História Será que o amor vai acontecer? - Another path

Meu despertador me obriga a acordar para ir ao trabalho e Namjoon decide me acompanhar até lá, sinceramente não sei porque, mas não vi problema nisso, aproveitei para apresenta-lo as minhas colegas de trabalho. Na hora do almoço Lúcia me liga perguntando se podia me ver depois do trabalho e marcamos de nos encontrar na mesma lanchonete que eu Jungkook comíamos quando ele ia me levar para o trabalho.

-Júpter! –ela me chama da porta do estabelecimento assim que me vê sentada em uma das varias mesas que tinha lá.

-Como vão as coisas? –falo assim que ela se senta a minha frente

-Vão mais ou menos, sabe o boy que eu te falei? –assenti com a cabeça tomando um gole do meu suco de limão com laranja –é um babaca pessoalmente, se eu não tivesse me encontrado com você diria que essa viagem foi perdida.

-Nossa, sinto muito.

-Não sinta –fala pegando na minha mão que estava sobre a mesa –pelo menos eu encontrei você –ela olhava no fundo os meus olhos e aquilo me causou arrepios –isso basta pra minha viagem ter valido a pena.

-Lúcia, pode parecer indelicadeza minha, mas aquilo ficou no passado –constrangida olho para meu suco e ela solta minha mão.

-Eu sei –dá um suspiro longo e olha para uma das janelas –não estava falando daquilo, é que –ela da uma pausa e volta a olhar para mim – a gente podia recuperar o tempo perdido e fazer como nos velhos tempos, quando a gente ia pras baladas escondidas, só que agora não vamos ser mais pegas por sermos menores de idade –dou uma risada com seu comentário, realmente, eu tinha saudade daquelas nossas loucuras.

-A gente não tinha juízo

-Verdade, mas pelo menos você não ficava em casa servindo de empregada.

            Ficamos lembrando quando éramos adolescentes até a lanchonete fechar, infelizmente eu tinha trabalho amanhã e não podia virar a noite conversando com ela. Quando cheguei em casa apenas tomei um banho e deitei na cama, dormi sentindo o cheiro de Namjoon , que insistia em não sair dos meus lençóis.

            Vou para o trabalho no outro dia com uma mensagem de Namjoon dizendo que eu teria uma surpresa perto da hora do almoço, ou seja, fui mais animada que nunca, faço meu trabalho e faltando dez minutos para o intervalo minha colega chega na sala dizendo que tem alguém me esperando numa das muitas salas dessa empresa, fui quase correndo para lá e quando abri a porta eu não acreditei no que vi, meus olhos ficaram marejados e eu paralisei, não sabia o que fazer. Namjoon, após passar um bom tempo beijando aquela garota que eu ainda não reconheci, percebe minha presença e olha pra mim com os olhos arregalados

-Júpter! Não é o que você ta pensando, por favor me escuta –eu andava cada vez mais pra trás querendo não chorar, pelo menos não na frente.

 Ele ameaça vir em minha direção, mas eu corro para fora do edifício o mais rápido que eu posso para despistar dele e entro num shopping que tinha perto, desligo meu celular quando ele começa a ligar para mim e lá fico até eu achar que deu tempo dele ir embora. Volto para meu trabalho, mas eu não consigo almoçar, Jungkook pergunta o que foi que aconteceu comigo e ainda me força a dar umas garfadas para depois não sofrer as consequências. Eu não contei a ele o que realmente aconteceu, não quero que ele pense mal do seu hyung. Volto a trabalhar, mas atordoada em pensar que aquilo em minha vida se repetiu, e meu chefe percebendo isso me dispensa mais cedo dizendo que eu preciso descansar. Saio de lá, mas ao invés de ir pra casa, começo a andar sem rumo, olhando as ruas e tentando me distrair. Entro numa lanchonete que nunca havia visto antes em minha vida(acho que já estou em outra cidade) e peço uma coca com limão, a senhora que atendia percebe minha melancolia e começa a conversar comigo.

-Minha menina, isso pode ser um grande mal entendido –ela fala depois que eu conto do ocorrido

-Eu sei, mas isso aconteceu comigo antes e ele sabe, é como se a ferida cicatrizada se abrisse de novo, só que mais profundo.

-você tem que ouvir a versão dele, com calma, com ambos com a cabeça fria.

-É difícil

-Eu sei que é... Espera um pouco –ela se afasta de mim para atender outro cliente, eu bebo o restante da coca, tentada a pegar a fatia de limão no copo e chupa-la, mas eu não faço isso, apenas baixo a cabeça tentando segurar as lágrimas, eu me recusava a chorar, não de novo. Sinto uma mão fazendo carinho em meu cabelo.

-Fica assim não flor do campo –isso me trouxe uma lembrança boa, que me faz sorrir e levantar o rosto.

-Minha vó me chamava assim

-É que nós recebemos um manual quando viramos avós –isso fez com que eu sorrisse. –sabe o que eu acho que você tem que fazer? Ande por aí sem rumo, assista um filme ou compre um cachorrinho, chame sua amiga para festejas, vá numa balada, faça alguma coisa que lhe deixe feliz.

-Senhora tem razão, é exatamente isso que vou fazer. –falo me levantando – Quanto deu a conta?

-Deixe isso pra lá, fica por cortesia da casa.

-obrigada –dou um sorriso e ela beija minha testa se despedindo.

            Saio de lá e começo a andar sem rumo novamente, estava escurecendo e já estava cogitando a ideia de voltar pra casa, até que vejo um estúdio de dança, entro e pergunto a recepcionista se eu poderia dançar um pouco em uma das salas, ela hesita um pouco, mas acaba deixando me mostrando uma sala com caixa de som, notebook e ela disse que tinha internet. Me deixa lá sozinha fechando a porta, vou youtube e faço uma playlist que consiste em: you are not alone(MJ), they don’t care about us(MJ), Replay(Zendaya), Bring me to life( Evanescence), Mama(EXO) e por último girls girls girls(GOT7). Danço como se a dor fosse se esvair com os passos e na ultima música começo a chorar. Me atiro no chão quando a música acaba e fecho os olhos tentando não chorar mais, mas os abro rapidamente quando escuto alguém bater palmas, olho para porta e vejo um homem caminhar em minha direção

-Você dança muito bem, sabia?

-E quem é você para dizer uma coisas dessas pra mim? –juro que tentei não parecer grossa

-Sou Bruno Roger, sou um dos professores daqui e também dono.

-Prazer, sou Júpter –digo me levantando e estendendo a mão para cumprimenta-lo

-Você poderia estudar aqui, seria um orgulho ter você como aluna.

-Não posso , eu trabalho quase o dia todo

-Também temos aulas no final de semana –fala tirando um cartão de visita do bolso e me entrega –Não precisa dizer nada agora, só pense.

-Ta certo, obrigada –dou um sorriso formal e pego minha bolsa para sair quando estou abrindo a porta ele me chama novamente.

-Ei, Júpter!

-Oi

-Bonito nome

-Obrigada.

            Saí de lá e olho meu relógio e já são 7:15 da noite, decidi continuar andando mais um pouco até achar um pequeno parque, muito florido e iluminado, sentei em um dos bancos e fiquei admirando a beleza e a paz que aquele lugar dá. Fiquei lá pensando em muita coisa e decidi que eu não queria dormir em casa, pequei meu celular e finalmente o liguei, havia várias mensagens e chamadas, mas não queria saber de nada, pelo menos não agora. Ligo para alguém e espero atender.