- Topam uma partida de Boliche? - perguntou o Nicholas que até tal momento eu não perceberá quem era.
- Tanto faz. - falei tomando um pouco da minha batida.
- Ah? Por mim tudo bem... - disse Mel impolgada.
- Por mim também. - disse ela me encarando.
- Tá né fazer o que? - me levantei e fui pegar um sapato.
Peguei e fui para a pista, as meninas fizeram o mesmo.
- Então bora assim, Luca (o loiro) e a Mel contra Marco ( gêmeo do Luca) e Lari, contra eu e... - o Nicholas sugeriu.
- Maddy - falei e sorri falso.
- Isso. - disse sorrindo de volta.
Começamos a jogar e ficamos por 2hrs, eu e o Nicholas ganhamos em primeiro, a Lari e o Marco em segundo e a Mel e o Luca em terceiro. Depois pedimos um sunddae para cada e fomos até o carro dos meninos.
- Entra aí. - chamou o Luca
- Não precisa, eu chamo o motorista do meu pai.
- Que nada, venham logo. - insistiu o Marco.
- Nem tem lugar gente. - retruquei
- A gente ajeita. - rebateu Marco
- Ela é teimosa, não aceita o que não vem de si mesma. É independente. - falou Nicholas olhando para o que volante.
- É, mas vai aprender a aceitar. - Marco me puxou para dentro do carro.
Fomos conversando, cantando e rindo o caminho todo. Ele deixou a Mel e a Lari em casa antes de mim. Quando chegamos em casa o Nicholas desceu junto comigo.
- Então... Foi isso né?
- Hum...
- Dá para ser mais legal comigo? Eu gosto muito do teu jeito "diferentona" de ser, mas trata as pessoas melhor pelo menos.
- Eu não sou diferentona. - cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.
- É sim. E a diferentona mais linda que já vi. Marrenta - riu e Deus... que sorriso.
- Nicholas, cê já cumpriu o favor que ofereceu. Agora pode ir.
- Ah, nossa me expulsando. - fez cara de chocado.
- Não sei, - dei de ombros - você quem está dizendo.
- Tá bom, agora é sério. Já vou. - sorriu novamente.
Me deu um abraço, se afastou de mim, me deu um selinho (recuei) e falou no meu ouvido:
- Boa noite, minha marrenta chata.
Revirei os olhos e sorri. Ele entrou no carro e deu partida. Entrei em casa e tudo que que eu fiz depois daquilo foi NÃO conseguir dormir.
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