Sasuke despertou com o canto de pássaros que fizeram morada nas árvores do jardim atrás da casa. Se sentia cansado. O dia anterior foi longo, cheio de detalhes a acertar antes da cerimônia, vestir o traje, cerimônia, festa... Ah, e aquilo. Depois que chegaram em casa.
Lembrava-se aos poucos dos detalhes.
Abriu os olhos devagar, e focou a visão no corpo nu ao seu lado. Sakura, em todo seu esplendor, estava deitada com as costas macias e delicadas para cima, com o lençol enroscado no quadril. Seu rosto estava virado para o lado oposto de Sasuke e seus cabelos espalhavam-se ao redor da sua cabeça.
O moreno observou por um longo tempo, deleitando-se com a visão. As lembranças da noite passada voltaram completamente e a resposta subiu em forma de calor em seu corpo. Mas não acordaria Sakura para saciar seu desejo matinal.
Ajeitou-se novamente na cama ao lado dela, que remexeu-se delicadamente, soltando um pequeno som pela boca. Então Sasuke levantou e foi tomar uma ducha fria.
*
**
A rosada acordou preguiçosa. Há quanto tempo não durmo até a hora que quero?, pensou consigo. Ganhou folga de três dias no hospital pelo matrimônio e sentia-se nas nuvens.
Sentia a cama vazia, moveu-se para confirmar com o olhar, mas retesou o corpo e soltou um gemido involuntário de dor. Sua região pélvica doía insistentemente. Droga de virgindade e de hímen.
Sentou-se na cama e arredou o lençol. Uma mancha vermelha de sangue seco estava sob onde Sakura dormira.
- Droga – Resmungou.
- O que foi? – Sasuke perguntou, entrando no quarto com a toalha na cintura.
Sakura corou no mesmo instante. Quando não estava dominada pelo desejo, era mais constrangedor estar completamente nua. Sasuke olhou para o lençol.
- Isso é... Sangue? – Ele perguntou desconfiado.
- Está tudo bem – Sakura falou – Uma pequena hemorragia devido ao rompimento do meu hímen.
- Hn – Sasuke falou, com uma sobrancelha levantada. Significava que ele não tinha entendido nada – Isso é grave?
- Ai Sasuke-kun... – Ela riu baixinho, levantando-se com um pequeno suspiro de dor – É normal, não se preocupe.
Ela pegou seu roupão atirado no chão e o vestiu.
- Nada que um banho e um jutsu médico não resolvam – Falou fechando o nó e saindo para o banheiro.
Sasuke permaneceu encarando a mancha rubra. Vestiu-se refletindo sobre como a natureza ás vezes era dura com as mulheres.
*
**
Quando Sakura desceu as escadas, ainda totalmente perdida na sua casa nova, grande e vazia demais, sentiu um cheiro bom vindo da cozinha.
- Sasuke-kun? – Ela falou admirada, quando espiou dentro do lugar – Você cozinha?
- Sakura... Até ontem eu morava sozinho. Não podia morrer de fome – Resmungou cortando alguma coisa.
- Ah... Hai – Falou, sentindo-se meio idiota pela pergunta – Quer ajuda?
- Termine o chá. E não encontrei os copos ainda – Falei apontando com a cabeça uma pilha de caixas no canto da cozinha – Pode procurar?
- Ok!
Em silêncio, cada um terminou suas tarefas. Enquanto trabalhavam, Sakura sentia-se no céu por compartilhar um momento tão íntimo com Sasuke.
Sentaram-se a mesa, e Sasuke pôs na frente de Sakura um prato com uma omelete com uma ótima aparência.
- Sukeeee! – Sakura suspirou quando colocou a primeira mordida na boca.
- Hn – Sasuke sorriu convencido – Aprendi essa receita no país do chá.
- Essa viagem realmente mudou você, hein? – Ela falou – Redimir-se dos pecados e virar mestre cuca. Uau – Ela riu satisfeita, comendo mais uma bocada – Parece que eu conheço esse gosto!
- A senhora que me ensinou a receita te conhecia – Sasuke falou, surpreso consigo mesmo por estar prolongando a conversa – Você parou na estalagem dela por uma noite, descobriu que o neto dela havia ficava com sequelas da guerra e curou-o prontamente.
- Oh, lembrei – Ela sorriu com tamanha meiguice, que Sasuke parou para admirar – Megumi-san. Ela me serviu esse prato no café da manhã, no meu quarto. Foi a melhor recita de omelete que eu já comi!
- Ela me ensinou para que eu fizesse a você.
- Que fofa – Ela riu – Mas, espera... Sasuke-kun, como ela sabia que você me conhecia? – Perguntou.
- Muitas pessoas achavam que já estávamos noivos logo depois da guerra... Boatos assim corriam por toda a parte... – Ele suspirou, irritado – Como se nossa vida fosse do interesse deles.
- Meu amor desafortunado ganhou fama, hein – A rosada riu baixinho – Se bem que agora, não é mais desafortunado – Sorriu, colocando a mão a frente de seu rosto e olhando a aliança dourada.
Sasuke sorriu de canto, e comeram em silêncio. A rosada já se acostumara a ter esses momentos de silêncio quando estavam juntos, já era quase confortável para ela.
Ela juntou os pratos e os lavou. Sasuke lia o jornal atentamente ainda sentado à mesa.
- Sasuke-kun, ainda temos muitas caixas para abrir e guardar. Pode me ajudar? – Sakura falou docemente, enquanto secava as mãos e um pano de prato.
- Hn – Falou, dando um último gole no chá que ainda restava e dobrou o jornal.
*
**
- Aaaah, encontrei – Sakura falou com metade do corpo dentro de uma caixa enorme.
- Hn?
- Olha – Ela mostrou o porta retrato do time sete – Eu tinha esquecido onde tinha colocado.
Sasuke aproximou-se com outro porta retrato na mão. Era a sua foto do time sete. Sakura sorriu para seu marido. Cada um colocou o seu no criado mudo que estava ao seu lado na cama.
A rosada sorriu vendo as duas molduras tão próximas. Quem diria que as duas dividiriam o mesmo cômodo um dia?
Quando voltavam a sala e a pilha de caixas, o celular de Sasuke tocou.
- Alô.
- Por que sempre tão seco, teme? Tá de mau humor, huh? Por acaso na noite passada vocês nã...
- Fala logo o que você quer, dobe.
- Sei que você casou ontem, minha cabeça até dói ainda, mas Kakashi-sensei escalou nós dois para uma missão importante.
Sasuke suspirou.
- Não há o que fazer, teremos que ir.
- Em meia hora, na torre do Hokage.
- Hai.
O moreno fechou o celular com certa irritação.
- Sakura...
- Sim, eu sei – A rosada falou, suspirando – Você sabe onde estão suas roupas de missão?
- Hn – Falou, afirmando com a cabeça.
*
**
Sakura observava Sasuke colocando sua segunda luva numa das mãos, depois de ter conferido a mochila e concluído que suprimentos e armamentos não iriam faltar.
Suspirou pesarosa, logo no primeiro dia de casada, não iria ter seu marido por perto. E passaria os dias de folga sozinha abrindo caixas. Afinal, ser ninja não era fácil e exigia certos sacrifícios.
Desceram as escadas, Sasuke carregava a mochila pelas alças numa das mãos. Na entrada, Sasuke calçou seus costumeiros calçados shinobi. Sakura ajudou-o a colocar a mochila nas costas e colocar a capa ao redor do corpo. Ele estava pronto.
- Eu volto logo – Ele falou, olhando nos orbes verdes.
Ela abraçou o marido com força.
- Estarei esperando por você, bem aqui, na residência dos Uchiha – Ela falou, sorrindo.
Ao passar pelos portões da vila ao lado de Naruto, Sasuke experimentou a sensação de ter um lar para voltar, onde alguém estaria esperando por ele.
Enfim, não estava mais sozinho.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.